Rush — Ela me chamou de cachorro? — Ainda estava estático na cozinha, enquanto a Lucy gargalhava. — Lucy, isso é sério. Essa garota me chamou de cachorro. — Ela não te chamou de cachorro. Ela disse que você tem nome de cachorro. — É a mesma coisa. — Bom, depende do ponto de vista. Mas devo dizer, que adorei essa garota.— Você é uma traidora. Você me conhece desde que nasci e ela você conhece há poucas horas. E você está defendendo ela?— Isso também depende do ponto de vista. Eu gostei dela. Eu nunca vi ninguém te desafiar assim. Ela é doce, amável, educada.Bufei para ela e fui à máquina de café.— Deixe que eu pego para você.— Pode deixar. Eu posso fazer meu próprio café.Ela ficou me analisando, enquanto eu tentava decifrar os botões naquela coisa. Eu odiava aquela máquina de café. Preferia algo mais simples, que só tivesse um botão.Apertei um dos botões e começou sair uma coisa cheia de espuma e esbranquiçada.— Esse é cappuccino. Deixe que eu pegue o certo para você.— Não
RushNos dois dias que se seguiram após o casamento, eu mal vi a Harlow. Ela se trancou no quarto e tratou de ficar lá nos horários em que eu estava em casa. Apesar do quarto dela ser de frente ao meu, ela sempre deixava trancado.Dei ordem para a Lucy fazê-la comer e isso me deixava mais calmo. Eu não queria que ela morresse, muito menos de fome ou algo do tipo. A queria viva e bem longe de mim.Estava me dedicando completamente ao trabalho e até comecei um novo projeto. Eu queria começar algo por minha conta. Meu, longe dos negócios da família. Mas para fazer isso, eu precisava de tempo e só conseguiria se colocasse o meu irmão para ajudar no Império.Meu irmão era a melhor pessoa para isso. Sendo um King, ele saberia cuidar de tudo melhor que ninguém. Quando sai do meu quarto pela manhã, notei que o quarto da Harlow estava semiaberto e resolvi entrar. Mas dei de cara com o quarto vazio.Desci para a cozinha e lá estava ela, sorrindo e conversando com a Lucy.— Bom dia! — falei.
HarlowPassei as aulas perdida em meus pensamentos. O professor Anthony se recusava a olhar para mim e aceitar meus poucos comentários sobre os assuntos. Tentei entrar no grupo de estudos que ele estava dando após as aulas, mas ele me dispensou alegando ser inapropriado para uma mulher casada. Eu odiava aquele título, ainda mais porque carregava aquele casamento de mentira.O Rush me beijou duas vezes e me fez sentir muito pior, porque algo em mim se encheu de esperanças. Eu sabia que ele estava ficando com outras mulheres, mas é claro que estava. Ele chegava tarde em casa e eu vi a mancha de batom em sua camisa quando entrei na lavanderia procurando a Lucy. Foi uma atitude meio estúpida, olhar a camisa suja do meu marido de mentira, mas pelo menos agora eu sei.E nós temos apenas dias de casados.Meus olhos se encheram de lágrimas e afundei meu corpo na cadeira.— Você está bem, Harlow? — Minha amiga Manuela perguntou. Eu virei para o lado para ela não notar que eu estava chorando
HarlowUma semana se passou e o Rush estava mais do que me ignorando. Ele saia cedo e chegava tarde e nos finais de semana ficava trancado naquele maldito escritório.A casa ficava vazia exceto para Lucy e duas faxineiras que se reservavam. E às vezes o Mike que entrava para tomar um café. Fora isso era pura solidão. Eu deveria aprender a lidar com isso e achar normal, mas não estava conseguindo. Aquilo estava afetando meu ânimo, meu humor e minha vontade de comer.Resolvi fazer as aulas extras, pelos menos tinha mais tempo longe dali. Mas eu ainda estava furiosa com o professor Anthony e não estava disposta a aceitar qualquer comentário dele sobre mim.Pelo menos agora eu tinha um carro novinho. Um Mercedes preto bem moderno. Podia transitar sem o Mike me levar para todo lugar. Naquela tarde, fui direto para meu quarto. A casa estava em silêncio e nenhum sinal do Rush. Eu me afoguei no meu travesseiro e chorei até adormecer.Estava lutando para me manter acordada quando senti uma
