Se durante o dia todo nada havia sido capaz de chamar a atenção de Daniel, foi só porque ele ainda não havia pisado no pátio da escola, onde Nice e Ângelo trocavam beijos incessantes, dando um show para toda a escola.
Daniel sentiu enjoo de tanta raiva. Ver Nice se beijando com o namorado baixinho tinha sido como um soco no estômago. Ele já tinha visto Nice com outros namorados antes e teve que lidar com isso, lidou até muito bem, mas aquele dia não era o melhor dia para isso acontecer. Se fosse um dia normal, talvez Daniel até separasse os dois e depois daria um belo soco bem no meio da cara de Ângelo, mas aquele não era um dia normal e Daniel sen
Ao entrar em casa depois de conversar com Claudinha a tarde inteira, Daniel tinha se decidido a aceitar as desculpas de sua mãe e deixar que ela resolvesse os problemas no casamento da forma que achasse melhor. A casa estava um silêncio total e ele escutou o rádio ligado na piscina. Andou devagar até a varanda e parou bem na frente da porta de vidro, vendo mais uma cena de filme pornográfico ao vivo: sua mãe estava agarrada com seu tio no meio da piscina, transando.Mas dessa vez Daniel não fugiu como da primeira vez, foi como se estivesse fora de si e correu para a piscina, abrindo a porta com um estrondo interrompendo o ato sexual dos dois.
Quando Daniel entrou em casa o clima já estava pesado. Sua mãe estava sentada na sala com um bonito vestido elegante, o cabelo em um coque e saltos finos, porém com o nariz vermelho e os olhos molhados de choro. Seu pai estava de terno, recém-chegado do aeroporto, com cara de enterro e a barba por fazer. Era um homem alto e bonito, de quem Daniel havia puxado as feições. Havia outro homem com eles, um senhor grisalho de paletó xadrez e óculos de grau bem pesado no rosto. Essa terceira pessoa, Daniel não sabia quem era e estranhou que o homem estivesse em sua casa naquele momento, porque parecia até que estava sendo esperado.
Depois do almoço, no sábado, Nice se beijava com Ângelo em seu quarto. Ambos estavam deitados na sua cama por cima dos lençóis de estampa de gatinho. Enquanto beijava os lábios de Ângelo, Nice não conseguia pensar em mais nada a não ser em Daniel. Era como se beijar Ângelo fosse errado e seus lábios macios pareciam asquerosos. Por isso, afastou-se de Ângelo interrompendo o beijo.— O que foi? — Ângelo perguntou estranhando a atitude da menina. Ângelo e Claudinha trocavam beijos em cima de sua cama no domingo à noite. Eles estavam de alianças e Claudinha, com um vestido azul florido e folgado no corpo, por onde as mãos de Ângelo passavam acariciando seu corpo. As luzes estavam apagadas e a porta fechada. A garota estremeceu e interrompeu o beijo.— Espera, espera… ainda não estou pronta.— Capítulo 21
Como todos os dias, Lucinda e Nice se encontraram para conversar antes do intervalo, no banheiro feminino. Dessa vez Sabrina não estava com elas.— Não acredito que você chamou o Daniel para segurar vela para você e o Ângelo, Nice! Você perdeu a noção?— Ai, Lucinda, chega desse papo. O Daniel me esqueceu, está óbvi
Lucinda estava esperando uma resposta. Daniel estava calado na sua frente com cara de espanto, parecia até que tinha visto um monstro ou coisa parecida.— Não posso fazer isso. — recusou logo de início.— Claro que pode.—
Claudinha estava usando uma blusinha cor-de-rosa com rendinha nas pontas, com uma estampa de um desenho animado da Disney, saia jeans comprida, até a altura dos joelhos e sapatilhas cor-de-rosa. Seus cabelos soltos e desarrumados, sem maquiagem e de unhas cuidadas, mas sem esmalte. Serviu um pouco de chá de erva-doce para Daniel e depois para seu pai, em uma xícara branca com flores azuis claras e borda dourada de porcelana. Depois de servir os dois, sentou-se ao
Quando foi buscar seu poodle da tosa que sua mãe havia deixado, Sabrina não esperava dar de cara com Daniel no petshop. Ele estava usando aquele ridículo avental amarelo de borracha, com luvas e um pouco de espuma de banho no rosto, mas Sabrina sentiu os joelhos perderem a força e derreteu-se.—