Rush Consegui convencer a Harlow que a ideia do advogado de ir até a delegacia antes da denúncia do Alexander era a melhor opção. Eu iria me entregar reconhecendo um erro e provando que estava disposto a assumir as consequências, e ainda poderia explicar minha motivação.Ele feriu a honra da minha esposa e me provocou a agredi-lo. Eu tinha certeza que aquele miserável fez tudo de caso pensado, ele arriscou a própria vida para me destruir. Até que ponto um homem pode ir apenas pelo ego? Tinha que ter alguma lei que me acobertasse por espancar um homem como Alexander McKnight. Eu até acho que fiz um favor a sociedade. Se não fosse eu, alguém mais iria quebrar a cara de por dar em cima de mulheres casadas.Tomei um banho para ir à delegacia, acompanhado do meu advogado. Talvez o maldito já tenha prestado queixa e eu acabei ficando lá mesmo.Desci as escadas para encontrar a Harlow parada na frente da porta, onde estavam dois policiais. Porra. A Harlow olhou com olhos cheios de desesp
HarlowEu tenho que ser forte.Repeti isso para mim mesmo algumas vezes antes de enxugar minhas lágrimas e olhar para o Mike que estava ao meu lado como um guardião.— Você vai me levar a delegacia, Mike.— Senhora, eu não acho que seja uma boa ideia. O senhor King me pediu para cuidar da senhora, e a Lucy já está vindo.— Eu vou à delegacia e é melhor você me levar ou eu vou sozinha. Mas antes, tenho que fazer uma ligação.Enxuguei as lágrimas e disquei o número da mãe do Rush.— Alô, querida?— Oi, Dona Victoria. O seu marido está?— O Stefan? Oh, sim, mas por que quer falar com ele?— É um assunto importante. Será que a senhora poderia passar a ligação para ele?— Está tudo bem?Não, nada está bem.— Está, só passe para ele, por favor.Ela respirou fundo e eu ouvi barulho de passos, seguidos dela explicando que eu queria falar com o ele.— Harlow? — o Sr. King falou. — O Rush foi preso. Ele ficou em silêncio, depois falou com uma voz branda:— O que ele fez desta vez?— O que fiz
Harlow Eu deveria ter trazido a arma do meu marido.Foi a única que pensei enquanto o Mike dirigia para a casa do Alexander McKnight. Uma arma para me defender, mas eu atiraria se precisasse? Eu nunca usei uma arma antes. Meu pai costumava caçar quando eu era pequena, mas minha mãe era pacifista demais para me deixar ir. — Mike, você tem uma arma no carro, não é? Você deveria colocar ela na sua cintura.— Senhora, nós não podemos invadir a casa de alguém com uma arma, seria legítima defesa se ele quiser atirar.Malditas leis deste país.Se alguém entrar na sua casa, abra fogo e você ganhará uma medalha de honra.— Senhora, talvez fosse melhor a senhora voltar pela manhã. Já está tarde e os ânimos estão alterados. — Não faça isso, Mike. Não seja um fraco. Nós já estamos aqui. O Mike abriu a janela do carro e tentou argumentar com o segurança sobre falar com o Alexander, mas ele foi relutante.— Diga que é Harlow King, ele vai querer me atender — falei. — Senhora, ele não está rece
RushOlhei para o teto da cela e reiniciei uma contagem na minha mente. Aquele lugar me remetia a um passado distante quando eu era mais rebelde. Quando fui detido por agressão. Aquele cara mereceu, eu o peguei transando com minha namorada, mas talvez, eu só pudesse ter relevado. A Giannina não valia tanto apena assim. Desta vez, eu estava mais velho e tecnicamente mais responsável. O fato de eu estar novamente detido em uma delegacia, pelo mesmo delito de anos atrás, me levava a crer que eu realmente deveria começar a reavaliar o meu comportamento explosivo. A Harlow tinha razão, eu precisava controlar meu temperamento, antes que ele me levasse a sérios problemas.Me acomodei na cama dura e desconfortável. O sol já brilhava pela única grade que tinha na cela.— Senhor King. — O homem bateu na grande da cela, me assustando. — O senhor está livre.— Estou? — Me levantei abruptamente. — Pagaram minha fiança?— A queixa foi retirada. — Ele disse, abrindo a grade.— O quê? — O olhei con
