Odeio a Katherine Heigl.
Sim, eu odeio.
Odeio o fato de ela ter feito um filme onde foi madrinha vinte e sete vezes.
Odeio que ela pareça tão feliz e altruísta naquele maldito longa-metragem.
Quem adora entrar na porra de um vestido ridículo e ficar parada com cara de mocinha emocionada enquanto duas pessoas se comprometem a se amarem para sempre? Que garota pensa que se ela estiver presente nos casamentos das amigas, fará com que elas devolvam o favor e participem do seu casamento com o cara escolhido, o homem certo?
Então, sim! Odeio Katherine Heigl.
Odeio que o filme tenha feito tanto sucesso. E principalmente:
Odeio que me comparem a ela.
Não estive em vinte sete casamentos, mas em doze até o momento. E pretendo parar exatamente neste número.
Ao contrário da mocinha de Vestida Para Casar, ser madrinha para mim não é uma honra, é errado e apenas uma obrigação. Uma imposição que começou há cinco anos com o casamento de Winny, minha irmã mais velha.
Eu e minhas outras três irmãs — exatamente, meus pais não tinham televisão — deveríamos ser damas de honra, e os noivos deveriam escolher casais já casados e que pudessem abençoar o seu casamento, mas minha irmã, sendo a primeira a casar de toda a escola e tendo uma família praticamente toda feita de casais divorciados ou que moram muito longe para cogitarmos convidá-los, se obrigou a transformar minhas irmãs e eu em madrinhas e arranjar pares para nós.
Acontece que nenhuma das minhas irmãs quis quebrar a tradição. Só aceitariam o convite se fossem de fato casadas, tinham medo de mudar o costume e serem presenteadas com azar em seus próprios casamentos. Desta forma, a única a aceitar ser madrinha da minha irmã fui eu, que não me importava com superstições e muito menos com casamentos. As outras foram damas de honra e tudo correu perfeitamente no casamento de Winny.
Meses depois, foi a vez de Becca casar às pressas por estar grávida, mas Winny já estava casada, então ela foi madrinha e me deixaram como dama.
O casamento de Becca foi um fiasco.
Uma tempestade destelhou a igreja inteira, molhando todos os convidados. A maioria foi para casa deixando minha irmã arrasada na recepção.
Depois, Lucy casou, mas estava brigada com Winny e não queria magoar Becca chamando-a para abençoar seu casamento quando o dela foi horrível, então lá fui eu novamente. O casamento, segundo elas, foi perfeito.
Neste meio tempo, Irene, nossa prima, casou e colocou Winny e Lucy para madrinhas, e eu e as outras como damas de honra. O casamento não durou dois meses. O marido fugiu com outra.
Então a minha última irmã, Anne, notou o padrão e me colocou para ser sua madrinha junto com Eli, nosso primo mais gato. Seu casamento foi perfeito, lindo, sem qualquer problema, e o proprietário do salão de festas acabou não cobrando as horas excedentes da recepção. Pronto. Eu me tornei a fada madrinha dos casamentos.
Winny acreditou em Anne e espalhou a notícia. De repente, o próprio Eli estava casando e mandando sua esposa dispensar a sua madrinha para me colocar no lugar porque queria sorte em seu casamento. A notícia se espalhou por nossos amigos em comum, e mesmo quem eu não encontrava há anos me convocava para ser madrinha, sem poder dar um não como resposta. Minha mãe sequer me deixava recusar. Ela acreditava que eu poderia arruinar um casamento se me negasse a ser madrinha de alguém.
Quando Vestida Para Casar passou em um canal da televisão a cabo durante um almoço de família, eu não tive mais paz.
“Você deveria guardar seus vestidos também, Amy”, Becca brincou.
“Sim, talvez lhe tragam sorte e você consiga um bom casamento!”, mamãe emendou em seguida.
Então sim. Existe uma tradição de casamento em minha cidade.
Algo velho...
Algo novo...
Algo emprestado...
Algo azul...
E Amelia Fergus.
