Eu tentava me concentrar na nossa conversa, mas não conseguia tirar os olhares daquela moça dos meus pensamentos, a tristeza e o medo, o mesmo olhar que a Melinda está, mas algo nela, eu não sei explicar, me chamou muito mais atenção, eu não posso fazer nada, isso seria uma Guerra com o Don Alexander, que bom que está será a minha última vez aqui, assim nunca mais verei às duas e não sentirei essa sensação. Don Alexander: Então se é apenas isso, eu te ajudo, só me fale o dia que precisa que passo o contato do meu homem que cuida disso, para entrar em contato com o seu homem. Don Niklaus: Perfeito. — digo e ele abre um sorriso asqueroso. Don Alexander: Não se esqueça que com isso, ficará me devendo uma. Don Niklaus: Eu já imaginava isso, pode ficar tranquilo. — falo para o mesmo que confirma. Don Alexander: Melinda, os acompanhe até a porta. — ele fala e a mesma se aproxima, ela não olha para nós, apenas para o chão, vamos em direção à entrada da mansão, quando observo um
O silêncio se fazia presente no quadro, Melinda mal olhava para mim, e eu estava assustada, o coração acelerado, o arrepio no corpo de ponta a ponta, o peito doendo, a respiração desregulada, o que seria de mim agora? Olhando para a Melinda, eu tive a certeza que ela era como eu, que ele enjoou dela e colocou ela para trabalhar para ele e me colocou no lugar dela, ou talvez, ele me trouxe para cá, para atender às ordens dele, assim como ela, a diferença é que ele me colocou no quarto junto dele. Briana: Ele... — procuro às palavras e a mesma olha para mim. — Ele te comprou também? — crio coragem e pergunto. Melinda: Sim, fez exatamente a mesma coisa que fez com você. — ela fala cabisbaixa. Briana: Faz muito tempo que está aqui? Melinda: Há cerca de três meses, mas diferente de você, ele já me colocou em um quarto separado, eu sinto muito. — ela fala e eu estranho. Briana: Como assim? O que isso significa? Melinda: Ele vai algumas noites me visitar, mas não são todos o
A sua respiração pesada, às suas mãos segurando o meu rosto com uma força mais do que o necessário, os olhos nitidamente zangados, me fazem engolir seco. Don Alexander: Quando eu falar, você apenas obedece, às coisas funcionam aqui, dessa forma, tudo que fazem ou deixam de fazer, eu decido também! Não me teste, coração. — ele fala com a voz carregada de autoridade. Briana: Eu não pedi pra estar aqui. Meu pai... me vendeu. — falo com a voz baixa e carregada de dor e raiva. Don Alexander: Seu pai fez um acordo. Um que você vai honrar, goste ou não. — ele fala com impaciência. Briana: Isso não é um acordo. É uma sentença! — Falo me afastando de seu toque. Don Alexander para diante de mim, a sombra dele engolindo a pouca luz que entra pelas janelas fechadas. Ele fala com calma cruel, cada palavra calculada para me ferir. Don Alexander: Vou te explicar como as coisas funcionam na minha casa, Briana... — ele segura o meu queixo com força, obrigando-me a olhar em seus olhos. — Aqui,
Há um prazer peculiar no controle absoluto. Não falo da ilusão de poder que os homens fracos sentem quando mandam em funcionários ou levantam a voz para uma mulher. Falo do verdadeiro domínio: o tipo que molda vontades, quebra resistências e reconstrói pessoas de acordo com os meus caprichos.Não sou como os outros. Jamais fui. Desde jovem, percebi que não sentia culpa como os demais. Quando empurrei meu primo da escada por não querer dividir um brinquedo, eu não chorei nem temi punição. Observei a queda, o som seco do impacto, e senti algo... belo. Era como se o mundo se curvasse por um instante ao meu desejo.Com o tempo, aprendi a disfarçar. Sorrisos falsos, empatia ensaiada. Um predador disfarçado de cavalheiro. Mas por dentro, sempre fui o mesmo: alguém que gosta de ver o mundo aos seus pés. E as mulheres… elas são meu passatempo favorito. Não me interessam suas opiniões, seus sonhos ou suas vontades. Elas existem para me servir. Para serem moldadas. Compradas, como qualquer bem.
