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Capítulo 2 - O beijo
Enquanto Gabrielle corria para fora do lugar, Camilla começou a sustentar a mentira, para os convidados, de que sua amiga fizera tudo aquilo porque se encontrava em completo torpor por conta do excesso de bebida.

— Desculpem-nos por toda essa cena. Gaby acabou de se perder, por conta do álcool. Ela tem um problema de família com isso, sabem? Por favor, não a entendam mal, porque, apesar do alcoolismo, trata-se de uma boa pessoa. — Fingiu algum zelo.

A mulher, então, agarrou o braço de Warren e sugeriu, sussurrando em seu ouvido:

— Vai lá falar com ela! Dê um jeito! Ela precisa aparecer para arrumar a merda toda que fez aqui, quando estiver sóbria. Se não fizer isso, meus pais vão me odiar, caramba! Finge que sente pena, finge até que sente algo, sei lá, dá seus pulos! É óbvio que deve estar acabada. — Incisiva, Camilla repetiu. — Você precisa resolver isso! Até porque, antes de tudo, foi ideia sua anunciar a porra do casamento logo! —

Warren não sabia bem nem como reagir, então apenas forçou um sorriso para seus amigos e familiares, declarando:

— Minha gente, com licença, preciso ter certeza de que Gaby está segura! Apesar de tudo, ainda é uma amiga querida para nós! —

— Não se preocupem, vamos resolver esse problema quando ela estiver sóbria. Isso tudo é apenas um mal-entendido! — Acrescentou antes de finalmente se retirar.

Lá fora, entretanto, Gabrielle caminhava rapidamente, sentindo o coração sangrar de tristeza, agora que sabia a profundidade da punhalada que lhe deram nas costas. Nunca imaginaria uma traição tão violenta vindo de sua melhor amiga.

— Oito meses. Oito malditos meses! — Ela murmurou, sozinha.

Por todo esse tempo, esteve cega demais para perceber qualquer coisa. Reflexiva, sentiu uma lágrima escorrer por sua bochecha, então enxugou com a mão, imediatamente. Repreendendo-se, lamentava:

— Como eu fui tão burra para não enxergar?! —

Prestes a desmoronar, ouviu uma voz chamando por seu nome.

— Gaby! Gaby! Espere! — Era o banana do Warren, correndo em sua direção.

A garota rapidamente limpou o rosto, livrando-se de qualquer vestígio de que estivesse chorando. Em seguida, virou-se, agindo com confiança. Sem arriscar encarar a cara patética do ex-namorado, respondeu, com frieza:

— Estou com muita pressa, Warren. Meu namorado está me esperando. —

Agarrando seu braço, o babaca a acusou:

— Pelo amor de Deus, garota! Eu sei muito bem que você não tem namorado nenhum! Escuta — o homem olhou em volta, certificando-se de que ninguém que o conhecesse estivesse lá para testemunhar aquela cena. — Eu sei que a gente foi muito escroto contigo, está bem? — Admitiu. — A gente não queria que nada acontecesse desse jeito, entende? Simplesmente aconteceu! Foi inevitável! —

— Ah, é verdade? Então você me explica isso agora e está tudo bem? — Os olhos de Gabrielle se arregalaram, antes de ela berrar: — Por que não pensou em me contar oito meses atrás, seu canalha?! Por que manter a porra de um relacionamento enquanto tinha interesse maior por outra, desgraçado?! — A garota lhe apontou um dedo e repetidamente o cutucou no peito dizendo: — Você e Cami mentiram para mim, na caradura! Nunca se importaram com o tanto que me fariam sofrer por isso! Porra, um casamento? Acharam que eu reagiria como, seu fodidos?! — Respirou por um segundo, então continuou. — Mas nem pensaram nisso, não foi? Nem cogitaram a ideia de que eu pudesse aparecer aqui! Meu Deus, Cami! Cami é a pior cadela que já conheci, mentindo para mim assim por causa de um homem tosco que nem você. — Um sorriso de escárnio estampou seu rosto, antes que ela meneasse a cabeça. — Enfim, agora esqueça. Vivam a vida medíocre de vocês, porque segui em frente. — Afastando-se, finalizou. — Como eu já disse, o meu namorado está esperando. —

Arrogante, Warren soltou um riso debochado, diante da insistência da garota de que havia alguém à sua espera. Acelerando os passos em sua direção, o homem a agarrou pelo braço e declarou, confiante:

— Eu sei que você não tem namorado, Gaby! Conheço você muito bem, esqueceu?! Tenho certeza de que ainda morre de amores por mim, então está tentando se gabar, como uma adolescente frustrada! Não vê que já passou da idade disso? —

O homem a interceptou de uma maneira que ela não conseguiu se desvencilhar. Fitando-a, continuou a explicação anterior, sem pedir permissão.

