A chuva fraca caía do lado de fora enquanto meu corpo era aquecido pelo de Tyler. Tentei puxar na memória um dia em que já havia me sentido tão em paz quanto estava me sentindo… não me lembrava de nenhum. Eu gostava da bagunça que era a minha vida quando trabalhava para Benedict, mas não podia negar que estar longe dele tinha me feito um certo bem. Passei tempo demais querendo provar para mim mesma que tinha um valor alto, e no fim, acabei me desgastando nesse processo. Eu era boa. Era forte e decidida, contudo, não precisava tentar provar isso para mais ninguém. Estava bem comigo mesma, sabendo de todo o potencial que existia dentro de mim, afinal, suportei Tyler Legard por pouco mais de um ano.Não tinha como ser "fraca". — Posso saber o que se passa dentro dessa cabecinha linda? — O hálito quente se chocou na minha nuca e meu conforto se intensificou. Suspirei sorrindo de canto mesmo que Tyler não pudesse ver, e me remexi deixando que seus braços fortes me puxassem ainda ma
Minha bunda deslizou sobre a mesa de vidro grosso e a possibilidade de alguém chegar me deixou ainda mais instigada. Ofegante, agarrei os ombros de Tyler que tinha o corpo vestido em um terno azul petróleo, e mordi o lábio inferior para não gemer.Eu tinha ido na Hayans apenas para entregar documentos antigos que já não eram mais do meu interesse nem da minha conta, no entanto, depois de uma semana que havíamos nos encontrado em Boston, Tyler Legard parecia estar mais sedento do que antes. Seus lábios macios continuaram beijando meu pescoço e eu fechei os olhos, sentindo suas mãos deslizando pelas minhas pernas, erguendo a saia lápis que delineava minhas curvas.— Você não deveria vir até aqui com essa sua bunda gostosa marcada em um tecido tão fino — sussurrou em meu ouvido com um tom bravo. Tentei fechar as pernas para que ele não continuasse com seus toques, mas foi impossível já que seu quadril estava no meio delas. — Ty, por favor, sua secretária pode entrar a qualquer moment
>TYLER
Caminhando com rapidez pelo andar principal da Hayans, senti os olhares queimando em mim com curiosidade, e também senti que todos eles estavam me julgando. Não queria fazer aquilo, não queria nem mesmo pensar daquela forma mas… eu era uma Legard, mesmo que o sobrenome não fosse mais meu, eu ainda era a mulher do CEO da Hayans e era a dona daquela porra toda. Pensando em porra, soltei um risinho quando parei na frente do elevador e senti minha boceta encharcada. Tyler não deixou eu me limpar antes de sair da sua sala, e agora eu tinha esperma escorrendo pelas minhas pernas e me deixando marcada, como ele mesmo gostava de dizer.E eu estava amando… estava realmente adorando me sentir sua, de verdade.Apertei o botão para que a porta de metal se abrisse e com a postura altiva, entrei no elevador vazio. Quando girei os calcanhares e vi todas as pessoas que trabalhavam ali me olhando, sorri gentil. Se qualquer um pensou que eu sairia da vida de Tyler tão fácil, se enganou. Apressada
Eu sempre fui o tipo de pessoa que não acredita com veemência no amor verdadeiro. Meus pais e o mundo ao meu redor me fizeram desacreditar desse sentimento. Vivi sempre me satisfazendo com o raso, com coisas simples, supérfluas, que não eram nunca tão intensas… Até Tyler acontecer.É, ele aconteceu. Tyler Legard aconteceu na minha vida e eu me vi sentindo um turbilhão de emoções e sensações que desafiaram até as minhas próprias convicções. Ele me ensinou muita coisa, e eu tinha uma leve certeza de que continuaria ensinando, e no momento, naquele exato momento, Tyler acabava de me mostrar que um homem era capaz, sim, de me deixar sem reação e sem saber o que dizer. Engoli em seco sentindo as lágrimas queimando nos meus olhos e não soube como reagir. Sobre a mesa do restaurante italiano estava uma caixinha forrada em veludo. Dentro dela? Um anel com uma enorme pedra de diamante. Elevei o olhar para Tyler e continuei sem saber o que dizer. — Isso é sério? — sussurrei completamen
O nosso "para sempre" foi marcado meses após o pedido informal.Bom, "informal" porque Tyler fez um super pedido na ceia de Natal, quando nossas famílias estavam reunidas. Após pedir minha mão ao meu pai, começamos a organizar uma festa digna de um casamento verdadeiro. Nada mais era uma farsa.Não havia um contrato. Éramos eu e Tyler vivendo a nossa verdade, e eu aceitei que ela fosse linda. Sophie me ajudou com muitas coisas, e Chloe, assim como meu pai, não ficaram fora disso. Tudo foi projetado com muito carinho, e agora faltava bem pouco para "o grande dia" e eu me via cada vez mais ansiosa para me casar com o homem mais incrível que eu havia conhecido. Ajeitei o vestido branco em meu corpo e me avaliei no espelho outra vez. Era a vigésima vez que eu o experimentava.Passei os dedos no tecido leve, enquanto os olhos acompanhavam o percurso através do reflexo. Tudo estava fluindo de uma forma tão maravilhosa que parecia nem ser verdade. Bom, tudo, tudo, não. Mas noventa p
"Temos um problema para resolver."Foi a mensagem que chegou em meu celular às três da manhã. Sim, às três, quando eu deveria estar dormindo mas estava acordada resolvendo outros mil problemas que estávamos tendo.As coisas na Calisto não iam tão bem quanto queríamos. Benedict era um ótimo diretor, seu pai nunca errou em colocá-lo para conduzir a empresa, no entanto, problemas e processos sempre vinham. Sendo sua secretária e meio que um braço direito há três anos, era eu quem precisava cuidar da maioria desses tais problemas."Um enorme, imenso e gigantesco problema."Ok. Algo estava fugindo do controle.Meu chefe era calmo, nem um pouco exagerado, então se usou três adjetivos com praticamente o mesmo significado para definir a situação, as coisas não estavam mais correndo em uma linha reta e sim, já haviam capotado em uma curva a duzentos quilômetros por hora.O celular em minhas mãos era a única coisa que iluminava o quarto. Saí do aplicativo de mensagens e logo digitei o númer
Sem esperar mais, fui até o armário, peguei um dos casacos que estavam pendurados ali e o vesti por cima do conjunto de pijama cinza. A calça não era lá tão fina e eu não tinha tempo para ficar me arrumando. Não seria nada surpreendente afinal. Não tinha essa frescura com meu chefe, tanto que estava indo até seu loft às quase quatro da manhã para só o acalmar.As coisas entre nós eram naturais demais, mais do que profissionais.Só percebi que saí dirigindo sem pegar meu celular quando já estava chegando na residência de Benedict. Se o homem lá em casa tentasse contato comigo, não teria êxito. No fim, não dei muita importância para isso, e sim para a situação do meu chefe quando enfim cheguei.Bene estava sentado na frente da porta, onde disse que iria me esperar. Suas mãos estavam enroscadas nos fios de cabelo um tanto quanto longos e escuros, sua cabeça curvada quase no meio de suas pernas e de longe pude notar a camisa desabotoada, com as mangas emboladas na altura dos cotovel