- Você sabe o que eu quero, Leonez, sabe o motivo que eu vim, o único motivo pelo qual eu viria atrás de uma vadia que nem você.
- Você não tem o direito de falar assim comigo. – Aponto o dedo na sua cara o enfrentando.O que eu não esperava era que ele me prensasse contra a parede fria do lado do balcão.- Campbell, pare, por favor.Eu tentava me soltar do imbecil, mas era obvio que ele era mais forte que eu.- Não paro, temos que conversar, conversar sobre a pequena Luna.Se eu não tinha forças, agora eu tenho, eu não posso deixar esse canalha se aproximar de minha pequena, mesmo ela não estando comigo. O afastei para longe com força, que ele cambaleou.- Alguém resolveu virar valente de uma hora pra outra, foi? – Campbell perguntou irônico.- Você não vai se aproximar da minha filha, Campbell. Eu não vou deixar.- Te corrigindo, ela é tanto sua filha, como minha. Então, sim, eu tenho o direito de ver minha filha crescer.- NÃO DEPOIS QUE VOCÊ RESOLVEU A ABADONAR, SEU IDIOTA.- Olha como fala comigo, sua vadia.Eu dei um passo pra frente indo avançar nele, quando sou surpreendida por um tapa de Theodore que me fez cair no chão. Ainda um pouco tonta, apenas senti Theodore pegar na gola da minha camisa e aproximou meu rosto do seu, me beijando a força. Tentei me separar, mas era impossível, até que ele se solta, me dando outro tapa, dizendo:- Eu vou me aproximar de você, da nossa pequena e vamos voltar a ser o que éramos, melhores amigos.Ele ia me bater de novo, mas ouço alguém atrás dele segurar sua mão. Theodore se vira para trás enquanto a pessoa diz:- Você vai é não encostar nenhum dedo a mais nela, seu canalha.Quando vejo, depois de piscar várias vezes, Campbell foi ao chão, me levanto ainda meio tonta procurando urgentemente uma mesa próxima, me apoiando ali. Olho para frente e noto que a pessoa que me salvou daquele cretino está de costas em cima de Campbell falando alguma coisa que eu não entendi, então se levantou, não sei o que ele disse, mas Theodore me olhou com fúria apontando o dedo pra mim disse:- Nosso papo não acabou, Leonez.Theodore saiu correndo da doceria. No mesmo instante a pessoa se vira e vejo que é Benjamin com um rosto preocupado.- Você está bem, Marya?Eu estava assustada com a situação, tentando encontrar aonde foi parar o cara que era meu melhor amigo desde pequeno, ficando comigo quando alguma coisa ruim acontecia, me espantando de qualquer menino que queria se aproximar, aquele cara se foi.- Marya. – Benjamin diz calmo, me balançando nos braços.- Oi? – Digo saindo dos meus pensamentos.- Você está legal? O que aquele cara fazia aqui?Respiro fundo deixando algumas lágrimas teimosas caírem, então respondo:- Querendo cobrar uma dívida do passado.- Que dívida? – Benjamin ergue a sobrancelha confuso.- Como você disse antes, se importaria de eu não falar disso agora? – perguntei cautelosa.Benjamin soltou meu braço, respirou fundo.- Tudo bem. Mas me deixa cuidar de você.- E sua filha, não tinha que estar com ela?Afinal, ele iria pra casa, por que retornou?- Eu esqueci minha carteira aqui. – Ele deu de ombros e um sorriso tímido. – Sou meio avoado às vezes.Não consegui não gargalhar.- Aí está o sorriso que queria ver. - Agora foi minha vez de ficar tímida. – Não se preocupe, minha filha vai ficar bem, ela está com meu melhor amigo.- Você confia nele a ponto de deixar uma menina pequena que precisa do pai? – perguntei curiosa.- Sim, Jacob me ajudou bastante em uma decisão que mudaria pra sempre a minha vida. – Benjamin deu de ombro. – Sei que ele vai cuidar bem dela, até porque ele parece mais o pai da criança do que eu. – Ambos rimos.