Sentado em seu escritório, às oito da noite, apoiando o queixo no punho, Kyle Wright se via em um dilema. Três dias se passaram e a imagem da garota que o beijou continuava a se repetir em seus pensamentos. Chegava a sonhar com a desconhecida, mas não tinha o que fazer sobre isso, então amaldiçoava a sua situação. — Mas que porra! — Justamente quando havia uma quantidade absurda de trabalho a ser feito, alguém que o rapaz sequer conhecia se tornara sua maior distração. Reflexivo, o homem se perguntou: ‘Como uma garota pode me afetar assim, de repente, agora? O que a tornou tão especial para mim?’.Depois de ponderar muito sobre aquilo, o rapaz procurou se sentar de outro jeito, inclinando-se para se apoiar no outro punho, tentando se livrar de sua ansiedade. Foi em seus anos de faculdade que foi oficialmente diagnosticado com disfunção erétil seletiva. Depois que sua mãe descobriu que o filho nunca namorou ninguém, o rapaz explicou que nunca sentia sequer atração por qualquer pess
Dias se passaram e, apesar de não pensar em outra coisa, Kyle Wright negaria, a qualquer um, que examinara incessantemente as informações sobre Gabrielle Taylor. Embora não declarasse seu interesse na moça, acabou marcando uma visita à Universidade de Braeton, no mesmo horário em que a moça tinha aulas, pela manhã.Kyle era engenheiro de computação, com graduação e mestrado feitos na mesma instituição. Em respeito a um professor que admirava, o rapaz concordou em dar uma palestra sobre carreira, num dos auditórios daquele campus. Seria bom, porque também atrairia estudantes universitários que seriam possíveis candidatos competentes para a Corporação Wright Diamond. Desde que Kyle trilhou caminhos pela área de computação, seu pai, Ethan Wright investiu pesado no desenvolvimento de negócios orientados ao ramo escolhido pelo filho. A palestra sobre carreira terminou após apenas uma hora. Pouco tempo depois, Kyle e seu assistente saíram, com a intenção de retornar à empresa em breve. Pe
— Currículo, histórico escolar, foto três por quatro... — Gabrielle listava, murmurando, enquanto anexava os documentos requisitados, um por um. A garota mordeu o lábio, dando uma última olhada no corpo do e-mail que digitara, antes de clicar no botão para fazer o envio. Suspirando pesadamente, a jovem disse a si mesma, em voz baixa: — Espero muito que isso dê certo. —Já eram quase nove da manhã do dia seguinte ao que a vizinha lhe deu o folheto. Depois de muito pensar, a jovem estudante resolveu tentar, pelo menos, candidatar-se à vaga, porque não vinha tendo sorte com todas as outras às quais enviou cópias de seu currículo, além de não conseguir arrecadar muito quando pediu dinheiro emprestado a seus conhecidos.Gabrielle teve um trabalho de meio período, por algum tempo, na Companhia de Mídia BNC, exercendo função na área de produção, por um intervalo de tempo relativamente extenso. Foi lá que a garota conheceu Warren, que agora era seu ex-namorado. O rapaz era um gerente de
— Sim, claro. Têm razão. Enfim, acima de tudo, se seu patrão precisar de alguma coisa, você atende. Você atuará como assistente pessoal dele, para além de governanta, enquanto estiver sob aquele teto. — Explicou Mark. Percebendo Gabrielle morder os lábios, provavelmente em preocupação, o profissional a assegurou. — Não se preocupe, querida, você estará em boas mãos. A pessoa para quem você trabalhará é o senhor Kyle Wright, o CEO da Corporação Wright Diamond. Naturalmente, trata-se de um homem muito respeitável e honrado. —Gabrielle franziu os lábios por um segundo, antes de perguntar: — E eu vou ter que ficar na casa sozinha com ele? —— Sim, mas não entenda mal! Você terá seu próprio espaço privado, além de que a cobertura é imensa. Talvez pouco o veja. — Mark a assegurou.A garota se sentiu, naturalmente, relutante. No passado, quando ainda namorava com Warren, o rapaz sugeriu, mais de uma vez, que morassem juntos, mas ela nunca concordou. A garota sempre teve medo do quan
