Depois de três dias andando em círculos eu tomei uma decisão.Usamos todos os números disponíveis na empresa para falar com Carl Terris, mas com nenhum deles tivemos êxito já que o homem se recusava a falar conosco. Então, tive que bolar um plano.Benedict tentou marcar uma reunião. Lauren tentou dez minutos do tempo do homem. Eu tentei uma frase. E nada. Ele não quis saber de nada referente à Hayans e à Calisto, então tive que apelar e usar meu lado mais persistente.Precisei entrar em contato com umas três pessoas para enfim saber onde Carl estava, e quando descobri que tinha uma reunião com possíveis investidores em um de seus hotéis, fui para a porta do estabelecimento o esperar.Ele tinha que dar uma chance ao meu chefe. Só uma. Nós precisávamos dela, não tinha como ser de outra forma.Fiquei parada por talvez duas horas, apenas aguardando o momento certo. Entrar no hotel não era o mais indicado visto que ele havia evitado até as minhas tentativas, então teria que aguardar
A tentativa de manter tudo em ordem na Calisto não estava tendo muito êxito. Nós tínhamos poucos dias para terminar os preparativos pois a pré-exposição aconteceria muito em breve. Era um evento importante, sempre foi desde que a tia de Benedict o fez ser memorável, então não podia deixar passar nenhum detalhe mal resolvido.Quando cheguei na empresa para dar a ótima notícia para Benedict, todos os presentes estavam na mesma correria de dias atrás, e aquela desordem me encheu de angústia. Contudo, colocaria ordem na bagunça depois que anunciasse minha conquista para meu chefe. Uma coisa de cada vez e então tudo ia se resolvendo.— Boa tarde, senhorita Lisbon — Lauren desejou, simpática.— Boa tarde! O Benedict ainda está aqui?— O dia em que ele sair cedo dessa empresa, algo de muito errado vai estar acontecendo. — Riu do fato. Eu também.Sem bater, abri a porta e encontrei meu chefe rodeado de papéis em cima da mesa, e cara de poucos amigos. Os olhos claros deixaram de encarar u
— É maravilhoso, Benedict! — Constatação óbvia. O que me preocupava é o que viria a seguir, porque eu sabia que tinha mais. — Pensei em colocar o diamante vermelho ao invés de outra gema... O que acha?Olhei para meu chefe pensando se ele estava ficando louco., mas no fundo, era muito óbvio que essa loucura ele ia cometer com gosto. Essa insanidade não me assustava tanto quanto eu aparentava.O meu pensamento era que, o diamante vermelho não poderia sair do cofre apenas para uma exposição. Toda a fama da Calisto era baseada nele, em uma das gemas mais caras e mais preciosas do mundo. Um dos diamantes mais raros de se encontrar. Tanto que autênticos, eram poucos existentes, e o mais bem avaliado do mundo pertencia à Benedict.Se ele anunciasse sobre a exposição do diamante, teríamos que triplicar a segurança e nos preparar para outra enxurrada de ofertas para a aquisição da jóia que ele jurou não vender nunca. Madson, sua tia materna, lhe deu apenas com a condição de que ele jam
Se você tem alguém a quem chama de melhor amiga, precisa entender que se quiser apenas respirar, tem que contar a ela.Eu não contei. Não disse nada sobre o término com Joshua há dias atrás e não falei sobre a bagunça que estava minha vida. Isso foi motivo de um surto, de irritação, de gritos histéricos, mas também de alegria. Até porque, Arti odiava meu ex e nunca escondeu isso. Não tinha um motivo sólido para esse tal ódio existir então eu pensava ser apenas por ciúmes de mim.Não tinha como negar que após Josh entrar na minha vida, passei a ficar mais tempo longe da minha melhor amiga. Acontece. O tempo dele era limitado e o meu também, juntando isso, eu tinha pouco tempo para quem realmente importava.— E então ele disse que não confiava em mim, e sendo sincera, se ele não tinha logo a porra da confiança então que fosse pra casa do caralho com aquele jeito todo amoroso e aquela boca maravilhosa. — Deixei o corpo cair no sofá em um completo desânimo e óbvio que Arti notou.— V
