Acordei na manhã seguinte e organizei tudo o que havia bagunçado, fui em direção ao banheiro e realizei às minhas higienes, hoje iniciaria um novo dia, mas o meu coração estava apertado e não saia da Briana, eu espero que ela esteja bem e que não faça nenhuma besteira... Saí do quarto e fui até a recepção, paguei pela noite e fui em direção à fruteira que tem aqui perto, assim que cheguei, notei a presença de algumas governantes, aproximei-me delas e sorri simpática para todas.
Rosa: Suzane, como está, querida? Soube do que aconteceu com a Dona Olívia, meus sentimentos. Suzane: Muito obrigada, Rosa, estou levando, não dá para parar, não é mesmo. — falo dando um sorriso forçado. — Então, vocês saberiam me dizer se tem alguma casa precisando de governanta ou até mesmo outro serviço? Berenice: Não me diga que o Sr Lúcio teve a capacidade de te mandar embora. — ela diz e eu confirmo. Suzane: Lilian está sentindo-se a patroa da casa e a primeira ordem dela, foi dispensar-me. — falo e elas me olham desacreditadas. Lauren: Como ele teve coragem de fazer uma coisa dessas, logo com você, que trabalha a anos com a família dele. Suzane: Pois é, mas eu imaginava que isso pudesse acontecer, eu só temo pela minha menina, ela não merece ficar sozinha com aqueles dois. — elas confirmam. Rosa: O Don Niklaus estava atrás de uma governanta, espere aí. — ela diz e pega um pedaço de papel, anota algo e logo me alcança. — Aqui está o endereço dele, vá até lá, eu também irei avisar há um dos homens dele que você estará indo até lá para uma entrevista. Suzane: Eu não sei nem como lhe agradecer. — digo e a mesma nega com a cabeça. Rosa: Você é uma de nós, temos que nos ajudar, eu espero que consiga o serviço lá, soube que ele não é muito fácil de lidar, mas que paga muito bem. — ela diz e eu confirmo. Depois que elas fizeram suas compras, eu me retirei de lá e caminhei um pouco pela praça que tem aqui perto, parei em uma lanchonete e pedi um sanduíche e um suco natural, olhei no relógio vendo ser de tarde já, então fui em direção ao endereço que a Rosa me deu, assim que cheguei em frente ao local, fiquei impressionada com o tamanho da mansão. Aproximei-me da entrada e fui barrada por alguns seguranças, como já era previsto. Suzane: Desculpe, eu sou a Suzane, estou aqui para falar com o Don Niklaus, sobre a vaga de governanta. — digo e o segurança me olha com a sobrancelha arqueada. Xx: Aguarde um minuto. — ele fala e se afasta um pouco, depois de alguns minutos ele se direciona até mim e libera à minha entrada, agradeço ao mesmo e logo uma senhora vem até mim, ela sorri simpática. Xx•: Suzane, é um prazer lhe conhecer, eu sou a Amber, eu era a governanta daqui, mas agora irei me aposentar, como podes ver, já estou bastante velha. — ela diz dando um leve sorriso. Suzane: É um prazer. — digo simpática para a mesma. Amber: Me conte mais sobre você, já trabalhou nessa área antes? Suzane: Trabalha até ontem. — falo e logo às lembranças de tudo o que vivi com a Olívia e a Briana vem à minha mente. Amber: Porque este olhar triste, minha querida? Suzane: Eu trabalho há mais de 25 anos com a mesma família, bom, trabalhava, com os Moore. — falo para a mesma que me olha surpresa. Amber: A Dona Olívia faleceu ontem, sinto muito. — ela diz e eu confirmo. — Eu nunca gostei muito do Sr Lúcio, e pelo jeito, ele só estava esperando a coitada ir, para poder dispensar você. Suzane: Sim, a única coisa que prendia-me lá era a Olívia e a Briana. Amber: Briana é a filha deles, correto? — eu confirmo. — Imagino que não deva estar sendo nada fácil para você. Suzane: Não, mas eu deixei claro que dela ninguém irá me afastar, prometi para a minha amiga que iria tomar conta dela e é isso que farei. Amber: Admiro muito isso. — ela diz e eu lanço outro sorriso para a mesma. — Acredito que você irá se sair muito bem aqui... Bom, vamos ao que você irá fazer... — ela começa a me passar uma lista dos meus afazeres. — É isto, ah, outra coisa, o nosso querido chefe, não gosta de ser interrompido, ele é de poucas palavras e não costuma demonstrar muito os seus sentimentos, digamos que ele mal se expressa, só quando ele está com o humor muito bom, o que é raríssimo. Don Niklaus: Eu escutei isso, Amber. — a voz grossa soa atrás de nós e eu me viro vendo um homem muito bonito. — Você deve estar aqui para ocupar o lugar dela. — ele diz e eu confirmo. — Primeira lição, não fique falando mal do seu chefe, ele