Eu precisava de um herdeiro. Na verdade meus pais precisavam de um, a empresa da família tinha que ser mantida nas nossas mãos e foi por isso que deixei que eles seguissem em frente e me arrumassem uma esposa.
Meus pais tentaram me animar com a ideia, minha mãe em especial, ficou falando sobre a beleza da garota, o quanto era educada e doce. Mas não podia ser boa pessoa, já que estava se vendendo para ser uma incubadora ambulante.
Que tipo de mulher aceita se casar com um homem que não conhece e assina um contrato dizendo que vai ter todos os filhos que esse homem quisesse? Lhe respondo, um tipo interesseiro!
Desde o meu acidente de carro minha vida não foi a mesma, meu rosto foi destruído, ou ao menos parte dele foi. Nem mesmo o cirurgião mais caro foi capaz de concertar o que minha ex esposa causou, agora eu era um homem deformado, ou como já ouvi dizerem: Uma Fera.
Quando o carro entrou na propriedade eu estava olhando a foto que minha nova esposa havia tirado com meus pais no almoço mais cedo. O vestido que ela usava não combinava com a ideia que formei sobre ela, não a valorizava em nada. Talvez por isso meus pais tenham se iludido com ela, o rosto bonito e uma conversa suave e eles estavam caindo na enganação.
Me ergui e fui até a janela esperando vê-la mais de perto e quando ela parou em frente a casa, observando a enorme construção pude ver sua cara de fascínio com tudo, ela era apenas mais uma interesseira.
— Sophie. — testei o nome dela em meus lábios e isso pareceu atraí-la direto para mim.
Seu rosto se ergueu focando na janela do meu quarto e eu tive um rápido vislumbre dos olhos castanhos curiosos, antes de me esconder nas sombras.
Me sentei em frente ao computador e comecei a mexer no sistema de câmeras, espiando onde ela estava e podendo ver de perto cada reação dela ao conhecer o resto da casa.
Vi Holly, a governanta da casa mostrar tudo para ela, as duas conversaram como se já se conhecessem e a garota continuou com o teatro de boa moça, mantendo as aparências, fazendo Holly cair na sua farsa assim como os meus pais.
Mas quando notei que estavam em frente a porta do meu quarto eu rosnei e me levantei, colocando a mascara em meu rosto e indo até a porta.
— Chefe! — ouvi a voz da mulher que praticamente me viu crescer, junto com as batidas. — Sophie Carter já está aqui.
— Oh não, por favor, me chame só de Sophie.
A voz doce me alcançou, mas meu sangue ferveu quando me dei conta de que ela não queria ser chamada pelo meu sobrenome. Claro, o meu dinheiro servia, mas o meu nome não.
— Boa tarde Senhora Carte! — rosnei as palavras quando abri a porta rapidamente.
Os olhos surpresos dela se concentraram em meu rosto, provavelmente se perguntando o que eu estaria escondendo por trás da máscara.
— Boa tarde, hã... acho que podemos pular a parte do senhor e senhora, já que somos marido e mulher agora. — ela falou com um sorriso largo no rosto, que vacilou quando viu que eu não iria lhe responder. — É muito bom conhecê-lo, seus pais me falaram muito de você.
Encarei a mão que ela estendeu para mim pensando seriamente em recusar, mas Holly pigarreou mostrando sua indignação com meu comportamento e eu cedi.
Deslizei minha mão sobre a sua, a pele macia e sedosa se arrepiou com meu toque, comparada a mim Sophie parecia estar congelando. Encarei nossas mãos me dando conta do quão pequena ela era, pequena em todos os sentidos.
— O jantar é servido as sete em ponto, não se atrase! — rosnei tirando minha mão de perto dela. — E vista algo mais quente, ou vai congelar.
Fechei a porta sem me importar em ser educado ou cordial, precisava tirar meus olhos dela.
Retirei a máscara e encarei o objeto na minha mão, mesmo que apenas metade do meu rosto estivessem destruídos, eu usava uma máscara que o cobria por inteiro, mas apenas colocava quando era necessário, meus funcionários já estavam acostumados com meu rosto e não ficavam me encarando, porém agora com Sophie em casa eu teria que passar longos períodos com aquilo.
Tomei um banho e coloquei um terno caro, assim como os sapatos italianos. Não costumava usar aquilo em casa e como raramente saia, todas aquelas coisas estavam intocadas no meu closet.
— Holly, onde está aquela garota? — rosnei quando cheguei a mesa no horário certo e ela não estava lá.
