Passado— Pipermen! A delegada vai vê-lo agora — disse o guarda destrancandoo cadeado.Diego estava na mesma cela que eu, escorado nas barras de ferro,observando Ana, que dormia na cela ao lado, ainda sob efeito do álcool.— Mãos para trás — ordenou.As algemas foram presas em meus pulsos sem folga alguma.— Vamos. — Ele me deu um empurrão nas costas, indicando parasegui-lo.Quando vi a delegada, soltei um suspiro mais aliviado. Eu e Lennanos conhecemos em uma festa BDSM há alguns anos. Assim como eu,Lenna Pesci fazia parte do clube para Dominadores.— Ah, Robert! Quanto tempo...Lena tinha trinta e quatro anos e um corpo de uma jovem de vinte, oscabelos pretos e a franja contrastavam com sua pele branca, ela me deuuma olhada rápida e abriu uma gaveta, tirando um batom de dentro.— Bom te ver, Cleópatra — respondi em voz baixa.Aquele era o apelido quando estava em alguma cena D&S. Ela meencarou enquanto passava o batom vermelho nos lábios sem precisar deum
CastigoRoleta Russa não é a mesma coisa sem uma armaE, querido, quando é amorSe não tiver dor, não é divertidoAs lágrimas rolaram pelo meu rosto, joguei mais um punhado deágua e respirei fundo. Ergui o anel lendo as inscrições em letras cursivas:Ana Karvat e Robert Pipermen. Coloquei-o no dedo anelar da mão direita.Eu precisava encontrar Robert, mas não poderia deixar minha mãe ali,naquele estado, seu sofrimento era visível. Engoli duas capsulas em secoe fui para a sala.— Mãe, é muito mais complexo do que parece, mas eu não possoexplicar agora.— Como assim, Ana? Eu preciso saber o que aconteceu —respondeu exaltada. — Dois anos sem dar notícias?Eu queria que houvesse uma maneira mais simples de explicar, averdade era tão absurda. Ergui a blusa e mostrei a cicatriz na barriga.— Há um ano, eu me apaixonei e o amor da minha vida preparou umcasamento surpresa. Quando eu estava a caminho da igreja, houve umdesvio e levei um tiro, perdi meu bebê, fiquei em c
LaçosNa na na Come on! A música S&M de Rihanna reverberava pelagaleria de Pierre Morrice alto o suficiente para abafar meus gritosenquanto ele me fodia contra a parede. Um andar abaixo de nós, todos osconvidados aguardavam sua chegada enquanto eu tinha o passaporteVip...— Julian, ma chère. — Suas mãos agarravam meus seios comviolência por baixo do vestido rosa Louis Vuitton que eu havia compradoespecialmente para essa noite.O corpo de Pierre contra o meu, pressionando, socando cada vezmais forte, seus olhos azuis cheios de desejo enquanto me lambia entrebeijos e mordidas, meu corpo parecia em chamas.— Agora... — sussurrei, puxando seus cabelos pretos para trás,então ele beliscou meu mamilo endurecido, tornando suas estocadasainda mais vigorosas, com todo o seu farto pau enterrado dentre de mim.— Não aguento — confessei em um delírio prazeroso.Pierre afastou ainda mais minhas pernas com a mão que percorriapor meu corpo inteiro, senti seu membro pulsar e
Olhei o relógio, duas da manhã, esse filho da puta está atrasado. ViHunter pela primeira vez há quase quinze anos, no meu aniversário de 29quando resolvi aliviar o estresse no clube da Luta.— Hoje eu quero lutar até cansar! — gritou o alemão com umacamisa azul com estampa de motoqueiros por debaixo da jaqueta decouro vermelho e óculos da mesma cor. — Quero o melhor daqui!Seria interessante arrebentar a cara desse folgado, se ele queria omelhor, então era contra mim que teria que lutar. Desabotoei meu terno etirei a camisa branca.— Ô, garoto! Já tem idade para entrar aqui!? — provoquei enquantoatirava as roupas em um canto qualquer.— Dezoito hoje. Aguenta meu pique, vovô — ele retrucou dandopulos de um lado para o outro enquanto se aquecia, dando alguns socosno ar.— É melhor tirar isso que está vestindo, seria uma pena estragar ummodelo tão... peculiar.Algumas risadinhas na roda que se formara ao nosso redor foramouvidas. O alemão deu uma gargalhada al
