Os últimos capítulos tem sido eletrizantes. O que estão achando? Deixem seus comentários.
DEENAEstou angustiada, ando de um lado para o outro, me sinto culpada. Pobre Henry! Nada tem a ver com a minha vida e foi levado. Esfrego o meu rosto, quente de preocupação. Aperto a ponte do meu nariz e olho para o teto.— Acalme-se! Você é que é a vítima, esqueceu? — Lana diz, pegando minha mão e fechando meus dedos em volta de um copo de água, que viro todo na minha boca. — Não esqueça que o Sr. Denis é muito rico e pode pagar quantos advogados forem necessários.Me desespero ainda mais, ao pensar na minha filha. Ele ameaçou tirá-la de mim. Ele sempre faz isso... Me culpo, me culpo sim, por ter escolhido um cafajeste como ele para ser meu marido, no que eu estava pensando?Soluço desesperadamente, logo percebo os braços de Lana, minha melhor amiga, me envolverem.— Shhh! — sibila acariciando meus cabelos. — Vai ficar tudo bem.— Não vai, Lana! Nunca fica. Ele sempre me encontra... — digo entre soluços.No mesmo instante, a porta é aberta e escuto os passinhos apressados de Eve se a
HENRYAchei que seria mais difícil sair de lá, mas o que demorou mesmo foi o atendimento e interrogatório das pessoas envolvidas. O Sr. Mathews poderia muito bem ter resolvido tudo, mas fiz questão de usar dos atributos que me convinham e, acabei convocando o escritório de advogados da empresa do meu pai e, consequentemente, o Sr. Denis, que não poderia perder este circo para depois me “jogar tudo na cara” com mais propriedade.A Sra. Paterson parecia uma leoa, levou todos os vídeos do ataque. Olhando para aquela tela, pude sentir toda a raiva que me fez reagir naquele momento, então meus pensamentos foram de encontro a Deena. Anton foi brutal com ela e, segundo as informações que ouvi da Sra. Paterson, isso já vinha acontecendo a muito tempo.Desfiro um soco no tampo da mesa, não sei como me livrar de toda essa raiva.— Por que estamos aqui ainda? — pergunto impaciente.— Parece que eles precisam entrar em contato com a Srta. Madders. — Welma responde com o olhar perdido entre as mesa
DEENAAcordo com uma sensação de aconchego que há muito tempo não sentia. Abro os olhos e tento erguer os braços para me espreguiçar, quando percebo um braço pesado sobre minha barriga. Uma sensação de pânico percorre meu corpo. Não quero que ele me veja acordar.— Que droga! — resmungo.Vou me arrastando para o lado, com a esperança de que ele não note, mas quando penso que estou livre, seus braços me puxam e ele beija o topo da minha cabeça.— Dessa vez você não pode fugir, Boneca. Você está na sua casa e eu não vou a lugar algum. — suas palavras saem roucas e quase ininteligíveis.Não me viro para ele, estou com vergonha de olhá-lo nos olhos e receosa de que queira algo mais.Após nos aconchegarmos na noite anterior, caímos no sono. E isso foi tudo.Me viro para ele, com a cabeça apoiada em minha mão. Ele faz o mesmo, mas mantem um dos braços sobre minha cintura.— Você me chamou de Boneca? — provoco com os olhos semicerrados.— Tudo bem, Srta. Hoyth. Não vai fugir de mim. — diz me
HENRY— Deena... eu só... só não posso agora. — digo, antes de ver a porta se fechar.Talvez eu seja mesmo como todos os outros homens, burro e impulsivo.Que me*da eu acabei de fazer? Ontem eu era um louco apaixonado, metido a herói e hoje, quem sou eu? Um covarde fujão.Eu não sei nada sobre crianças, mesmo que tenha me afeiçoado a Eve, não saberia como ser um pai, não saberia como ser seu pai. E tem mais: Eu nem sei o que está acontecendo entre mim e Deena, só sei que ela me enlouquece e depois que essa loucura passa, nunca sei o que fazer. Caminho o mais rápido que eu posso para a saída da fazenda, deixando a ainda mais a impressão de que estou fugindo, mas a realidade é que enquanto me preocupo com meus passos, menos penso na me*da que eu acabei de fazer. Caminhar não sendo suficiente, começo a correr e só quando alcanço a porteira que me dou conta de que não chamei Otto.Não costumo chamar Otto aos domingos, mas hoje não tenho alternativas. Poderia mandar uma mensagem, mas prefir
