Dominada“Me sinto como se euestivesse batendo nas portas do céu.”Tive uma noite sem sonhos, não me lembro bem quando caí nosono... Todos os músculos do meu corpo estavam doloridos, eu havia sidovirada do avesso, eu ainda estava sob o efeito do furacão Pipermen. Abrios olhos que protestaram, meu corpo dava sinais evidentes de que queriaficar ali envolto naqueles lençóis, eu ainda podia sentir seu cheiro ali.Lembrava de ter sido possuída na sala, mas não como fui parar no quartode Pipermen. Será que ele dormiu aqui? A imagem de Robert dormindode conchinha passou pela minha mente. Não, ele não deve ser esse tipode homem romântico. O iPhone estava no travesseiro ao meu lado.Explorei rapidamente os recursos do celular, que vibrou, alertando sobre anova chamada, a imagem do chicote com tiras de couro apareceu na tela.Recebendo chamada: DOM.— Bom dia, Dom.— Bom dia, Ana, dormiu bem? — indagou Pipermen, aquele nãoera o tom do amo da noite anterior.— Sim, Dom.
Ardente“A vontade, se não quer, não cede,é como a chama ardente,que se eleva com mais forçaquanto mais se tenta abafá-la.”— Assista, mas não se toque mais, apenas eu serei responsávelpor seus orgasmos — A ordem do amo piscou em uma nova mensagem.Eu não queria assistir, queria estar ali no lugar de Barbie. Pudeouvi-los arfar, suas respirações aceleradas, ela enfiou as mãos pordebaixo da camiseta de algodão, ela o arranhava com desejo, quandoMarcos a ergueu contra a parede, mantendo as pernas da noiva,enroscadas em seu quadril, ele a apertava com força, as estocadasiniciaram intensas e vigorosas.Os gemidos abafados terminaram e ele murmurou algo que eu nãoconsegui ouvir. Então, me dei conta de que eles estavam prestes a mepegar ali, espiando. Tirei os saltos e peguei o iPhone, a Trilogia Tebanaficaria para outro momento, pois naquele instante eu deveria meconcentrar em não ser pega.Saí na ponta dos pés, desci as escadarias com passos espaçados,pulando
Memórias“Príncipes não fazem meu estiloTalvez o lobo, ou um bom lenhador.Li em algum lugar que a morte começa aos vinte e sete, pois, deacordo com o ponto de vista evolutivo, aos trinta já teria “procriado” edeixado sua marca no mundo. Portanto, exatamente daqui a três anos, eujá terei minha memória reduzida em dezessete por cento, e mais algumasdegradações que minha mente vaidosa se recusou a relembrar. Cientistasde bosta! É porque eles não me viram aqui, linda e inteligente... Certo,modéstia era uma palavra que não fazia parte do meu vocabulário. Ajeiteios cabelos balançando-os para trás e segui para o meu trabalho a passosrápidos, eu morava apenas três quadras do laboratório, dividir aqueleapartamento realmente tinha sido um achado.Meu colega de “convivência” escondia uma paixonite por mim, masseu corpo magro e franzino não me atraía em nada. Durante as primeirassemanas até achei que ele fosse gay.Pablo tinha a pele morena clara, cabelos com pouco vol
Amo, eu confesso“Por onde andei?Enquanto você me procuravaSerá que eu sei?Que você é mesmoTudo aquilo que me faltava...”Barbie me relatou do início ao fim como tudo tinha acontecido, e eu,como uma boa ouvinte, não me manifestei. A forma como ela falou, otempo que levou contando seus detalhes íntimos, aquela era a primeiravez que ela me mostrou esse lado, suas preocupações. O fato de estarincomodada com tudo aquilo era a prova de seus sentimentos por Marcos,ela não queria perdê-lo.Percebi que ela havia começado a chorar, não de formadescontrolada, ela passou os indicadores secando as lágrimasdiretamente da fonte.Bebi a cerveja do copo de uma vez só e arrotei alto. Eu sei, arrotarnão era a melhor maneira de consolar alguém, mas aquela ideia imbecilfoi a única coisa que me passou pela cabeça naquele momento. Malditacevada!Barbie me olhou surpresa e riu. Obrigada, cevada!— Deixa o Piper Gato saber desses seus modos de Pepa Pig —ironizou ela ainda sorrindo.Ergui o cop
