POV: AVRIL
Ao sair da sala, quase trombei com Jasper, que mal me lançou um olhar antes de assentir com a cabeça e adentrar o escritório. Permaneci ali por alguns instantes, encostada na parede, tentando recuperar o fôlego e acalmar o coração acelerado. Era inegável que a sedução de Archer estava começando a mexer profundamente com meus desejos, algo que me deixava desconcertada e confusa.
— Maldito — murmurei para mim mesma, enquanto minha atenção era capturada pelas vozes abafadas que vinham do escritório. As palavras "cadáver" e "corpo" ecoaram claramente, enviando um arrepio gélido pela minha espinha e fazendo meu estômago revirar.
Minhas mãos ficaram úmidas e frias ao imaginar o que poderia estar acontecendo. De quem era o corpo de que eles estavam falando? A inquietação tomou conta
POV: AVRIL— Seu pé está doendo muito, não é? — indagou Stone, com as mãos enfiadas nos bolsos de maneira despreocupada. Ele me mediu de cima a baixo, soltando um suspiro que parecia impaciência.— Estou bem, só preciso evitar os saltos hoje — retruquei, dando de ombros e tentando manter a compostura. Estava pronta para sair quando, ao abrir a porta, dei de cara com o médico que aguardava no corredor. Parei abruptamente, surpresa.— O que ele está fazendo aqui? — perguntei, lançando um olhar acusador para Archer.— Ele veio examinar seu tornozelo — respondeu Archer, aproximando-se mais uma vez, inclinando-se para sussurrar em meu ouvido. — Teimosa!— E eu disse que não precisava! — rebati, cerrei os punhos, sentindo a raiva ferver sob a superfície enquanto o fuzilava com o olhar.Archer, no entanto, apenas arqueou uma sobrancelha, seu olhar desafiador e cheio de arrogância.— Quer que eu recite o parágrafo e a cláusula sobre seus cuidados, senhorita? — disse ele, a voz carregada de um
POV: AVRIL— É exatamente assim — concordou ele, sem perder o bom humor. — Por isso, faça o que eu digo e fique perto de mim. Hoje, visitaremos o local para oferecer suporte, caso necessário, e também para sermos vistos juntos. Quanto ao seu tornozelo, diga que...Ele parou por um momento, pensativo, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as palavras.— A verdade, que eu estava com pressa e torci o pé na escada, e então meu bravo noivo e herói me amparou de forma tão romântica! — encenei dramaticamente, colocando o braço na testa como uma donzela em perigo. Archer soltou uma gargalhada, a diversão evidente em seus olhos, e deslizou no assento para se aproximar ainda mais de mim.— Algo assim — respondeu ele, ainda rindo, mas havia uma suavidade inesperada em sua voz que me pegou desprevenida. — Então, foi assim que aconteceu? Achei que uma distraída havia caído bruscamente em meus braços e depois fugido como se tivesse visto um fantasma — acrescentou Stone, piscando provocativame
POV: ARCHERAdentramos o local, que estava um caos organizado. Os organizadores corriam de um lado para o outro, ajustando os últimos detalhes no grande salão, onde o evento logo teria início. As luzes brilhavam intensamente, refletindo nos elegantes lustres de cristal, enquanto os arranjos de flores exuberantes eram posicionados meticulosamente sobre as mesas. O som irritante da voz estridente de Celeste ecoava ao fundo, gritando ordens e direcionando o fluxo frenético de trabalho. Suas palavras se misturavam ao som dos passos apressados e ao zumbido das conversas. Porém, era impossível ignorar a presença que se destacava, emanando uma aura de autoridade inquestionável: Sant Everest.Ela surgiu por entre as enormes portas, caminhando com uma postura majestosa que exalava elegância e poder. Cada movimento era calculado, cada gesto, uma demonstração de sua influência. Sua presença dominava o ambiente, captando instantaneamente a atenção de todos.Aproximei-me de Avril, inclinando-me le
