Se passaram alguns dias, Alice iria tranquilamente visitar seu pai no hospital e não precisa se preocupar com dívidas, apesar que não sabia o que pensar, Gabriel não precisava pagar tudo assim, ela iria ganhar dinheiro justamente para acabar com aquilo, mas o homem não mudou de ideia. Mesmo após ter feito a "gravidez artificial" Alice não sentiu nenhum sintoma de gravidez, mas Letícia disse que é normal assim no começo, Alice ficou curiosa de como a mulher sabia disso, e aparentemente Letícia era médica antes de largar o emprego e decidir trabalhar na empresa da família.

Quando Alice desceu para o café da manhã, apenas Gabriel e Roberto estavam lá, sempre discutindo alguma coisa, haver com a empresa, Alice começou a comer tranquilamente algumas frutas, e decidiu beber chá também, acabou se agarrando aquela bebida, o problema, é que assim que sentiu o cheiro de chá, uma ânsia de vômito lhe atingiu.

— Eu já disse para demiti-la. — diz Gabriel.

— Rebecca é uma ótima secretária, sinceramente, nunca vi ninguém como ela antes, nenhuma das outras conseguiu fazer um trabalho tão bom.

— Vou demiti-la, já que você parece ser incapaz de fazer isso!

Nenhum dos homens notou a expressão de Alice, ela não queria se preocupar com isso, podia ser apenas um enjoo passageiro, mas quando sua boca começou a salivar, não tinha mais o que fazer. A mulher se levantou de uma vez da cadeira, assustando Gabriel e Roberto com o barulho, Alice foi até a pia e começou a vomitar.

Gabriel rapidamente foi até ela, segurou seus cabelos e apenas a deixou vomitar, não parecendo enjoado com a cena.

— Você está bem? — pergunta Gabriel, após Alice terminar de vomitar. — Sei que parece uma pergunta idiota.

— Estou bem, preciso escovar os dentes e tirar esse gosto horrível da boca.

Alice realmente não quis falar muito, não entendia o que aconteceu, foi tudo tão de repente, ela rapidamente voltou ao quarto e escovou seus dentes e então pode voltar à sala de jantar.

— Alice.

— Desculpe, eu não sei o que houve Gabriel, eu apenas senti o aroma do chá e fiquei com uma vontade insana de vomitar.

Gabriel não disse nada, parecia pensativo.

— Seus enjoos finalmente começaram, acho.

— O quê?

— Você está grávida Alice, é normal se sentir enjoada, infelizmente a tendência é piorar.

— Não acredito que fiquei enjoada com meu chá.

— Talvez você possa comer um pouco de gengibre, tenho certeza que ouvi Letícia dizer que isso acaba com os enjoos.

— Pode ser, estou faminta.

— Você acabou de vomitar.

— É, mas estou comendo por dois agora.

— Espera, você pode acabar ficando enjoada com o cheiro do chá de novo, vai para a sala principal, levo panquecas para você comer lá.

— Tudo bem.

Alice então foi para a sala, enquanto Gabriel arrumava tudo para levar a mulher, Roberto simplesmente olhava para o irmão com a boca aberta.

— O que foi?

— Como assim o que foi? Gabriel, eu nunca vi você assim.

— Não entendi.

— Você está simplesmente arrumando um preto de comida para alguém, você mesmo está fazendo, não um empregado.

— Minha mão não vai cair se eu fizer isso, além do mais, não é nada de mais.

— Desculpe, mas não pode me culpar por ficar surpreso, você não é gentil com quase ninguém.

— Ela é minha barriga de aluguel, no seu ventre tem o meu filho, é claro que preciso garantir a saúde dela, para o meu filho nascer saudável.

— O filho também é dela.

— Ela já assinou um contrato que não vai querer nada com ele, então o filho é meu.

Roberto suspirou.

— Você poderia fazer as coisas mais fáceis, se apaixonar por uma mulher, casar com ela e os dois terem filhos juntos, uma linda família.

— Isso é um conto de fadas, infelizmente, a maioria das mulheres com quem fiquei, eram interesseiras e obviamente que não poderia ter um filho com nenhuma delas.

— É porque você não soube escolher direito, a Rebecca, por exemplo, parece ser uma mulher exemplar, você deveria dar uma chance para ela.

Gabriel olhou para seu irmão furioso.

— Já estou tendo um filho, não preciso da Rebecca.

— Mas ela poderia ser uma ótima mãe, ela é uma mulher tão calma.

— Só se for com você.

— O quê?

Gabriel finalmente terminou de fazer o prato de Alice, ele olhou para Roberto, uma expressão séria no rosto, mostrando que realmente não estava brincando.

— Quero que demita Rebecca porque ela está interessada em mim.

— Não seria a primeira secretária que temos que está afim de você.

— Não é esse o problema, as outras só ficavam com o rosto vermelho, gaguejava e até saiam apressadas do meu escritório.

— e daí?

— Rebecca é pior, a última vez que entrei em meu escritório, ela estava só de calcinha em cima da minha mesa.

Roberto fez uma cara engraçada, mas viu que seu irmão não estava para brincadeira.

— A Rebecca é bonita mesmo, muito gostosa, o que você fez quando viu ela assim?

— Praticamente joguei ela para fora do meu escritório, e se fizesse isso novamente iria demiti-la, eu só não demito porque é realmente difícil achar uma secretária que consiga lidar com nossas coisas.

— Certo, será que Alice é uma boa secretária?

— Alice é basicamente uma princesa que perdeu toda a fortuna e agora precisa aprender a viver em sua nova vida de plebeia, ela era diarista, mas não tem especificações em mais nada.

— Vou abrir algumas entrevistas de emprego para tentar achar uma nova secretária.

— É sério?

— Se você está desconfortável com Rebecca, é óbvio que não vou deixar meu irmão sofrer por isso, é só uma secretária, vamos tentar encontrar outra.

— Tudo bem, obrigado.

— GABRIEL! — grita Alice.

Os dois homens praticamente saíram correndo após ouvir a mulher gritar, esperando qualquer coisa, quando chegaram na sala não havia perigo nenhum, Alice estava assistindo o jornal.

— O que aconteceu? — pergunta Gabriel.

— Ali!

Alice aponta para a televisão, Gabriel rapidamente percebe uma foto dele e de Alice no hospital, com uma grande legenda:

GABRIEL APARECE JUNTO DE UMA MISTERIOSA MULHER, E AFIRMAR QUE ELA É SUA NOIVA!