Eu não conseguia acreditar que ele estava me beijando, em um segundo estava gritando com ele e no outro tudo escureceu e ele me agarrou.
Sua boca devorava a minha e a cada volta que nossas línguas davam ele parecia ainda mais faminto. Subi meus dedos por suas costas, apertando ele contra mim e sentindo o calor que emanava de seu corpo, mesmo com toda aquela roupa.
Ele segurou minha nuca, tombando minha cabeça e aprofundando ainda mais nosso beijo enquanto a outra mão desceu até minha bunda, meu vestido deixava cada uma das minhas curvas marcadas e eu lembrei o que ele falou da minha roupa mais cedo, uma fagulha ardeu em meu peito com o pensamento de que ele já estava olhando meu corpo com lúxuria.
Um gemido escapou de minha garganta quando ele sugou minha língua e eu desviei meus lábios em busca de ar, meu coração estava disparado meu sangue fervia com um desejo que nunca senti antes. A boca dele grudou em meu pescoço e eu gemi sentindo ele beijar minha pele, subindo até o lóbulo da minha orelha.
— Por Deus, garota! — ele falou com a voz áspera e sua respiração bateu contra mim. — Se não pararmos agora vou jogá-la nessa mesa.
Me lembrei do lugar onde estávamos, a qualquer momento alguém poderia aparecer e nos pegar daquele jeito, pior seria se ele me colocasse sobre a mesa e fizesse o que sua voz prometia.
Foi a primeira vez que perdi a noção de tudo à minha volta e segurei seu pescoço voltando a beijar sua boca, me sentia bêbado com a sensação de nossas línguas se tocando uma necessidade dentro de mim aumentando a cada segundo.
Ele apertou minha bunda e eu segurei seu pulso que estava em meu pescoço, foi ai que as luzes se acenderam e como se aquilo fosse um gatilho ele se afastou de mim com rapidez.
— Está tudo bem? — foi o que consegui falar enquanto tentava recuperar o fôlego e o via correndo de mim como o diabo foge da cruz.
Pisquei várias vezes tentando entender o que tinha acabado de acontecer, olhei em volta buscando qualquer coisa que pudesse me dar uma resposta, então eu vi a máscara preta que ele usava esquecida na mesa.
Patrick apagou as luzes para poder tirar a máscara e me beijar, mas correu assim que algo fez elas se acenderem. Ele não queria que eu visse seu rosto!
Peguei nossos pratos começando a retirar a mesa e fui até a cozinha, se ele não queria falar comigo sobre isso, só podia tentar com Holly.
— O que aconteceu? Pensei que estavam se entendendo quando não ouvi mais nada.
— Ele me beijou. — falei em voz alta ainda atordoada com tudo o que aquele beijo me fez sentir.
— Isso é bom, não é?
— É ótimo, mas então as luzes acenderam e ele correu pra longe.
O sorriso dela morreu e ela deixou os ombros caírem, me dizendo o que eu temia.
— Ai menina, você vai precisar ter muita paciência. Patrick não gosta que outros vejam seu rosto depois do acidente, demorou até deixar de usar a máscara perto de mim e John, mas com pessoas de fora ele continua assim.
— Eu desconfiei disso, não sei porque ele correria assim, estamos casados e eu vou acabar vendo alguma hora.
Respirei fundo lembrando do beijo, eu sabia que ele sentia tanto desejo quanto eu, senti sua ereção e posso ser uma virgem, mas já li vários livros de romance com cenas hot e sei o que senti. Todos os sinais estavam lá, até mesmo ele ter apagado as luzes só para poder me beijar.
Holly tinha razão eu só precisava ter paciência e como prometi não ia me dar por vencida tão fácil.
Voltei pro meu quarto e não demorei a dormir, meus pensamentos todos carregados com as sensações do nosso beijo.
Quando sai do quarto de manhã não havia nem sinal dele, atravessei a casa e fui em direção a cozinha, mas parei quando avistei Patrick na sala de jantar.
— Bom dia esposo. — entrei na sala me sentindo otimista a máscara cobria seu rosto e estava de dia, não teria como beijá-lo, mas tomada por aquela vontade beijei sua bochecha coberta.