- Que bom que você confia nele. – Dei um sorriso triste. – É sempre bom ter amigos com quem a gente pode contar em horas difíceis.- E você, sabe que pode contar comigo pra tudo a partir de agora, não sabe?Benjamin fez essa pergunta de repente, e eu baixei a cabeça envergonhada, levantei alguns segundos depois para encara-lo, então dei um sorrisinho de leve, ele fez o mesmo e se aproximou em silêncio.- Deixa eu ver se não machucou muito o seu rosto.Senti o toque de Benjamin em meu rosto no machucado, sentindo uma leve ardência, mas não reclamei, apenas fechei os olhos para sentir o seu toque. Sua mão fazia um carinho de leve no local e quando abri meus olhos, notei que os seus estavam mostrando pelo menos para mim, ódio, raiva, mas sinto que não é de mim, e sim, de Campbell.- Aquele cretino vai pagar por isso.Benjamin disse do nada e então me abraçou, o que me fez arregalar os olhos, mas fechar logo em seguida sentindo seu toque que me dava segurança, ali, em seus braços, parecia o lugar mais seguro para se estar, longe de toda sensação ruim que eu me encontrava. Deixei sem querer um soluço escapar e o vi se afastar apenas para me olhar e enxugar a lágrima fujona que saiu de meu olho.- Ei, não chora, ele não merece cada gota de lágrima sua. – Benjamin falou sério. – Eu não sei o que aconteceu entre vocês, mas sinto e sei que ele não tem direito de fazer com você e nem com qualquer outra mulher.- Obrigada, Benj, por se preocupar comigo, mas eu estou bem, de verdade.- Olha, se precisar conversar eu vou estar sempre aqui, dentro daquela cozinha. – Ri do seu jeito brincalhão.- Bobo. – Dei uma empurrada em seu ombro que o fez rir.- Vai ficar muito tempo aqui ainda? – Benjamin perguntou depois de alguns minutos em silêncio. – É perigoso ficar sozinha nesse bairro a essa hora da noite.- Não, eu só estava fechando o balcão quando aquele cara chegou. Já estou indo pra casa.- Quer uma... – Benjamin é impedido de falar por causa de um barulho de trovão e um relâmpago, logo em seguida, chuva forte.- Droga, como vou voltar pra casa agora? – Perguntei rolando os olhos olhando para a janela.- Eu ia te oferecer uma carona.- Benjamin, não posso aceitar, a sua pequena precisa de você. Já devia estar em casa.- Eu já disse que ela está com meu amigo e eles podem esperar mais um pouquinho.Bufei indignada cruzando os braços, fingindo estar brava e ele apenas riu de canto vitorioso, piscando pra mim. Rolo os olhos e tomo um susto quando vejo um trovão e um relampado que fez uma iluminação e o barulho grande, por instinto, corro até Benjamin, que me abraça rindo da minha cara.- Vai dizer que a teimosinha aqui tem medo de trovão?- Vou ignorar essa pergunta. – Ele riu pegando sua carteira enquanto caminho até que eu seguro a maçaneta e me viro de volta para Benjamin. – Vai demorar muito aí?- Já estou indo, madame. – Ele fez um gesto engraçado rindo, apenas balanço a cabeça em negação. – O quê?- Você não tem jeito mesmo.Caminhamos com pressa até o carro, que não estava muito longe dali, e entramos.- Pronto, estamos a salvo, a senhorita açúcar não ira derreter. – Ele zombou e eu fiz uma careta que Benjamin acabou rindo.- Você é sempre irritante assim?