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98. O Quarto Místico
Brenda Ortiz Gregorio acende as luzes, e eu olho ao redor, boquiaberta com tudo o que vejo. O quarto é todo decorado em preto e bordô. Objetos de sadomasoquismo estão pendurados por todos os lados. Alguns eu já conheço — algemas, mordaças, correntes, cadeados, chicotes, açoites, cintos, cordas, fitas adesivas, velas, fantasias —, mas outros nem consigo imaginar para que servem. A iluminação baixa confere ao ambiente um ar misterioso que, por si só, já revela seu propósito: o prazer.Permaneço paralisada, meu corpo exposto apenas de calcinha, observando tudo ao meu redor. Volto a mim ao ouvir sua voz sussurrando no meu ouvido, seguida de tapas na minha bunda que ardem... e ao mesmo tempo me dão prazer.— Isso é pelo seu atrevimento em falar palavrões. Aqui isso não é permitido. Se quebrar outra regra, a punição será ainda mais severa. Entendeu? — diz ele, em tom firme, próximo ao meu ouvido, enlouquecendo-me por completo.— Sim, Don Valentim — respondo de olhos fechados, tomada por um
99. A Iniciação da Submissa
Brenda Ortiz Gregório ordena que eu estenda as duas mãos à frente, na altura dos ombros. Em seguida, aproxima-se e diz para que eu tire a roupa dele. Obedeço automaticamente. Tiro, ou melhor, arranco tudo de uma vez.Abro a camisa com força, ouvindo o som dos botões voando. Depois, arranco a calça e, por último, a boxer. Mesmo de olhos vendados, tudo parece muito nítido para mim. Sinto-o se aproximar, e ele me surpreende com um abraço gostoso, seguido de um beijo no rosto. Ele sussurra:— Este que você tocou, porque eu permiti, é o seu DONO, SEU SENHOR... O SEU VALENTIM... Cuidarei de você para sempre e estarei contigo sempre que precisar.Ouvir essas palavras, ditas de forma suave, sexy e envolvente, faz meu coração disparar. Sinto meu corpo amolecer, e quase desmaio de tanta excitação. Não resisto ao perfume dele, aos meus seios tocando aquele peitoral perfeito. Quase perco o controle. Ele me vira de costas, abraça-me por trás, acaricia meus seios. Respiro ofegante, e os gemidos to
100. Últimos Instantes na Ilha
Brenda Ortiz Ilha de Paranea, ItáliaPermanecemos no quarto místico por um bom tempo, aproveitando ao máximo tudo o que aquele lugar nos proporciona. Ao lado de Gregorio, esqueço o mundo lá fora. As horas passam como num sopro, e logo a noite cai, nos lembrando do que está por vir. Vestimo-nos em silêncio e subimos para o quarto onde deixamos nossas malas.Ao entrar, vamos direto para o banheiro. Precisamos estar prontos em menos de uma hora. Gregorio, no entanto, insiste em aproveitar até o último segundo dessa ilha, e, como sempre, me surpreende com sua intensidade. Mas desta vez, há apenas amor entre nós — e posso tocá-lo sem medo, quantas vezes desejar.Beijamo-nos no banheiro quando alguém bate à porta. Encerramos o beijo com um sorriso e Gregorio cobre a cintura com uma toalha, saindo para atender. Ele encosta a porta e, logo depois, entro no box para meu banho. Minutos depois, saio, envolvo-me numa toalha e começo a me secar. Pego um óleo de amêndoas doces e o espalho pelo cor
101. Entre o Amor e o Destino
Brenda Ortiz Enquanto subo no jatinho, sinto meu coração gelar e um medo se apoderar do meu corpo. Seguro o corrimão da escada de acesso e olho para trás, me despedindo em pensamento deste lugar que transforma a minha vida por completo.Com o cabelo esvoaçante, gotas de lágrimas — de alegria e, ao mesmo tempo, de tristeza — rolam dos meus olhos. Alegria por amar e ser amada pelo homem mais espetacular que poderia encontrar nesta terra. E tristeza por saber que estamos deixando esse lindo sonho para encarar a nossa dura realidade.Gregório segura minha cintura, e eu termino de entrar no avião, sentando na última poltrona do lado esquerdo.— Está tudo bem, amor? — pergunta ele, sentando-se ao meu lado e fechando o cinto de segurança.— Estou bem, meu amor, não se preocupe — digo, tentando não alarmá-lo, embora meus pensamentos estejam distantes e o temor de algo ruim nos acontecer me domine.— Não tente esconder nada de mim, eu te conheço. Sei quando está nervosa ou preocupada — ele di
