Capítulo 13 Ana Karvat

Limites

“A dor é temporária.

Ela pode durar um minuto,

ou uma hora, ou um dia, ou um ano,

mas finalmente ela acabará e

alguma outra coisa tomará o seu lugar.

Se eu paro, no entanto, ela dura para sempre.”

Eu não tomei esta decisão do dia para a noite, li aquela carta, o

contrato e o dicionário uma centena de vezes, a ideia de me tornar

submissa encrustou em meus pensamentos, no dia em que recebi o

envelope não consegui dormir. No dia seguinte não consegui manter

minha atenção e dedicação habitual, claro que Laura notou e me

repreendeu. Na segunda noite reli os termos, proporcionar distração e

prazer para meu dono? O que será que o excitava, li novamente tentando

encontrar exemplos do mundo em que eu estava me metendo. Mulheres

sendo chicoteadas, prendedores de mamilos, homens acorrentados,

usando coleiras como cães. Aquilo era insano, tão irreal... então, como a

dor poderia ser associada ao prazer?

Seria hipocrisia minha, talvez autodefesa, não sei. Se eu assinasse

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