Olhei o relógio, duas da manhã, esse filho da puta está atrasado. ViHunter pela primeira vez há quase quinze anos, no meu aniversário de 29quando resolvi aliviar o estresse no clube da Luta.— Hoje eu quero lutar até cansar! — gritou o alemão com umacamisa azul com estampa de motoqueiros por debaixo da jaqueta decouro vermelho e óculos da mesma cor. — Quero o melhor daqui!Seria interessante arrebentar a cara desse folgado, se ele queria omelhor, então era contra mim que teria que lutar. Desabotoei meu terno etirei a camisa branca.— Ô, garoto! Já tem idade para entrar aqui!? — provoquei enquantoatirava as roupas em um canto qualquer.— Dezoito hoje. Aguenta meu pique, vovô — ele retrucou dandopulos de um lado para o outro enquanto se aquecia, dando alguns socosno ar.— É melhor tirar isso que está vestindo, seria uma pena estragar ummodelo tão... peculiar.Algumas risadinhas na roda que se formara ao nosso redor foramouvidas. O alemão deu uma gargalhada al
O Prazer da caçaEu já não fazia ideia do tempo que estava ali, Bella saiu antes deanoitecer, mas agora já havia escurecido. Meus braços pareciam prestesa arrebentar, a gagball metálica ainda presa, me impedindo de emitirqualquer barulho. Os cortes provocados pelas chicotadas ardiam menosagora. E se ela não voltar? Não queria pensar naquilo. Ouvi a maçanetagirando, e a porta foi aberta. Inclinei a cabeça, tentando vê-la.Um homem vestido de preto se aproximou da mesa, um gorro pretoencobria seu rosto. Os olhos verdes me lançaram um olhar venenoso, oestranho olhou para o retrato de Bella, minha dominatriz, pintado naparede e pegou a lâmina que ela havia deixado ao lado da cane e dochicote.—Shiiiiuuu. — Ele gesticulou fazendo sinal de silêncio.Cortou as cordas que prendiam meus tornozelos e jogou a calçasobre meu corpo nu. Sem dizer uma única palavra, cortou as cordasrestantes e atirou a lâmina no chão, posicionando-se em frente à portacom as mãos voltadas p
Destranquei a porta usando a chave micha. A sala, um completobreu, caminhei com cuidado para não pisar nos cacos. Tirei o celular dobolso e fotografei tudo o que podia. Parecia que um furacão haviapassado por ali, na mesa, algumas cordas, lâminas e chicotes. Pareceque alguém curte sado. Pensei enquanto vasculhava a estante de livros,esse cara não tem tevê? Ao lado de uma enciclopédia, o Macbookpiscava sinalizando estar sem bateria. Abri a tela com cuidado e umajanela surgiu pedindo para que eu preencha o login e a senha. Merda.Tirei o pendrive que estava conectado na lateral e o guardei no bolso dajaqueta. Coloquei o notebook no mesmo lugar e caminhei até o quarto,Ana dormia ao lado de Diego.Explicado o porquê da sala destruída, parece que o garotão irritou algumcasca grossa. Ana ainda usava o mesmo sobretudo.— Dom, por favor — ela murmurou sonâmbula.Ela se moveu na cama e virou para o lado. Diego acordou e meencarou. Puxei a Magnum presa à cintura e apon
Masmorra de FaradayDei uma última olhada no espelho, o terno sob medida com caimentoperfeito, ajustei o nó da gravata borboleta. Enquanto terminava de abotoaro botão, meus pensamentos estavam nela. Será que a ninfa irá aoevento? E se ela fosse acompanhada? Não posso perder o controle empúblico. Não me provoque ninfa.A Masmorra de Faraday era um dos eventos mais esperados pelosadeptos do BDSM da América Latina, acontecia a cada cinco anos, oconselho defina os felizardos da alta sociedade que participariam daseleta lista de convidados VIP’s, era composto pelas Nefertit’s, umafamília de Amas, donas de uma casa noturna em Copacabana.Quando você decidia entrar para o mundo D&S passava a ter duas vidas,duas identidades, o nome pelo qual sou reconhecido, Aquiles, e, para aninfa, eu era Dom. Com tudo que acontecerá naquele ano, eu haviaesquecido completamente sobre ser honrado como patrono e organizador,e Lena, ou Cleópatra quando estava em cena, fez questão de me