RushNos últimos dias, eu tinha feito de tudo para ignorar a Harlow, para não a encontrar. O episódio no quarto dela me deixará bastante envergonhado. Eu não me orgulhava da forma que falei com ela. Mesmo ela tendo me tirado do sério, eu não deveria ter gritado com ela.Nunca havia sentido um misto de sentimentos tão intensos por uma mulher antes. Ela me tirava do sério e me levava ao inferno, mas, ao mesmo tempo, eu queria estar perto dela e a desejava.Estava começando a ficar louco. Eu tinha sonhos eróticos com ela, ficava excitado e me masturbava pra caralho. Eu acho que nunca fiquei assim desde os meus dezesseis anos, que foi quando eu comecei a pegar mulheres sem parar. Quando eu queria transar, encontrava uma que me atraísse. Mas agora estou em greve desde do casamento e não é por falta de mulher. A Antonella está como uma abelha em cima de mim. Me ligando, mandando mensagem, indo ao meu escritório. Mas não consigo pensar em nada além do quanto ela me irrita e que ela não é a
Rush As palavras da minha mãe não saiam da minha mente. Talvez pela forma que ela falou comigo. Eu não tinha mais idade para levar uma bronca da minha mãe e agir naturalmente.Levei dois dias lutando contra meus sentimentos, a raiva que eu estava da Harlow.No fundo, eu sabia que não poderia ignorá-la para sempre, ainda mais quando eu não conseguia tirá-la da minha cabeça.Eu precisava de um acordo de paz. Um acordo onde nós dois viveríamos bem. — Nós não precisamos viver em pé de guerra. Podemos ser amigos, não é? — Falei, olhando para o meu amigo, Dimitri.Dimitri era um mafioso. Eu conheci ele em um clube e desde então viramos amigos. Ele acabou me ajudando com alguns roubos que tivemos em nossas joalherias. Digamos que nem sempre recorrer ao lado legal da lei é suficiente.— Cara, eu nem sei do que você está falando. Nós estávamos falando do nosso futuro negócio minutos atrás.— Estou falando da minha esposa. Eu passei a última hora te contando o que está acontecendo na minha vi
Harlow O professor Anthony demorou demais comigo hoje. Ele dispensou todos os alunos no horário e me deixou até tarde. Ele estava amável hoje e disposto a responder todas as minhas perguntas. Nós começamos a falar sobre literatura inglesa e acabamos em uma aula sobre os livros de Charlotte Brontë. Nós dois gostávamos das obras dela e o professor tinha um livro dela dentro da bolsa. — Você pode levar para ler em casa. — Não precisa, eu posso pegar algo na biblioteca. — Essa edição não. — ele abriu a página de dedicatória. — É uma edição especial. — Oh, sim. Por isso acho melhor não levar. — tentei devolver, mas ele recusou. — Você me devolve quando ler. — Obrigado, então. Sorri para ele. — Eu tenho uma conferência em Chicago. Acontece todo ano, eu acho que podemos ir. Quero dizer, separados. Terão vários professores famosos de Harvard, Columbia. Você vai gostar e vai adquirir muito conhecimento. — ele tocou o meu braço de leve. O jeito que ele olhava para mim, me tocava,
Harlow Tomei uma decisão naquela manhã, depois de toda a cena no quando do Rush. Eu não iria mais permitir que ele me usasse para fazer uma de suas cenas, me excitasse para me desprezar em seguida. Nas duas vezes eu estive entregue, na expectativa que ele me tomasse, mas ele não fez. Mas ele não iria mais tocar em mim. Descobri algo interessante sobre a casa do Rush, por ser na cobertura ele tinha uma área enorme de varanda só para ele, com uma jacuzzi, uma piscina e uma bela vista para a cidade. O resto da casa também tinha outras coisas legais, como uma sala de TV que mais parecia um cinema e uma sala de jogos. A biblioteca também era incrível. O meu marido era rico e se eu iria viver um ano nesse casamento, eu iria aproveitar tudo o que eu poderia. Coloquei um biquíni, peguei o Ferinha e fui para área da jacuzzi. Eu tinha mudado o nome dele só para irritar o Rush, mas foi temporário. Eu não iria colocar o nome do meu marido em um cachorro, por mais que ele merecesse. Leve