Depois do expediente, Nice e Daniel sentaram-se em uma lanchonete para conversarem e seguindo os conselhos de Claudinha, ele contou tudo o que Nice precisava saber.
Ele contou sobre os acontecimentos em sua casa: que pegou sua mãe traindo seu pai com seu tio; que seu tio bateu nele duas vezes; como foi obrigado a passar três dias em um hospital psiquiátrico até que confessasse um crime que ele não cometeu e que agora além de ter que tomar remédios era visto como um louco. Confessou também que não estava trabalhando só porque queria provar para Nice que ele era melhor que Ângelo, mas porque não queria ficar em casa e acabar encontrando sua mãe ou,
Cinco dias depois, Nice subia a rua da escola, em pé em sandálias de salto vermelhas de plástico e usando calça jeans preta, combinando de casalzinho com o namorado — de All Star vermelho e calça jeans preta — de mãos dadas com ele, usando alianças e com um sorriso enorme no rosto. Eles estavam felizes, era possível ver uma aura brilhante em volta deles.
Bento não conseguiu dormir. Não apenas porque seus pais estavam brigando na sala por causa de um pacote de pão Wickbold que foi deixado aberto (e amoleceu e isso era um desperdício — sua mãe dizia); mas porque ele não conseguia parar de pensar em Carol.Passou a mão no telefone cel
Bento estava treinando violão sentado no sofá da sala e batendo o pé no ritmo da música procurando acertar as cordas. — De segunda a segun…da eu fico lou…co pra te… ver. — ele estava tentando cantar junto, mas um pouco atrapalhado.A porta da entrada abriu. — Era um jantar em família na casa de Daniel, todos comiam em silêncio. O prato era um peixe com ervilhas e mini — cenouras, acompanhado de risoto de arroz com castanhas e queijo. Comprados no delivery, já que sua mãe por algum motivo tosco não teve tempo para cozinhar.Laércio estava em casCapítulo 36
Os pais de Daniel tentaram falar com todo mundo que eles conheciam do círculo de amigos do filho: Bento e Nice, Lucinda, Sabrina, algumas ex-namoradas e até para a diretora da escola. Não encontraram.Na última tentativa, eles ligaram para o Petshop. Já estava fechado, mas tocou em transferência na linha da m
A rodoviária tinha muitas luzes que borravam a visão molhada de Janice. Ela estava com uma sacola plástica nas mãos com o sanduíche que Claudinha preparou e no braço, o casaco de Bento para ficar mais real que ela estava em casa antes de ir para lá.Ignácio estava no carro, no estacionamento, junto com Bento, pois Claudinha ficou em casa para convencer Laércio de que seu pai havia saído para tomar um suco e conversar com Daniel para acalmá-lo. Só que quem ia tomar um suco e tentar convencer Daniel a não fugir era Nice… e sozinha!
Bento estava tamborilando os dedos, nervoso e sua cabeça focava apenas em uma coisa: Daniel não tinha confiado nele para contar duas das mais importantes coisas da sua vida. A primeira tinha sido o que ele sentia por Nice, a segunda, o lance na casa de seus pais. Era uma sensação horrível, mas Bento sabia que havia sido porque ele não dera abertura.Ignácio estava contando sobre suas preocupações de pai de uma mãe adolescente, mas Bento não conseguia nem escutar, ficava olhando para a entrada do estacionamento rezando para ver a hora em que Nice e Daniel aparecessem. As horas iam passando, eles chegaram as nove por ali e já eram mais de meia noite. Nic
— Meu Deus, você tá ridículo. — Daniel deu um peteleco na aba do chapéu de mariachi que estava em cima da cabeça de Bento e riu. Ele deveria encaixotar as coisas do seu quarto para morar com o pai, mas não ia perder aquilo por nada no mundo. Último capítulo