Jenna não poderia ter escolhido um vestido menos quente? Ou menos apertado na cintura, menos bufante na saia, menos salmão na cor...?Tudo bem, eu estava sendo uma cadela mal-humorada. Mas eu estava com calor, estava cansada, e minha cota de casamentos havia alcançado um limite.Aquele seria o último.Jen e Luke seriam os últimos que me teriam como madrinha. As pessoas me usavam como pé de coelho, mas se esqueciam de perguntar como eu estava em relação a tudo aquilo. Gostava dos casais que me convidaram, mas realmente não tinha nenhuma ligação mais estreita com a maioria deles. Sem contar o desespero para ter sucesso no casamento.Não era a minha presença que evitaria as brigas, traições, rotinas, cobranças, doenças e também não seria a minha presença que lhes abençoaria com filhos, sexo gostoso pelo resto de s
— Você está bem? — perguntou novamente, retirando a pequena toalha pendurada em seu bolso e me entregando. — Desculpe, esse pano sujo não vai ajudar muito... Vem comigo, vou ajudar você a se secar.Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar, mas eu só consegui ficar parada, olhando para ele. Alto, porte másculo, cabelos escuros e sedosos, daqueles que quando mexemos não param no lugar e provavelmente escorrem pelos dedos, olhos cor de mel, os dentes pareciam levemente tortos — notei enquanto ele falava sem parar —, mas eram tortos de uma forma sexy... Combinava com ele.— Moça? Droga! Será que entrou água no cérebro? Está bêbada? — perguntou, franzindo o cenho e me analisando mais de perto. — Alô?! — caminhou um pouco mais e nivelou seu rosto com o meu.Piscando para trazer de volta o meu foco, balancei a ca
Ele não me levou até a porta de casa. Não deixei. Passava das dez da manhã, e meus pais estariam acordados, com toda a certeza.Droga, Amelia, consiga logo sua própria casa!Assim que passei pelo portão, virei em direção ao seu carro apenas para lhe acenar mais uma vez. Um último adeus. Ele prometeu que me ligaria, mas eu não criaria esperança.Com mais uma olhada, ele assentiu e acelerou seu Mustang GT-qualquer-coisa, que tanto se orgulhava, e foi embora.Quando fechei a porta e me escorei atrás dela, fechei os olhos tentando controlar tudo que sentia naquele momento. As lembranças da madrugada tentavam invadir minha mente, mas eu as bloqueava até que estivesse em meu quarto, na minha cama.— Amy? É você? — Ouvi meu pai perguntando da cozinha.— Sim! Bom dia, pai. Estou subindo.— Quem trouxe
O vestido vermelho delineava meu corpo valorizando o que precisava, com exceção dos meus seios. A única coisa que valorizaria meus seios seriam próteses mamárias. Meus peitos eram pequenos e mal enchiam meu sutiã tamanho P. Meu corpo era simples, pesava cerca de sessenta quilos, às vezes menos, na maioria das vezes mais. Meu bumbum era decente, assim como minhas pernas, mas meus seios eram simples, necessitavam de artifícios para que ficassem apresentáveis. No caso do vestido que usava para ir ao JJ Pub naquela noite, eu precisava de um sutiã push up, mas o único naquele estilo que eu tinha estava lavando, então nada de seios avantajados para mim.Meus cabelos eram cacheados, com cachos grandes e abertos, facilmente modeláveis. Eram castanhos, em um tom chocolate, assim como meus olhos. Optei por deixá-los soltos, mas peguei um elástico fino e discreto e coloquei
— Que tal a sua casa? — perguntei, deixando de lado qualquer protocolo existente no código de conduta inventado para a mulher não transar antes de cinco encontros.Nesse código de conduta, itens como “não se depile”, “use calcinha velha” e “diga que está menstruada” estavam no topo da lista. Mas a minha vontade de pular em Joshua e transar com ele a noite toda era maior e o fato de eu não estar dando “checked” em nenhum dos itens cagados dessa lista me levavam a acreditar que eu deveria fazer o que desejava, e não seguir um protocolo que me deixaria frustrada depois.Exatamente como fiquei nas duas últimas semanas quando não levantei todas as camadas de tecido cafona do vestido de madrinha e simplesmente transei com ele em seu carro. — Hum... Estou em transição entre casas agora — admitiu, e eu le
— Caramba! Você é muito preguiçosa. Vamos! Acorde, Amy. Já passa das onze. — Ouvi a voz baixa de Josh sussurrando enquanto distribuía beijos por minhas costas nuas.— Hum... Bom dia. Eu gosto disso. Mas não sou preguiçosa, é sábado — respondi, me virando, o rosto de Josh estava em meus seios. Com um sorriso, começou a beijá-los. — Josh... — murmurei, levando as mãos em seus cabelos.— Eu sou totalmente a favor de ficarmos na cama o dia todo, mas precisamos nos alimentar, por isso acordei você. Estou com fome, e a noite eu tenho que tocar em um bar na cidade vizinha — explicou entre os beijos deliciosos que dava.— Tudo bem, mas se você continuar fazendo isso, não sairemos — afirmei sem nenhuma convicção, estava totalmente bem em não sair para comer. Quem precisava de comida?
Eu não sabia dizer se as coisas entre Josh e eu estavam indo rápido ou devagar demais. Para mim, tudo estava indo de forma natural, estávamos saindo há três meses, mas não havia rótulos e sequer falávamos sobre isso. Nossos horários não eram lá muito compatíveis. Eu trabalhava em horário integral de segunda a sexta na escola, Josh trabalha de sexta a domingo como garçom em eventos ou tocando em bares, às vezes nas quartas-feiras também.Nós sempre arranjávamos um jeito de nos encontrar, saíamos para passeios, jantares, eu o acompanhava até seus pequenos shows nos bares, inclusive no Sea. Ele continuava a se esgueirar para a sala dos fundos ou para conversar com a tal de Libby sempre que estávamos lá, mas ela nunca saiu ou deu as caras no bar. Joshua geralmente voltava um pouco tenso depois que saía de lá e levav
Algumas manhãs depois, acordei com sussurros de Josh ao telefone. Seu apartamento era pequeno, o quarto era separado da pequena sala integrada na cozinha, mas eu conseguia ouvi-lo de qualquer forma.Levantei e fui até a porta, tentando não fazer nenhum barulho. Era errado o que eu estava fazendo? Sim! Era. Mas não consegui evitar. Especialmente porque Libby continuava vindo em minha mente. Sempre que estávamos no Sea para alguma apresentação, Josh ia para a sala dela e ficava por pelo menos dez minutos e voltava tenso.Em todas as vezes.— Bem, diga a ela que o papai também a ama. Que sempre a amará. — Seu tom era baixo, porém ríspido. — Mas você precisa dizer a ela a verdade, Libby, não continuarei mentindo para Mina cada vez que nos encontrarmos. E você precisa assinar os papéis. O prazo se esgotou.Mina?Pap&eacut