KESIA MUNIZ — Bom. Já estou de saída. Boa festa a todos. — Fellipo anunciou.Todos na mesa ainda estavam em silêncio o olhando. — Não vá agora senhor...? — meu pai levantou-se e estendeu a mão de forma amigável. — Fellipo Messina. Me chame de Fellipo por favor. - apertou a mão do meu pai. — Samuel Muniz. Sou o pai do Hugo. — Certo. Como eu disse, só vim deixar o presente do garoto. — Explicou com um sorriso contido. Meu pai puxou uma cadeira para ele de outra mesa e a colocou do meu lado, arregalei os olhos incrédula, é muita sorte. — Faço questão que fique. Vou buscar uma bebida de adulto para nós. — Se dirigiu a escada subindo ao segundo andar. Fellipo me encarou e se sentou, ele tinha um sorriso debochado no rosto. — Eu disse que viria. Parece que meu futuro sogro me amou. — Desdenhou baixo sem olhar para mim. Quase cuspi a coca-cola que tomava. — Sai daqui inferno. — Murmurei de volta — E você quem é? — Fellipo me ignorou falando com a Fran. Ela sorriu aca
KESIA MUNIZ — Como é que é? — Disse para ele que não tinha aniversário. — Relembrou sério. — Olha garoto, eu sou adulta, e as vezes é muito necessário e melhor para todos. Okay? — expliquei. Ele balançou a cabeça freneticamente concordando. — Humm... E outra coisa. Não quero esse pulguento na nossa cama. Ele vai dormir no tapete. — Tomei de suas mãos imediatamente. — Mamãe! Ele não é pulguento. É o Hulk. — O pulguento balançou o rabo e latiu ao ouvir o nome. Revirei os olhos para ele sem que Angelo visse e o botei no tapete fofo e confortável. — Certo. Prontinho Hulk, pode dormir aí. Só não faça cocô, ou vai se ver comigo. — Murmurei para o bicho. Deitei a criança e o cobri bem. — Vamos dormir. Amanhã é o último dia de aula. — Mãe! Eu não quero dormir. Eu quero brincar com o Hulk. — Bateu os pés fazendo birra. — Vai dormir agora sim! — determinei firme, mas sem alterar a voz. — Ou eu vou dar esse cachorro para a Lua. — Eu vou dormir. Te amo mãe. — Sorri e be
KESIA MUNIZ — Ham? — fiquei sem entender ao que se referia. Ele se aproximou um pouco mais colando nossos corpos. Minha respiração já se encontrava rápida. Que merda. Eu não consigo ser imune a ele... Mas mesmo assim eu lutei. Tentei me afastar, puxar meu braço de entre sua mão. — Não fuja... — sussurrou e me empurrou contra o capô do carro. Cai deitada com ele no meio das minhas pernas. — Me solta. Você sabe muito bem o que sou capaz de fazer com um homem. Ele riu e segurou minhas mãos para o alto, usando apenas uma das suas. Me senti de novo uma menininha sem forças para se defender. Isso de novo não. Por favor esqueça... — Bom... Acho que você ainda não viu o que sou capaz de fazer com uma mulher. — E me beijou. Soltou todo o peso do corpo sob o meu. Os seios sendo amassados pelo peitoral, me senti sem fôlego, ainda mais quando ele enfiou a língua na minha boca de forma lenta, os lábios dele me acariciando, tentei imitar os movimentos. Como resposta, Felli
FELLIPO MESSINA Essa garota vai me deixar louco. Nunca senti isso antes, é tudo novo. Experimento todos os dias a vontade incontrolável de tê-la só para mim. Confesso que isso me incomoda, o amor e a família nos deixam vulnerável. E a Kesia é o meu ponto fraco, ela me têm nas mãos e não sabe. Se os meus inimigos tomarem conhecimento, esses filhos da puta vão querer usa-la contra mim. Encostei na cadeira e suspirei. Caralho Kesia, até que você podia ser boazinha e me ajudar. Não quero a porra de sua "amizade", eu quero te beijar... te abraçar, te foder... só de pensar meu pau cresce na calça. Bufo descontrolado. Que merda é essa?! Isso acaba hoje. Não posso deixá-la me fazer de gato e sapato. Virei para o computador e continuei a trabalhar. Hoje, uma reunião importante com os americanos iria ser realizada, sendo de extrema importância. Querem construir um resort e minha empresa seria a responsável pela construção. — Felícia. — Chamei pelo telefone minha secretaria
