Ele não me levou até a porta de casa. Não deixei. Passava das dez da manhã, e meus pais estariam acordados, com toda a certeza.
Droga, Amelia, consiga logo sua própria casa!
Assim que passei pelo portão, virei em direção ao seu carro apenas para lhe acenar mais uma vez. Um último adeus. Ele prometeu que me ligaria, mas eu não criaria esperança.
Com mais uma olhada, ele assentiu e acelerou seu Mustang GT-qualquer-coisa, que tanto se orgulhava, e foi embora.
Quando fechei a porta e me escorei atrás dela, fechei os olhos tentando controlar tudo que sentia naquele momento. As lembranças da madrugada tentavam invadir minha mente, mas eu as bloqueava até que estivesse em meu quarto, na minha cama.
— Amy? É você? — Ouvi meu pai perguntando da cozinha.
— Sim! Bom dia, pai. Estou subindo.
— Quem trouxe
O vestido vermelho delineava meu corpo valorizando o que precisava, com exceção dos meus seios. A única coisa que valorizaria meus seios seriam próteses mamárias. Meus peitos eram pequenos e mal enchiam meu sutiã tamanho P. Meu corpo era simples, pesava cerca de sessenta quilos, às vezes menos, na maioria das vezes mais. Meu bumbum era decente, assim como minhas pernas, mas meus seios eram simples, necessitavam de artifícios para que ficassem apresentáveis. No caso do vestido que usava para ir ao JJ Pub naquela noite, eu precisava de um sutiã push up, mas o único naquele estilo que eu tinha estava lavando, então nada de seios avantajados para mim.Meus cabelos eram cacheados, com cachos grandes e abertos, facilmente modeláveis. Eram castanhos, em um tom chocolate, assim como meus olhos. Optei por deixá-los soltos, mas peguei um elástico fino e discreto e coloquei
— Que tal a sua casa? — perguntei, deixando de lado qualquer protocolo existente no código de conduta inventado para a mulher não transar antes de cinco encontros.Nesse código de conduta, itens como “não se depile”, “use calcinha velha” e “diga que está menstruada” estavam no topo da lista. Mas a minha vontade de pular em Joshua e transar com ele a noite toda era maior e o fato de eu não estar dando “checked” em nenhum dos itens cagados dessa lista me levavam a acreditar que eu deveria fazer o que desejava, e não seguir um protocolo que me deixaria frustrada depois.Exatamente como fiquei nas duas últimas semanas quando não levantei todas as camadas de tecido cafona do vestido de madrinha e simplesmente transei com ele em seu carro. — Hum... Estou em transição entre casas agora — admitiu, e eu le
— Caramba! Você é muito preguiçosa. Vamos! Acorde, Amy. Já passa das onze. — Ouvi a voz baixa de Josh sussurrando enquanto distribuía beijos por minhas costas nuas.— Hum... Bom dia. Eu gosto disso. Mas não sou preguiçosa, é sábado — respondi, me virando, o rosto de Josh estava em meus seios. Com um sorriso, começou a beijá-los. — Josh... — murmurei, levando as mãos em seus cabelos.— Eu sou totalmente a favor de ficarmos na cama o dia todo, mas precisamos nos alimentar, por isso acordei você. Estou com fome, e a noite eu tenho que tocar em um bar na cidade vizinha — explicou entre os beijos deliciosos que dava.— Tudo bem, mas se você continuar fazendo isso, não sairemos — afirmei sem nenhuma convicção, estava totalmente bem em não sair para comer. Quem precisava de comida?
