Thomas de AlbuquerqueA semana voa como sempre quando tem mil compromissos. As coisas estão ficando mais promissoras nos negócios e sinto que tudo vai dar certo. Consegui recuperar parte do prejuízo que César me deu com alguns investimentos.Me sinto até bem-humorado para variar. É sábado, mas acordo no mesmo horário de sempre. Vejo Cecília na outra cama, com a bunda arrebitada no pijama velho que insiste em usar. Visto um conjunto de moletom e saio para correr. O vento frio quase queima meu rosto, mas não paro. Perco a noção de quantos quilômetros corri e decido voltar. Gasto cerca de duas horas entre a ida e a volta. Sinto meu corpo quente e os músculos protestando pelo desgaste em excesso, mas nem isso abala meu humor.Eu sou bom pra caralho no que faço, isso já é motivo suficiente para que o sábado fique alegre.Funcionários do hotel me cumprimentam enquanto subo até o quarto onde estou morando. Cecília se acostumou a estar aqui, pelo que pude ver.Apesar de ter me evitado como di
Cecília MagalhãesEu nem sei mais o que está acontecendo com a minha vida. Que as coisas mudaram e nunca mais vão ser as mesmas eu já entendi. Não sou burra. Meio idiota às vezes, mas não sou burra. O problema é que não consigo mais entender como as coisas mudaram dessa vez. Já tinha me acostumado com Thomas grosso, sem me dar atenção.Eu não tenho a menor ideia do que está acontecendo com o Thomas agora. Ele está até parecendo um ser humano nos últimos tempos e eu não gosto disso, porque faz coisas estranhas comigo.Ele acabou indo assistir uma peça comigo ontem, e depois me levou para jantar. Até me deixou escolher o restaurante. E eu não sei o que estava pensando quando a gente voltou para o hotel, mas acabei dormindo na mesma cama que ele. E Thomas nem encostou em mim. Só dormiu do meu lado. Me deu boa noite e dormiu.Acho que algum espírito ocupou o corpo dele, é a única explicação.Acordo sozinha na cama, porque para variar o maníaco que ele é acordou cedo mesmo que seja domingo
Cecília MagalhãesNão consigo pensar direito com ele assim tão perto, mas até eu sei que é uma ideia muito ruim me entregar para Thomas. Não vai ter volta, sei que não vai. Eu já não o odeio como devia odiar, gosto de ficar perto dele. Se eu deixar Thomas ser meu primeiro, nunca vou conseguir escapar desse CEO arrogante. E o problema é que não quero escapar.Thomas me beija e meu cérebro termina de derreter. Que nem da última vez, é um beijo bruto e violento, que me toma inteira. Thomas me agarra pela bunda e me puxa para cima. Sem pensar muito, eu prendo as pernas em volta da sua cintura para não cair e quando faço isso o beijo fica ainda mais forte.Thomas me joga no colchão e deita por cima de mim no mesmo segundo. Sua boca sai da minha e vai para o meu pescoço com a mesma intensidade, beijando e chupando a minha pele. Ele puxa as alças do meu vestido para baixo e abocanha meus seios.— Thomas… — gemo e arqueio o peito. Ele segura minha cintura com força enquanto alterna entre um s
Thomas de AlbuquerqueNão fui trabalhar hoje. Preferi resolver as burocracias daqui do hotel mesmo, para ficar de olho em Cecília. A garota ainda dorme, largada na cama do mesmo jeito que pegou no sono, enquanto tomo uma xícara de café e confiro a contabilidade. Depois do golpe de César, estou atento a tudo o que o novo diretor financeiro faz, mesmo que de longe. Não entendo muito da parte de contabilidade, mas sei investigar muito bem se nada está sendo desviado.— Ah, Thomas… — Ergo o olhar para a cama e vejo Cecília se contorcendo. Ela continua gemendo meu nome e eu abro um sorriso. — Não sei fazer isso.Parece que alguém gostou mesmo da trepada. Eu a observo por mais alguns segundos e volto a trabalhar. Olha a hora no relógio e me lembro de que ela tem aula. Se não acordar agora, vai perder o horário. Suspiro com a irresponsabilidade da garota e me levanto. Vou até ela e a sacudo de leve.— Thomas… — resmunga e se vira para o outro lado. Ela deixa à mostra a bunda mal coberta pelo