— Pelo amor de Deus Patrick. Fale direito da menina, ela é sua esposa e é um doce de garota. — revirei os olhos com aquela fala, sabendo que já era algo esperado. — Não gostei de como a tratou mais cedo, sei que tem seus receios, mas abra o seu coração e de a Sophie uma chance.
Bufei com as palavras dela, Holly não podia estar mais equivocada.
— Ela aceitou se casar comigo para ter meus filhos e apenas isso, não comece a criar ideias românticas. — me sentei a cabeceira da mesa e Holly arregalou os olhos. — Não há nada de romance nesse casamento!
Quando a mulher a minha frente balançou a cama pra mim, eu entendi o porque ela tinha arregalado, Sophie estava bem atrás de mim.
— Boa noite Holly, boa noite Senhor Carter. — ela falou andando tensa até a cadeira ao meu lado. — Desculpem o atraso.
— Já íamos começar sem você. — respondi mesmo que ela parecesse desconfortável, não era minha função fazê-la se sentir bem.
— Hoje eu não vou jantar com vocês. — Holly murmurou servindo a mesa e chamando minha atenção, ela sempre jantava comigo. — Vou deixar que se conheçam melhor. Tenham uma boa noite.
Semicerrei os olhos acompanhando os passos rápidos da senhora que estava na minha vida há muitos anos. Assim como meus pais, ela torcia para que eu fosse feliz no casamento.
Ela mordeu os lábios, incerta e eu não pude refrear o desejo de tomar sua boca e sentir seu gosto quando deslizasse minha língua naqueles lábios que pareciam tão macios.
— Humm... e então o que gosta de fazer Senhor Carter?
Comecei a comer ignorando a pergunta e logo ela se juntou a mim, comendo sem dizer nada, mas enquanto ela ficava de cabeça baixa eu observava cada pequena coisa em seu corpo.
Sophie estava com um vestido apertado de lã, mas ainda sim vi seus mamilos endurecerem sobre o tecido quando John abriu a porta que dava para o jardim.
— Boa noite Senhor. — ele colocou um relatório ao meu lado, geralmente sentaríamos e beberíamos algo conversando, mas hoje eu só queria que ele saísse dali antes que visse os mamilos marcados dela.
— Boa noite John, obrigado. — como esperava ele sem nem me responder. — Pensei ter dito pra usar algo quente, estamos em uma montanha, aqui o vento é gelado até mesmo no verão. — praticamente rosnei as palavras e Sophie pareceu surpresa que eu estivesse falando com ela.
— Não tenho muitas roupas de frio, era o vestido ou um suéter.
— Deveria ter colocado o suéter!
Vi ela engolir em seco com minhas palavras, mas era a única que receberia de mim, se estava esperando ganhar mais dinheiro para compras estava muito enganada, tinha arrancado uma bela quantia de mim com esse acordo de casamento.
— Você é sempre assim, tão calado assim?
— Detesto jogar conversa fora...
— Isso só é novidade pra mim, nunca tive um namorado ou coisa parecida, mas acho que se vamos ficar casados deveríamos ao menos tentar nos conhecer melhor!
Finalmente ela estava mostrando as garrinhas, deixando claro que não era a doce imaculada e boba que todos estavam pensando.
— Não leu o contrato? Você se casou comigo para me dar herdeiros, não para me conhecer melhor e tentar ser minha amiga. — Sophie ergueu o rosto e trincou os dentes parecendo prestes a me bater. — Se quiser me agradar pode aprender o que eu gosto na cama.
Sem que eu esperasse ela atirou todo o vinho de sua taça em minha cara, por sorte a máscara e meu terno foram os únicos atingidos.
— Não sou uma prostituta! E se quisesse uma barriga de aluguel teria contratado uma. — ela bateu as mãos na mesa e se levantou. — Mas você quis uma esposa, um casamento, então eu acho melhor aprendermos a conviver.
Meu sangue ferveu com a raiva por tudo, mas também pela excitação que ela fez correr por minhas veias. Eu não consegui controlar o desejo de calar aquela boca, minha vontade era segurá-la contra uma parede e só soltar quando tudo o que ela fizesse era gemer.
Sem pensar em nada eu apertei o botão no meu relógio que apagava todas as luzes, arranquei minha máscara e a puxei pela cintura até que seu corpo estivesse totalmente colado ao meu e tomei aquela boca esperta na minha.
