Capítulo:04

Alice acordou sem ninguém precisar chamá-la, ela estava acostumada a acordar cedo por conta do trabalho, mas olhando o relógio até que não estava tão cedo assim, eram oito da manhã, a mulher decidiu se levantar, pois, seria um longo dia, Alice se arrumou no banheiro colocando uma roupa bonita e prática para ir à clínica.

Dessa vez, ela decidiu ir comer na sala de jantar, ainda lembrava vagamente onde era e quando chegou no local, todos os irmãos estavam comendo juntos e conversando sobre assuntos da empresa, Alice se sentou deslocada, ela lembra dessa sensação, quando perdeu toda a fortuna e agora não poderia ficar no meio de todos aqueles herdeiros ricos, Alice estava quase decidindo voltar ao quarto quando Letícia percebeu sua presença.

— Alice, você acordou, venha comer! — diz a mulher animada.

Alice suspirou e se sentou ao lado de Letícia, ela pegou um pouco de iogurte e torradas integral.

— Bom dia. — falou Alice, ainda se sentindo estranha por estar ali.

— Você está animada para hoje?

— Penso que nervosa é um termo melhor, afinal nunca imaginei que iria engravidar um dia.

— Sério? Nunca passou pela sua cabeça ter uma família?

— Julgo que não.

— Bem, não se preocupe, você terá que passar pela gravidez, não tem que aprender a cuidar de um bebê.

— É, você tem razão.

Os homens não se preocuparam em prestar atenção na conversa delas, apenas comiam um pouco do café da manhã e falavam sobre contabilidade, Alice realmente não se importou muito com isso.

— Aqui! — Letícia lhe passa uma xícara pequena de chá, após ver que Alice terminou de comer todo o café da manhã. — vai ajudar a lhe deixar mais calma, ficar nervosa não vai ajudar em nada.

— Obrigada.

— Uma pena tudo isso ser apenas negócios, julgo que você teria sido uma ótima esposa um dia para meu irmão.

Alice não disse nada, apenas tomou alguns goles do chá, não sabia se era algo de sua cabeça, mas já se sentia um pouco melhor.

— Você terminou? — dessa vez, foi Gabriel que falou, ele finalmente saiu da conversa com seus irmãos e prestou atenção em si.

— Sim, já estou satisfeita.

— Então vamos, é melhor acabar logo com isso.

Alice e Gabriel saíram da sala de jantar, e foram para o carro preto que o homem tinha, um motorista então começou a dirigir até a clínica.

— Acabei de perceber que se dar tudo certo, não sei o que vou dizer ao meu pai.

— Como assim?

— Vai chegar um momento que minha barriga vai estar enorme, o que vou falar ao meu pai? Que vendi meu corpo para carregar um neto dele e que ele jamais poderá vê-lo por conta do contrato que assinei? Ele está muito fraco, não quero causar mal a ele.

— Não vamos pensar nisso por enquanto, você já está bem estressada e isso não vai causar algo bom em ninguém.

— Tudo bem, será que tem problema beber chá na gravidez?

— Contanto que não seja um chá abortivo.

— É claro que não!

— Isso foi uma piada.

— Então você tem um péssimo humor.

Eles finalmente chegaram, Alice acompanhou Gabriel em silêncio, eles foram à recepção e Alice deixou o homem falar com a recepcionista, foi uma conversa rápida e logo eles estavam indo para uma sala, havia uma médica lá dentro, seus cabelos eram castanhos e estavam presos em um penteado de rabo de cavalo, e seus olhos eram, de duas cores. Alice ficou surpresa com isso, ela nunca viu ninguém com heterocromia, o olho direito da médica era azul enquanto o outro, era castanho.

— Bom dia, meu nome é Maria, sou a médica principal da família Gomes, é bom conhecer você senhorita Alice.

— Também é bom conhecer você.

— Então, vamos aos exames?

Eram coisas simples, respondendo algumas perguntas sobre sua dieta e exercícios físicos, vendo como estava sua altura e peso, alguns exames mais chatos como sangue e urina, mas no fim tudo parecia bem.

— Apesar da rotina extensa de trabalho, está tudo bem, você só perdeu um pouco de peso por conta de passar horas com fome ou comer comidas congeladas, mas isso é fácil de consertar.

— Mas ela pode fazer a inseminação hoje?

— Sim.

Maria só precisou pegar alguns documentos para Alice assinar, Gabriel então iria esperar na recepção enquanto Alice seguiu Maria para outra sala mais privada.

— É algo rápido?

— Claro, e também, completamente indolor, você nem sequer vai precisar ser sedada.

— Desculpe, é que estou um pouco nervosa.

— Entendo, você nunca fez nada assim antes, não é a primeira vez que atendo mulheres que às vezes não sabem muito sobre a inseminação artificial.

Maria pegou algumas luvas e máscara.

— O que faço agora?

— Espero que não se importe em estranhos lhe ver nua, é que preciso ter acesso ao seu útero.

— Já tive exames de ginecologista, não me importo com isso.

O "processo" então começou, Alice não falou muito e só olhava para o teto, claro que ela também sentia o que estava acontecendo, mas realmente nada dolorido.

— Acabamos!

— É sério?

— Sim, eu disse que seria rápido.

Alice se sentiu mais aliviada, ela se arrumou um pouco e então saiu da sala e foi se encontrar com Gabriel, ele estava trocando mensagens com alguém no celular e quando percebeu sua presença, disse um rápido adeus para a pessoa que estava conversando.

— Está tudo bem?

— Sim, foi realmente algo rápido e indolor, mas aparentemente está tudo certo e estou grávida, é estranho.

— Penso que em breve você pode começar a dar os primeiros sinais de gravidez.

Alice olhou para sua própria barriga, daqui a alguns meses estariam enormes, será que iria continuar bonita? Ela lembra de algumas mulheres mais velhas reclamando que ficaram horrorosas depois que tiveram filhos, apesar que Alice não conseguia enxergar isso.

— Gabriel, será que podemos ir ao hospital onde meu pai está?

— Você vai querer falar com ele sobre o que está acontecendo?

— Não, pelo menos não agora, mas visito ele todo dia, preciso dar apoio a ele.

— Tudo bem, então vamos para o carro.

Eles saíram da clínica e voltaram para o carro, dessa vez com o motorista os levando ao hospital que seu pai estava, mesmo sabendo que não iria contar a verdade ao pai, ainda estava muito nervosa.

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