Eu estava chorando em minha cama, todo meu corpo doía, eu estava cheia de hematomas, que ardiam e ardiam sem parar. Eu só sabia sentir ódio, muito ódio, eu odiava o Lucas e tudo o que ele fazia eu sentir, por que ele não pôde ir no lugar do Matteo? Por que ele teve que voltar e estragar com tudo de novo? Por que eu não podia ser feliz? Por que, meu Deus? Por quê?
De repente dois pingos de gente entraram no meu quarto e me viram chorando, tentei limpar as lágrimas, mas era tarde demais.
- Eu achei que o papai não te batesse mais. - Disse Mel.
- Por que ele te bate? - Me perguntou Vale.
- Não sei, querida, não sei. - Respondi.
As duas me abraçaram, me deram um beijo no rosto e ficam deitadas comigo, sinceramente, eu não sei o que faria se não tivesse elas na minha vida para me dar força nos momentos mais difíceis.
Aos poucos, Lu
Eu queria poder parar o tempo só para ficar mais tempo com Connor e também para não ter que voltar pra casa, quer dizer, eu queria voltar só por causa das meninas, mas não estava com a mínima vontade de olhar para a cara do idiota do Lucas. Sabem, ele tem filha, será que ele gostaria que um dia um homem tratasse a Mel do jeito que ele me trata? Conhecendo-o bem aposto que arrebentaria com o cara, sendo assim, não entendo o porquê dele me tratar dessa forma, o que será que eu fiz para merecer?Ao lado de Connor eu nem vi o tempo passar, queria que as horas não parassem, era tão impressionante como um garoto de 17 anos conseguia me fazer tão bem, com ele eu voltava a ser uma adolescente querendo descobrir a vida, ele me causava isso, me causava sensações indescritíveis, que eu não entendia, ou não queria entender.- Nossa, como caiu a tempera
- Misericórdia! O que aconteceu com você, garoto? - Perguntei incrédula ao vê-lo.Connor estava completamente machucado, seus braços tinham diversos arranhões, machucados e alguns cortes, suas pernas estavam do mesmo jeito e seus joelhos estavam um pouco inchados, ele caminhava com muita dificuldade, sentia muita dor, e seu rosto... Ai, meu Deus! Estava quase deformado, possuía um imenso corte na bochecha direita, tinha muitos ferimentos por todo o rosto, e seu olho esquerdo estava tão roxo e tão inchado que ele não conseguia nem abri-lo direito.- O… O Lucas. - Falou com muita dificuldade.- Ele fez isso com você? - Perguntei ao começar a chorar.Com muita dor, ele afirmou com a cabeça, e nisso as minhas lágrimas desceram feito água em cachoeira. Eu não conseguia acreditar nisso, quer dizer, vindo do Lucas eu não duvidava nada, mas p
Olhei para os olhos de Connor (bom, para o único olho que ele conseguia abrir), depois olhei novamente para os lábios dele, que mesmo machucados não deixavam de me tentar a beijá-los. E quando nossas bocas estavam a 1 milímetro de distância, a tia dele entrou bruscamente fazendo eu me afastar rapidamente do garoto. Ela nos olhou meio confusa, e logo perguntou:- Atrapalho algo?- Não, de forma alguma. - Falei. - O Connor foi conversar comigo na escola e eu fiquei apavorada ao vê-lo, então resolvi vir aqui um pouco para lhe fazer companhia, espero não ter incomodado.- De forma nenhuma, meu bem, eu agradeço pela preocupação. - Ela disse docemente. E então se sentou do lado de Connor. - Querido, eu pedi para você não sair de casa, era para ficar descansando e não pra ter ido para a escola, você nunca me obedece, né?- Desculpa, ti