Ri do argumento usado por Arti mas fiz isso sem muita emoção, visto que, se alguma coisa saísse fora dos eixos, eu realmente seria uma sem teto. E pior, teria que tirar o sustento de não sei aonde para me manter estável e também, manter minha mãe o mais longe possível. Não tinha o direito de sequer me dar ao luxo de perder o emprego. — Podemos marcar alguma coisa para depois da exposição? — perguntei já saindo à procura da minha bolsa.— Só se você me der um convite especial para a degustação — disse referindo-se ao evento próximo.— Está reservado desde o início — informei o óbvio. Era claro que eu não deixaria minha amiga de fora do evento que eu ajudei cinquenta por cento a realizar. — Nos vemos em breve!Capturei a bolsa em cima da mesa e sem muita enrolação, voltei até Arti, dei um beijo em sua testa e me apressei para sair. Tinha pouco tempo e muita coisa para pensar. Os saltos voltaram a torturar meus pés, o batom voltou a pintar meus lábios, e o beijo que minha amiga jogo
Intacta.Era como Chloe estava ao ouvir toda a história sendo contada por seu filho.A mulher em um vestido caríssimo da Hayans, atentamente ouvia o que Benedict dizia. Permanecia sentada tranquilamente na cadeira à frente da poltrona de meu chefe, cadeira essa onde eu havia passado as últimas horas do meu dia só fazendo ligação atrás de ligação para resolver detalhes da pré-exposição.Ao lado esquerdo do escritório nem tão grande, estava eu encostada em um armário imenso onde o homem deixava boa parte dos documentos importantes da empresa. Queria dizer que minha postura e minha paciência eram as melhores, mas estava eu e elas tão péssimas quanto todas as palavras que Benedict proferia.— E então estamos nesse impasse... Precisamos encontrar alguém para ser minha namorada até o dia da convenção de preferência, para assim, ser convidado para o jantar e conseguir negociar com o Carl um pouco além do que o desejado inicialmente — concluiu, ansioso por um veredicto de sua mãe.No fim, t
Fazia anos que Benedict não namorava, muito mais de dez para se ter uma ideia. Então, era bem lógico que quando ele decidisse apresentar alguém para sua família e para o mundo, daria uma repercussão muito grande do tipo que se eu fosse a cobaia, ia dar merda no final.Meu mundo ia girar tantas e tantas vezes que eu levaria anos para ajeitar tudo e deixar no lugar exato e correto. Sem contar que minha relação com meu chefe jamais seria a mesma. E sim, eu sabia que seria tudo de mentira, mas o fato de as pessoas pensarem que seria verdade já transformaria tudo em caos, e não podíamos ser cegos negando isso.— Olha, eu andei pensando em algumas garotas. Talvez uma modelo em ascensão possa cumprir bem o papel que queremos — indaguei incerta, quebrando o silêncio que se instalou após as palavras da mais velha.— Não, Hope. Se há alguém que fará o melhor, esse alguém é você. E ponto. É só uma mentira que vocês podem sustentar por poucos dias, tranquilamente. Tenho certeza que não vai ser
"Não! Eu não entendo porque não confia em mim. Caralho! Eu confio em você até de olhos fechados, surdo, mudo, cego por completo. Eu confio, Hope. Então é tão difícil assim ser algo recíproco?"Foram as fodidas palavras que ele disse e que grudaram na minha cabeça.Porra! Por que era tão difícil decepcionar Benedict?Se não fosse pela maluca da mãe dele, não estaríamos com mais esse problema agora. Eram tantos que minha cabeça parecia querer explodir com o acúmulo de coisas.Primeiro, não podia deixar as fotos serem expostas para salvar a empresa e a diretoria.Segundo, tinha que lidar com Tyler e suas constantes ameaças que chegavam em meu celular em formato de mensagens que ele e sua funcionária metida enviavam.Terceiro, arrumar a maldita namorada para conseguir o convite.Quarto, deveria conseguir também algo para chantagear Carl Terris caso fosse necessário e depois, convencer Carl Terris.E quinto, o mais importante e que passava por cima de tudo... A pré-exposição. A porra da