— Está tudo bem, senhorita Taylor? — Kyle perguntou enquanto se recostava na cadeira. — Você parece um pouco tensa? — Kyle se coçava para comentar alguma coisa. No fundo de sua cabeça, o homem se regozijava ao ver a expressão inocente de Gabrielle. Como não poderia? Afinal, assim que seus olhos pousaram novamente, cara a cara, com a garota, o homem entendeu por que motivo Gabrielle o enlouquecia, desde a noite em que deram o fatídico beijo. Corado, o rapaz admitiu, para si, que a moça era realmente de uma beleza única. Observou-a arrumar o cabelo, delicadamente, que emoldurava levemente o rosto adorável, antes de responder: — Só estou me sentindo um pouco nervosa, senhor Wright. Desculpe-me, mas nós nos conhecemos em algum lugar? Você me parece meio... familiar. —O homem franziu a testa e seus olhos castanhos escuros se fixaram nos de Gabrielle, então ele a respondeu, subitamente: — Acredito que não, senhorita Taylor. Se foi o caso, dificilmente me poderia me recordar. Acabo da
— Gaby, você está louca? Ficamos juntos por dois anos e você não aceitou morar comigo nem uma vez, nem mesmo pernoitava na minha casa! — A sexta-feira chegou rapidamente, mas não foi tão fácil, com Warren ainda importunando Gabrielle sobre seus planos de morar com seu recém-descoberto e suposto namorado.Depois de sua aula, naquela manhã, a jovem voltou ao apartamento, para devolver as chaves ao síndico e pegar sua bagagem e outros pertences. A maior parte mobília não era sua, mas do senhorio. Do que tinha comprado, acabou vendendo ou doando, porque não precisaria de nada em sua nova e luxuosa morada. Os dois já se encontravam na entrada do prédio, enquanto Warren ainda tentava convencer a ex-namorada de como era errado que ela fosse morar com um novo homem. Testemunhando Gabrielle se encaminhar para uma van de luxo, gritou para ela: — Que porra é essa, Gaby? Seu namorado é algum tipo de traficante? — Ignorado, o homem caminhou até a jovem e agarrou seu braço, interrompendo-a, enq
No dia anterior.— Kyle, filho, a senhorita Taylor teve um encontro com seu ex-namorado em seu prédio, mas ela simplesmente o ignorou, dizendo que iria morar com seu novo namorado. — Relatou Hank, por telefone, o motorista que ajudou Gabrielle a se mudar para o hotel Second Diamond.Hank, com quarenta e poucos anos, encontrou um lar na casa dos Wright e trabalhava para eles há dez anos. O homem considerava Kyle como seu segundo filho, então, vendo o garoto crescer, tinha ciência de que o rapaz não teve qualquer relacionamento amoroso durante esse tempo. O homem temia que o rapaz nunca encontrasse alguém para o acompanhar na vida. Felizmente, a bela Gabrielle Taylor apareceu e Hank ficaria feliz em apoiar Kyle nessa aventura.De seu escritório, o CEO segurava o telefone e escutava com orgulho. Ele se virou para a vista da cidade, exposta pela ampla janela de vidro reforçado, e deu um sorriso malicioso. Era óbvio que Warren Foster não teria chances se tentasse competir pela preciosíss
Gabrielle nunca passou por tamanha inquietação em sua vida. Como poderia? Tomava café da manhã com um dos homens mais poderosos da cidade, evitando pensar nos atributos físicos do garanhão, que lhe eram de tirar do sério. O galã lhe chamava mais a atenção do que a comida em sua frente, apesar da fome que sentia depois de tantas horas sem comer. Sentada com Kyle para comer, começou seu café da manhã mastigando fatias de maçã, tentando parecer delicada, mas já fitava os ovos mexidos. Para evitar distrações, olhava para baixo, desviando da imagem do patrão. Ainda assim, secretamente dava espiadelas, observando os detalhes do homem, que era digno de uma capa de revista. ‘Caramba! Deus com certeza levou tempo para moldar esse daí!’— Hank me contou que você teve problemas com alguém, ontem? — Com a interrupção, o rosto de Gaby ficou pálido. Imediatamente a garota se perguntou sobre o que mais Hank lhe contara. Disfarçando, tossiu e bebeu um copo d'água. Depois de limpar a garganta, a