- Connor, para. - O empurrei lhe afastando de mim. - Garoto o que você fez?
- Fiz aquilo que você queria fazer, mas não tinha coragem. Vai dizer que não está bom. - Colocou a mão em minha nuca tentando me puxar para perto de si.
- Claro que está. Digo… Nós não podemos. Não devemos.
- Kim, não faça isso comigo, não faça isso com a gente. - Me pediu.
Eu só queria que tudo fosse mais fácil, que eu não tivesse um homem louco na minha cola que é capaz de qualquer coisa, eu tinha tanto medo de Lucas descobrir da minha relação com Connor e fazer uma loucura, eu já tinha perdido o Matteo, não aguentaria perdê-lo também. Eu o amava tanto, só queria protegê-lo de todo e qualquer mal.
- Me escuta. - Peguei em suas mãos e olhei bem no fundo dos seus olhos. - Voc&ecir
Na segunda-feira ficamos o dia todo em casa só nos curtindo, pois à noite voltaríamos para nossas casas e não sabíamos como seria após isso, como queria que Lucas não voltasse nunca mais, porém eu sabia que ele não me daria essa alegria, ele não era tão bonzinho assim.Estávamos deitados, era um completo silêncio, a gente só se olhava sem trocar uma palavra sequer, acho que ele estava sentindo o mesmo que eu, um misto de medo e incerteza com o que aconteceria quando a gente voltasse.Passei minhas unhas pelo braço dele, arranhando-o levemente e ele lançou um leve sorriso, mas não era o sorriso que eu tanto gostava, era um sorriso triste. Dei um selinho nele, fazendo ele esbanjar novamente o mesmo sorriso, e então, eu disse:- Aconteça o que acontecer daqui em diante, nunca, nunca, nunca esqueça o que a gente viveu porque pode
Eu estava sem vontade de comer, de tomar banho ou brincar com as meninas, só queria saber de duas coisas: chorar e dormir, pois não saberia como eu viveria sem Connor, ele era tão especial para mim, queria tê-lo para sempre bem perto de mim.Assim que desliguei a ligação com Lucas, resolvi fazer uma chamada de vídeo com Mila, precisava tanto conversar com ela, pois minnha amiga era minha confidente e uma das pessoas que eu mais confiava.- Amiga, tô passada! - Ela disse após saber dos ocorridos das últimas 72 horas. - Olha, eu super dou força, você sabe. Acho que vocês fazem um lindo casal, sempre te disse isso.- Miga, foco, ok? O lance é o seguinte: Eu amo o Connor, Connor me ama. Lucas. Entendeu?- Sim, mas queria não ter entendido. Pois é, isso é bem complicado. Mas olha, você não pode continuar vivendo nesse relacionam
Eu não consegui dormir a noite toda, só chorava e chorava de dor, as vezes eu desejava morrer, mas dai eu lembrava que nunca mais veria as minhas filhas, nem meu pai e nem o Connor, e eu não queria isso, eu precisava deles, e eles de mim, e sei que se em um ato de desespero, eu fizesse uma bobagem, eles sofreriam muito e isso era tudo o que eu não queria. Era por volta de 5h quando comecei a pensar o que eu poderia fazer com relação ao meu serviço, eu precisava trabalhar, precisava do dinheiro e eu amava o que eu fazia.Lucas saiu bem cedo por volta de 6h00, fingi que estava dormindo, escutei apenas os passos dele e temi que ele terminasse o que havia começado no dia anterior, mas ele saiu de casa em um completo silêncio, nem tomou café, o que dificilmente acontecia.Levantei com muita dificuldade, as dores quase não me deixavam caminhar, porém acho que as dores internas eram bem p
- Kimberly, estou esperando uma explicação. - Falou o garoto enquanto aguardava eu dizer algo.KIMBERLY? Ele nunca tinha me chamado assim antes e eu nunca tinha o visto daquele jeito, tão sério e preocupado.- Eu… Eu cai da escada.Ele me olhou surpreso e se afastou de mim, nossos olhares se cruzaram, e eu não consegui dizer mais nada. Connor me olhava de um jeito estranho, não gostei daquele olhar, senti como se ele tivesse desapontado comigo. Queria estar errada.- Eu pensei que você confiasse em mim.Abaixou a cabeça e saiu da sala. Corri atrás dele para saber o que ele faria, tinha medo de que ele fizesse alguma loucura.- O que você vai fazer? - O puxei pelo braço fazendo com que ele se virasse para mim.- O que você deveria fazer. Vou denunciá-lo.- Não, você não pode.- Posso e não