- Só a maioria das vezes. – Bufei indignada olhando para a janela enquanto ele ri e dá partida no carro.Já fazia 1 ano desde que tudo aconteceu. Hoje era exatamente a data de aniversário da minha pequena. Eu pedi pra Ella me deixar ficar em casa e ela aceitou, disse que não estava muito bem do estômago, mas a verdade era que eu não estava bem para nada, eu só queria estar perto dela, abraçando e dizendo o quanto a amo, eu sempre me arrependi de ter deixado ela para trás, agora, quando eu vejo uma criança no parque, eu penso que pode ser ela, penso em como ela deveria ser, seus olhinhos, seu jeito sapeca de brincar. Respirei fundo na sala de casa olhando novamente as únicas fotos que tenho com minha bebê e sorrindo.- Feliz Aniversário, filha, onde quer que você esteja mamãe sempre estará no seu coração. – Dei um beijo na foto e no exato momento a campainha toca. - Já estou indo. – Guardei o celular e fui até a porta tremendo a cada passo.Digamos que ultimamente, mesmo trabalhando com Ella, eu não tenho conseguido me manter, pois tenho guardado dinheiro para entrar em uma faculdade que
- Não precisava ter feito isso, Benjamin. – Disse enquanto ele dirigia para a sua casa.A pequena Emma dormia no banco de trás enquanto no carro tocava uma música calma.- Claro que precisava, eu não iria deixar uma amiga na mão.- Mas se arriscar desse jeito, você não sabe como aquele cara é e... – Benj me interrompe, colocando a mão dele sobre a minha.Tremo com seu ato, pousando meu olhar sobre nossas mãos, a minha tremia de nervoso, Benj entrelaçou nossos dedos fazendo um carinho bom. Suspirei fechando os olhos.- Você não tem que se preocupar com nada, tudo bem? – Sanchez diz depois de uns bons minutos em silêncio.- É claro que tenho, mesmo com sua tentativa, ele não aceitou e... eu não quero abusar, mas eu posso muito bem procurar outro apartamento com o dinheiro da faculdade e...- E nada! – Benjamin falou sério. – Eu já disse que aquele dinheiro vai ser só pra sua faculdade e que eu posso muito bem te ajudar a c
- O jantar já vai esfriar.POV Benjamin:Acordo no meio da madrugada com um chorinho já conhecido por mim. Me levanto morrendo de sono tropeçando no chão do quarto, caminho até o quarto de minha bebê.- O que foi, meu amor? – Me aproximo da cama dela acendendo apenas a luz do abajur em cima do criado mudo.- Eu estou com medo, papai. – Ela diz manhosa com os olhos cheios de lágrimas.- Por que está com medo? – Seguro ela no colo, a abraçando para se tranquilizar.- Eu tive um pesadelo.- Oh, meu anjinho, não precisa ter medo. O papai está aqui com você, não está? – Emma concorda com a cabeça. – Quer contar o pesadelo pro papai?Me deitei na cama dela e coloquei Emma ao meu lado, a abraço de conchinha nos cobrindo e dou um beijo no seu pescoço, fazendo cócegas com o nariz e ela ri.- Papai, para. – Sorri junto com ela e dei um beijo em sua bochecha.- Quer contar para o papai como foi o pesadelo
Acordo na cama no dia seguinte de manhã com um serzinho invadindo minha cama antes do despertador tocar.- Bom dia, papá. – Emma me chama colocando a mãozinha no meu rosto.- Bom dia, pequena. – Pego sua mãozinha e dou um beijo, vendo-a sorrir e em seguida me abraçar.Coloco um cobertor por cima da gente e ligo a TV que tinha no quarto em um canal de desenho, já que de manhã, antes do café, Emma sempre fazia isso, vinha na minha cama querendo assistir comigo algum desenho.- Que desenho a princesa quer assistir hoje?- Bob Esponja. – Ela fala batendo as palminhas e eu sorri com isso.- Você assiste enquanto o papai vai tomar banho?- Sim. – Ela falou com voz muito fofa que deu vontade de amassar.Tomo meu banho rapidinho, colocando uma calça jeans e uma blusa de manga curta preta, logo em seguida meu moletom.- Acho que está na hora da princesa tomar banho, não? – Pergunto a Emma que faz bico.