— O que pensa que está fazendo? Acha que isso é alguma piada? — ele bradou irritado e eu travei antes de me sentar.
— Só estou lhe dando bom dia, qual é o problema nisso? Nós somos casados, você me beijou ontem.
O ar estava carregado de energia sexual enquanto nos encarávamos e eu estava pronta para brigar, podia ter paciência e continuar tentando, mas se aprendi uma coisa vivendo com meu tio, foi a não baixar a cabeça ou as coisas ficariam muito piores.
— Sim, beijei e vejo que foi um erro!
Estreitei o olha sabendo que ele estava tentando me atacar só porque o peguei desprevenido, mas eu não ia ceder.
— Um erro que está louco para repetir. — me sentei com o queixo erguido e comecei a me servir. — Não sei como achava que vamos fazer algum filho se continuar fugindo dos beijos.
Ele se levantou e capturou meu queixo, apertando e me obrigando a encará-lo. Mas eu sorri, mesmo que meu coração galopasse de medo que ele me batesse, eu sorri fingindo não estar afetada.
— Não brinque comigo, garota!
— Ou o que? Vai me bater? Me devolver para os meus tios? Cancelar o dinheiro? Acredite em mim, não há nada que possa fazer para me atingir.
Vi Patrick trincar a mandíbula, parecendo se controlar, então ele tirou a mão do meu rosto e voltou a se sentar.
— Você não me conhece...
— Nem você me conhece! — gritei calando a boca dele e engolindo o choro que ameaçava escapar de mim. — Se não queria uma esposa deveria ter feito um acordo diferente, mas você pediu por uma esposa e eu vou agir como tal. — encarei os olhos que estavam quase totalmente escondidos na máscara. — Mesmo que você não faça o mesmo.
Olhei para o prato a minha frente, sentindo que todo o meu apetite tinha ido embora, nem mesmo todas as frutas e bolos me fizeram querer comer, por isso empurrei a cadeira e sai de lá.
Meu peito estava apertado e foi só eu virar o corredor longe dos olhos dele para que meu queixo tremesse e eu me rendesse ao choro. Não sei se foram todas as emoções dos últimos três dias, ou o medo de que ele fosse me bater e que pudesse ser tão horrível quanto meu tio, mas tudo me alcançou como uma avalanche.
Eu era um estorvo nas mãos do meu tio e fui trocada sem nem pensar duas vezes, e agora só conseguia imaginar que tinha sido dada a alguém tão ruim quanto ele.
Não importava o que Holly dizia, ou os pais de Patrick, ações valiam mais do que palavras e ele estava mostrando quem era.
Andei pelos corredores da casa enorme até me deparar com uma porta aberta e bastou uma espiada para ver as prateleiras, eu entrei rapidamente me deparando com estantes e mais estantes, dois andares repletos de livros.
Ao menos aquilo me faria gostar daquele lugar, um refúgio no meio de toda a tempestade.
Peguei um livro e me sentei na poltrona perto da janela, era como eu me esquecia dos problemas desde pequena e foi o que fiz agora. Não sei por quanto tempo fiquei ali até que a porta se abriu e eu dei de cara com Patrick.
— O almoço está na mesa. — ele disse sério, mas ao invés de ir embora ficou ali me encarando, esperando que eu me levantasse. — Vamos, deixe de criancice e venha comer.
— Ou o que? Vai se importar se eu cair de fome? Duvido muito.
Conversas doces podiam até servir, mas já tinha visto que ele demonstrava mais humanidade quando eu o provocava. Voltei meus olhos para o livro e os passos ecoaram pelo chão de madeira.
— Levante-se Sophie, ou vou jogá-la sobre o meu ombro!
— Talvez eu espere que faça isso, ser carregada pelo marido é o sonho de qualquer mulher não é mesmo?
Talvez eu estivesse indo longe de mais, só não ia voltar atrás agora. Duas mãos grandes me agarram pelo braço e me levantaram rapidamente e então ele empurrou meu corpo até me encostar à estante.
O rosto dele se aproximou do meu e quis muito arrancar sua máscara, seus olhos encontraram os meus e as mãos dele seguraram minha cintura com firmeza.
