POV: ARCHER
Entrei no meu quarto, mas hesitei ao alcançar a porta. Virei-me para lançar um último olhar para o quarto que nos conectava. Um suspiro pesado escapou dos meus lábios. Droga, por que a cada vez que tento me afastar, meu corpo clama por ela? Tudo o que eu queria agora era me perder novamente em seu sabor, sentir o calor da sua pele contra a minha, os gemidos abafados que ela tentava conter enquanto se contorcia sob meus toques.
— Archer? — A voz impaciente de Neandra interrompeu meus pensamentos, dessa vez ainda mais ríspida.
A raiva borbulhava dentro de mim enquanto saía abruptamente do quarto, minhas mãos cerradas. Meus olhos semicerraram em fúria, a irritação queimando em cada célula do meu corpo.
— Eu já ouvi! — Gritei, com a voz carregada de arrogância, não me importando com o to
POV: ARCHEREla me olhou, os olhos azuis brilhando com uma esperança desesperada, enquanto ela bebia a água, senti o peso daquela esperança me envolvendo. Antes que eu pudesse me afastar, Willow agarrou minha mão com força, puxando-a contra seu rosto. Seus olhos se fecharam, enquanto sua pele fria descansava sobre minha palma.— Por que fez isso se diz que não me ama? — Sua voz era suave agora, um murmúrio carregado de mágoa. Ela pressionou minha mão contra o rosto, como se aquele toque pudesse afastar a verdade dolorosa que pairava entre nós. — Por que não pode continuar cuidando de mim, me amando, como eu sempre sonhei?A pergunta de Willow não era nova, mas a dor em suas palavras me atingiu de forma diferente desta vez. Ela queria tanto que eu fosse o homem que ela idealizou, que pudesse oferecer a segurança e o afeto que el
POV: ARCHEROlhei fundo em seus olhos, buscando um fio de sinceridade.— Preciso que seja honesta comigo agora. Você pode fazer isso? Você pode, ao menos uma vez, ser honesta comigo e me ajudar?Ela piscou, surpresa com minha súbita mudança de tom, e vi um lampejo de algo em seus olhos, talvez culpa, talvez arrependimento. Seu rosto se suavizou por um instante, e ela inclinou a cabeça, hesitante.— Te ajudar com o quê? — Willow franziu o cenho, claramente confusa. Sentei-me mais perto dela, segurando suas mãos entre as minhas e acariciando o dorso com suavidade. — Eu senti sua falta, Archer.— Eu sinto falta da minha amiga, aquela que esteve ao meu lado quando tudo começou a desmoronar. — Minha voz estava carregada de uma melancolia sincera, enquanto observava a tristeza tomar conta de seus olhos. — Você me encorajou a se
POV: ARCHER— Jasper? — Chamei, minha voz carregada de incredulidade e preocupação. Ele se virou lentamente, com um sorriso tenso, quase doloroso, e os olhos marejados, refletindo uma dor profunda que ia muito além dos ferimentos visíveis.Dei um passo à frente e o envolvi em um abraço apertado, sentindo a fragilidade de seu corpo marcado pela tortura. Seu pé estava enfaixado de forma grotesca, e pude ver que alguns dedos estavam faltando, assim como alguns dentes, o que fez meu estômago revirar de revolta.— Droga, o que fizeram com você? — Sussurrei, minha voz falhando levemente. A raiva tomou conta de mim rapidamente, cerrando os punhos ao lado do corpo, como se isso fosse o suficiente para controlar a fúria que subia em ondas.Jasper riu, mas era uma risada sem vida, cheia de resignação, enquanto se deixav
POV: ARCHERMeus olhos se arregalaram, o choque percorrendo cada fibra do meu corpo enquanto o peito subia e descia descompassado. As palavras de Jasper rodavam na minha mente, a possibilidade de Luka estar vivo rasgando minhas emoções em todas as direções. O som de sua voz ecoando nas lembranças, a esperança e o medo colidindo.— Ele está vivo? Onde ele está? — Minha voz saiu alta e desesperada, enquanto eu me lançava para frente, agarrando Jasper pela camisa e o puxando para mais perto, os olhos fixos nos dele, implorando por uma confirmação que eu temia não vir.Jasper manteve o olhar baixo, sua expressão encharcada de dor e lamento. Pousou a mão sobre a minha, que ainda o segurava com força, e apertou levemente, balançando a cabeça em negativa.— Eu sinto muito, Archer. — Sua voz saiu rouca, carregada de culpa e tristeza.As palavras dele bateram em mim como um soco direto, me deixando estagnado. O choque reverberou por todo o meu corpo, e por um instante, parecia que o tempo havi