pode escutar. Suzane: Pode deixar. — digo meio sem jeito. Don Niklaus: Irei sair agora, tenho algumas coisas para resolver, voltarei tarde, se puder deixar a comida pronta, agradeço. Amber: Claro Don, quando voltar estará tudo do jeito que o senhor gosta. — ela diz e ele confirma, se retirando. A sua presença é forte, um pouco obscura eu diria, pelo jeito não será nada fácil trabalhar com ele, mas eu consegui lidar com o Sr Lúcio por anos, e como pude perceber, ele costuma não ficar muito por casa e é mais reservado, então acredito que não teremos problema. Amber me mostrou a casa toda e disse que eu começaria hoje mesmo, fiquei encarregada de preparar o jantar e foi isso que eu fiz, a mesma experimentou e abriu um sorriso. Amber: Isso está incrível, ele vai amar, com certeza, achei alguém a altura para me substituir, como expliquei, ele gosta de tudo certinho, mas eu tenho certeza que você vai se dar bem.Eu sempre fui um cara fechado e de poucas palavras, mas não como costumo ser hoje em dia... Eu sempre me acostumei a ter tudo, tudo o que eu desejava eu conseguia, tanto às mulheres, quanto outras coisas, eu sempre dava um jeito de conseguir, às mulheres sempre jogavam-se aos meus pés, exceto ela, Meredith, ela é uma mulher linda, desapegada e divertida, quebrava os padrões, mas era tão intrigante ver a mesma, ela despertou muito interesse em mim, e o fato de ela não me querer, foi o que mais deixou-me apaixonado por ela, eu fiz uma coisa que nunca tinha feito em toda à minha vida, corri atrás dela. Foi difícil, mas eu consegui conquistar o coração dela, trouxe a mesma para morar comigo e estávamos organizando o nosso casamento, ela era incrível, mas a Amber nunca gostou muito da mesma, ela dizia que ela não era para mim, eu achava que era implicância, mas a Amber estava certa... Lembro como se fosse hoje, eu cheguei em casa e escutei gemidos vindo da parte de trás da mansão, estranh
Clarisse: Papai, você tem certeza disso? Não correrei riscos? — Pergunto ainda digerindo essa ideia que o meu pai teve. Alfredo: Não seja tola, minha filha! Ele é homem, você é encantadora, vai chegar devagarinho, como quem não quer nada, vai fazer-se de difícil, são dessas que nós sempre gostamos, às que não jogam-se aos nossos pés, e quando você menos perceber, irá fisgar ele. Clarisse: Eu confio em você. — digo para ele que sorri e caminha na minha direção. Alfredo: Sempre uma boa menina, meu amor. — ele fala fazendo um leve carinho no meu rosto. Clarisse: Só quero que o senhor orgulhe-se de mim, papai. — falo e o mesmo confirma. Eu fiz exatamente tudo o que o meu pai mandou, passei uma visão completamente diferente do que eu sou, fiz como quem não queria nada, como quem não tinha interesse e quando percebi, ele realmente estava caidinho por mim, começamos a nos envolver e eu sempre fazendo-me de difícil, quando menos percebi, já estava indo morar na sua mansão, o me
Eu sabia que não seria fácil perder a minha mãe, abriu um buraco enorme em meu coração, ela era tudo na minha vida, a minha melhor amiga, e ainda de quebra, Suzane foi demitida! Achei que com os dias passando, eu iria acabar me adaptando com a perda dela, mas não, só vem piorando. Eu amava correr pela mansão, ir para o jardim apreciar a vista, mas hoje, a mansão se tornou o meu pesadelo, o medo de sair e cruzar com o meu pai ou até mesmo a Lilian, eles são terríveis, muito mais do que eu esperava, nunca sonhei que o meu pai fosse tão baixo assim...A única coisa boa que saiu disso tudo, foi a minha amizade com a Anastácia, ela é um pouco mais velha que eu, mas me entende e me compreende como ninguém, ela tem pavor do meu pai e de Lilian, e eu não a julgo, eu que sou filha também tenho. Ela se tornou uma grande amiga nesses últimos dias e está sempre tentando me fazer sorrir... Esses dias ela voltou da feira com uma carta para mim, de início, estranhei, mas quando reconheci a letra o m
Deus, eu estava sem reação alguma, às mãos trêmulas, o medo tomando conta de cada particula do meu corpo, o meu pai só poderia ter enlouquecido! Ele não teria coragem de ir tão longe assim, teria? O choro entalado, agora já se fazia presente no meu rosto, cada lágrimas escorria, o coração cada vez mais acelerado, isso não poderia estar acontecendo. Briana: Saia de cima de mim, eu sou a sua filha, você está louco? Lúcio: Eu não estou nem aí, para algo, você deve prestar. Briana: Saia, por favor, eu sou virgem, não faça isso comigo, eu lhe imploro! — digo chorando mais alto e logo escuto um barulho na porta e ele sai depressa de cima de mim. Lilian: Mas o que está acontecendo aqui? — ela pergunta cruzando os braços. Lúcio: Nada querida! Vamos dormir. — ele diz olhando-me com frieza e sai do quarto puxando a mesma. Eu me sento, dobrando os joelhos e agarrando-os, ainda sem acreditar no que acabou de quase acontecer, o meu pai perdeu totalmente o juízo, ele se transformou
