Raul girou o corpo, devagar, olhando atentamente todas as pessoas que se aproximavam. O orangotango não tinha o mesmo ímpeto que Margarida. Se fosse necessário resgatar alguém e os dois percebessem ao mesmo tempo, seria a psicóloga a correr e efetuar o resgate primeiro, no entanto, ele tinha uma frieza analítica em momentos de estresse que permitiam que, apesar de não responder rápido, respondesse com precisão.

Os atacantes estavam armados com pedaços de pau e ferramentas de construção, como pás, enxadas e martelos, mas a maioria dos rostos era de medo, não de raiva. O orangotango acreditava que o medo e a raiva eram igualmente perigosos, mas por algum motivo, ainda preferia lidar com o medo. ‘Eles acham que somos monstros, precisamos mostrar que não somos’, pensava, enquanto se aproximava de Margarida para evitar que a psicóloga, mesmo que com