Que os jogos comecemPrendi o microfone no suporte metálico à minha frente e desci pelaescada lateral, ninfa continuou em silêncio acompanhando cada passomeu, então fiquei diante dela e sorri, ignorando os olhares furiosos queseus escravos me lançavam.— Seus cãezinhos não irão se importar. Conceda-me a primeiradança para que possamos iniciar os jogos. — Estendi a mão em umconvite.Ana estreitou os olhos e seus lábios vermelhos se abriram numsorriso malicioso e sensual. No BDSM, o termo correto para os praticantesque se sentiam à vontade trocando de papéis, às vezes dominadores;outras, escravos, é swticher.— Eles não precisam concordar, sou uma Ama e você, como“Dominador”, já deveria saber disso — respondeu, colocando sua delicadamão sobre a minha. — Aceito, Aquiles. Mas acredito que, até ofinal dessa noite, quem estará usando coleira será você.Desaforada. Ao fundo, o tango Por uma Cabeza ressoava em umaharmonia perfeita entre violinos e piano. Dei um pas
Hora do Show— Entendeu? Não quero erros, esteja pronto. — Desliguei o celular evoltei.No display, mensagens de Hunter e fotos em anexo.Julian vive com a família em uma mansão afastada do centro, acaminho da estrada do mar. Eles quase não saem de casa. Casada comPierre Morrice, uma vez por semana, ele visita a galeria de arte situada nocentro. Tem uma filha pequena chamada Angeline, a criança não tem umano. Abri as fotos em anexo. Ela tem uma família, sua desgraçada, voudestrui-la.Na outra mensagem: Diego é cirurgião plástico, trabalha na SantaCasa, vem de família classe média alta, vive com Bella/Ana há setemeses (sem data precisa, os vizinhos não souberam direito quando Anaou Bella começou a morar com Diego). Outra informação importante, elepossui uma conta no PayPal com oito milhões de reais, hackeei seunotebook. Tem um pendrive com um arquivo criptografado, assim queconseguir acessar, entro em contato. Na foto, Diego e Ana dormiam lado alado, ele es
IrresistívelCom a bunda empinada para cima e presa pelas pernas, eucontinuei de olhos fechados, não ousaria desobedecê-lo. Minha peleainda ardia pelo castigo. Ouvi o bipe eletrônico, estamos no elevador, paraonde ele vai me levar desse jeito? Eu ainda segurava na mão a coleira, amesma que o taxista filho da mãe tinha me roubado há dois anos, deslizeios dedos pela palavra ‘Dom’.O bipe soou mais uma vez, som de portas se abrindo e um ventofresco. Rua? Eu quase pelada, e ele me carregando como um homem dascavernas? Talvez fosse melhor manter os olhos fechados.— Tudo pronto, senhor Pipermen — anunciou uma voz masculina. —São quinze minutos daqui até o aeroporto. Lá, o jatinho os aguarda.—Ok! — ele respondeu mecanicamente.Robert me sentou em uma poltrona e prendeu tiras largas que secruzam em meu corpo, ouvi o clique e um barulho familiar de hélicesgirando. Prendi a respiração. Estamos voando.— Pode abrir agora.Abri os olhos, estávamos sobrevoando o hotel S
Entregue-seOlhava-a com os cabelos despenteados e quase nenhuma maquiagem, anão ser o traço do delineador que marcava seu olhar. Minha ninfa perfeita.— O que está pensando? — ela pergunta timidamente.— Em você — respondo honestamente.Ana abre um belo sorriso e dá uma mordida em meu ombro, e entãosai da cama direto para o banheiro, desfilando nua pelo quarto. Eu a sigoe entro na banheira com ela, a água ainda está quente e quasetransborda. Ela brinca com a espuma branca na ponta dos dedos.— Como sabia que ia tirar o meu nome? — ela pergunta curiosa. — E seno sorteio, viesse o nome de outra mulher ou um homem?Dou uma risada alta.— Se fosse um homem, eu tiraria outro papel. Se fosse uma outra mulher,ela estaria no seu lugar agora — debocho com um pequeno sorriso.A ninfa me belisca forte na panturrilha e me lança um olhar furioso.— Era impossível tirar outra pessoa. Só havia seu nome naqueles papéis.— Trapaceiro — ela retruca com uma risadinha sarcástica e m