Sophie deixou escapar um suspiro fora de controle e eu deslizei a língua sobre seus lábios exigindo passagem, assim que ela os separou minha língua invadiu o interior de sua boca. O beijo se tornou ainda mais quente quando ela se entrelaçou comigo, suas mãos seguraram meus bíceps enquanto eu a devorava.
Eu não me contive e apertei sua cintura puxando ela mais perto e senti meu membro latejar de desejo. Um gemido baixo saiu de sua boca e eu só pensei em jogá-la naquela mesa e me enterrar dentro dela.
Eu não conseguia acreditar que ele estava me beijando, em um segundo estava gritando com ele e no outro tudo escureceu e ele me agarrou.Sua boca devorava a minha e a cada volta que nossas línguas davam ele parecia ainda mais faminto. Subi meus dedos por suas costas, apertando ele contra mim e sentindo o calor que emanava de seu corpo, mesmo com toda aquela roupa.Ele segurou minha nuca, tombando minha cabeça e aprofundando ainda mais nosso beijo enquanto a outra mão desceu até minha bunda, meu vestido deixava cada uma das minhas curvas marcadas e eu lembrei o que ele falou da minha roupa mais cedo, uma fagulha ardeu em meu peito com o pensamento de que ele já estava olhando meu corpo com lúxuria.Um gemido escapou de minha garganta quando ele sugou minha língua e eu desviei meus lábios em busca de ar, meu coração estava disparado meu sangue fervia com um desejo que nunca senti antes. A boca dele grudou em meu pescoço e eu gemi sentindo ele beijar minha pele, subindo até o lóbulo da m
Eu dormi com aquela maldita na cabeça, por pouco ela não viu o meu rosto, muito pouco. Sophie mexeu na droga do relógio e reacendeu as luzes, do contrario teríamos transado na mesa sem nos importar com nada a nossa volta.Mas isso também foi bom, serviu para que eu abrisse meus olhos e deixasse de ser um idiota levado pelo momento. Ela veio tão fácil pra mim, se derreteu tão rápido em meus braços, mostrando que estava fazendo bem o que foi paga para fazer.Acordei de mau humor e apesar daquilo não ser um novidade, hoje o motivo era novo, sonhar com uma mulher não acontecia comigo há anos e pior ainda acordar com uma ereção dolorida graças a ela.Estava tomando café quando os passos leves me alcançaram e ela beijou meu rosto. Meu corpo todo ficou tenso por saber que se não fosse pela mascara ela estaria beijando minha pele rasgada e coberta de cicatrizes.Fui um escroto porque sua atitude me forçou a sair da zona de conforto e eu reagi da forma como tinha aprendido nos últimos cinco an
Eu já não entendia mais nada, em um minuto tudo estava bem, parecíamos finalmente estar nos entendendo e no outro ele estava correndo para longe de mim.Tentei me virar quando ele parou e tirou os dedos de perto de mim, mas me segurei e não me virei para confrontá-lo, não sei o que poderia ter feito Patrick me largar ali naquela biblioteca. Eu estava de costas para ele e sua máscara ainda cobria o rosto, não tinha a menos possibilidade de que eu conseguisse vê-lo.Ainda conseguia sentir os dedos dele sobre meu corpo, apertando, massageando e me penetrando. Esfreguei a mão em meu pescoço sentindo o calor subir só em pensar nos lábios dele ali.Eu não podia deixar que ele fizesse isso de novo, me beijasse, me tocasse, acendendo meu corpo por inteiro e sair correndo novamente como se o inferno tivesse chegado a terra.Sai de lá marchando decidida a fazê-lo me dar ao menos uma explicação para o surto de hoje, mas foi só chegar ao corredor principal que eu trombei com uma muralha e mãos fo
Fiquei o resto do dia enfiado no escritório e mesmo que dissesse que estava lendo um contrato, na verdade ainda estava preso na primeira página há muito tempo.E tudo era culpa de Sophie, eu não conseguia desviar meus pensamentos dela, por mais que eu tentasse sempre acabava voltando ao momento na biblioteca. Os gemidos dela invadiam meu pensamento, a sensação de sua pele macia se arrepiando com meu toque e então o calor que emanava de sua intimidade, molhada e apertada contra meu dedo e lá estava eu de novo com uma ereção dolorida e perdido em pensamentos.Eu não podia continuar com aquilo, tinha que tirar ela da cabeça ou não conseguiria fazer nada até que me enterrasse em sua boceta apertada.Não era minha intenção ligar para o meu pai só para reclamar disso, mas tomado pelo desejo e a frustração de saber que não poderia tê-la, eu acabei discando o número dele e colocando tudo para fora.— Acham mesmo que vou fazer filhos com uma tonta? É melhor arranjarem outra, muito promiscua de
