As mãos de Melinda tremiam tanto quanto as minhas enquanto ela colocava mais uma pedra no parapeito da janela. O sol já estava alto, mas não passava de um reflexo cruel naquele lugar onde o tempo parecia estagnado. Eu ainda sentia o gosto do sangue na boca. O tapa de Don Alexander não tinha deixado só uma marca na pele — ele tinha rompido algo por dentro. Briana: Ele me bateu, Melinda — confessei em um sussurro trêmulo, sentando ao lado dela. — Me encostou com força, me ameaçou. Disse que vai me tomar, queira eu ou não. Ela virou para mim como se o mundo tivesse parado. Por um segundo, achei que fosse gritar, mas ela apenas fechou os olhos com força, como quem tenta conter o mar de dentro. Melinda: Desgraçado... — murmurou, entre os dentes. — Isso não pode continuar. Ele vai acabar com você, Briana. Com a gente. Briana: Já acabou, Melinda — falei, encarando o chão. — Eu não sou mais a mesma desde que entrei aqui. Mas eu juro... ele não vai me tocar de novo. Nunca mais. Ela seguro
A mansão estava estranhamente silenciosa. As cortinas das janelas balançavam devagar com o vento que entrava, já estava escuro, a noite havia chegado, e junto com ela, o medo... A angústia apertava o peito como uma mão invisível, e eu mal conseguia ficar parada. Andava pela sala, passava os dedos nervosos pelas bordas dos sofás, encarava a porta como se, ao fitá-la com força suficiente, ela pudesse se abrir. Amber: Suzane, por favor… — a voz da mesma soou tranquila, sentada no sofá com um cobertor sobre as pernas e um livro fechado no colo. — Vem se sentar um pouco. Essa ansiedade está te consumindo viva, logo você abrirá um buraco nesse chão. — ela tenta aliviar o clima tenso que está presente. Suzane: Como posso me acalmar, Amber? — retruquei, quase num sussurro. — Você não a conhece… não viu o brilho que ela tinha quando criança. Briana… ela era a luz daquela casa sombria. E agora… não sei nem em que estado ela está. Amber respirou fundo, levantando-se devagar. Seus passos era
O som do metal sendo revisado ecoava no ar abafado do galpão. As armas estavam alinhadas, os coletes, prontos. Meus homens me aguardavam em silêncio, atentos aos últimos detalhes. A tensão era quase palpável, mas o foco nos olhos deles me dava confiança. Eu não podia errar. Don Niklaus: Atenção — falei, andando até o centro. — Entraremos pela ala leste da mansão. As câmeras foram desativadas, temos quinze minutos de vantagem até que o backup entre. Melinda e Briana estão no terceiro andar, ala interna. Nosso objetivo é tirá-las com vida. — Os olhares se cruzaram, firmes, Alex havia hackeado às câmeras da mansão, então, isso nos daria tempo, talvez não o suficiente, mas ajudaria de qualquer forma... — Se houver mais alguém, resgatamos também. Trabalhadores, governantas, qualquer um que não tenha levantado arma contra nós, deixem vivos. Isso não é massacre. É resgate. Só atirem em quem oferecer resistência armada. Todos assentiram rápidos e silenciosos. Amber apareceu na porta, seus o
Mais tarde, as coisas foram se acalmando. Melinda não saía do meu lado. A mão dela continuava colada na minha, como se qualquer descuido nos separasse. Nos sentamos em um dos corredores, no chão mesmo, encostadas na parede. Ainda estávamos sujas, com os cabelos desgrenhados, os rostos marcados… mas vivas. Briana: Você acha que acabou mesmo? — perguntei, olhando pro teto alto. Melinda: Eu acho que o pior passou — ela respondeu, apertando meus dedos. — E agora… a gente vai ficar bem. Juntas. Olhei pra ela. A luz amarelada da lâmpada deixava seu rosto com sombras suaves. Eu nunca tinha sentido por ninguém o que sentia por Melinda. Era mais que amor — era sobrevivência. Um amor nascido da dor, mas que floresceu como um jardim num campo de guerra. Briana: Promete que nunca mais vai se separar de mim? — sussurrei. Melinda: Nunca mais — ela respondeu, firme, os olhos presos nos meus. — Se tentarem, eu luto. Eu morro. Mas não deixo. Sorri, mesmo com o gosto da tristeza ainda na ga
Eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo, o meu coração apertou, a dor no peito aumentou e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, a minha mãe, a minha mãezinha, ela partiu, me deixando sozinha neste mundo, sim, sozinha, eu tenho o meu pai, mas não é a mesma coisa, ele não faz nada por mim, nunca fez, e tenho certeza que não fará, mesmo sendo só nós dois agora! Eu não queria acreditar que eu não teria mais a minha melhor amiga comigo, a pessoa que mais amo nessa vida, que sempre esteve ali por mim, sai do quarto e fui em direção à rua, o meu mundo todo parecia que estava acabando, a chuva começou cair e eu a acompanhei, caí de joelhos no chão me permitindo chorar e gritar, a dor que eu estava sentindo era insuportável, Deus, porque, logo ela, a minha parceira de tudo.Respirei fundo, arrasada, levantei-me sentindo uma presença atrás de mim, quando me virei, dei de cara com o meu pai, o mesmo me olhava com desgosto, e eu sempre perguntei-me o porquê de ele me tratar
Briana: Eu prometo mamãe, que eu vou ser uma pessoa melhor pela senhora, que eu tentarei ser forte, eu amo você, obrigada por cada momento maravilhoso que tivemos juntas. — dou-lhe mais um beijo na testa da mesma e coloco uma rosa vermelha nas suas mãos... Afasto-me e deixo o restante do pessoal se despedir dela, assim que todos finalizam, fomos em direção ao cemitério, o caixão da mesma começou a descer e junto dele, o meu coração foi junto, fechei os olhos e cai de joelhos perto do seu túmulo, joguei outra rosa vermelha e um punhado de areia sobre o caixão da mesma! — Eu te levarei para sempre comigo, eu te amo tanto, mamãe! Suzane ajudou-me a levantar-me e voltamos para a mansão, assim que adentramos o cômodo, vi o meu pai e a Lilian aos beijos na sala, aproximei-me deles, mesmo a Suzane tentando me tirar dali, fazendo-os notarem a minha presença. Lúcio: O que você quer aqui? Suba para o seu quarto, garota! Briana: A minha mãe não merecia nada disso, tenho certeza que ela mor
Eu sempre fui muito amiga da Olívia, ela sempre foi uma mulher de personalidade forte, qualquer um admirava ela, inclusive eu, nós duas nos tornamos melhores amigas, eu virei sua confidente e ela a minha, sempre ajudei a mesma, assim como ela sempre me ajudou... Quando a Briana nasceu, eu vi uma alegria nela que por muito tempo eu não via, a Briana trouxe a luz para a vida dela novamente, e com isso, trouxe para a minha vida também... O casamento dela e do Lúcio, nunca foi fácil, era bastante conturbado, ele sempre traiu à mesma, com diversas empregadas e até mesmo prostitutas, mas ela nunca havia pego ele no flagra, não até ele se envolver com a Lilian, lembro que a Briana já estava com seus 18 anos, quando ela pegou ele na cama com a Lilian, a mesma ficou arrasada, ela sempre foi apaixonada pelo mesmo, mas depois daquele dia, tudo mudou, a raiva começou a falar mais alto, eu lembro que ela estava no escritório dele e a Briana estava no quarto dormindo, ela gritava, dizendo que iria
Acordei na manhã seguinte e organizei tudo o que havia bagunçado, fui em direção ao banheiro e realizei às minhas higienes, hoje iniciaria um novo dia, mas o meu coração estava apertado e não saia da Briana, eu espero que ela esteja bem e que não faça nenhuma besteira... Saí do quarto e fui até a recepção, paguei pela noite e fui em direção à fruteira que tem aqui perto, assim que cheguei, notei a presença de algumas governantes, aproximei-me delas e sorri simpática para todas. Rosa: Suzane, como está, querida? Soube do que aconteceu com a Dona Olívia, meus sentimentos. Suzane: Muito obrigada, Rosa, estou levando, não dá para parar, não é mesmo. — falo dando um sorriso forçado. — Então, vocês saberiam me dizer se tem alguma casa precisando de governanta ou até mesmo outro serviço? Berenice: Não me diga que o Sr Lúcio teve a capacidade de te mandar embora. — ela diz e eu confirmo. Suzane: Lilian está sentindo-se a patroa da casa e a primeira ordem dela, foi dispensar-me. — falo e e