ANASTASIAMeu rosto estava manchado com minhas lágrimas enquanto eu sacudia Amie para a acordar. Eu a abracei contra o meu peito e simplesmente chorei. Estava confusa e não sabia o que fazer.Enquanto eu soluçava, Dennis correu para o quarto.— O que aconteceu? O que houve? — Ele correu até meu lado e, imediatamente, seu olhar se fixou em Amie, e ele entendeu.Ele soubera imediatamente o que fazer. Com eficiência, ele tirou Amie dos meus braços trêmulos e pegou as chaves do carro. Enquanto a levava para o carro, eu o segui, ainda chorando e chamando por ela.Enquanto ele nos dirigia para o hospital, sua atenção estava parcialmente em mim.— Vai ficar tudo bem, Ana. — Ele apertou minha mão, seu olhar fixo em Amie, que eu segurava nos meus braços. — Ela vai ficar boa.No momento em que chegamos ao hospital, uma maca foi trazida e Amie foi levada apressadamente para a sala de emergência. Fomos impedidos de entrar com ela.Eu chorei no peito de Dennis enquanto esperávamos que o médico ou u
Eu acenei com a cabeça.— Sou a mãe biológica dela, mas ele não é.Ele balançou a cabeça.— Está bom, você pode ser a doadora para o transplante, se for compatível para o transplante de medula óssea. Mas devo te avisar que é muito raro que os pais biológicos sejam compatíveis. Porém, isso não vai nos impedir. Você passará pelos testes necessários para determinar a compatibilidade. — Ele pegou um arquivo da pilha sobre sua mesa. — Está pronta para fazer os testes de compatibilidade agora, ou prefere agendarmos uma data?— Agora, sim, por favor. — Eu limpei as lágrimas do meu rosto enquanto me sentava mais ereta.Ele abriu o arquivo e começou a me fazer algumas perguntas. Durante as perguntas, ele explicou: — Precisamos de todas essas informações para garantir um teste bem-sucedido e preciso.— Está tudo bem, eu entendo. — Eu acenei. Ele fez as perguntas e eu respondi rapidamente. — Ok, você pode fazer o teste agora.Ele se levantou de sua cadeira e olhou para Dennis, que também se leva
DENNISEu fiquei paralisado enquanto o médico nos contava a única maneira segura e certa de garantir a recuperação de Amie.Em meio aos gritos na minha cabeça, eu me ouvi perguntar: “Essa é a única solução? Não é, mas é a única solução segura e certa. As outras opções só fariam gastar uma fortuna e, no final, ainda teria que voltar para a opção do irmão salvador.”Eu engoli em seco. Desde que o médico mencionou o pai de Amie, eu fiquei preocupado. Embora Ana não parecesse pensar sobre aquilo, enquanto esperávamos pelos resultados dos exames, eu não conseguia tirar da cabeça a breve sugestão do médico de que os pais biológicos de Amie precisariam gerar um irmão compatível. Eu até fiz algumas pesquisas, mas me acalmei com a esperança de que Ana seria compatível.Mas não foi. E a única alternativa era passar pelo processo de concepção do irmão salvador.O médico explicou mais sobre como Amie ainda faria as quimioterapias, mas as doses seriam um pouco mais altas enquanto aguardavam o irmão
No começo, eu não tinha pensado que aquela era a única opção. Mas, à medida que o médico explicou todo o processo, eu queria ter ouvido errado.Deixei a vida de Aiden para trás e segui em frente com a minha, mas ele acabou aparecendo novamente. A minha vida, que agora estava perfeita, um sonho realizado. Eu tinha um homem que amava e cuidava de mim e da minha filha. Naquele momento, ele teria que me ver carregar o filho de Aiden mais uma vez.A força de um homem tinha limites.Fechei os olhos, tentando afastar a imagem de mim sentada diante do médico com Aiden ao meu lado. Mas, quando abri os olhos novamente, fui lembrada da pequena figura de Amie. Em apenas alguns dias, ela parecia ter perdido muito peso.Eu não poderia a ver se deteriorando quando havia uma opção, também não poderia ver Dennis sofrer. Mas era a única maneira de salvar minha filha, o médico tinha deixado aquilo bem claro.Eu tinha que fazer isso, estava determinada, então fui até o banheiro. As lágrimas escorriam pelo
