Capítulo:08

(Segundo mês)

Alice comia seu almoço feliz, ela iria visitar Yasmin no trabalho hoje, aparentemente a amiga não estava tão ocupada e queria vê-la, além do mais que ela parecia ter algumas novidades para contar e isso deixou Alice um pouco ansiosa. Gabriel estava com ela na mesa, ele não precisou ir à empresa hoje, mas as coisas estavam um pouco complicadas porque ainda não conseguiram encontrar uma secretária, mas Alice acabou descobrindo que Rebecca foi presa por conta das acusações contra ela, aparentemente a mulher não tinha nenhum transtorno mental, apenas uma obsessão doentia por Gabriel.

Após finalmente terminar de comer, Alice mandou uma rápida mensagem para Yasmin dizendo que estava saindo de casa.

— Vou sair agora. — diz Alice, Gabriel parecia também ter terminado sua comida.

— Tudo bem, levo você.

— O quê? e o motorista?

— Está com virose, ele avisou isso no último momento por isso não tenho um substituto.

— Tá! Tudo bem, você não precisa me levar.

— Você sabe dirigir?

— Eu nunca precisei aprender porque tinha meus motoristas, e quando perdi tudo, só andava de ônibus.

— Eu não tenho problema em levar você.

— Eu só não quero que você fique desconfortável.

Gabriel finalmente olhou para os olhos de Alice, realmente demonstrando surpresa e curiosidade.

— Me deixar desconfortável? Como assim?

— É que, sempre que você está na minha presença, você fica um pouco estranho, pensei que esse negócio de ter uma barriga de aluguel, ainda fosse esquisito para você e ficava desconfortável na minha presença.

O homem suspirou, e Alice não sabia mais o que dizer, sinceramente, sentia que havia estragado tudo.

— Eu não fico desconfortável com sua presença Alice, na verdade, eu até gosto.

— Sério?

— A maioria das mulheres que passavam o tempo comigo só falavam coisas chatas, ou me bajulavam, porque queriam minha atenção, mas você não, você tem uma conversa normal comigo e até me faz rir, gosto muito de ouvir sua voz, sinto muito que não pareceu assim para você, todos os meus irmãos são extrovertidos e conseguem falar sem dificuldade, mas eu sempre fui mais fechado, e apenas gosto de me manter em silêncio.

Alice ficou realmente sem palavras, não esperava aquilo, esperava qualquer coisa, menos aquilo, Gabriel parece ter percebido que falou demais e acabou ficando com o rosto vermelho, ele sempre tinha aquela expressão fechada e séria, então ver aquela expressão corada do CEO, era simplesmente adorável.

— Tudo bem, obrigada por esclarecer tudo, poucas pessoas gostam quando fico falando sem parar sobre algum assunto.

— Eu realmente gosto.

Alice abriu um largo sorriso, ficando mais feliz do que já estava, a mulher se levanta rapidamente, pronta para ir ao trabalho da amiga, mas Alice se segura na mesa quando sente sua cabeça leve e sua visão ficando embasada, Gabriel se levantou e se aproximou de si, preocupado.

— Alice, você está bem?

— Sim, julgo que sim, eu só fiquei tonta de repente.

— Calma, senta aqui de novo.

Alice se sentou novamente, e Gabriel trouxe água para ela, a mulher bebeu alguns goles, mas realmente não sentia mais nada.

— Eu não sei o que aconteceu, só fiquei tonta do nada.

— Isso pode acontecer na gravidez, penso que você deveria se levantar mais devagar na próxima vez.

— Você tem razão, desculpe, preocupar você.

— Qualquer um ficaria preocupado, consegue se levantar?

Alice colocou sua água na mesa, e então se levantou com ajuda do homem, foi mais devagar e suave, e não sentiu nada.

— Estou bem, foi só um mal-estar passageiro.

— Letícia disse que isso realmente poderia acontecer, então seja mais cuidadosa da próxima vez.

— Desculpa.

— Tudo bem, você não sabia.

Eles então saem da mansão e entram no carro, Alice diz o endereço para Gabriel que começa a dirigir.

— Meu pai está parecendo melhor esses dias que fui visitá-lo, ainda não sei como contar para ele tudo isso que está acontecendo, mas é bom saber que ele finalmente está se sentindo melhor, geralmente ele fica tão acabado quando termina sua sessão de quimioterapia.

— É bom saber que ele está melhorando.

Alice logo parou de falar do seu pai, e começou a divagar sobre outros assuntos, Gabriel ficava silencioso como sempre e dizia poucas palavras, logo eles chegaram no local de trabalho de Yasmin.

— Espero você aqui. — fala Gabriel.

Alice então saiu do carro e entrou, não foi difícil encontrar Yasmin, ela estava sentada perto da entrada enquanto jogava um jogo em seu celular.

— Yasmin!

Ela tirou o olhar de seu jogo e então sorriu, Yasmin deixou o celular de lado e foi até Alice, rapidamente dando um rápido abraço.

— É tão bom ver você Alice.

— Você sempre foi ocupada com sua carreira de modelo, e agora eu me sinto exausta com a gravidez.

— Você ainda nem está aparecendo.

— Ainda está muito cedo.

— Você vai fazer chá de revelação? Sempre quis planejar um.

— Eu não sei, o filho pode ser meu também, mas basicamente quem tem que tomar as decisões, é Gabriel.

— Então fala com ele depois, seria tão legal.

— E as suas novidades? Você disse que tinha algumas coisas para contar para mim.

— Estou namorando, mas não são aqueles namoros falsos da mídia, estou realmente namorando, só não sei se vou poder anunciar isso.

— Porque não?

— Estou namorando uma mulher.

Alice não ficou surpresa com isso, sempre soube que a amiga é bissexual.

— Você julga que se fosse anunciado, iria acontecer preconceito?

— Claro que sim, é bem capaz de eu perder patrocínio também, mas sinceramente, não me importo se for anunciado ou não, minha vida pessoal e profissional são duas pontes separadas.

— Tudo bem, mas eu gostaria de conhecer ela.

— A gente se conheceu em uma cafeteria, ela apenas me deu o primeiro nome dela, estou supondo que ela deve ser alguém famosa.

— E você não saberia dizer?

— Sou uma mulher ocupada, não tenho tempo para fofocas ou notícias.

— Você é quase uma versão feminina de Gabriel.

Yasmin acabou gargalhando alto, o celular de Alice começou a tocar, ela logo reconheceu o número.

— É do hospital que meu pai está, será que ele recebeu alta? Ele está tão bem esses dias, talvez tenha vencido o câncer.

Ela rapidamente atendeu com um sorriso no rosto.

— É Alice Marques?

— Sim, eu mesma, como está meu pai?

Houve um silêncio do outro lado da linha, será que a ligação caiu?

— Sinto muito, senhorita Marques, seu pai acabou de falecer…

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