Embora, eles estavam mandando-me embora da Mansão, eu nem sei o que pensar ou fazer, Don Alexander? Eu nunca escutei falar sobre o mesmo, enquanto eu arrumava às minhas coisas, os meus pensamentos estavam um turbilhão, escutei a porta abrir e virei vendo a Anastácia, a mesma estava com um olhar triste e o rosto vermelho, o que chamou-me bastante atenção. Briana: O que foi no seu rosto, Anastácia? — pergunto já temendo a resposta. Anastácia: Lilian me acertou um tapa. — ela diz com a voz um pouco embargada. Briana: Céus, porque diacho ela fez isso? Anastácia: Eu não consegui segurar-me, quando percebi já estava ofendendo eles dois. Eles não podem fazer isso com você. Briana: Depois do que o meu pai fez ontem, eu não espero mais nada vindo deles, está tudo bem. — digo tentando não transparecer o meu nervosismo e medo. Anastácia: Você nunca escutou falar sobre ele, não é? Briana: Don Alexander? — ela confirma. — Nunca, o que tem ele? Anastácia: Oh, minha menina, ele
Eu sempre fui uma moça sonhadora, sempre quis me dedicar aos estudos e me formar em algo que eu gostasse, como a culinária, eu sempre amei cozinhar, mas nunca tive uma oportunidade para poder aprender como eu gostaria, desde muito novinha, me vi largando os estudos por uma doença que o meu pai tinha, então ele precisava de todo o cuidado, e como a minha mãe nos abandonou, não tive escolha a não ser sair da escola e ficar cuidando do mesmo, eu não pude realizar o meu sonho de fazer culinária, não pude terminar os estudos, mas apesar disso, eu não me arrependo, o meu pai sempre foi a minha vida todinha, ele sempre fez muito por mim quando eu era criança, então o mínimo que eu poderia fazer por ele na adolescência, era cuidar do mesmo! José: Minha filha, você me dá muito orgulho, sabia? Sonho com o momento que realizará o seu sonho e se tornará uma grande cozinheira. — ele fala fazendo um carinho em meu rosto. — O papai não queria ser um peso para você. Anastácia: Nunca mais repita um
Amber tornou-se uma grande amiga e companheira, contei sobre tudo o que aconteceu na casa de Lúcio, depois da morte de minha amiga, e Amber sempre se fez presente e aconselhou-me. Todos os dias, o meu coração dói, por saudades da Briana e não saber como ela está saindo sem mim, naquela casa. Conheci a Anastácia, ela tornou-se uma amiga e tanto para a Briana, e jurou que iria tomar conta dela, o quanto conseguisse, isso já deixou-me mais aliviada, eu estou pensando em organizar-me e alugar uma casa para mim, para poder cuidar de Briana e se Anastácia tiver disposta a largar aquela mansão, poderá vir também. Don Niklaus, ele tem se mostrado um ótimo patrão, mas ele é muito fechado, se abre com a Amber, e ela me explicou o porquê dele ser assim, ele usa isso como uma proteção, e eu entendo o lado dele, por isso evito não ficar no radar dele e fazer todo o meu serviço muito bem, e graças a Deus, ele está gostando bastante. Amber disse que ele me viu chorando esses dias e perguntou p
Estou gostando bastante do serviço de Dona Suzane, observo ela e a Amber sempre juntas e o quanto ela é competente, Amber até tenta organizar às coisas, mas a mesma não deixa, já escutei diversas vezes ela falando "Já que quer ficar acompanhando-me, tudo bem, mas fique quietinha, descansando e aproveitando um bom chá", confesso que achei que ninguém conseguiria colocar a Amber no lugar, mas Suzane está fazendo um ótimo trabalho, a Amber nem rebate mais, só faz companhia, enquanto toma um chá ou café. Eu já peguei a Suzane várias vezes cabisbaixa, algumas vezes até chorando, e eu não entendia o porquê, até chamar a Amber para conversar e ela explicar-me que Suzane acabou deixando uma "filha" para trás, ela falou que a menina não é exatamente filha dela, mas é esse sentimento que ela tem pela menina, já que a mãe da mesma, que era a sua melhor amiga faleceu. Fiquei bastante sentido por ela, sei que não é nenhum pouco fácil, Amber disse que, infelizmente, o pai da menina é vivo, então