DENNISMeu dilema era ridículo. Qualquer um que soubesse disso riria na minha cara. Eu vinha evitando minha própria funcionária desde aquele dia infeliz, e essa evasão não começou no ambiente de trabalho; me recusei inclusive a tomar os banhos nos dias marcados e, nos momentos em que a fuga parecia impossível, explodia com ela e a repreendia seriamente por questões insignificantes.O clima, que antes animava a filial do meu bar, se tornara tenso, pois ninguém ousava atrair a minha ira. Todos andavam como se pisassem em ovos, aguardando o instante em que eu finalmente me retirasse para o fim do dia. Eu não sabia se fazia tudo aquilo por medo de cair novamente na armadilha dela ou simplesmente por vergonha – talvez ambos. Além disso, a constatação de que meu autocontrole não era tão rígido quanto sempre imaginei foi um verdadeiro tapa na cara.Enquanto folheava as regras do contrato mais recente que estava prestes a assinar com uma academia, ouvi uma batidinha suave na porta.— Entre. —
PONTO DE VISTA DA AUTORA— Você quer que eu entre com você? — Perguntou Dennis, se agachando diante de Amie.Amie balançou a cabeça, exibindo um sorriso no rosto.— Estou bem, papai. Eu consigo entrar sozinha.Embora estivesse assustada, fazia tanto tempo e ela não sabia se seus amigos ainda se lembravam dela. No entanto, não queria que o papai se preocupasse. Além disso, ele precisava ir trabalhar, pois ela sabia que ele não podia ficar na escola com ela. Dennis notou a incerteza nos olhos de Amie antes que ela a disfarçasse com um sorriso suave. Ele ia a confrontar, mas parou na última hora."Provavelmente, ela precisa resolver isso sozinha." Pensou para si mesmo.Então, pressionou um beijo em sua testa e acrescentou:— Se certifique de levar sua comida, tá bom?Amie assentiu, mantendo o sorriso.— E se precisar de alguma coisa, vá até o diretor e peça para ele me ligar ou ligue para sua mãe, tá?— Sim, papai. Eu vou.Dennis retirou um fio de cabelo do rosto dela e, com voz suave, d
SHARONAchava que estava ficando maluca. Metade do tempo, eu queria gritar todas as minhas frustrações. O tempo passava, e a data do meu parto se aproximava rapidamente. Aiden havia marcado essa data no calendário, bem ao lado da nossa cama. Todas as manhãs, era a primeira coisa que eu via ao abrir os olhos, o que só piorava a situação.Conforme o dia se aproximava, eu ainda não tinha pensado nem agido com rapidez. Precisava pensar antes de agir, mas não conseguia imaginar nada que realmente ajudasse. Cheguei a considerar adotar um recém-nascido. Mas, além de ser algo muito difícil, isso envolveria muitas pessoas, o que tornaria o segredo ainda mais difícil de manter. Eu não podia correr esse risco. E nem começaria a discutir o quão complicado seria encontrar uma criança que tivesse apenas alguns dias ou semanas de vida.E, quanto mais os dias passavam, maior ficava o meu medo de que ele descobrisse. Eu nem queria imaginar ele me deixando, mas não conseguia evitar.O fato de que a Ana
DENNISMesmo depois de demitir a Tabitha, a culpa persistia e eu não conseguia olhar para a Ana sem reviver aqueles breves minutos na água com a Tabitha. Naquele instante, estava tomado pela culpa. Já tentei contar para a Ana, mas sempre parecia ser o momento errado. E por onde eu começaria, se finalmente achasse que era a hora certa?— Ei, Ana, enquanto esperávamos a Amie se curar, eu, tolo, me juntei a uma igreja falsa e, lá, um dos membros, que, por acaso, é minha funcionária, tentou me seduzir. Talvez tenhamos se beijado e ido além disso. Zombei de mim mesmo. Soava como um completo tolo, e imaginava a dor que veria nos olhos dela; sabia que precisava manter essa imagem intacta, mesmo que apenas em minha imaginação, pois ver a Ana verdadeiramente magoada me despedaçaria. Naquela manhã, depois de uma sessão de beijos apressados, me vi dizendo para a Ana:— Que tal uma escapada? — Murmurei enquanto mordiscava suavemente sua orelha. — Algo romântico, só nós dois.Ela colocou a palma