O Prazer da caçaEu já não fazia ideia do tempo que estava ali, Bella saiu antes deanoitecer, mas agora já havia escurecido. Meus braços pareciam prestesa arrebentar, a gagball metálica ainda presa, me impedindo de emitirqualquer barulho. Os cortes provocados pelas chicotadas ardiam menosagora. E se ela não voltar? Não queria pensar naquilo. Ouvi a maçanetagirando, e a porta foi aberta. Inclinei a cabeça, tentando vê-la.Um homem vestido de preto se aproximou da mesa, um gorro pretoencobria seu rosto. Os olhos verdes me lançaram um olhar venenoso, oestranho olhou para o retrato de Bella, minha dominatriz, pintado naparede e pegou a lâmina que ela havia deixado ao lado da cane e dochicote.—Shiiiiuuu. — Ele gesticulou fazendo sinal de silêncio.Cortou as cordas que prendiam meus tornozelos e jogou a calçasobre meu corpo nu. Sem dizer uma única palavra, cortou as cordasrestantes e atirou a lâmina no chão, posicionando-se em frente à portacom as mãos voltadas p
Destranquei a porta usando a chave micha. A sala, um completobreu, caminhei com cuidado para não pisar nos cacos. Tirei o celular dobolso e fotografei tudo o que podia. Parecia que um furacão haviapassado por ali, na mesa, algumas cordas, lâminas e chicotes. Pareceque alguém curte sado. Pensei enquanto vasculhava a estante de livros,esse cara não tem tevê? Ao lado de uma enciclopédia, o Macbookpiscava sinalizando estar sem bateria. Abri a tela com cuidado e umajanela surgiu pedindo para que eu preencha o login e a senha. Merda.Tirei o pendrive que estava conectado na lateral e o guardei no bolso dajaqueta. Coloquei o notebook no mesmo lugar e caminhei até o quarto,Ana dormia ao lado de Diego.Explicado o porquê da sala destruída, parece que o garotão irritou algumcasca grossa. Ana ainda usava o mesmo sobretudo.— Dom, por favor — ela murmurou sonâmbula.Ela se moveu na cama e virou para o lado. Diego acordou e meencarou. Puxei a Magnum presa à cintura e apon
Masmorra de FaradayDei uma última olhada no espelho, o terno sob medida com caimentoperfeito, ajustei o nó da gravata borboleta. Enquanto terminava de abotoaro botão, meus pensamentos estavam nela. Será que a ninfa irá aoevento? E se ela fosse acompanhada? Não posso perder o controle empúblico. Não me provoque ninfa.A Masmorra de Faraday era um dos eventos mais esperados pelosadeptos do BDSM da América Latina, acontecia a cada cinco anos, oconselho defina os felizardos da alta sociedade que participariam daseleta lista de convidados VIP’s, era composto pelas Nefertit’s, umafamília de Amas, donas de uma casa noturna em Copacabana.Quando você decidia entrar para o mundo D&S passava a ter duas vidas,duas identidades, o nome pelo qual sou reconhecido, Aquiles, e, para aninfa, eu era Dom. Com tudo que acontecerá naquele ano, eu haviaesquecido completamente sobre ser honrado como patrono e organizador,e Lena, ou Cleópatra quando estava em cena, fez questão de me
Que os jogos comecemPrendi o microfone no suporte metálico à minha frente e desci pelaescada lateral, ninfa continuou em silêncio acompanhando cada passomeu, então fiquei diante dela e sorri, ignorando os olhares furiosos queseus escravos me lançavam.— Seus cãezinhos não irão se importar. Conceda-me a primeiradança para que possamos iniciar os jogos. — Estendi a mão em umconvite.Ana estreitou os olhos e seus lábios vermelhos se abriram numsorriso malicioso e sensual. No BDSM, o termo correto para os praticantesque se sentiam à vontade trocando de papéis, às vezes dominadores;outras, escravos, é swticher.— Eles não precisam concordar, sou uma Ama e você, como“Dominador”, já deveria saber disso — respondeu, colocando sua delicadamão sobre a minha. — Aceito, Aquiles. Mas acredito que, até ofinal dessa noite, quem estará usando coleira será você.Desaforada. Ao fundo, o tango Por uma Cabeza ressoava em umaharmonia perfeita entre violinos e piano. Dei um pas