Eu dormi com aquela maldita na cabeça, por pouco ela não viu o meu rosto, muito pouco. Sophie mexeu na droga do relógio e reacendeu as luzes, do contrario teríamos transado na mesa sem nos importar com nada a nossa volta.Mas isso também foi bom, serviu para que eu abrisse meus olhos e deixasse de ser um idiota levado pelo momento. Ela veio tão fácil pra mim, se derreteu tão rápido em meus braços, mostrando que estava fazendo bem o que foi paga para fazer.Acordei de mau humor e apesar daquilo não ser um novidade, hoje o motivo era novo, sonhar com uma mulher não acontecia comigo há anos e pior ainda acordar com uma ereção dolorida graças a ela.Estava tomando café quando os passos leves me alcançaram e ela beijou meu rosto. Meu corpo todo ficou tenso por saber que se não fosse pela mascara ela estaria beijando minha pele rasgada e coberta de cicatrizes.Fui um escroto porque sua atitude me forçou a sair da zona de conforto e eu reagi da forma como tinha aprendido nos últimos cinco an
Eu já não entendia mais nada, em um minuto tudo estava bem, parecíamos finalmente estar nos entendendo e no outro ele estava correndo para longe de mim.Tentei me virar quando ele parou e tirou os dedos de perto de mim, mas me segurei e não me virei para confrontá-lo, não sei o que poderia ter feito Patrick me largar ali naquela biblioteca. Eu estava de costas para ele e sua máscara ainda cobria o rosto, não tinha a menos possibilidade de que eu conseguisse vê-lo.Ainda conseguia sentir os dedos dele sobre meu corpo, apertando, massageando e me penetrando. Esfreguei a mão em meu pescoço sentindo o calor subir só em pensar nos lábios dele ali.Eu não podia deixar que ele fizesse isso de novo, me beijasse, me tocasse, acendendo meu corpo por inteiro e sair correndo novamente como se o inferno tivesse chegado a terra.Sai de lá marchando decidida a fazê-lo me dar ao menos uma explicação para o surto de hoje, mas foi só chegar ao corredor principal que eu trombei com uma muralha e mãos fo
Fiquei o resto do dia enfiado no escritório e mesmo que dissesse que estava lendo um contrato, na verdade ainda estava preso na primeira página há muito tempo.E tudo era culpa de Sophie, eu não conseguia desviar meus pensamentos dela, por mais que eu tentasse sempre acabava voltando ao momento na biblioteca. Os gemidos dela invadiam meu pensamento, a sensação de sua pele macia se arrepiando com meu toque e então o calor que emanava de sua intimidade, molhada e apertada contra meu dedo e lá estava eu de novo com uma ereção dolorida e perdido em pensamentos.Eu não podia continuar com aquilo, tinha que tirar ela da cabeça ou não conseguiria fazer nada até que me enterrasse em sua boceta apertada.Não era minha intenção ligar para o meu pai só para reclamar disso, mas tomado pelo desejo e a frustração de saber que não poderia tê-la, eu acabei discando o número dele e colocando tudo para fora.— Acham mesmo que vou fazer filhos com uma tonta? É melhor arranjarem outra, muito promiscua de
Ainda chorando eu levei os pratos de volta pra cozinha, não me importei se Holly me viu com o rosto coberto de lágrimas ou se John estava me encarando de forma estranha, não ligava para nada a minha volta, só queria sair daquela casa.— John pode me levar até a cidade? Preciso fazer uma coisa e não quero que Patrick saiba. — ele olhou incerto para Holly, como se pedisse uma opinião. — Por favor, prometo não demorar.— Porque Patrick não pode saber? Ele não vai gostar de saber que eu te levei sem pedir permissão...— Patrick não tem que saber de tudo! — a última coisa que eu precisava agora era aquele monstro gritando que eu só sairia dali se fosse para voltar para a casa do meu tio. — Se você não puder eu vou sozinha.Talvez John soubesse que aquilo era um blefe, eu não tinha ideia para qual direção ficava a cidade, mas mesmo assim ele se levantou e me deu um sorriso amigável.— Vou pegar o carro, te espero no portão. — eu estava pronta para correr, mas ele me parou. — Tente não chama