Como posso responder isso? Eu não queria ter que me meter da vida do Benjamin dessa forma, se ele não gosta de falar desse assunto para a filha, por que eu vou contar? Não queria ter que fazer a filha de Benj pensar em coisas que a deixariam mais tristes.Por um momento penso em minha pequena. Quando ela fizer essa pergunta para o homem que a pegou, será que vai querer me procurar? Será que vai me amar quando me encontrar? Será que vamos ser amigas?- É claro que você tem uma mamã, meu amor. – Digo e ela me abraça com seus bracinhos.- Onde ela tá? – Pergunta com sua voz doce e eu fecho meus olhos.- Eu não sei, pequena, mas ela te ama muito. – Beijei seu ombrinho e me levantei. - Vamos? Se não a senhorita chega atrasada na escola.Emma apenas sorriu e segurou minha mão. A escola não era longe da casa de Benjamin, então íamos a pé mesmo. Peguei a chave de casa no balcão e fechei a porta. Enquanto caminhamos, Emma ia pulando os quadradinho
Me afasto surpresa. Benjamin percebeu que eu fiquei sem jeito, então coçou sua nuca e desviou o olhar para a filha.- Eu preciso colocar ela pra dormir.Sanchez se levantou e subiu ás escadas me deixando ali sozinha. O que diabos aconteceu?...- VOCÊS DOIS O QUÊ? – Vic pergunta no dia seguinte, assim que conto sobre o beijo que eu e Benjamin tivemos.- Cala boca, Vic, quer que todo mundo do café ouça? – Retruquei brava.- Me desculpe, mas... meu casal favorito está dando certo. – Vic bate palminhas feito uma criancinha. – Imagine no cardápio de casamento “Marya Leonez e Benjamin Sanchez“. – Vic falava com a maior cara de boba.- Deixa de ser idiota, garota.Começo a rir e bato no seu braço com cardápio.- Isso doeu. – Ela fez beiço de emburrada massageando o braço.- Eu ouvi meu nome nessa conversa aí?Benjamin aparece ao lado de Vic colocando seu braço em cima do ombro dela.
- Obrigada, Benjamin. – sorri sem jeito.Eu estava vestida com um vestido que chegava até a altura do joelho, preto com a parte de trás meio aberta, e a saia do vestido era com uma renda bem de leve. Usava salto alto preto, três pulseiras prata e um colar escrito “dream”. Meu cabelo estava solto com umas leves ondulações.- Quer beber algo? – Benjamin pergunta.- Uma cerveja, apenas. – Sorri sem jeito.Benjamin foi até o bar do lugar e eu fiquei na porta, pois estava muito cheio e eu não estava a fim de enfrentar fila.- Aí está você, Mary. – Vic aparece na minha frente me abraçando.- Você está linda. – Respondo.- Mary, aqui está sua cerveja.Benjamin se aproxima dando minha cerveja e logo nota que Vic estava ali.- E aí, pirralha.- E aí, peste.- Cadê o seu boy magia? – Benjamin pergunta e eu sorri.- Vic, até que enfim eu te achei. – um rapaz se aproxima.- Falan
Subi as escadas correndo trancando a porta de meu quarto. Ouvi Benjamin me chamar, mas ignorei. Tudo que eu queria agora era ficar sozinha, novamente, em minha mochila, pego o bichinho de pelúcia de minha filha deitando na cama, pois só assim algo me fazia ficar perto dela e eu me acalmava. Eu precisava tanto dela naquele momento. Só queria saber onde estava Luna.BENJAMIN:Como o mundo é pequeno. Da onde que eu ia pensar que aquela menina que eu conheci no trabalho é irmã de uns dos meus melhores amigos. Suspirei cansado depois da conversa que tive com Marya, confesso que algo me deixou curioso. Por que ela não falava nada do seu passado? Por que ela não me conta esse segredo importante? Resolvi ir até minha mãe, para esfriar a cabeça e ver minha bebê, pois estou morrendo de saudades. Batendo na porta da minha antiga casa, logo sou recebido por um abraço de minha irmã. Pois é, eu tenho uma caçula que tem 15 anos.- E aí, pirralha. – Digo bagunçando os cab