Brenda OrtizJá na cozinha, sento na banqueta e viro meu olhar para uma das empregadas, perguntando:— Sônia, onde está minha mãe?— No quarto, cuidando do seu pai — ela responde de costas, enquanto termina de preparar o almoço.— Então sirva meu café, estou com fome — falo, cruzando os braços.— Se quiser, pegue você mesma. Estou ocupada... E isso era o que você também deveria estar fazendo. Não acha? — ela diz, sarcástica, olhando de lado.— Você é abusada mesmo. Mas logo vou te mostrar seu devido lugar nesta casa, empregadinha — rosno.— Você fala como se também não fosse uma de nós. Se acha a dona da casa só porque se deita com o filho do patrão? — ela diz, sorrindo.— Ficou louca? De onde tirou isso? — me faço de desentendida, mas não adianta.— Acha que ninguém sabe? Você mesma faz questão de deixar a porta aberta enquanto se enrosca feito uma cadela no cio com o Jorge. Me poupe, Brenda. Aqui, a única que não sabe disso é a pobre da sua mãe. Mas logo ela vai enxergar que tipo de
Brenda Ortiz— Alma? O que faz aqui? — pergunto, assustada.— Vim buscar um copo de leite para o nosso pai tomar os remédios e ouvi um barulho na cozinha. Quando fui verificar, imaginando ser um ladrão ou um animal, me deparei com vozes... ou melhor, com urros que mais pareciam de uma fera selvagem — ela diz, me encarando com um certo nojo.— Eu posso explicar. As coisas não são como você pensa. Fui obrigada a fazer aquilo, Alma — falo, aflita, puxando-a para dentro do cômodo e encostando a porta.— Não seja ridícula. Pensa que me engana? Tanto Margarida quanto eu sabemos que tipo de pessoa você sempre foi. Nunca se contentou com a vida humilde, porém digna, que nossos pais nos ofereceram e preferiu se transformar em uma mulher qualquer — ela diz com desprezo.Minha mão se move antes que eu possa conter o impulso, e o tapa estala contra seu rosto. O copo de leite cai no chão e se estilhaça na mesma hora.— CALA ESSA BOCA! — minha voz sai mais alta do que eu desejo. — Você não é ningué
Gregório Montreal No escritório — Essa mulher é maravilhosa, afilhado. Ela é ideal para nossos planos contra o Garcia — diz Estevão, entusiasmado, sentado no sofá de dois lugares à frente da mesa onde analiso alguns documentos. — Não, padrinho! Encontraremos outra alternativa, mas a Brenda nunca participará de algo tão perigoso assim — respondo, nervoso, sem levantar muito os olhos. — Então, o que pretende fazer? Porque é isso ou corremos o risco de acabar atrás das grades — retruca Estevão, seco. Antes que eu possa responder, a porta se abre bruscamente. — Podem deixar que hoje mesmo eu cuido disso — diz Cristóvão, com um tom sarcástico na voz. — Onde você estava metido, Cristóvão? E, além disso, o que ainda faz nesta casa? — o analiso, desconfiado. — O que aconteceu com a sua boca? Isso é uma mordida? Cristóvão leva a mão à boca e responde com desdém: — Não foi nada demais. Só problemas domésticos. Eu e meu padrinho trocamos olhares de desconfiança. Cristóvão aprontou algu
Gregório Jorge disparou a arma por três vezes seguidas. Um dos tiros passou perto demais da minha cabeça, mas eu me esquivei no último segundo, e consegui escapar. Antes que eu pudesse reagir, vejo Jorge perdendo o equilíbrio e caindo. O corpo dele rolou escada abaixo, batendo violentamente nos degraus de mogno. Cada impacto fazia um som seco, até que ele atingiu o chão, inerte. — Jorgeeee... Por Deus! — O grito de Tereza ecoou pelo saguão quando o viu caído, ensanguentado. Ela tentou correr até ele, mas Alma, sua filha, segurou seu braço com firmeza. — Não, mamãe! Em acidentes assim, devemos chamar os paramédicos e a polícia imediatamente. Eu ainda estava agachado, tentando entender a gravidade do que havia acontecido. Estêvão se adiantou, pegou a arma da minha mão com um lenço e a guardou no bolso do sobretudo. Sua voz saiu fria: — Ligue para Cristóvão. Ele vai saber como evitar problemas maiores com a polícia. Praguejei baixinho. A última pessoa que eu queria ver era Cristó
