Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo, o meu coração apertou, a dor no peito aumentou e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, a minha mãe, a minha mãezinha, ela partiu, me deixando sozinha neste mundo, sim, sozinha, eu tenho o meu pai, mas não é a mesma coisa, ele não faz nada por mim, nunca fez, e tenho certeza que não fará, mesmo sendo só nós dois agora!
Eu não queria acreditar que eu não teria mais a minha melhor amiga comigo, a pessoa que mais amo nessa vida, que sempre esteve ali por mim, sai do quarto e fui em direção à rua, o meu mundo todo parecia que estava acabando, a chuva começou cair e eu a acompanhei, caí de joelhos no chão me permitindo chorar e gritar, a dor que eu estava sentindo era insuportável, Deus, porque, logo ela, a minha parceira de tudo. Respirei fundo, arrasada, levantei-me sentindo uma presença atrás de mim, quando me virei, dei de cara com o meu pai, o mesmo me olhava com desgosto, e eu sempre perguntei-me o porquê de ele me tratar dessa forma, mas ignorei, e tentei me aproximar dele, eu precisava de um consolo, mas tudo o que eu tive foi um afastamento brusco. Lúcio: Não encoste em mim, vamos para casa logo! — o mesmo diz e eu confirmo. Entramos no carro e o motorista guiou para a nossa mansão, não trocamos uma única palavra se quer, e isso estava acabando comigo, eu precisava saber mais sobre o enterro, velório, tudo! Então reuni a pouca coragem que tinha e olhei para o mesmo. Briana: Às coisas já estão todas organizadas? — pergunto ao mesmo que me olha e volta seu olhar para a rua, mas logo a sua voz soa dentro do carro, seca! Lúcio: Estão organizando tudo, quando for a hora, você saberá! — eu volto a minha atenção para a rua, observo à chuva caindo. Chegamos na mansão e eu subi direto para o meu quarto, tomei banho e orei para essa dor aliviar, mas sempre quando eu fechava os olhos, o sorriso radiante da minha rainha aparecia, ela sempre foi a minha luz, e eu espero conseguir seguir em frente sem a mesma! Terminei o banho e fui em direção ao meu quarto, separei a minha roupa e estiquei sobre a cama, passei a mão pelo vestido preto e a dor invadiu com tudo! Briana: Farei todo o possível para seguir com a minha vida, mamãe, serei forte pela senhora! Eu te carregarei comigo para sempre! Me vesti e deitei, às lágrimas não paravam de rolar pelo meu rosto, os meus olhos já se encontravam inchados, o soluço se encontrava presente e eu só queria conseguir acalmar-me, mas era impossível... O sono tomou conta, e eu acabei adormecendo... Acordei com leves chacoalhadas, assustei-me e levantei-me com pressa, vendo a Suzane, nossa governanta no quarto, a mesma deu-me um sorriso acolhedor e logo abraçou-me. Suzane: Está na hora, menina, vamos lá! — ela diz e eu confirmo levantando-me, caminhei até a frente do espelho e ajeitei-me, o rosto estava inchado, mas eu não ligava, somente eu sabia a dor que eu estava sentindo. Desci às escadas, acompanhada de Suzane, assim que chegamos na sala, o meu pai estava lá, com a sua cara fechada, saímos da mansão e caminhamos em direção à parte de trás da mesma, aqui era enorme e a minha mãe sempre falou que queria que o velório fosse aqui e o enterro no cemitério onde toda a sua família se encontrava! Havia muitas pessoas aqui, mas a grande maioria nem gostava da minha mãe, são um bando de cínicos... Mas eu apenas observarei... Suzane, uma das poucas que realmente tem um carinho pela minha mãe, se encontra o tempo todo ao meu lado. Escutei uma leve risadinha, quando virei-me, dei de cara com o meu pai e a sua amante Lilian, a mesma se engraçando para o mesmo, o meu sangue ferveu na mesma hora, e mesmo a Suzane tentando impedir-me, ignorei-a e me aproximei dos dois, a Lilian olhou-me e eu encarei a mesma, assim como fiz com o meu pai. Briana: Eu só peço respeito, diante ao velório da minha mãe, a grande maioria sabe da p.utaria de vocês dois, mas pelo menos nesse dia, sejam menos repugnantes. — falei séria e o meu pai olhou-me com os olhos pegando fogos, mas eu não estou nem aí, não estou pedindo muito, só respeito! Lúcio: Não sei o que você