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Capítulo 8 - Assumindo o trabalho
— Está tudo bem, senhorita Taylor? — Kyle perguntou enquanto se recostava na cadeira. — Você parece um pouco tensa? —

Kyle se coçava para comentar alguma coisa. No fundo de sua cabeça, o homem se regozijava ao ver a expressão inocente de Gabrielle. Como não poderia? Afinal, assim que seus olhos pousaram novamente, cara a cara, com a garota, o homem entendeu por que motivo Gabrielle o enlouquecia, desde a noite em que deram o fatídico beijo. Corado, o rapaz admitiu, para si, que a moça era realmente de uma beleza única. Observou-a arrumar o cabelo, delicadamente, que emoldurava levemente o rosto adorável, antes de responder:

— Só estou me sentindo um pouco nervosa, senhor Wright. Desculpe-me, mas nós nos conhecemos em algum lugar? Você me parece meio... familiar. —

O homem franziu a testa e seus olhos castanhos escuros se fixaram nos de Gabrielle, então ele a respondeu, subitamente:

— Acredito que não, senhorita Taylor. Se foi o caso, dificilmente me poderia me recordar. Acabo dando de cara com muitas pessoas, no meu dia a dia. —

O CEO continha o sorriso, disposto a manter o fingimento. Disse a si mesmo: ‘Vamos ver por quanto tempo vai aguentar. Não é possível que não se lembre.’

— Entendo. — A jovem suspirou aliviada, acreditando mesmo que o homem não se lembrasse da cena. Em seguida, inventou: — Provavelmente o confundi com alguém, então. Achei que o conhecesse da empresa de mídia em que eu trabalhava. —

O empresário encarava seus lábios cor de cereja, distraindo-se por um instante. Caindo em si, o homem pigarreou para limpar a garganta e cruzou as pernas, tentando conter a ansiedade juvenil em sua virilha. Encarando intensamente os olhos de Gaby, ele balançou a cabeça levemente e repetiu:

— Creio que não. Não me recordo de ter feito qualquer coisa por lá. —

O homem percebeu que a garota corava, mas a verdade é que esse também era seu caso. Gabrielle só não percebia o rubor do seu novo patrão porque se encontrava preocupada demais com a própria vergonha. Kyle, a encarava, concluindo que tinha mesmo encontrado uma mulher muito interessante.

— Entendo. Realmente me confundi! Não haveria outro lugar para uma garota simples como eu encontrar um ricaço, não é? — Gabrielle ostentou um sorriso amarelo e concluiu: — Desculpa pela conversa besta, senhor Wright. —

O CEO, no entanto, encontrava-se completamente distraído, refletindo no poder que aquela desconhecida exercia sobre suas emoções e seu corpo. Nunca se sentira daquela maneira antes. De todas as muitas mulheres que cruzaram seu caminho, por que aquela jovem? Apesar das perguntas em sua cabeça, o homem se levantou novamente e estendeu a mão antes de dizer:

— Tudo bem. Acontece. De qualquer forma, senhorita Taylor, tenho muitas coisas para resolver. Vejo você na sexta à noite, suponho. —

Gabrielle aceitou seu aperto de mão e disse:

— Sim, senhor Wright! Até lá! —

O empresário observou a saída da moça, que caminhava um tanto atrapalhada. Seu coração se encantou com a forma como a jovem lhe deu uma última olhada, antes de fechar a porta. Assim que ela sumiu, Kyle encarou o calendário, inconscientemente, contando quantos dias restavam até que fosse sexta-feira.