O Castigo“Eu sou um castigo de Deus.E se você não cometeu grandes pecados,Deus não teria enviado um castigo como eu.”— Ah, Ana, você quase passou no teste hoje. Domar você será umdesafio.Só de pensar naquele porco passando a mão em sua cintura.Cerrei os punhos com força. Ela dormia profundamente, a carreguei parao meu quarto e a coloquei em minha cama.— Amo.Ela gemeu, sedutoramente, ainda de olhos fechados. Ela estásonhando comigo.— Marcos.Senti meu sengue arder, minha vontade era puni-la ali, mas elaestava bêbada e nada lembraria daquela noite, e um castigo para serválido, precisava ser lembrado.Não conseguia olhar para aquele rosto angelical, descontrole eraalgo que eu não poderia me permitir. Saí do quarto e bati a porta com força. Meu reflexo no espelho era de um estranho, e foi a primeira vez queme vi descontrolado. Arrebentei-o com um soco e os cacos caíram pelochão.Abri a porta mais uma vez e a espiei, ela dormia pesado agora, nãochamava
Desejo pegando Fogo“Sei que errei, estou aquiPra te pedir perdãoCabeça doida, coração na mãoDesejo pegando fogo”Como ele poderia saber de Marcos? Eu não estava entendendomais nada, ele saiu batendo a porta. Meu corpo parecia arder em brasa,formigando, por causa do castigo. Seus olhos famintos e irados não saíamde minha mente. Todos os momentos com o amo passaram como umflash em um turbilhão de imagens: no elevador, o salto de asa-delta... Voucuidar de você! A voz do amo ecoou em mim.Me abaixei e peguei a toalha para me cobrir. Voltei para o quarto,ele não estava lá. Minhas roupas estavam ali sobre a cama ao lado deuma folha pautada escrita à mão. Me vesti o mais rápido que pude, euqueria sair dali, porque o ar parecia faltar-me e a estranha pressão nopeito estava culminando em um aperto angustiante. Dobrei a cartaalgumas vezes e enfiei no bolso da calça jeans apertada. Observei asuntuosa sala pela última vez, ansiando que ele mudasse de ideia, masRob
Razão, você está aí?“Eu tentei tanto não cederEu disse para mim mesmo que este caso nunca iria bemMas porque eu deveria resistir”Sair do quarto de Dom foi mais difícil do que eu pensei, porque euainda sentia sua essência em mim: morangos. Eu bati a porta com força eas paredes de pedra estremeceram. Não voltaria atrás. Segunda chance épara os fracos. Desci até meu estacionamento particular, encarei meureflexo no elevador espelhado: despenteado, camisa para fora da calça,faltava alguns botões nela, suado, mas estava impregnado dela.As portas de aço abriram e a o motorista estava lá de pé, ajeitou onó da gravata. Ele olhou rapidamente para meus pés, estavam sujos deterra. Franziu a testa, sua expressão era um gigante ponto deinterrogação. Fui até seu posto e peguei a chave do sedã preto que haviausado na noite anterior. Entrei no carro e não sabia para onde iria, ou, nofundo, eu sabia, queria vê-la partir, e aquela seria a última vez. Girei achave na igniçã
Deixe Queimar!“Se você não sabe para onde vai,todos os caminhos te levam para lugar nenhum.”Não havia sido um sonho, já estávamos vestidos, sentados um aolado do outro, não ousei dizer uma palavra. Minhas pernas estavamcruzadas na posição de lótus, ele com as longas pernas esticadas; seurosto ainda estava vermelho, e ele roçava o polegar acalmando a pele.Enfim, ele quebrou o silêncio:— Você não acha estranho não terem chamado a polícia? Transarem público é crime, sabia? — Deu um sorriso de canto que me fez querersaltar sobre ele, mais uma vez.Lambi a ponta do meu dedo e passei em um pequeno corte nolábio inferior de Marcos, limpei a gota rubra e quente, agora pendurada naponta do indicador.— Eu é que deveria chamar a polícia pra ti — brincou exibindo umsorriso perfeito e galante.Lambi a gota e dei uma piscadela fazendo uma ameaça:— Atreva-se! — Meu tom era desafiador.Peguei em seu pulso e o puxei para perto para ver as horas, eupodia ter apenas perg