Rush Vamos, Rush. Se acalme, não julgue sem saber a verdade. A deixe falar.— Quando você saiu? Por que não me ligou? — Ela perguntou, ainda abraçada a mim. A Harlow ficou rígida em meus braços quando percebeu que eu não a abracei. Ela se afastou analisando o meu rosto. — Eu liguei várias vezes, Harlow. Onde está seu celular?— Ele está... — ela olhou para cama. — Eu estava no banho, tentei relaxar um pouco na banheira. Não ouvi o celular tocar. Mas você está bem? Parece bravo. — Ela me olhou confusa.Respirei fundo, tentando equilibrar meus pensamentos. Ela tentou tocar o meu rosto, mas segurei seus pulsos.— Rush?— Você tem alguma coisa para me dizer, Harlow?Ela me analisou, sua expressão mudou conforme vinha o entendimento. — Você está desconfiado. — Ela se afastou, se soltando dos meus braços. — Eu não acredito que você está desconfiando de mim.— Como não vou desconfiar, se você foi a casa daquele maldito e depois, do nada, ele retira a queixa contra mim, algo que ele jama
RushFlores frescas e chocolate, foi isso que levei para casa naquela tarde. Eu deveria ter comprado uma joia, mas a Harlow acharia de mais e provavelmente falaria que estou tentando comprá-la.Brigar era fácil, mas pedir perdão era a pior parte.— Oi, amiguinho. — Cumprimentei o cachorro que veio para os meus pés assim que cheguei em casa. Nos já havíamos nos acostumados um com o outro e virado amigos, eu diria. O Mike estava na cozinha com a Lucy tomando um café. — Senhor! — Ele se levantou quando me viu. — Não precisa se levantar, Mike. Pode continuar seu café.Ela sorriu e sentou novamente. — Na verdade, eu estava te esperando. Eu queria falar algo que não falei antes, quero dizer, que não tive tempo para falar. — O que é?— É que a história da casa do Alexander ficou um pouco incompleta e acho que deve ter passado uma impressão errada. Você saiu tão apressado, e não me deu a chance de falar o que aconteceu ontem à noite. — E o que aconteceu ontem à noite?— A sua esposa fo
HarlowEu estava enjoada. Algo no meu estômago não caiu bem essa manhã, ou talvez tenha sido o estresse da prisão do Rush, ou o próprio Rush me acusando por tentar ajudá-lo. O fato é que estava realmente me sentindo mal; minha visão um pouco turva e um buraco estranho no estômago. Ainda estava com muita vontade de só me enfiar em buraco e chorar o dia inteiro, mas eu tinha aquelas malditas aulas extras na casa do professor Anthony.Era apenas rios e mais rios de leitura e dissertações, que no momento não conseguia me concentrar.A casa do professor Anthony era simples, mas tinha uma biblioteca enorme e várias obras de arte espalhadas. Alguém só tem tantos itens caros se tiver dinheiro. Uma empregada andava de um lado para o outro oferecendo chá e biscoitos. O cheiro do biscoito de canela estava me fazendo gorfar. — Você está se sentindo bem? — o professor Anthony perguntou, colocando a mão casualmente no meu ombro. — E-eu… eu preciso ir ao banheiro — falei, sentindo o vômito sub
Harlow Voltei para casa, mas não consegui parar de pensar na interação com o meu professor e no quanto ele me deu medo. Eu comecei a pensar que, talvez, o Rush tivesse razão sobre o meu professor. Talvez ele fosse um maníaco ou algo assim. Mas logo espantei o pensamento. Eu não tenho nada a ver se ele é louco ou não. Não tenho ligação com ele.— Você chegou tarde de novo — dei um pulo ao abrir a porta do quarto e ouvir a voz do Rush.— Meu Deus, Rush! Você me assustou. — Ele estava deitado na cama vestindo apenas calça moletom. — O que você está fazendo aqui? Não deveria estar no trabalho? — falei, tirando os sapatos.— Eu não fui trabalhar. Estava esperando você.— Para quê? Já não me disse o suficiente? Eu não tenho nada para falar com você, e já pedi para você me deixar sozinha. — Esse é nosso quarto, nós não podemos brigar a ponto de eu deixar o nosso quarto.— Mas brigamos, e eu não quero você aqui. Se você não sair, eu saio. Eu não sei por que você mandou trazer minhas roupas