Cecília Magalhães— Eu nem acredito que você finalmente perdeu essa virgindade, minha amiga!— Shhhh! — Olho em volta para ver se alguém ouviu os gritos sem noção da minha amiga, mas não acho que ninguém está prestando atenção em nós duas enquanto andamos pelo campus da faculdade.As semanas estão passando e está ficando cada vez mais frio. Já nem sei o que sou eu e o que é roupa debaixo desse casaco enorme que me faz parece um pneu de caminhão.Kelly me leva até a cafeteria que tem aqui perto e nós sentamos em uma mesinha que tem no canto para continuar conversando. Vejo o rosto malicioso dela e sinto o meu queimar de vergonha. Não sei se é por falar sobre isso ou se porque não consigo parar de lembrar daquela noite.— Foi bom? — ela pergunta enquanto assopra o café quente. Mordo o lábio e sinto meu pescoço esquentar com as memórias do corpo de Thomas.Kelly ri muito alto. — É claro que foi bom, olha só essa sua cara de panaca.Rio junto com ela da minha própria vergonha, mas logo su
Cecília MagalhãesParece que foi ontem que Thomas apareceu na minha porta com essa conversa insana de casamento, mas já se passaram alguns meses. Estou há tanto tempo com a cara enfiada nos livros que mal vi o tempo passar.Pelo menos é isso que eu falo para mim mesma porque não posso admitir que não estou nem sentindo as semanas voarem porque é isso que acontece quando a companhia é boa. Só que desse jeito mandão e grosseiro dele, Thomas é mesmo uma boa companhia.Ele está… diferente. Ainda todo resmungão e irritado o tempo inteiro, mas não comigo. Ele me busca na faculdade todos os dias e janta comigo. Me pergunta do meu dia, das minhas aulas. Nos fins de semana, ele me leva para passear pela cidade e quando não pode, me deixa sair com a Kelly ou com outros amigos da faculdade, e desde que o Josh não esteja no meio, não preciso nem levar os seguranças. Não entendo essa implicância que ele tem com o Josh, mas não ligo. Eu nem gosto tanto dele assim, então tanto faz.A única coisa que
Chego cedo da aula pela primeira vez em muito tempo e aproveito para descansar um pouco. A piscina aquecida do hotel é a escolha perfeita e é para lá que eu vou. Acabo pegando no sono na espreguiçadeira e acordo quase em um pulo quando sinto mãos em mim e uma boca cobrindo a minha.— O que…Grito quando Thomas me puxa para cima e me joga por sobre seu ombro como se eu fosse uma boneca. Eu sacudo minhas pernas enquanto ele atravessa o hotel comigo.— O que você está fazendo? — pergunto, mas ao invés de responder, ele estapeia minha bunda. Todo mundo está olhando, mas ele não parece se importar. Aperta o botão do elevador e só me coloca no chão quando entra comigo ali. — O que você está fazendo?! — pergunto de novo.Só então olho para ele. Thomas está… sorrindo. Muito. Os olhos azuis brilham quando ele vem na minha direção e me prende na parede.— O que…— Você está uma delícia dentro desse biquini — ele diz e desce os olhos pelo meu corpo. — Não sei se gosto de te ver exibindo o que é
Thomas de AlbuquerqueNão tem melhor expressão para ver no rosto de César do que essa de espanto ao olhar para mim vestido apenas em uma cueca boxer e sua filha do outro lado, deitada na cama apenas enrolada em um lençol. Paula, ao ouvir o gritinho de susto de Cecília, também entra no quarto e olha para nós dois com os olhos arregalados.— Ah, meu Deus. O que está acontecendo aqui?— Acho que você sabe muito bem, Paula. — Antes que eu possa prever, a mulher se aproxima de mim e acerta um tapa muito forte na minha cara.— Mamãe! — Cecília grita, mas a mulher permanece me olhando enquanto levo a mão até o rosto, chocado.Como ela ousa?— Você pode ter a briga que for com o meu marido, vocês dois podem se odiar e fazerem o que quiserem da vida, mas quem você pensa que é para tocar na minha filha? O que você fez com ela? Ela é uma menina!Olha como você fala comigo, Paula — falo e aperto o maxilar paraconter a raiva que sinto.— Vou falar do jeito que eu quiser, porque te considerei meu