Depois de longos anos, retorno ao lugar de onde fui expulso pelo meu próprio pai, unicamente por ter me envolvido com minha tia Inês quando tinha apenas dezenove anos e ela trinta e oito. Também volto à terra onde vivi as maiores experiências da minha vida. Enfim… Depois de muitas quedas e perdas, como a de Inês, consegui me estabilizar financeiramente e erguer meu império com meu próprio esforço. Não existe nada pior nesta vida do que depender de alguém e ser obrigado a ouvir calado acusações de que só sobrevivemos porque temos um apoio por trás. Chorei, sofri e definhei dia após dia depois que saí daquela casa. Passei por dificuldades de todos os tipos, mas hoje estou prestes a voltar ao Brasil para resgatar tudo o que me foi tirado — principalmente meu filho, Jorge. Sempre fui um homem tranquilo, romântico e amante de um bom vinho. Por essa razão, tornei-me o melhor sommelier de toda a Europa e trabalhei por anos numa renomada exportadora de vinhos, a Le'Blanc. Com muito es
Capítulo com Hot🔥Durval MontrealSaímos de nossa casa em Londres, deixando tudo para trás. Sei que um dia voltaremos, mas quando e como isso acontecerá depende de como tudo será resolvido com meu filho.Carmen sempre foi muito apegada a ele, e, com certeza, uma separação agora não será nada fácil para ambos. Além disso, depois de mais de vinte anos afastado, preciso ser paciente para conquistar seu afeto. Caso contrário, o afastaria definitivamente, e isso é a última coisa que quero.Mas terei calma. Como sempre fiz na vida, serei paciente para conseguir o que tanto desejo: ter meu filho ao meu lado, recebendo tudo o que é seu por direito.Faz tempo que não ligo para minha irmã, por conta da carga horária na empresa e da urgência em resolver as pendências antes da viagem. Portanto, minha chegada ao Brasil será uma grande surpresa.Continuarei trabalhando por videoconferências e, quando necessário, assinarei novos contratos por fax. Não deixarei minha empresa e tudo o que construí co
Capítulo com Hot Durval Saio de dentro dela de uma vez e a coloco de quatro, com as mãos no chão e o bumbum empinado na minha direção. É a visão do paraíso. Ela me olha com desejo, como se implorasse por mais... Seguro firme em seu cabelo, olho para ela com os olhos semicerrados e digo: — Quer mais pau, cadela? Ela não diz nada, apenas balança a cabeça em um afirmativo, ainda ofegante. Continuo: — Então pede para ser fodida nesse caralho! Se não pedir, eu paro agora. Ela continua calada. Me afasto, viro de costas e, quando vou colocar a calça e fechar o zíper, ela me abraça por trás, puxando-me para um beijo de tirar o fôlego, cheio de tesão e puro desejo. Eu a empurro com cuidado para um sofá no canto direito do avião, deitando-a, e logo me deito sobre ela. Beijo seu pescoço, seguro seus dois braços acima da cabeça com uma das mãos e, com a outra, vou direto para sua boceta. Sem cerimônias, sem rodeios. Acaricio e salivo ao senti-la pronta para mim. — Nossa, safada... adoro e
Algum tempo depois Petrópolis, Região Serrana - RJ Durval Após mais de onze horas de viagem, enfim chegamos ao nosso destino: o Brasil. Colocar os pés nesta terra depois de tantos anos longe desperta em mim um turbilhão de emoções impossíveis de conter. Sinto a felicidade de estar próximo de reencontrar meu filho, mas também o medo de ser rejeitado assim que ele souber que eu o entreguei aos cuidados da tia quando ainda era um recém-nascido. Preciso agir com cautela. Se conquistar sua confiança pouco a pouco, terei mais chances de obter seu carinho. Mesmo sem nunca ter recebido notícias dele, algo me diz que Jorge é um bom rapaz e tem uma vida estável, assim como eu. Caso contrário, Carmen teria me procurado e pedido ajuda. Ao desembarcarmos, um carro com motorista já nos espera. Carrego Zoe, que ainda está sonolenta, enquanto ele nos auxilia com as bagagens. Maria entra no veículo primeiro, e logo em seguida acomodo nossa filha ao seu lado. Fecho a porta, dou a volta no carro e