102. O Peso da Verdade
Maria Estamos saindo do hospital rumo à nossa nova casa. Durval nos surpreende com a notícia de que comprou uma linda casa à beira-mar. A alegria em nossos olhos é mais do que evidente — esse homem maravilhoso não para de nos surpreender a cada instante.Já é noite, e dentro de algumas horas estaremos em casa. Zoe está sentada comigo no banco de trás, enquanto Durval ocupa o banco da frente, conversando com Celso. Ele está à flor da pele por Isabel ter saído com o cretino do Alejandro em vez de vir conosco. Mas ela ainda não sabe absolutamente nada sobre o que esse sujeito é capaz de fazer, e por isso todos precisamos compreender a sua situação.— Celso, você precisa manter a calma, meu irmão. Lembre-se de que Isabel, antes de ser sua filha, também é uma mulher — e está perdidamente apaixonada por esse cara — diz Durval, enquanto continuo abraçada a Zoe, que joga em seu tablet.— Eu sei disso, Durval. Mas estou angustiado e preocupado com minha filha nas mãos desse sujeito. Já imagin
103. O Sacrifício de um Amor
Brenda OrtizDepois de longas horas de viagem, enfim estamos prestes a chegar ao nosso destino: Brasil, exatamente no Rio de Janeiro. Durante todo o tempo, Gregório permanece ao meu lado, tentando a todo custo me fazer esquecer os problemas e relaxar. Confesso que, durante as primeiras horas em que nos amamos como loucos, esqueço completamente de tudo. Mas, ao ouvir que estamos próximos do destino e que a aeronave irá pousar, toda a angústia retorna com força total.— Não se preocupe com nada. Cuidarei de tudo para que nada te aconteça — diz Gregório, enquanto estamos deitados no sofá-cama no fundo da aeronave.— Amor, o que está acontecendo? Por que está dizendo isso? — pergunto, assustada, entre um beijo e outro, já sentindo arrepios por todo o corpo.— Tudo o que você precisa é confiar. Você confia em mim? — ele pergunta, olhando-me fixamente.— Até de olhos fechados, se for preciso. Eu te amo, e sei que tudo o que fizer será pelo nosso bem. Mas estou com medo de que algo nos acont
104. A Decisão de um Amor Irrevogável
Gregório — Horas antes da viagem ao Brasil— Tem certeza de que é isso mesmo que vai fazer, meu filho? — meu pai pergunta, fitando-me fixamente enquanto fuma seu charuto.— Sim. Não posso permitir que Brenda seja presa e sofra dentro de uma prisão. O senhor me conhece melhor do que ninguém e sabe que nunca deixaria outra pessoa pagar pelos erros que eu cometi — respondo, olhando para o mar à nossa frente.— Mas ela também comete muitos crimes, Gregório. Não será tão fácil apagar tudo isso perante a justiça. Ainda mais se tratando de um oficial incorruptível como Garcia — diz Rubens, e o encaro com raiva por insinuar a possibilidade de Brenda ser presa.— Sei muito bem disso, Rubens. Mas você é meu amigo há anos, me conhece, e sabe como penso em relação às mulheres.Respondo enquanto apoio as mãos na mureta, sentindo o vento do mar bater no meu rosto e trazer sensações tão intensas que nem consigo explicar.— Com respeito a uma em especial, não é? — Rubens provoca, me olhando. Viro o r
105. A Hora da Verdade
Horas depois...Rio de Janeiro, BrasilGregórioDetesto mentir ou omitir algo das pessoas que amo. Mas, neste caso, é necessário. Se eu abrisse a boca, com certeza ela me impediria de tomar essa atitude e colocar meus planos em ação.Agora estamos aqui, abraçados, nos acariciando depois de longas horas fazendo amor de todas as formas possíveis dentro deste jatinho. Quanto mais eu a amo, quanto mais a devoro, mais desejo ter em minhas mãos cada parte do seu corpo delicioso. Nunca imaginei que diria ou sentiria algo assim, mas posso afirmar com toda a certeza: Brenda é a mulher da minha vida. Ao lado dela quero viver todos os dias que me restarem... sejam bons ou não tão agradáveis assim. Não existe outra pessoa com quem eu queira compartilhar tudo, senão ela.O avião enfim pousa. O momento de nos distanciarmos se aproxima, mesmo que por pouco tempo. Sei que será um período curto, mas já é suficiente para me deixar à beira da loucura, em crises constantes de abstinência por não tê-la ao
Último capítulo