— Era por isso que não poderíamos dizer a verdade a você, Gabrielle. — Gesticulando com a mão, acrescentou: — Cami e eu não pensávamos em te dizer que nos apaixonamos porque, de alguma forma, sabíamos que você reagiria desse jeito! —

— Não quero ouvir mais a sua ladainha, Warren! — A jovem passou os dedos pelos cabelos antes de semicerrar os olhos para o encarar. — Não há absolutamente nenhuma desculpa para o que você fez comigo! Para o que vocês dois fizeram! —

— Por favor, Gabrielle, escute! — Colocando as duas mãos nos ombros da garota, Warren implorou. — Ouça-me, está bem? Vamos conversar sobre isso amanhã. Cami e eu, nós queremos falar com você sobre tudo isso e te ajudar! Vamos tentar te ajudar a sair dessa situação, o que você acha? — Suas sobrancelhas franziram, antes de continuar. — Apenas pedimos que nos ajude a esclarecer esse mal-entendido com nossos pais, quando você estiver sóbria. Pode fazer isso, por nós? —

Vendo o olhar de irritação de Gabrielle exibia, além do cenho franzido, Warren tentou se aprumar, desastrosamente, temendo que não pudesse fazer muito para convencê-la. Para piorar, se não conseguisse, teria que ouvir a reclamação de Camilla.

— Por favor, Gaby! Peço que, pelo menos, faça isso por Camilla. Afinal, ela sempre foi como uma irmã para você, não foi? Farei qualquer coisa que você quiser. Posso até lhe dar uma transição lenta para o término de nosso relacionamento. — O homem adicionou, na maior desinibição.

As palavras finais da declaração de Warren deixaram Gabrielle incrédula. A garota não aguentou e riu alto, ainda tentando se desvencilhar dele para continuar seguindo seu caminho. Ela pensou: ‘Meu Deus do céu, agora o homem criou a categoria de término em transição lenta. Como é isso? Continua ficando comigo enquanto fica com a outra e vai redistribuindo a quantidade de atenção dispensada, aos poucos? Pelo amor! Oito meses de traição, de onde é que essa porra tira tanta autoestima para oferecer uma desgraça dessas?!’

Já chegando ao saguão, a garota tornou a balançar a cabeça e declarou, mais uma vez, cansada de precisar repetir:

— Enfia sua transição lenta naquele lugar, Warren. — Como uma tigresa, Gabrielle, irritadíssima, vociferou, insistindo: — Eu já tenho namorado, porra! —

De repente, a garota se virou para um lado e gritou:

— Veja! — Seu olhar, de repente, mudou, mirando alguém por trás de Warren, ao passo que ela declarou: — Meu namorado! Deve estar procurando por mim! —

Gabrielle caminhou rapidamente, aproximando-se de um homem de camisa branca, parado no bar do saguão. Aquele ali seria o disfarce perfeito, porque era alto e bonito. Pela vestimenta e pelo lugar em que se encontrava, provavelmente o rapaz trabalhava ali. Por um segundo, a garota pensou: ‘Mas ele me parece familiar’.

No entanto, não havia tempo para pensar bem, porque precisava fazer Warren acreditar que já o superara e aquele homem bonito era a solução imediata. Notou que o homem alto conversava com outro, que usava terno, mas não podia parar para se importar, então apenas interrompeu a conversa e acenou para o desconhecido:

— Ei, bonitão! —

Quando chamou a atenção do rapaz, parou em frente a ele e pediu, enquanto esboçava um sorriso falso em seu rosto fofo:

— Preciso da sua ajuda... Pode me acompanhar num fingimento? —

Sem esperar que o homem lhe desse resposta, a jovem fechou os olhos e lhe deu um beijo. Obviamente, para tornar a coisa um tanto mais convincente, Gaby não poderia apenas mostrar a Warren um simples selinho, então, deleitou-se nos lábios do desconhecido por mais alguns segundos.

Abrindo os olhos por um instante, Gabrielle viu, com o rabo do olho, como Warren parou para assistir à cena, a poucos metros de distância, completamente perplexo. Por mais alguns segundos, a garota fingiu ignorar a presença seu ex-namorado e apenas se concentrou em seu falso amante, que paralisou ali, diante daquele avanço inesperado de uma desconhecida. Continuando o beijo lascivo no rapaz, Gabrielle declarou, abertamente:

— Eu sei o quanto é delirante beijar uma beldade como eu, querido. — Ela mordeu o lábio e acrescentou: — Mas considere isso como um bônus, já que deve estar cansado de todo o trabalho que teve esta noite. —

Quando a jovem se virou para olhar na direção de Warren, o homem, convencido da história, já se encaminhava para o corredor onde ficavam as salas de conferência. Gabrielle então respirou fundo e disse ao belo desconhecido:

— Obrigada, novamente, querido. Desculpe-me por isso. — A jovem, rapidamente, teve a audácia de pegar uns trocados da bolsa e enfiar no bolso da camisa do homem, dizendo-lhe: — Não é muito, mas vamos fingir que se trata de uma taxa de serviço, pode ser? — Então ela se virou e declarou, ainda desinibida por causa do álcool: — Tchau! Tenha um ótimo turno! —
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