Eu não sabia dizer se as coisas entre Josh e eu estavam indo rápido ou devagar demais. Para mim, tudo estava indo de forma natural, estávamos saindo há três meses, mas não havia rótulos e sequer falávamos sobre isso. Nossos horários não eram lá muito compatíveis. Eu trabalhava em horário integral de segunda a sexta na escola, Josh trabalha de sexta a domingo como garçom em eventos ou tocando em bares, às vezes nas quartas-feiras também.Nós sempre arranjávamos um jeito de nos encontrar, saíamos para passeios, jantares, eu o acompanhava até seus pequenos shows nos bares, inclusive no Sea. Ele continuava a se esgueirar para a sala dos fundos ou para conversar com a tal de Libby sempre que estávamos lá, mas ela nunca saiu ou deu as caras no bar. Joshua geralmente voltava um pouco tenso depois que saía de lá e levav
Algumas manhãs depois, acordei com sussurros de Josh ao telefone. Seu apartamento era pequeno, o quarto era separado da pequena sala integrada na cozinha, mas eu conseguia ouvi-lo de qualquer forma.Levantei e fui até a porta, tentando não fazer nenhum barulho. Era errado o que eu estava fazendo? Sim! Era. Mas não consegui evitar. Especialmente porque Libby continuava vindo em minha mente. Sempre que estávamos no Sea para alguma apresentação, Josh ia para a sala dela e ficava por pelo menos dez minutos e voltava tenso.Em todas as vezes.— Bem, diga a ela que o papai também a ama. Que sempre a amará. — Seu tom era baixo, porém ríspido. — Mas você precisa dizer a ela a verdade, Libby, não continuarei mentindo para Mina cada vez que nos encontrarmos. E você precisa assinar os papéis. O prazo se esgotou.Mina?Pap&eacut
Olhei para ele, incrédula. Se a menina não era sua filha e Libby não era a sua esposa... O que tudo aquilo significava?— Mas... Mas eu vi o dia que você estava abraçado com Libby enquanto ela chorava e dizia que estava com saudades. Hoje mais cedo você estava insistindo para ela assinar os papéis e disse que “papai também ama”... Eu lhe perguntei e você disse que ela era ninguém, Josh! — exclamei, furiosa. — Por que não me disse?— Eu tentei! — gritou. — Liguei para você, você não atendeu. Deixei recado no seu correio de voz dizendo que queria contar tudo!— Você teve a chance de me contar quando eu perguntei. Mas preferiu dizer que ela era ninguém. Por quê? Por quê? — rebati aos berros.— Porque eu tive medo do que você pensaria de mim! — gritou de volta.<
Meu corpo todo travou. Eu me mantive de costas para ele, tentando assimilar suas palavras.Ele me ama?— O que disse? — perguntei por precaução.— Eu disse que amo você, Amelia. Loucamente.Virei vagarosamente para encará-lo. Josh tinha seus braços abertos enquanto falava.— Tão loucamente, que eu escondi isso para não te assustar. Mas eu me apaixonei por você naquele cais. Naquela sessão de amassos durante a madrugada.Seus braços caíram e suas palmas bateram em suas pernas enquanto ele desviava seu olhar para as ondas do mar.— Eu sei. Que homem se apaixona à primeira vista? Eu não sei, culpe o maldito chafariz da senhora Kato, dizem que dá sorte de qualquer forma. O fato é que eu não consegui tirar você da minha cabeça.Seus olhos voltaram a me fitar, mas ele n&atil
Apenas para deixar claro, eu continuava odiando a Katherine Heigl.Tudo bem, não tanto.Minha rebeldia a respeito de casamentos acabou. Bem, tinha que acabar. Afinal, quando Jen e Luke estavam completando um ano de casamento, Joshua estava me pedindo para casar com ele. E mais seis meses depois, eu estava com Della, minha dama de honra, e minhas irmãs como madrinhas enfileiradas em nossa frente para sairmos do salão da senhora Kato em direção ao chafariz. É claro que a cerimônia seria lá. A festa seria na parte interna do salão.As velas foram acesas, e um gazebo de bambu retorcido repleto de pequenas flores e lâmpadas foi colocado na frente. O cenário ficou maravilhoso.Todos os nossos amigos e familiares estavam lá. Jenna e Luke, Lindsey e Went, Lorenzo, meu querido amigo, e sua Evelyn, que por sinal foi companheira de trabalho de Josh e a garota que acendeu as velas que a