O local que eu tinha começado a trabalhar, ficava bem no centro da cidade e um pouco longe onde eu trabalhava, cheguei à loja da minha amiga, Ella, que era filha da Dona, e quando viu que eu estava procurando uma vaga, me aceitou na hora, pois ela adorava os doces que eu fazia e disse que tinha uma vaga pra mim. Fiquei muito feliz, nessa última semana ficamos trabalhando e relembrando nosso tempo no colégio, eu, Ella e Vic éramos um ótimo trio na nossa turma, sempre bagunceiras, mas estudiosas.
- Lembra aquela vez que grudamos um chiclete no cabelo da piranha da Rachel? – Ela gargalhava enquanto recebia o dinheiro de um cliente.- Sim, lembro, foi muito bom ver a cara dela. Ela mereceu, vai. – Respondi contente pegando os pratos do balcão e os lavando.- Lógico que mereceu, quem mexe com uma de nós, mexeu com todas, meu amor. – Ela pisca pra mim.Meu olhar foi para o sino tocando na porta e entrou um rapaz alto, musculoso, cabelos loiros e seus lindos olhos verdes, meu Deus, que olhos.- Vou atender. – Ella disse saindo do balcão.- Bom dia. – Ouvi Ella o cumprimentando enquanto eu fingia estar lavando louça.- Bom dia, você é a Ella? – Ele pergunta e ergo meu olhar confuso para ele.- Sou, sim, por quê? – Ela disse tímida.- Bem. – Ele deu uma risada e coçou a nuca sem jeito, baixando a cabeça, eu achei fofo aquilo. – Sou o novo cozinheiro daqui da loja, a Dona Stone me chamou pra trabalhar hoje.- Muito bem, chegou na hora. – Ella disse verificando o relógio. – Pode ir pra cozinha, na despensa tem seu uniforme de trabalho, minha mãe provavelmente irá estar lá, então ela te mostra tudo que você precisa saber.- Obrigado, senhorita Ella. – Ele acenou a cabeça e depois olhou para mim. – Muito prazer.- Digo o mesmo e bem-vindo ao Candy Doce. – Ele riu com o nome, me fazendo rir também.- É um nome engraçado. – Ele disse lendo meus pensamentos.- Ei, fui eu que escolhi. – Ella disse emburrada cruzando os braços.- Tá explicado. – Pisquei para ele atrás de Ella e ele fez o mesmo debochando da minha amiga, que ficou mais brava, então fui abraçar ela.- Desculpa coisa linda da minha vida.- Só se você me levar pra ver aquele filme que eu estou doida pra ver no cinema? – Ella disse com os olhos brilhando e batendo palmas.- Qual filme? – Pergunta o moço, que eu ainda não sabia o nome.- Piratas Do Caribe, por favoooor. – Ella fez cara de criança e eu rolei os olhos.- Tudo bem, eu levo.Ella pulou em cima de mim e ficou pulando, olhei para o moço que ria da cena e soltei Ella do abraço.- Então, vamos trabalhar? – Perguntei sem jeito.- Vamos. – Ella e o moço falam ao mesmo tempo batendo as mãos e eu balancei a cabeça rindo daquilo.**- Então... – Dona Stone fechou a porta da doceria.Lá dentro só estamos Dona Stone, Ella, eu e o moço novo, todos reunidos em uma mesa no centro da doceria. Ella ao meu lado, Dona Stone no lado de Ella e o moço em nossa frente.- Por que estou sentindo que isso não vai acabar bem? – Diz o moço e nós rimos.- Pode ficar tranquilo, eu passei a mesma coisa semana passada. – Disse tímida pra ele que sorriu sem jeito ao me olhar voltando atenção para Dona Stone.- Então. – Ela disse batendo na mesa. – O que vamos fazer basicamente é um jogo de perguntas.- Já estou apavorado. – Todos riem.- Não precisa, querido, são perguntas simples, para nos conhecermos melhor e interagir. – Stone pisca pra ele que sorri.- Entendo. – Ele coça a nuca. – Podem começar, vai.- Primeira pergunta e mais simples de todas: – Dona Stone diz erguendo a mão.- Manda brasa, chefinha. – Ele pisca e todos riem.- Pode repetir seu nome para as meninas, contar sua idade, se preferir.- Meu nome é Benjamin Sanchez, mas gosto mais de ser chamado de Benj. Tenho 25 anos.- Porque decidiu trabalhar em Candy Doce, Benj? – Dessa vez foi Ella a perguntar.Ele ficou em silêncio fechando os olhos, virando a cabeça para o chão. Depois de alguns minutos ele olha Ella.- Porque eu precisava de um emprego urgente, e como ainda não sou formado na minha profissão e precisava de um emprego rápido, aqui era o local mais próximo de minha casa.- Porque precisava de um emprego rápido? – Ele me olha assim que fiz a pergunta. Ficando em silêncio. – Desculpe a pergunta. – Falei em um tom baixo.- Não, tudo bem. – Benjamin deu um sorriso de lado desviando a atenção de mim. – Mas se não se importa, não gostaria de falar disso agora.Ergo o meu olhar até o seu, e Benjamin faz o mesmo, eu entendia o que ele queria dizer pelo olhar, porque eu também precisava de um emprego rápido e não queria contar para as meninas o porque disso, a única que sabia era a Vic.