ANASTASIAMordi meu lábio enquanto encarava o prédio à minha frente. TasteTech Inovações, li as letras em negrito na fachada. Nada havia mudado desde que eu saí. Claro que não. O que eu estava esperando? Só se passaram alguns meses, não anos, afinal.Respirei fundo, tentando me acalmar, e forcei meus pés a se moverem para dentro do prédio e encontrar Aiden. O tempo não estava esperando por mim.Dois dias. Foram necessários dois dias inteiros até eu finalmente conseguir falar com Aiden. No começo, seu secretário me ignorou, dizendo que ele nem sabia quem estava falando.— Eu não te conheço e você não pode simplesmente ter acesso ao meu chefe assim. O que você quer?Suspirei. — Eu só preciso muito falar com o CEO, por favor.— Está procurando emprego? Não temos vagas.E então, a linha foi cortada.Mas eu não desisti. Liguei de volta imediatamente. Mesmo à meia-noite, eu não parava de ligar. Ele me bloqueou e eu passei a usar o número do Dennis até que, finalmente, na noite do segundo di
Olhei para ele e vi suas sobrancelhas franzidas, um misto de confusão e preocupação girando em seus olhos enquanto me encarava como se eu tivesse perdido o juízo.— Ana, você está bem? — Ele perguntou, preocupado. — Quem é Amie?— Sua filha.A preocupação desapareceu, suas sobrancelhas se descruzaram, mas seus olhos se encheram de ainda mais confusão.— Minha filha? Eu tenho uma filha?Engoli em seco. Desde o nascimento da Amie, eu já tinha vivido esse momento mil vezes na minha cabeça e temi cada segundo disso. Esse medo só piorou quando ele se tornou nosso chefe e eu sempre me preocupei que ele pudesse descobrir e levá-la de mim. Mas depois que me casei com o Dennis, achei que não havia mais com o que me preocupar. Mas eu deveria ter sabido...Engoli de novo e assenti. — Sim, você tem.Então, o olhar dele se encheu de descrença, sua boca entreaberta em choque.— Eu tenho uma filha? — Repetiu após um longo silêncio. — Ana, isso é algum tipo de brincadeira de mau gosto?Minha voz vaci
AIDENAna e eu nos viramos para a porta e vimos Sharon parada ali, com os olhos arregalados enquanto lançava um olhar fulminante para Ana.— Mas o que está acontecendo aqui? O que você está fazendo aqui? O que foi que eu acabei de ouvir?Disparou ela, tudo de uma vez, enquanto avançava para dentro da sala.— Quer saber? Nem quero confirmar se ouvi o que acho que ouvi. Não me importa. Saia agora.Ela apontou para a porta, e os olhos de Ana se arregalaram.Ana abriu a boca e a fechou em seguida, incapaz de dizer qualquer palavra, antes de me lançar um olhar pedindo ajuda.Mas eu não disse nada. Tampouco fiz qualquer movimento. Eu ainda estava com raiva dela, e talvez, no fundo, eu também precisasse que ela saísse dali. Assim eu poderia pensar com clareza e processar tudo.Principalmente, eu precisava ficar sozinho, precisava do silêncio para entender o que acabara de descobrir: eu tinha uma filha de seis anos que carregava meus genes e que estava à beira da morte, ou de viver miseravelme
— E daí se essa criança for sua? Por que você acha que ela não poderia estar mentindo? — E o que ela ganharia mentindo? A criança é minha. Eu tenho certeza disso. — Eu não ligo se é sua ou não! — Ela gritou, me encarando com raiva. Sua voz tremia enquanto ela pegava a bolsa que tinha jogado no sofá. — Não me importa o que aconteça, Aiden. Você não vai fazer isso. E se fizer... não vai gostar do que eu vou fazer depois. Ela saiu batendo a porta atrás de si. Eu só esperava que ela não fosse atrás da Ana, como da última vez. Fiquei ali, tentando processar a bomba que Ana tinha acabado de jogar em mim, do nada. Eu não sabia bem o que sentir. Feliz por ter uma filha com Ana? Triste e com raiva porque ela me afastou da vida dessa criança? Minhas emoções estavam um caos. Eu estava dividido quanto a essa história de Irmão Salvador, ainda mais agora que tentava desesperadamente fazer as coisas darem certo com Sharon. Estava me esforçando para esquecer Ana, enterrá-la no passado, m