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— Demitida? — Meu coração chegou a errar as batidas. — O que houve, senhor, o que fiz de errado?

— Achou mesmo que sou burro, menina? — Levantou-se nervoso e veio em minha direção. — Aurora, mora na capital, tem dezoito anos e um Pinscher possuído pelo demônio. — Senti minhas pernas tremerem. — Achou mesmo que colocaria dentro da minha casa alguém sem saber as procedências?

Fui descoberta.

— Me desculpa, senhor, eu menti, devia ter falado a verdade desde o começo.

— Tarde demais! — gritou. — Sabe o que mais me impressionou? A sua capacidade e rapidez de inventar mentiras!

— Eu estava precisando muito desse emprego e...

— Cala a boca! — Gritou outra vez. — Se tem algo que odeio nesse mundo, é a mentira, sabia? Quero que arrume suas coisas e saia da minha casa imediatamente!

— Mas está de noite.

Nesse momento ele se encostou tão próximo a mim que fiquei com medo de sua reação, até parecia um déjà vu.

— E o que tenho a ver com isso? — Abaixou a voz. — Não é você que gosta de fica
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