está pensando, mas não se esqueça, você é a minha filha e me deve respeito, agora suma daqui! Briana: E você poderia ao menos respeitar a mulher com quem foi casado por anos, e mesmo com todos os seus defeitos, nunca abandonou-lhe. — digo virando às costas para o mesmo, mas não vou muito longe, pois sinto o sua mão no meu braço e logo a dor do seu agarre. Lúcio: Sua... — ele parecia procurar palavras e eu encarei-o seria. — Não me faça perder a paciência com você e pare com esse seu show, todos estão nos olhando. — ele fala e eu me solto do seu aperto e me aproximo da Suzane. Briana: A minha mãe não merecia isso, Suzane, nem o enterro dela eles estão respeitando. — falo para a mesma que me abraça. — Todos estão olhando para eles dois. Suzane: Menina, não deixe eles abalarem você, a sua mãe não iria querer lhe ver assim, venha, vamos nos despedir dela. A mesma segurou no meu braço e caminhou comigo até o caixão da minha mãe, dei-lhe um beijo na sua testa gelada e segurei por uma última vez na sua mão, só de pensar que essa será a última vez que eu verei a mesma, o meu coração parece que vai soltar para fora! Os meus olhos enchem de lágrimas e eu não consigo segurar, o choro vem com tudo e a Suzane me abraça forte, consolando-me.Briana: Eu prometo mamãe, que eu vou ser uma pessoa melhor pela senhora, que eu tentarei ser forte, eu amo você, obrigada por cada momento maravilhoso que tivemos juntas. — dou-lhe mais um beijo na testa da mesma e coloco uma rosa vermelha nas suas mãos... Afasto-me e deixo o restante do pessoal se despedir dela, assim que todos finalizam, fomos em direção ao cemitério, o caixão da mesma começou a descer e junto dele, o meu coração foi junto, fechei os olhos e cai de joelhos perto do seu túmulo, joguei outra rosa vermelha e um punhado de areia sobre o caixão da mesma! — Eu te levarei para sempre comigo, eu te amo tanto, mamãe! Suzane ajudou-me a levantar-me e voltamos para a mansão, assim que adentramos o cômodo, vi o meu pai e a Lilian aos beijos na sala, aproximei-me deles, mesmo a Suzane tentando me tirar dali, fazendo-os notarem a minha presença. Lúcio: O que você quer aqui? Suba para o seu quarto, garota! Briana: A minha mãe não merecia nada disso, tenho certeza que ela mor
Eu sempre fui muito amiga da Olívia, ela sempre foi uma mulher de personalidade forte, qualquer um admirava ela, inclusive eu, nós duas nos tornamos melhores amigas, eu virei sua confidente e ela a minha, sempre ajudei a mesma, assim como ela sempre me ajudou... Quando a Briana nasceu, eu vi uma alegria nela que por muito tempo eu não via, a Briana trouxe a luz para a vida dela novamente, e com isso, trouxe para a minha vida também... O casamento dela e do Lúcio, nunca foi fácil, era bastante conturbado, ele sempre traiu à mesma, com diversas empregadas e até mesmo prostitutas, mas ela nunca havia pego ele no flagra, não até ele se envolver com a Lilian, lembro que a Briana já estava com seus 18 anos, quando ela pegou ele na cama com a Lilian, a mesma ficou arrasada, ela sempre foi apaixonada pelo mesmo, mas depois daquele dia, tudo mudou, a raiva começou a falar mais alto, eu lembro que ela estava no escritório dele e a Briana estava no quarto dormindo, ela gritava, dizendo que iria
Acordei na manhã seguinte e organizei tudo o que havia bagunçado, fui em direção ao banheiro e realizei às minhas higienes, hoje iniciaria um novo dia, mas o meu coração estava apertado e não saia da Briana, eu espero que ela esteja bem e que não faça nenhuma besteira... Saí do quarto e fui até a recepção, paguei pela noite e fui em direção à fruteira que tem aqui perto, assim que cheguei, notei a presença de algumas governantes, aproximei-me delas e sorri simpática para todas. Rosa: Suzane, como está, querida? Soube do que aconteceu com a Dona Olívia, meus sentimentos. Suzane: Muito obrigada, Rosa, estou levando, não dá para parar, não é mesmo. — falo dando um sorriso forçado. — Então, vocês saberiam me dizer se tem alguma casa precisando de governanta ou até mesmo outro serviço? Berenice: Não me diga que o Sr Lúcio teve a capacidade de te mandar embora. — ela diz e eu confirmo. Suzane: Lilian está sentindo-se a patroa da casa e a primeira ordem dela, foi dispensar-me. — falo e e