Eu estava em meu facebook quando recebi uma solicitação de amizade, e de quem era? Sim, do Connor. Queria tanto aceitá-lo como amigo, mas eu não podia, tive que excluir a solicitação, Lucas tinha a senha da minha conta das redes sociais(ele me obrigou a passar para ele e eu não tive escolha), entrei no perfil de Connor e vi algumas postagens dele sobre espanhol, onde ele comentava que era sua matéria preferida, dei um leve sorriso ao ler isso, em seguida, vi as fotos dele, estava sempre com um sorriso no rosto, um olhar tímido e possuia poucas fotos, enquanto as via dei um leve sorriso novamente, me faria falta a amizade dele.Nos dias que se seguiram eu não vi o Connor e nem tive notícias ou contato com ele, o garoto me mandou algumas mensagens no facebook, mas eu nem respondi, apenas exclui todas para Lucas não ver. Meu coração estava em pedaços por não pode
- Kim! - Falou Joaquim ao me ver.- Senti tanto a sua falta. - Falei ao abraçá-lo fortemente.- Eu também. - Ele disse com um lindo sorriso.- Tá bem, querida? - Me perguntou papai fazendo eu voltar a realidade.Já fazia tempo que Joaquim tinha morrido, mas eu ainda sentia ele tão presente cada vez que ia à casa do meu pai, que falta que ele me fazia. Ainda não acreditava que ele tinha partido para nunca mais voltar.Acenei a cabeça positivamente respondendo a pergunta do meu pai, e ele me abraçou como se soubesse o que eu estava sentindo.- Pai, será que eu posso deixar as garotas aqui?- Claro, querida.Olhei para as meninasque estavam a brincar com Guillermo e as chamei. Ambas vieram correndo até mim.- Vocês vão ficar uns dias aqui na casa do vovô Ruggero para brincarem com o Gui. Se comportem, heim.-
Ao acordar me assustei ao ver Connor tão perto de mim me olhando, quase dei um pulo da cama.- Bom dia. - Fala com um imenso sorriso. - Desculpa, eu não quis te assustar. Ah, espero que não se importe, mas eu preparei o nosso café da manhã.- Sério? - Esbanjei um pequeno sorriso meio desacreditada.Ele acenou a cabeça positivamente e eu me levantei para fazer minha higiene matinal, e então, nos sentamos à mesa, que por sinal, estava linda, cheia de pães, frutas, bolos, suco de laranja e ele ainda havia colocado um vaso com flores no centro da mesa, Connor sabia bem como preparar um café da manhã. Enquanto comíamos, ele começou a falar de algo, eu não estava prestando muita atenção no que ele dizia, pois estava concentrada demais pensando o quanto eu gostaria que todos os homens fossem como Connor, se bem, que daí ele nã
- Connor, para. - O empurrei lhe afastando de mim. - Garoto o que você fez?- Fiz aquilo que você queria fazer, mas não tinha coragem. Vai dizer que não está bom. - Colocou a mão em minha nuca tentando me puxar para perto de si.- Claro que está. Digo… Nós não podemos. Não devemos.- Kim, não faça isso comigo, não faça isso com a gente. - Me pediu.Eu só queria que tudo fosse mais fácil, que eu não tivesse um homem louco na minha cola que écapaz de qualquer coisa, eu tinha tanto medo de Lucas descobrir da minha relação com Connor e fazer uma loucura, eu já tinha perdido o Matteo, não aguentaria perdê-lo também. Eu o amava tanto, só queria protegê-lo de todo e qualquer mal.- Me escuta. - Peguei em suas mãos e olhei bem no fundo dos seus olhos. - Voc&ecir
Na segunda-feira ficamos o dia todo em casa só nos curtindo, pois à noite voltaríamos para nossas casas e não sabíamos como seria após isso, como queria que Lucas não voltasse nunca mais, porém eu sabia que ele não me daria essa alegria, ele não era tão bonzinho assim.Estávamos deitados, era um completo silêncio, a gente só se olhava sem trocar uma palavra sequer, acho que ele estava sentindo o mesmo que eu, um misto de medo e incerteza com o que aconteceria quando a gente voltasse.Passei minhas unhas pelo braço dele, arranhando-o levemente e ele lançou um leve sorriso, mas não era o sorriso que eu tanto gostava, era um sorriso triste. Dei um selinho nele, fazendo ele esbanjar novamente o mesmo sorriso, e então, eu disse:- Aconteça o que acontecer daqui em diante, nunca, nunca, nunca esqueça o que a gente viveu porque pode