— Três dias. —

***

Voltando ao seu apartamento, Gabrielle refletia sobre tudo que aconteceu. Embora parecesse que o senhor Kyle Wright não se lembrasse do que ela fez, quais eram as chances de que ele se lembrasse, futuramente? A verdade era que a possibilidade a assustava. Entrando no elevador, a jovem se perguntou:

— E se ele se lembrar de que fui eu quem o beijou? Droga! Por que tinha que ser a mesma pessoa?! Como um CEO poderia estar parado aleatoriamente naquele bar, vestido tão parecido com os funcionários do hotel?! —

O rosto bonito do homem de repente passou por sua cabeça e a fez cobrir a boca, refletindo sobre a situação em que se enfiara:

— Meu Deus! Eu estarei na casa dele todos os dias! Lógico que vai lembrar! — Arregalou os olhos. — Calma, Gaby! Você não pode desistir assim! Já assinei o maldito contrato, para piorar! Jamais conseguiria pagar aquela multa fácil assim! É mais fácil negar tudo! Isso mesmo, Gaby! Caso ele se lembre, nego tudo. — A garota se lembrou do preço a pagar, caso desistisse.

Chegando ao seu andar, aconteceu algo que a convenceu completamente a continuar com o trabalho. Quando o elevador se abriu, a jovem deu de cara com uma figura familiar, parada em frente à porta de seu apartamento.

— Gaby! — Era Warren, seu ex-namorado escroto.

O homem se encontrava ao lado do senhorio, aparentemente em uma discussão séria. O rapaz imediatamente se aproximou da jovem e sugeriu:

— Gaby, você não atendeu a minhas ligações. Eu acreditei que esta fosse a melhor maneira de tentar compensar minhas ações. — O cara-de-pau segurou os ombros de Gabrielle e disse: — Eu já paguei um mês do seu aluguel e pretendo ajudá-la a conseguir um novo emprego. Gaby, só preciso da sua ajuda para falar com os pais de Cami e com os meus. Por favor! Diga a eles que você estava bêbada! —

A jovem não podia acreditar em seus ouvidos! Determinada, ignorou sua presença propositalmente porque, obviamente, jamais se rebaixaria a ponto de fazer o que lhe pediam! Não fazia o menor sentido que ela pagasse de desequilibrada na frente de todos, quando eram eles dois os errados da história.

— Pagar de louca? Deixar pensarem que sou uma surtada mentirosa? Que eu inventei tudo?! Vai à merda, Warren! — Gabrielle retrucou, com raiva, empurrando o invasor para longe de seu caminho e pegando a chave abrir a porta de seu apartamento.

— Gaby, por favor! O que você quer que eu faça? Eu estou apaixonado pela Camilla, não por você! Por que precisa dificultar tanto as coisas?! — Warren disse, enquanto seguia atrás dela.

Com uma expressão de incredulidade, Gabrielle se virou abruptamente:

— Não preciso de sua ajuda! — Ela se virou para o gerente do prédio e revelou: — Senhor Brown, vou me mudar nesta sexta-feira! — Então olhou para Warren e acrescentou: — Vou morar com meu namorado, em uma cobertura de luxo! — Um sorriso apareceu em seu rosto, antes de acrescentar: — Além disso, já consegui um novo e excelente emprego, sem a sua ajuda! —

Gabrielle fechou a porta na cara de Warren. Dentro do apartamento, respirou fundo, sentada, acalmando sua raiva.

— Como ele ousa?!—

Nessa hora, a garota se lembrou das inúmeras vezes em que seu ex-namorado jurou que ela seria o eterno amor de sua vida. Amaldiçoou-se, por ter acreditado tão cegamente naquele canalha. A pior parte era se lembrar de como foi traída por sua própria amiga, que nem se deu ao trabalho de tentar entrar em contato para se desculpar. Em vez disso, era Warren quem telefonava, desde que Gaby apareceu na festa de noivado sem ser convidada. A garota sentia que Camilla tinha muito mais explicações a dar do que Warren, já que era sua melhor amiga!

— Gabrielle! Você mal conhece aquele homem! Como você pode ir morar com um desconhecido tão cedo?! Ouça-me, Gaby, você está cometendo um erro! — O homem berrava, preso lá fora.

Por mais algum tempo, a moça continuou ouvindo a voz de Warren, mas simplesmente o ignorou. Esforçou-se para se tranquilizar, deitando-se no sofá para refletir sobre o andamento de sua vida.

— Puta merda, a melhor coisa que fiz foi aceitar o trabalho! — Suspirou. — Vou morar com um CEO rico e atraente! — Concluiu, sentindo-se realizada.
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