POV: ARCHER— Ah, que momento mais fofo! — A voz aguda de Celeste interrompeu abruptamente, ressoando pelo salão como um grito descompassado. Ela se aproximava com passos desleixados, os saltos de seus sapatos ecoando de maneira irritante contra o chão polido. — Posso participar?A chegada intempestiva de Celeste quebrou a atmosfera delicada que se formava, e eu pude ver o desconforto nos olhos de Avril. Sant Everest franziu o nariz com desgosto, sua expressão rapidamente se transformando em uma máscara de desdém ao encarar Celeste.— Que falta de elegância interromper um momento assim, Sra. Celeste. — A voz de Sant era cortante, cada palavra pronunciada com uma precisão gelada que fez Celeste empalidecer. — Você sabe muito bem que não suporto esse tipo de atitude.Celeste engoliu em seco, tentando se recompor. Seu sor
POV: ARCHER— Estão nos fotografando. — Respondi em um sussurro, inclinando-me mais perto, permitindo-me admirar cada detalhe de sua beleza. — Pensei em dar à mídia um momento de ternura.— Você não vai me beijar! — Contestou Avril, sua voz firme, sorri, gostando da intensidade entre nós.— De onde eles estão, parece que estou prestes a fazer isso. — Sussurrei de volta, o tom sedutor. — Mas não se preocupe, não pretendo mais beijá-la... a menos que você queira.Seus olhos se estreitaram em suspeita.— O que foi? Quer que eu a beije? — Provoquei, minha voz carregada de insinuação.— Eu não disse isso! — Ela virou o rosto, mas eu suavemente a puxei de volta, usando apenas um dedo sob seu queixo.—
POV: ARCHEREla fez uma pausa, os olhos se estreitando em desdém.— Um pouco clichê e fora de moda, não acha? — A provocação em sua voz era clara, e o sarcasmo escorria em cada sílaba.— Entendi. — Falei de forma seca, uma gargalhada fria e sem vida escapando dos meus lábios enquanto passava as mãos pelos cabelos, frustrado. A tensão em meu corpo era palpável, como se cada músculo estivesse prestes a se romper. — Sabe, Avril, quando a verdade finalmente vier à tona, você vai perceber que, no fundo, eu nunca fui o vilão desta história. Tudo o que fiz foi para...— Me proteger? — Avril me interrompeu antes que eu pudesse terminar, avançando entre nós dois, mesmo mancando, com uma força determinada e o olhar carregado de desafio. Seu rosto estava marcado pela dor e pelo desprezo, m
POV: AVRILMeu pé já estava muito melhor. Passei pelo café para averiguar todo o processo, e mais tarde cantei na boate, aliviada por finalmente ter um tempo de paz sem Corand me perseguindo. Apesar das constantes investidas e insinuações de Archer Stone, continuei deixando-o acreditar que minhas saídas noturnas eram para encontrar meu "namorado" fictício. Isso o mantinha à distância, ao menos por enquanto.A grande noite do jantar com baile de máscaras havia chegado. Fitei a cadeira onde repousava o vestido elegante: um azul escuro profundo, com sutis brilhos dourados ao longo do decote em V. As laterais das coxas tinham aberturas sensuais que revelavam a pele de forma discreta, mas provocante. Vesti o traje, sentindo o tecido deslizar suavemente sobre a minha pele, moldando-se perfeitamente às minhas curvas de forma quase deliberada. Ao me olhar no espelho, fiquei surpresa com o
POV: AVRIL— Não é nada. — Ele deu de ombros, o sorriso ainda nos lábios. — Só quero aproveitar um pouco. — Sem cerimônia, pegou outra taça e a esvaziou de uma vez, sem perder o ritmo. — Vamos cumprimentar algumas pessoas e encontrar a Sra. Everest.Assenti, ainda hesitante, enquanto o seguia pelo salão. Fomos abordados por várias pessoas, trocando cumprimentos formais e diálogos curtos. Eu mal conseguia acompanhar todos os nomes e rostos, mas Archer parecia à vontade, movendo-se com a confiança de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo.A música alta envolvia o ambiente, fazendo os convidados rodopiarem pelo salão, entregues à dança e à diversão. Archer, mantendo a postura impecavelmente ereta e elegante, estendeu a mão em minha direção, seus olhos fi