Eu sempre fui um cara fechado e de poucas palavras, mas não como costumo ser hoje em dia... Eu sempre me acostumei a ter tudo, tudo o que eu desejava eu conseguia, tanto às mulheres, quanto outras coisas, eu sempre dava um jeito de conseguir, às mulheres sempre jogavam-se aos meus pés, exceto ela, Meredith, ela é uma mulher linda, desapegada e divertida, quebrava os padrões, mas era tão intrigante ver a mesma, ela despertou muito interesse em mim, e o fato de ela não me querer, foi o que mais deixou-me apaixonado por ela, eu fiz uma coisa que nunca tinha feito em toda à minha vida, corri atrás dela. Foi difícil, mas eu consegui conquistar o coração dela, trouxe a mesma para morar comigo e estávamos organizando o nosso casamento, ela era incrível, mas a Amber nunca gostou muito da mesma, ela dizia que ela não era para mim, eu achava que era implicância, mas a Amber estava certa... Lembro como se fosse hoje, eu cheguei em casa e escutei gemidos vindo da parte de trás da mansão, estranh
Clarisse: Papai, você tem certeza disso? Não correrei riscos? — Pergunto ainda digerindo essa ideia que o meu pai teve. Alfredo: Não seja tola, minha filha! Ele é homem, você é encantadora, vai chegar devagarinho, como quem não quer nada, vai fazer-se de difícil, são dessas que nós sempre gostamos, às que não jogam-se aos nossos pés, e quando você menos perceber, irá fisgar ele. Clarisse: Eu confio em você. — digo para ele que sorri e caminha na minha direção. Alfredo: Sempre uma boa menina, meu amor. — ele fala fazendo um leve carinho no meu rosto. Clarisse: Só quero que o senhor orgulhe-se de mim, papai. — falo e o mesmo confirma. Eu fiz exatamente tudo o que o meu pai mandou, passei uma visão completamente diferente do que eu sou, fiz como quem não queria nada, como quem não tinha interesse e quando percebi, ele realmente estava caidinho por mim, começamos a nos envolver e eu sempre fazendo-me de difícil, quando menos percebi, já estava indo morar na sua mansão, o me
Eu sabia que não seria fácil perder a minha mãe, abriu um buraco enorme em meu coração, ela era tudo na minha vida, a minha melhor amiga, e ainda de quebra, Suzane foi demitida! Achei que com os dias passando, eu iria acabar me adaptando com a perda dela, mas não, só vem piorando. Eu amava correr pela mansão, ir para o jardim apreciar a vista, mas hoje, a mansão se tornou o meu pesadelo, o medo de sair e cruzar com o meu pai ou até mesmo a Lilian, eles são terríveis, muito mais do que eu esperava, nunca sonhei que o meu pai fosse tão baixo assim...A única coisa boa que saiu disso tudo, foi a minha amizade com a Anastácia, ela é um pouco mais velha que eu, mas me entende e me compreende como ninguém, ela tem pavor do meu pai e de Lilian, e eu não a julgo, eu que sou filha também tenho. Ela se tornou uma grande amiga nesses últimos dias e está sempre tentando me fazer sorrir... Esses dias ela voltou da feira com uma carta para mim, de início, estranhei, mas quando reconheci a letra o m
Deus, eu estava sem reação alguma, às mãos trêmulas, o medo tomando conta de cada particula do meu corpo, o meu pai só poderia ter enlouquecido! Ele não teria coragem de ir tão longe assim, teria? O choro entalado, agora já se fazia presente no meu rosto, cada lágrimas escorria, o coração cada vez mais acelerado, isso não poderia estar acontecendo. Briana: Saia de cima de mim, eu sou a sua filha, você está louco? Lúcio: Eu não estou nem aí, para algo, você deve prestar. Briana: Saia, por favor, eu sou virgem, não faça isso comigo, eu lhe imploro! — digo chorando mais alto e logo escuto um barulho na porta e ele sai depressa de cima de mim. Lilian: Mas o que está acontecendo aqui? — ela pergunta cruzando os braços. Lúcio: Nada querida! Vamos dormir. — ele diz olhando-me com frieza e sai do quarto puxando a mesma. Eu me sento, dobrando os joelhos e agarrando-os, ainda sem acreditar no que acabou de quase acontecer, o meu pai perdeu totalmente o juízo, ele se transformou