Eu não consigo mais contar quantas noites chorei em silêncio, tentando entender como tudo isso aconteceu tão rápido. Fui vendida. Não por um estranho. Não por alguém que me odiava. Mas pelo meu próprio irmão. O sangue do meu sangue. Ele olhou nos meus olhos, me prometeu que tudo ficaria bem… e no dia seguinte, eu já estava nas mãos de Don Alexander. Três meses se passaram. Três longos meses. E eu ainda acordo com o coração acelerado, o corpo tenso, como se o medo tivesse virado parte de mim. Ele é frio. Controlador. Nunca grita — o que, de algum jeito, é pior. Tudo nele é ameaça contida. A maneira como ele me olha, como se fosse dono de cada parte minha, da pele até os pensamentos. Eu fui vendida, como se fosse um móvel antigo. Sem valor sentimental, sem história que importasse. Apenas entregue, para ele, e assim, minha vida passou a pertencer a Don Alexander. Eu sabia algumas coisas sobre ele, o quanto ele era manipulador e cruel, mas nunca havia visto pessoalmente, não até a
A luz fraca da manhã mal tocava o chão da cela quando Melinda se aproximou. Seus olhos, mais fundos a cada semana, ainda carregavam uma centelha de força que me lembrava o mundo lá fora — aquele onde o céu não era cortado por grades.Melinda: Dormiu alguma coisa? — ela perguntou, sentando ao meu lado no jardim. Briana: Não muito — respondi, olhando para o céu. — Ele está tentando... — falo para a mesma que me olha com pena, mas logo é tomada pela raiva. Melinda cerrou os dentes. Ela sabia o que aquilo significava.Melinda: Precisamos sair daqui, Briana — ela disse em voz baixa. — De algum jeito, em algum momento. Isso aqui... isso não pode ser tudo o que nos resta. — Eu lembro que quando cheguei aqui, ela não tinha esperança nenhuma em sair, mas agora, parecia que às coisas haviam mudado, havia esperança.Briana: Eu penso nisso o tempo todo — sussurrei. — Penso em Suzane... em Anastácia. Eu me pergunto onde estão. Se estão bem, se sentem a minha falta. Só de falar o nome delas, algo
Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo, o meu coração apertou, a dor no peito aumentou e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, a minha mãe, a minha mãezinha, ela partiu, me deixando sozinha neste mundo, sim, sozinha, eu tenho o meu pai, mas não é a mesma coisa, ele não faz nada por mim, nunca fez, e tenho certeza que não fará, mesmo sendo só nós dois agora! Eu não queria acreditar que eu não teria mais a minha melhor amiga comigo, a pessoa que mais amo nessa vida, que sempre esteve ali por mim, sai do quarto e fui em direção à rua, o meu mundo todo parecia que estava acabando, a chuva começou cair e eu a acompanhei, caí de joelhos no chão me permitindo chorar e gritar, a dor que eu estava sentindo era insuportável, Deus, porque, logo ela, a minha parceira de tudo.Respirei fundo, arrasada, levantei-me sentindo uma presença atrás de mim, quando me virei, dei de cara com o meu pai, o mesmo me olhava com desgosto, e eu sempre perguntei-me o porquê de ele me tratar
Briana: Eu prometo mamãe, que eu vou ser uma pessoa melhor pela senhora, que eu tentarei ser forte, eu amo você, obrigada por cada momento maravilhoso que tivemos juntas. — dou-lhe mais um beijo na testa da mesma e coloco uma rosa vermelha nas suas mãos... Afasto-me e deixo o restante do pessoal se despedir dela, assim que todos finalizam, fomos em direção ao cemitério, o caixão da mesma começou a descer e junto dele, o meu coração foi junto, fechei os olhos e cai de joelhos perto do seu túmulo, joguei outra rosa vermelha e um punhado de areia sobre o caixão da mesma! — Eu te levarei para sempre comigo, eu te amo tanto, mamãe! Suzane ajudou-me a levantar-me e voltamos para a mansão, assim que adentramos o cômodo, vi o meu pai e a Lilian aos beijos na sala, aproximei-me deles, mesmo a Suzane tentando me tirar dali, fazendo-os notarem a minha presença. Lúcio: O que você quer aqui? Suba para o seu quarto, garota! Briana: A minha mãe não merecia nada disso, tenho certeza que ela mor