DurvalFico paralisado diante do que vejo. Ainda não compreendo como Carmen consegue se recuperar tão rapidamente. Quando estive na clínica psiquiátrica, ela estava em um estado deplorável, agindo como se fosse insana. Agora, vê-la tão lúcida, forte e com um olhar imponente me deixa boquiaberto.Olho para Jorge, que parece tão surpreso quanto eu. Ele a abraça, mas logo se afasta. Ao que tudo indica, o relacionamento entre eles não é tão bom quanto eu imaginava. Mas isso são apenas suspeitas — algo que só poderei confirmar mais adiante.Fujo dos meus pensamentos e digo:— Carmen? É você mesma? — pergunto, assustado, sem acreditar que é realmente minha irmã diante de mim.— O que foi, Durval? Por que está me olhando como se tivesse visto um fantasma? — ela diz, sorrindo, enquanto retira os óculos escuros e os guarda na bolsa.— Me perdoe, minha irmã, mas quando fui visitá-la na clínica, você estava tão mal... Nem me deixaram falar com você. E agora, vê-la assim, tão bem, é surreal — dig
Maria Leblanc Não entendo o que está acontecendo comigo para desmaiar com tanta facilidade. Nunca tive nenhum problema de saúde, mas, desde que chego ao Brasil, é a segunda vez que isso acontece. Talvez seja por tudo o que descubro — e, claro, pelo acidente com Durval — que me sinto tão frágil. Não vejo outro motivo para isso.Tento abrir os olhos, mas uma dor forte na cabeça e as pálpebras pesadas me impedem de entender onde estou.— Meu Deus! Esse não é o melhor momento para eu ficar acamada. Um turbilhão de acontecimentos lá fora e eu aqui, imóvel nessa cama... Durval e, principalmente, Zoe precisam de mim. Ajude-me a sair desse lugar o mais rápido possível. Preciso conversar com Tereza e contar tudo o que sei. Tenho certeza de que ela me ajudará a proteger minha Raio de Sol — penso, enquanto continuo tentando abrir os olhos para entender o que realmente está acontecendo.Permaneço por alguns instantes com os olhos fechados, imaginando estar sozinha. Mas logo percebo passos próxim
Brenda Ortiz Alguns dias se passaram desde aquela tragédia. Ontem, realizamos os sepultamentos de Cristóvão e Estêvão no mausoléu da família. Gregório permanece pensativo e introspectivo durante todo o dia. Eu o compreendo e, por isso, dou o espaço que ele precisa. Cada pessoa reage à morte de forma diferente: alguns choram, outros gritam, há quem negue, e há os que, como Gregório, preferem o isolamento.Já estamos há algum tempo aqui na ilha, e minha recuperação surpreende até os médicos. Pouco a pouco, retomo as forças, e com os cuidados do meu amor, tudo acontece de forma muito mais rápida. Hoje, o doutor remove os pontos do ferimento na minha cabeça, e as dores cessam. Apenas um leve desconforto na coluna persiste por conta das fortes pancadas que sofro, mas nada que algumas sessões de pilates não resolvam.Gregório e eu conversamos cada vez mais sobre nossas vidas — e, principalmente, sobre nosso futuro juntos. O pedido de divórcio já está em andamento e, ao que tudo indica, em
Brenda Ortiz — Primeiro, o Jorge já está totalmente recuperado. Ele prestou queixa pela tentativa de homicídio, alegando que você foi a culpada de tudo — diz Rubens.— Isso é verdade. Eu fui a culpada pela queda do Jorge da escada e devo pagar por isso — admito, enquanto Gregorio segura meu rosto e me encara fixamente.— Brenda, por favor, não se preocupe com absolutamente nada. Estamos juntos nisso até o fim. E juntos vamos encontrar uma forma de você sair ilesa de tudo isso — diz Gregorio, com uma feição preocupada.— Gregorio, eu não quero sair ilesa de nada. Já te disse várias vezes que quero mudar e, se para isso acontecer eu tiver que pagar pelos meus crimes, assim será — respondo, segurando sua mão e lhe dando um selinho.— Isso é uma loucura. Estamos falando de crimes gravíssimos, como tentativa de homicídio. Já parou para imaginar você reclusa numa penitenciária por seis a vinte anos? — questiona Gregorio, incrédulo.— Se esse for o meu destino, meu amor, eu aceitarei e paga