Minha aliada pediu que nos encontrássemos hoje e eu concordei. Olhei para o meu rosto no espelho e pude notar a preocupação estampada em meus traços. Meu olhar recaiu sobre a minha barriga, aquela barriga falsa.Essa “aliada” se recusara a explicar por que queria me ajudar, e eu fiquei me perguntando: será que ela sabia sobre minha gravidez falsa? Assim, quando ela propôs um encontro pessoal, aceitei de imediato.Respirei fundo e alisei a blusa com as mãos.— Vamos ver do que se trata toda essa confusão. — Murmurei.Peguei minha bolsa e saí de casa.Assim que me sentei no carro, expirei novamente e revirei a bolsa para confirmar se o spray de pimenta, a arma de choque e o taser estavam intactos.Ela não parecia perigosa, mas nunca se podia ter certeza; além disso, quem sabia meu segredo, agora, pudesse representar algo arriscado.Disquei o endereço que ela me enviou e parti rumo a um restaurante antigo, localizado em uma área remota. Estacionei cerca de um quilômetro de distância e ca
TABITHAOlhei com fúria para Sharon enquanto ela desfilava para fora do café com a cabeça erguida. Em meio àquele bairro degradado, ela se destacava como se pertencesse a um universo distinto. Mesmo trajada de maneira casual, exalava uma fragrância inebriante e ostentava um visual capaz de fazer inveja à mais rica das bilionárias. Conquistar Sharon como nossa cliente seria o ápice do mundo.Contudo, ela era tão letal quanto abastada. Eu percebia isso na forma como me alertava e na expressão estoica que adornava seu rosto desde o nosso primeiro encontro. Não se tratava de alguém com quem se pudesse brincar ou ludibriar com facilidade. Isso era evidente, e devia ter ouvido o Sid.Ciente de que, se insistisse, ela certamente me faria prender, decidi manter distância. Sem outra alternativa, optei por vender a minha história.— Como foi? — Os caras perguntaram quando retornei naquele dia.— Fracasso épico. — Respondi de forma sucinta antes de me recolher para o meu quarto, sabendo que era
Recebi um vídeo pornográfico.— Você gosta disso?O homem falando no vídeo era meu marido, o Mark, a quem eu não via a vários meses. Ele estava nu, com a camisa e as calças deitadas no chão, metendo com força na mulher que eu mal conseguia ver a cara, que tinha os seios carnudos e redondos dela balançando vigorosamente. No vídeo, Eu ouvia claramente o som das palmadas, misturado com gemidos e grunhidos lascivos. — Sim, sim, me fode mais forte, amor. — A mulher gritava extaticamente em resposta.— Sua safada! — Mark se levantou e a virou ao contrário, dando uma palmada na bunda dela enquanto dizia: — Empina sua bunda para cima!A mulher deu uma risadinha, se virou, balançou a bundinha dela e ficou de quatro na cama.Eu me sentia como se alguém tivesse deitado um balde de água gelada na minha cabeça. Já era demais que o meu marido estava me traindo, mas o pior de tudo, era que a outra mulher era a minha própria irmã, a Bella.Deixei o vídeo continuar, assistindo os dois transando, enqu
O vento suave da noite continuou a soprar o meu cabelo para frente e para trás, enquanto eu estava parada lá fora com a mala ao meu lado. Finalmente, eu estava fora daquela casa. Depois de andar um pouco pelas ruas, eu notei luzes brilhando forte na minha direção e um sorriso leve surgiu em meus lábios porque eu notei logo quem era a pessoa que se aproximava.O carro vermelho esportivo extravagante parou logo do lado onde eu estava parada, e uma mulher ainda mais extravagante estava no banco do motorista abanando os dedos para mim enquanto baixava a janela.Era a Grace.Grace não era só minha amiga, ela também era a minha parceira de negócios. Nós eramos inseparáveis desde os nossos dias de colégio, e como nós sempre partilhamos o mesmo amor pela moda, nós decidimos tornar os nossos sonhos em realidade cofundando a companhia Vogue Luxo, um site de compras online moderno e inovador que se tornou num favorito entre os jovens e influencers. Grace tinha um talento nato para o design de ro