POV: AVRIL
Aquelas palavras eram como facas afiadas, mas Archer, firme ao meu lado, respondeu com uma calma calculada.
— Eu não a amava, Neandra. — Ele começou soltando um longo suspiro, mas sem desviar o olhar. — Nunca a iludi com sentimentos falsos. Sempre insisti para que ela segue em frente, encontrasse alguém que pudesse lhe proporcionar uma relação verdadeira. — Sua voz era firme, mas havia uma dor contida ali. — Tudo o que fizemos foi estritamente comercial. Willow sabia disso desde o início, ela nunca foi minha esposa de verdade.
Ele parou, olhando para o caixão de Willow, e eu pude ver seus olhos marejados. Um nó se formou na minha garganta ao sentir a gravidade daquele momento.
— Will sempre foi uma grande amiga, a melhor que eu poderia ter. — Confessou Archer, sua voz trêmula por um breve momento. Ele
POV: AVRILLongos meses se arrastaram desde o falecimento de minha mãe e de Willow, e Neandra Collen parecia ter desaparecido completamente. O silêncio sobre ela era perturbador. A mídia não demorou a criar teorias, muitas delas ligando seu sumiço à família Stone, mais uma especulação em meio ao caos. O império empresarial ainda estava fragilizado, e Archer, impossibilitado de acessar os escritórios devido às investigações, geria os negócios de casa. Mesmo assim, ele mantinha um semblante tranquilo, sempre iluminado por um sorriso sincero ao ver nosso filho.— Tem certeza de que precisa ir? — Archer perguntou, com uma nota de preocupação em sua voz. Ele se inclinou, depositando um beijo suave em meus lábios, cheio de ternura. — Não me sinto seguro com você saindo sozinha assim.Nos
POV: AVRILO arrepio que percorreu meu corpo foi imediato, como se cada célula tivesse despertado ao som de suas palavras. Minha pele se eriçou, e eu suspirei, inalando profundamente o aroma familiar de Archer, uma mistura de madeira e especiarias que sempre me trazia uma sensação de conforto e desejo. Lentamente, ergui os olhos para encontrar os dele, que me encaravam com uma intensidade quase hipnotizante.— Não lembro de ter aceitado você como marido — retruquei, mordendo o canto dos lábios, tentando manter a provocação em meu tom, embora soubesse que minha resistência estava enfraquecendo.— Ah, mas eu me lembro muito bem — respondeu ele com ousadia, um brilho perigoso dançando em seus olhos. Sua mão firme me puxou para mais perto, e sua voz ficou ainda mais baixa, carregada de insinuações. — Me lembro de t
POV: AVRILAssim que chegamos, os seguranças desceram primeiro, com a postura sempre vigilante. Eles se espalharam ao redor do perímetro, inspecionando cada detalhe antes de se posicionarem ao lado da minha porta. Quando um deles a abriu, fiz uma última respiração profunda antes de sair.Meu pai estava na entrada, os braços cruzados firmemente sobre o peito, e o cenho franzido, uma expressão que conhecia muito bem. Ele não estava de bom humor. Sua postura rígida e o olhar descontente já denunciavam isso.— Precisa mesmo de tudo isso? — reclamou ele, com uma pontada de sarcasmo na voz, apontando para os seguranças ao redor. — Não acha que seu namorado está exagerando? Eu não preciso de uma babá!— Concordo, papai — disse, tentando suavizar seu mau humor com um sorriso, enquanto me i
POV: ARCHEREstava em mais uma reunião com os acionistas restantes, aqueles que ainda se mantinham fiéis e confiantes de que eu conseguiria reerguer o império. A tensão na sala era palpável, mesmo através das telas de videoconferência. As últimas semanas tinham sido um verdadeiro caos: tudo começou com o envolvimento desastroso com os russos, o rombo financeiro deixado por Ethan, a explosão que abalou a sede da empresa, a morte trágica de Willow, e agora, as novas especulações insanas que circulavam pela mídia, insinuando que "minha amante havia assassinado minha esposa sob minhas ordens." Cada dia parecia trazer uma nova crise, e tudo estava escapando do controle.Eu me sentei mais ereto, ajustando a postura enquanto os acionistas discutiam os relatórios financeiros. A voz grave e cansada de Henry, o acionista mais antigo do grupo e um dos primeiros a
POV: AVRILMeu corpo congelou quando vi as manchas de sangue em suas roupas pretas. A visão era assustadora, o tecido escuro manchado de vermelho, e o sorriso frio que se formava em seus lábios fez um arrepio percorrer minha espinha. Ele segurava uma arma, o cano apontado diretamente para mim, seus olhos cruéis percorrendo o ambiente, verificando se havia alguma ameaça por perto. Tudo naquele momento gritava perigo.— Lugar fofo — ele disse, a voz ressoando pelo espaço enquanto tombava a cabeça para o lado, como se estivesse realmente admirando o café.Minhas mãos se fecharam em punhos, e dei um passo hesitante para trás, meu olhar se movendo desesperadamente por trás dele, buscando algum sinal dos seguranças que deveriam estar ali. Mas não havia ninguém.— O que você está fazendo aqui? —
POV: AVRIL— Aquele pirralho é seu filho! — gemi, minha voz entrecortada pela dor e pelo esforço de respirar. Ainda tonta e ofegante, deslizei pela parede, sentindo a cabeça latejar com cada pulsação. — Você é o pai dele... por que está tentando destruí-lo?Ethan se aproximou novamente, seus passos lentos e calculados. Parou diante de mim, seus olhos frios e impiedosos brilhando com uma escuridão que beirava a psicopatia. Não havia vestígio de remorso, apenas uma frieza assustadora.— Porque ele sempre esteve no meu caminho para conquistar o império! — ele disse, com uma calma que fazia suas palavras soarem ainda mais cruéis. — Luka, Nicolas e Archer... todos eles sempre foram uma pedra no meu sapato. E aquele maldito termo de herança é ridículo. Então, eu precisei de uma mari
POV: ARCHERCheguei ao café e fui recebido por um cenário caótico. Policiais e seguranças vasculhavam o local em silêncio sombrio. A tensão no ar era palpável, e meu estômago se revirava à medida que me aproximava. No chão, à porta, Andrew estava sentado, os ombros encolhidos, com um pano sobre ele. Seu corpo tremia visivelmente, e eu sabia que ele estava à beira de um colapso. Meus olhos vagaram até os dois corpos cobertos com sacos plásticos pretos ao lado da cafeteira. O que quer que tivesse acontecido ali, foi brutal.Quando me aproximei, Andrew ergueu o olhar para mim. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, mas havia uma fúria descontrolada em seu rosto. Assim que me viu, ele se levantou abruptamente, vindo em minha direção com o dedo apontado.— Isso é culpa sua, não é?
POV: ARCHERO policial me encarou, suas feições contorcidas pela raiva.— Está ameaçando um agente da lei? — ele rosnou, puxando a arma da bainha, sua mão firme no cabo como se estivesse pronto para usá-la.— Alertando — corrigi, minha voz fria e cortante. Meus seguranças, que haviam ficado atentos, se moveram quase que por instinto. Vi suas mãos repousarem sutilmente sobre as armas, prontos para qualquer movimento do policial. — Se tiver alguma pista, sabe onde me encontrar.Com isso, virei as costas para ele, deixando claro que a conversa tinha terminado. Dei alguns passos, mas senti o movimento atrás de mim. Antes que o policial pudesse agarrar meu ombro, um dos meus seguranças interceptou rapidamente, segurando o pulso dele com firmeza, impedindo o toque.— Sugiro que pense duas vezes