Ao voltar pra casa, me deitei no sofá e tentei dormir, mas eu só conseguia pensar em Connor, e na forma tão terna que ele me tratava. Ah, seu toque, seu beijo, a forma doce dele me tratar, o seu jeito de me olhar, tudo nele era fascinante, seria estranho se eu não me apaixonasse por ele, se eu não o desejasse com loucura, de um modo que eu não sabia que era possível desejar alguém. Era um amor sincero, verdadeiro, sem maldade, tudo o que queríamos era poder viver o nosso amor, e sermos felizes, e eu tinha a esperança de que esse dia ainda chegaria, ainda seríamos muito felizes, e eu viveria uma felicidade que até então eu desconhecia, ah, como eu queria que isso acontecesse logo, será que era pedir muito?Lucas trabalhava para uma empresa de forma home office, no entanto, antes dele começar a me torturar, estava buscando um outro emprego que não fosse como o atual,
Dia após dia, semana após semana e o inferno só aumentava, eu estava acabada, não tinha vontade de nada, estava com hematomas por todo o meu corpo, tudo doía, eu mal conseguia ficar em pé, pois as agressões eram constantes, ele me batia por besteiras, como quando eu falei que daria banho nas meninas, e ele disse que não tinha necessidade de eu dar naquele horário, então eu falei que aquela hora seria melhor porque depois ficaria muito tarde, ai ele disse ''ah, vai me desobedecer, é?'' e aí foi cintada para todos os lados. Lucas estava mais violento do que o normal, pois antes ele ainda tinha momentos em que era carinhoso e até romântico, mas ultimamente ele só me dirigia a palavra para brigar, as vezes me batia até na frente das meninas e nem adiantava ambos chorarem e berrarem para ele parar, pois ele só parava quando cansava, e demorava para isso acontecer, quando
Assim que o sinal para o segundo período tocou, eu chamei Kevin para conversar e nos dirigimos até a sala de reforço, que estava vazia. Me sentei de frente para ele e o olhei, o garoto estava cabisbaixo, nem conseguia me olhar nos olhos, estava visivelmente triste e envergonhado. Por um momento cheguei a me ver nele, eu sabia exatamente o que aquele pobre menino estava sentindo, e eu sabia o quão difícil era contar isso para alguém, se eu tivesse coragem de contar que comigo acontecia o mesmo, talvez ele tivesse coragem de se abrir comigo, mas e se não fosse isso? E se ele estivesse se envolvido em alguma briga de adolescentes? Sem falar no fato que eu não conseguia me abrir sobre isso para qualquer pessoa.- Quer me contar o que está acontecendo? - Peguei em suas mãos lhe passando segurança. Ele me olhou e fez menção em falar. - Ah, e não me dê desculpas bobas, porque eu n
- Professora, me ajuda, por favor, eu não quero mais isso. - Falou Kevin.Pensei por um instante, não sabia o que fazer, eu não podia levá-lo para minha casa por conta do maluco que morava comigo, e o pobre garoto me contou que não tinha nenhum lugar que ele pudesse ir, foi aí que eu tive uma brilhante ideia.- Acho que eu sei como te ajudar.- Como? - Seu olhar refletia curiosidade.- Me encontra na frente da sala 301 assim que o sinal tocar. Já sei o que faremos.Kevin não havia entendido nada, mas estava curioso para saber no que eu havia pensado, eu estava torcendo para dar tudo certo, pois eu queria muito ajudá-lo, não conseguiria saber que um aluno meu está passando por isso e que eu não fiz nada para ajudar, eu não permitiria e nem seria conivente com um absurdo desses.Trabalhei super malnesse dia, mal conseguia me concentrar