Brenda Ortiz Enquanto arrumo as malas para voltarmos ao Brasil, continuo tentando assimilar tudo o que acabo de ouvir sobre a saúde do meu pai. Sinto-me profundamente culpada por tudo o que acontece, mesmo que o meu Gregório tente me tranquilizar. Sei que essa situação é apenas uma das consequências das minhas insanidades e da minha obsessão por riqueza.Aqui na ilha, temos empregados para praticamente tudo — desde os serviços mais pesados até os mais simples. Se dependesse do Gregório, eu não faria absolutamente nada. Mas me sentiria uma inútil, apenas um objeto decorativo, se aceitasse suas vontades. Antes, isso seria o ideal para uma mulher como eu, e me sentiria imensamente feliz por ser a toda-poderosa. Afinal, não foi por isso — e para ter essa vida — que passei por cima de todos?Mas, dia após dia, venho mudando meus pensamentos e, principalmente, minhas atitudes. Hoje olho para a vida de outra forma e percebo que somos todos iguais. Aos poucos, entendo que o dinheiro é muito
Brenda Ortiz Gregório começa a me beijar ferozmente enquanto acaricia meu clitóris por baixo da calcinha. Seus dedos são precisos, ágeis, tão rápidos que me levam ao êxtase em poucos instantes. Quanto mais sua língua se move na minha boca, mais intensos e acelerados são os movimentos de seus dedos na minha entrada. Estou presa, imobilizada, sem conseguir sequer tocá-lo. Ele me domina por completo. Quero chupá-lo, sentir seu gosto, tê-lo dentro de mim, mas ele não permite. Continua me devorando com a língua e os dedos até que não suporto mais. Meu corpo começa a ter espasmos, alcançando o orgasmo somente com seu toque e seus beijos deliciosos.Ainda segurando meus braços acima da cabeça, ele me encara intensamente, abaixa meu vestido e diz firme ao pé do meu ouvido, me arrepiando novamente:— Isso é só o começo do seu pagamento, atrevida. Agora, chega de perguntas e venha comigo.Ele fala enquanto beija meu pescoço, fazendo minhas pernas dobrarem e quase me derrubarem. Gregorio me seg
Brenda Ortiz Gregorio acende as luzes, e eu olho ao redor, boquiaberta com tudo o que vejo. O quarto é todo decorado em preto e bordô. Objetos de sadomasoquismo estão pendurados por todos os lados. Alguns eu já conheço — algemas, mordaças, correntes, cadeados, chicotes, açoites, cintos, cordas, fitas adesivas, velas, fantasias —, mas outros nem consigo imaginar para que servem. A iluminação baixa confere ao ambiente um ar misterioso que, por si só, já revela seu propósito: o prazer.Permaneço paralisada, meu corpo exposto apenas de calcinha, observando tudo ao meu redor. Volto a mim ao ouvir sua voz sussurrando no meu ouvido, seguida de tapas na minha bunda que ardem... e ao mesmo tempo me dão prazer.— Isso é pelo seu atrevimento em falar palavrões. Aqui isso não é permitido. Se quebrar outra regra, a punição será ainda mais severa. Entendeu? — diz ele, em tom firme, próximo ao meu ouvido, enlouquecendo-me por completo.— Sim, Don Valentim — respondo de olhos fechados, tomada por um
Brenda Ortiz Gregório ordena que eu estenda as duas mãos à frente, na altura dos ombros. Em seguida, aproxima-se e diz para que eu tire a roupa dele. Obedeço automaticamente. Tiro, ou melhor, arranco tudo de uma vez.Abro a camisa com força, ouvindo o som dos botões voando. Depois, arranco a calça e, por último, a boxer. Mesmo de olhos vendados, tudo parece muito nítido para mim. Sinto-o se aproximar, e ele me surpreende com um abraço gostoso, seguido de um beijo no rosto. Ele sussurra:— Este que você tocou, porque eu permiti, é o seu DONO, SEU SENHOR... O SEU VALENTIM... Cuidarei de você para sempre e estarei contigo sempre que precisar.Ouvir essas palavras, ditas de forma suave, sexy e envolvente, faz meu coração disparar. Sinto meu corpo amolecer, e quase desmaio de tanta excitação. Não resisto ao perfume dele, aos meus seios tocando aquele peitoral perfeito. Quase perco o controle. Ele me vira de costas, abraça-me por trás, acaricia meus seios. Respiro ofegante, e os gemidos to