Ainda chorando eu levei os pratos de volta pra cozinha, não me importei se Holly me viu com o rosto coberto de lágrimas ou se John estava me encarando de forma estranha, não ligava para nada a minha volta, só queria sair daquela casa.— John pode me levar até a cidade? Preciso fazer uma coisa e não quero que Patrick saiba. — ele olhou incerto para Holly, como se pedisse uma opinião. — Por favor, prometo não demorar.— Porque Patrick não pode saber? Ele não vai gostar de saber que eu te levei sem pedir permissão...— Patrick não tem que saber de tudo! — a última coisa que eu precisava agora era aquele monstro gritando que eu só sairia dali se fosse para voltar para a casa do meu tio. — Se você não puder eu vou sozinha.Talvez John soubesse que aquilo era um blefe, eu não tinha ideia para qual direção ficava a cidade, mas mesmo assim ele se levantou e me deu um sorriso amigável.— Vou pegar o carro, te espero no portão. — eu estava pronta para correr, mas ele me parou. — Tente não chama
Meu sangue ferveu com as palavras de John e por mais que eu quisesse ficar ali e socar a cara do babaca, tinha que encontrá-la primeiro, Sophie estava congelando na noite lá fora, perdida em uma mata que não conhecia nada.— Que roupa ela estava? Quero que rastreei o celular dela. — bradei subindo os degraus de dois em dois, enquanto apertava no contato de Chris.— Ela estava com um casaco e suéter, mas acabou arrancando tudo, consegui empurrar nela o casaco antes que ela fugisse. — parei meus passos e respirei fundo, tentando ter um pouco de auto controle ao pensar nela tirando a roupa para ele. — E chefe, ela não tem celular.— Como Sophie não tem celular? Em que século ela vive e porque eu não sabia disso? — gritei me virando para ele esperando por uma resposta e ignorando a voz do meu amigo do outro lado da linha.— Está no relatório sobre ela, achei que o senhor teria lido a essa altura.Bufei me recriminando por não ter lido aquela porra de uma vez, fiquei tão ocupado em por um
Abri meus olhos sendo recebida pelo escuro, tudo estava um breu, mas agora eu sentia algo fofo em baixo de mim e não um tronco duro e frio. Meus músculos estavam dolorido, eu me sentia como se tivesse sido atropelada ou corrido uma maratona, todo meu corpo doía e foi um sacrifício até que eu conseguisse mexer uma mão e tocasse os lençóis.Mas então me dei conta de que havia uma mão sobre a minha, tentei ajustar meus olhos para conseguir ver naquele escuro, mas não consegui ver nada.Não conseguia me lembrar do que tinha acontecido, como consegui sair daquela floresta congelante. A última coisa que eu me lembrava era de estar muito frio e escuro, eu não conseguia ver muito a minha frente mesmo assim continuei andando até não aguentar o frio e a fome, então me sentei esperando pelo pior.— Sophie, você acordou? — a voz de Patrick soou em meio a escuridão e eu travei.O que ele estava fazendo ali? Provavelmente esperando que eu acordasse para brigar comigo por minha estupidez, ou pior,
Ela tinha acabado de acordar e já estávamos brigando. Como isso era possível? Eu passei a noite ao lado dela, mesmo que cada parte da minha sanidade mental me dissesse para correr daquele quarto.Mesmo depois que ela abriu os olhos no meio da madrugada, não consegui ir quando ela me pediu para ficar. Ficou claro quando subi na cama que ela não estava com frio, senti o corpo quente se aconchegando no meu. Mas ela estava tão vulnerável e frágil quando me pediu para ficar, que eu não consegui ir embora.Talvez fosse uma estupidez sem tamanho, mas não pareceu quando ela se enrolou ao meu lado ressonando. Mas quando eu acordei medo me tomou.Estava tão relaxado do sono tranquilo que tive, que acabei me virei e espreguiçando de forma tranquila, não me importando com nada. Mas quando me dei conta de onde estava foi que temi que Sophie tivesse visto a abominação que eu era.Ela não estava na cama, o lado onde a pequena tinha dormido estava bagunçado, mas não havia sinal dela ali.Merda! Me ap