Meu sangue ferveu com as palavras de John e por mais que eu quisesse ficar ali e socar a cara do babaca, tinha que encontrá-la primeiro, Sophie estava congelando na noite lá fora, perdida em uma mata que não conhecia nada.— Que roupa ela estava? Quero que rastreei o celular dela. — bradei subindo os degraus de dois em dois, enquanto apertava no contato de Chris.— Ela estava com um casaco e suéter, mas acabou arrancando tudo, consegui empurrar nela o casaco antes que ela fugisse. — parei meus passos e respirei fundo, tentando ter um pouco de auto controle ao pensar nela tirando a roupa para ele. — E chefe, ela não tem celular.— Como Sophie não tem celular? Em que século ela vive e porque eu não sabia disso? — gritei me virando para ele esperando por uma resposta e ignorando a voz do meu amigo do outro lado da linha.— Está no relatório sobre ela, achei que o senhor teria lido a essa altura.Bufei me recriminando por não ter lido aquela porra de uma vez, fiquei tão ocupado em por um
Abri meus olhos sendo recebida pelo escuro, tudo estava um breu, mas agora eu sentia algo fofo em baixo de mim e não um tronco duro e frio. Meus músculos estavam dolorido, eu me sentia como se tivesse sido atropelada ou corrido uma maratona, todo meu corpo doía e foi um sacrifício até que eu conseguisse mexer uma mão e tocasse os lençóis.Mas então me dei conta de que havia uma mão sobre a minha, tentei ajustar meus olhos para conseguir ver naquele escuro, mas não consegui ver nada.Não conseguia me lembrar do que tinha acontecido, como consegui sair daquela floresta congelante. A última coisa que eu me lembrava era de estar muito frio e escuro, eu não conseguia ver muito a minha frente mesmo assim continuei andando até não aguentar o frio e a fome, então me sentei esperando pelo pior.— Sophie, você acordou? — a voz de Patrick soou em meio a escuridão e eu travei.O que ele estava fazendo ali? Provavelmente esperando que eu acordasse para brigar comigo por minha estupidez, ou pior,
Ela tinha acabado de acordar e já estávamos brigando. Como isso era possível? Eu passei a noite ao lado dela, mesmo que cada parte da minha sanidade mental me dissesse para correr daquele quarto.Mesmo depois que ela abriu os olhos no meio da madrugada, não consegui ir quando ela me pediu para ficar. Ficou claro quando subi na cama que ela não estava com frio, senti o corpo quente se aconchegando no meu. Mas ela estava tão vulnerável e frágil quando me pediu para ficar, que eu não consegui ir embora.Talvez fosse uma estupidez sem tamanho, mas não pareceu quando ela se enrolou ao meu lado ressonando. Mas quando eu acordei medo me tomou.Estava tão relaxado do sono tranquilo que tive, que acabei me virei e espreguiçando de forma tranquila, não me importando com nada. Mas quando me dei conta de onde estava foi que temi que Sophie tivesse visto a abominação que eu era.Ela não estava na cama, o lado onde a pequena tinha dormido estava bagunçado, mas não havia sinal dela ali.Merda! Me ap
Eu achei que meus piores dias tinham ficado para trás, naquela casa maldita, mas pelo jeito eles só estavam começando. Desde que cheguei aqui não tive nenhum dia de paz e Patrick era o responsável por isso.Holly me encarava de forma engraçada, quase como se ela soubesse de algo que eu ainda não havia me dado conta. Bem, se ela sabia de algo que podia me animar essa era a hora de contar, porque eu estava me sentindo horrível.— Olha só pra você, mesmo depois de ontem ainda continua durona. — John falou sorrindo entrando junto com o médico enquanto Holly colocava a bandeja do meu lado na cama.Eu queria poder enfiar minha cabeça na terra, ainda não conseguia acreditar que tinha mesmo pedido pra ele tirar minha virgindade.— Você tem que comer querida, já basta o dia de fome ontem! — Holly parecia decidida a me ver comer, pois empurrou um prato em minha mão e se sentou ao meu lado.— Desculpa por ontem, aquilo nunca deveria ter acontecido com você. Se eu não tivesse sido tão estupido em