POV: AVRILCom a mente mais tranquila, permiti-me o luxo de mergulhar na banheira por um longo período, deixando a água morna aliviar as tensões acumuladas. Depois, já revigorada, sentei-me ao piano, deixando os dedos deslizarem pelas teclas, acompanhados por uma melodia suave de minha autoria. Cada nota parecia carregar uma parte de mim, uma peça dos sentimentos profundos que eu lutava para processar. Cantar as palavras que escrevi trazia-me paz, uma maneira de guiar minha mente para longe do caos que era a minha vida e, talvez, ajudar quem escutasse a sentir o mesmo.Enquanto as notas fluíam, o relaxamento tomava conta do meu corpo, o peso da realidade parecia mais leve, até que uma voz ríspida cortou a suavidade do momento como uma lâmina fria.— Fox? — A voz áspera ressoou atrás de mim, seca e carregada de desprezo.Instant
POV: AVRILSuspirei, forçando-me a não reagir à provocação. Eu sabia que, no fundo, as palavras de Neandra não passavam de uma tentativa desesperada de me abalar.— Não estou interessada em tomar o lugar de ninguém. — Respondi friamente, mantendo a compostura. — Certo, irei ver sua filha, mas você não interfere e se mantém longe.Neandra cerrou os punhos ao lado do corpo, o tremor de sua raiva percorrendo cada centímetro de seu ser.— Isto é um absurdo! Eu sou a mãe dela! — Sua voz saiu em um sussurro furioso, quase contido, mas carregado de ressentimento.Eu dei um passo à frente, invadindo seu espaço pessoal, aproximando-me tanto que nossas respirações quase se misturaram.— E eu? — Minha voz soou baixa, fi
POV: ARCHEREu sentia meu peito apertar com cada nova revelação de Luka. Sua voz cansada e o peso do que ele estava compartilhando me deixavam à beira do desespero. A certeza de que meu irmão estava morto já era uma ferida aberta em minha alma, mas agora havia algo ainda mais sombrio e profundo. A gravação que continuava a rodar me forçava a confrontar verdades que eu não estava pronto para aceitar.Luka continuou:"Depois que percebi que algo estava errado, vi um brilho vermelho... sangue. Havia sangue perto da cabana. Corri para procurar nosso pai, mas não o encontrava. Fui seguindo o rastro, ele desaparecia e surgia de novo pela neve. Era como se alguém tivesse arrastado algo pesado. O carro... o carro dele tinha sumido."Minha respiração ficou pesada, minhas mãos trêmulas segurando o gravador enquanto eu imaginava a cena. O silêncio da floresta, a neve imaculada manchada com rastros de sangue... E então, o carro desaparecido. O que Ethan estava fazendo? Qual era o seu plano?Luka f
POV: AVRILOs dias se arrastavam sem qualquer sinal de Archer Stone. Nem no escritório, nem pelos corredores da mansão, parecia que ele tinha desaparecido. Eu me sentava sozinha na mesa de jantar, as luzes suavemente baixas, o silêncio esmagador preenchendo cada canto daquela imensa casa. O ambiente parecia me sufocar, como se a ausência dele transformasse a mansão em algo ainda mais sombrio e opressivo.Compreendia o quão frágil era a nossa situação. Não esperava promessas nem juras de amor, e, afinal, fui eu quem o afastou. Mas já era demais passar dias sem um único sinal de vida. Estava começando a achar que sua ausência não era apenas uma questão de respeito às minhas escolhas, mas algo mais profundo.Enviei mais uma mensagem, deixando a provocação fluir em cada palavra:"Está tão mergulhado em sua arrogância que decidiu viver só disso agora? Não vai se alimentar? Venha jantar, essa mansão está parecendo um castelo assombrado no silêncio."Apertei o celular nas mãos, esperando uma