FELLIPO MESSINA Hoje pela manhã, Rafael veio na minha sala com o nome e informações sobre o sujeito que desviou milhões para a conta dele. Era nosso contador. Carlos Figueiredo, 58 anos, desviou os milhões para sua conta pessoal. Eu não o conhecia pessoalmente, mas sabia de sua "boa conduta", era tudo falsidade. Como disse, não se pode confiar em ninguém. Ele estava no seu segundo dia de férias, havia se aposentado, e agora ia só desfrutar do meu dinheiro. Sinto muito estragar suas férias meu velho. — Rafael. Você tem certeza que é esse cara? — perguntei desconfiando. Ele ergueu uma sobrancelha. — É claro que sim Fellipo. Tenho certeza. Ele pode ter uma cara de bonzinho, mas é quem procuramos com certeza. — ele disse rápido. — Aqui estão as provas. Tive uma leve impressão de que ele estava nervoso, mas deixei de lado. Peguei as pastas com depósitos e saques, no nome do sujeito e filhas. — Vou tomar as devidas providências. Pode sair. Peguei o dossiê sobre Carl
KESIA MUNIZ Passei o restante da madrugada em claro, não preguei os olhos um segundo. Assim que o dia raiou lá fora, já tinha tudo planejado na minha cabeça. Uma coisa era certa: eu não podia passar nem mais um dia ali. Se aquele miserável vai voltar ou não, eu não vou ficar para ver acontecer. Peguei a mala, coloquei a maioria das minhas roupas, sapatos e outras coisas. Fiz o mesmo com a mala do Angelo. Liguei para a gerência do restaurante e pedi demissão, ainda implorei que não contassem para ninguém. — Kesia! Chegamos! — ouvi a Fran gritar da sala. Respirei fundo e olhei para o meu bebê que ainda dormia tranquilo, tudo isso é por você. Saí do quarto e fui na sala falar com eles. — Que cara é essa menina? — meu pai perguntou assim que me viu. Forcei um sorriso. — Nada pai. Aliás, estou indo viajar. — Disse sem rodeios. Ele ergueu uma sobrancelha. — Para onde? — Por que ué? E seu trabalho? — A Fran questionou. — O Angelo está de férias e eu também. — Respo
FELLIPO MESSINA Ele aceitou e deixou-se ser levado. Logo o sentei em uma poltrona perto da mãe. — Mamãe? — chamou olhando o rosto desacordado. — Ela está dormindo Angelo. — Expliquei para acalma-lo. A criança balançou a cabeça e ficou calado observando o interior do avião. Sentei em frente a eles e o prendi com o cinto e fiz o mesmo comigo. Em poucos minutos, decolamos. Angelo mostrou- se assustado no início. — Não precisa ter medo. Daqui a pouco vai poder levantar. — Me senti na obrigação de dizer, ele balançou a cabeça de novo. — Quando ela vai acordar? — quis saber. — Não sei. Ela está cansada. — Menti. — Mas ela disse que ia me levar para onde tinha cavalo. — Ele disse com um sorriso animado. Eles estavam indo para uma fazenda? — Ela mudou de ideia. Vamos para a minha casa agora. E eu posso comprar quantos cavalos quiser. — Sério? — perguntou com os olhos brilhando. Desde de o dia que o vi, senti uma ligação com esse menino. Talvez seja por que ele va
KESIA MUNIZ Estava tonta, como uma bêbada, ou uma barata. A cama em baixo de mim era macia e me pareceu enorme. O lugar era meio escuro... onde eu estou? Sentei rápido quando um lampejo de memória me veio a mente, estava na porta do banheiro esperando meu filho sair e... Olhei para tudo ao meu redor, e nada era familiar. Quer dizer, uma coisa era, Fellipo estava sentado em uma poltrona vermelha perto da cama me olhando. Engoli em seco. — Fellipo? — Olá. — Respondeu sério. Pulei da cama e passei a mão no cabelo como uma forma de organizar meus pensamentos. — Tenho umas coisas para lhe perguntar. — Começou quebrando o silêncio. — E acredito que também tenha perguntas para mim. Fiquei calada, não sabia o que dizer. Claro que tinha milhares de perguntas, porém nenhuma delas deixaram meus lábios. Ele suspirou e colocou os cotovelos sob os joelhos. — Você quer que eu comece? — Onde está meu filho? — foi a primeira frase que consegui formular. — Seguro e bem. —