DEENAAssim que fecho a porta, sinto um buraco se abrindo no meu peito. Quantas decepções! Volto para a pequena cozinha, desolada.— Querida, você está bem? — Judith dispara, ao me ver.Meneio a cabeça negativamente e desabo sobre a mesa, soluçando.— Vou chamar o Henry pra você. —Eve diz deslizando da cadeira para o chão.— Ele teve que ir embora. — respondo rapidamente, tentando me recuperar.— Por isso que você está chorando?Limpo minhas lágrimas, sem conseguir responder.— Ele volta amanhã, mamãe. — ela diz muito séria e caminha em direção a sala.Espero que ela esteja distraída para me voltar para as minhas amigas que já ocupam as cadeiras a minha frente e ao meu lado.— A Eve é demais para ele. — desabo.— Ele disse isso? — pergunta Lana. Meneio a cabeça negativamente e respondo:— Não precisa nem dizer. Prometeu o mundo pra mim e saiu correndo assim que Eve o chamou de papai.As duas respiram fundo e se entreolham.— O que foi?— Você também não se assustaria? — Judith redargui
HENRY— Ela não sabe destrancar? Chame ela! — digo, como se tudo fosse muito simples, porém, ela me lança um olhar irritado e bufa impaciente.— Ela ainda vai fazer quatro anos, sabia?— Ela já alcança a maçaneta? Acho que é o básico, o resto a gente vai ensinando.— Cala a boca! — ela exclama, forçando a maçaneta seguidamente. Me aproximo, procurando algum vão no batente.— Dá para se afastar? — Olho para baixo e percebo que estou grudado as costas dela, que ainda tenta a maçaneta. Pigarreio e me afasto. Decido dar a volta na casa a procura de Eve pelas janelas. Vejo que ela está embaixo da janela da sala, entre o braço do sofá e a parede. Está escondida.— Eve, é o Henry. Eve! Eu e a mamãe estamos trancados para fora de casa, só você pode nos ajudar. — ela se encolhe ainda mais. — Eve! Por favor, querida, vá até o hall. Eve!— Não posso ir, estou escondida! — ela diz meio que cantarolando.— Querida, não vamos conseguir te encontrar se estamos aqui fora.Ela parece pensar um pouco,
DEENAContra a vontade de Eve, acabo de colocá-la para dormir e me dirijo a sala, onde Henry já me espera. Ele está sentado no sofá, relaxado com as pernas abertas e os braços abertos apoiados em cada lado do sofá como asas, parece que meu sofá é pequeno demais para ele, espaçoso e folgado como é. Paro a sua frente e ele me dirige aquele sorrisinho vitorioso, que dá vontade de desmanchar na pancada.— No que você estava pensando, quando resolveu enganar a minha filha novamente?— Eu não...— Não o quê? Eu e minhas amigas tínhamos acabado de conversar com ela, para não te chamar de pai, você quer brincar com a minha cabeça, então brinque. Eu sei lidar com isso, mas Eve... — meus olhos começam a esquentar. — ela só tem três anos e um pai biológico horrível que ela não sabe quem é.Ele recolhe os braços do encosto do sofá e fita o carpete.— Me desculpe! — diz finalmente em um suspiro.O quê? Eu estou ouvindo direito? Só me desculpe?— Só me desculpe? Só isso que tem a dizer?Ele bufa e s
HENRYOuvir “Bom dia, papai!” e ter que responder foi uma faca no coração. Mas, tenho que confessar que essa coisa de pai de família, me conquistou. Esse sorriso gratuito de Eve, logo cedo iluminou meu dia.— Vamos! — Escuto a voz seca e apressada de Deena as minhas costas, mas logo ela passa a nossa frente. Estou de mãos dadas com Eve, o que me exige um pouco de curvatura, mas tudo bem. Hoje, minha garota está uma fera, mas eu sei que essa irritação toda vem do fato de que ela não consegue me resistir. Eu percebi como ficou vermelha quando peguei em seu joelho e como se atrapalhou toda quando acariciei sua mão. Por que é tão difícil para essa mulher aceitar carinho?— Evelyne... sem gracinhas hoje, hein! Hoje é um dia de muito trabalho e não podemos nos atrasar.— Evelyne? Você se chama Evelyne? — pergunto, divertido para a menina, que assente sorrindo. Evelyne, que estranho nome para uma criança, não sei por que, mas tive uma sensação de ser um nome muito sério para uma garotinha tã