- Continuando. – Ella pigarreou ao notar o clima tenso se formando. – Está fazendo faculdade do que, Benjamin?- Fotografia, mais tarde pretendo fazer de Audiovisual.- Que interessante, seria muito bom ter um fotografo aqui. – Diz Stone rindo e Benjamin entrou no clima.Não sei por que, mas sua risada me transmitia uma paz, que se eu pudesse ficaria o ouvindo rir o tempo inteiro.- Bom, garotas, se me permitem, eu preciso ir, afinal, uma garotinha me espera em casa. – Benjamin disse parecendo contente.- Uma garotinha? – Ella pergunta.- Sim, ela é minha... – Ele pareceu pensar um pouco. – Minha filha.- Olha que legal. – Dona Stone disse sorridente. – E quantos anos tem sua garotinha?Benjamin me olhou e eu desviei meu olhar para baixo, torci para ninguém reparar que eu cerrei meus punhos e fechei meus olhos engolindo a seco.- Está indo para seu segundo mês.- Ain, que fofa. – Ella disse.- Pois você está sendo intimado a trazer essa menininha para conhecermos.- Pode deixar, chefinha, seu pedido é uma ordem. – Benjamin respondeu indo.Não seria possível ser ele, seria? Não, Marya, não viaja, pode ser muita coincidência. Isso, se conforme, é apenas uma coincidência.- Marya? – Ella me chamou colocando a mão no meu ombro.Olhei para cima e vi que além de Ella, Dona Stone e Benjamin me olhavam preocupados.- Está sim.- Mesmo, querida? – Sorri fraco para mãe de Ella.Olhei para Benjamin e ele apenas sorriu, o que me fez sorrir automaticamente.- Bom, já que está tudo bem, eu vou indo.Benjamin se despediu dando um beijo na bochecha de cada uma, logo mais as duas foram embora. Hoje era meu dia de fechar a loja, então arrumei algumas mesas, estava fechando o balcão no escuro, então quando vou me virar para a porta de saída, vejo a silhueta de uma pessoa, mas não consigo identificar.- Quem está ai? – Pergunto com medo, voltando para trás do balcão.- Ora, como se você não soubesse, Leonez. – O homem acendeu a luz ao lado da porta e eu fiquei em choque.- O que você quer aqui, Theodore?Quando tudo está se ajeitando, ele aparece para complicar ainda mais a minha vida. O que eu estava sentindo ali? Medo, raiva por ele ter me abandonado no momento que eu mais precisei dele em sua vida. No momento em que eu mais estava apaixonando por um cara que era meu melhor amigo. O cara que eu pensei que podia confiar para tudo, mas isso foi ao fundo do poço quando ele decidiu me abandonar no barco, quando descobriu que teríamos uma filha. Pra mim ele está morto, a partir deste dia.- Você sabe o que eu quero, Leonez, sabe o motivo que eu vim, o único motivo pelo qual eu viria atrás de uma vadia que nem você.- Você não tem o direito de falar assim comigo. – Aponto o dedo na sua cara o enfrentando.O que eu não esperava era que ele me prensasse contra a parede fria do lado do balcão.- Campbell, pare, por favor.Eu tentava me soltar do imbecil, mas era obvio que ele era mais forte que eu.- Não paro, temos que conversar, conversar sobre a pequena Luna.Se eu não tinha forças, agora eu tenho, eu não posso deixar esse canalha se aproximar de minha pequena, mesmo ela não estando comigo. O afastei para longe com força, que ele cambaleou.- Alguém resolveu virar valente de uma hora pra outra, foi? – Campbell perguntou irônico.- Você não vai se aproximar da minha filha, Campbell. Eu não vou deixar.- Te corrigindo, ela é tanto sua filha, como minha. Então, sim, eu tenho o direito de ver minha filha crescer.- NÃO DEPOIS QUE VOCÊ RESOLVEU A ABADONAR, SEU IDIOTA.- Olha
Já fazia 1 ano desde que tudo aconteceu. Hoje era exatamente a data de aniversário da minha pequena. Eu pedi pra Ella me deixar ficar em casa e ela aceitou, disse que não estava muito bem do estômago, mas a verdade era que eu não estava bem para nada, eu só queria estar perto dela, abraçando e dizendo o quanto a amo, eu sempre me arrependi de ter deixado ela para trás, agora, quando eu vejo uma criança no parque, eu penso que pode ser ela, penso em como ela deveria ser, seus olhinhos, seu jeito sapeca de brincar. Respirei fundo na sala de casa olhando novamente as únicas fotos que tenho com minha bebê e sorrindo.- Feliz Aniversário, filha, onde quer que você esteja mamãe sempre estará no seu coração. – Dei um beijo na foto e no exato momento a campainha toca. - Já estou indo. – Guardei o celular e fui até a porta tremendo a cada passo.Digamos que ultimamente, mesmo trabalhando com Ella, eu não tenho conseguido me manter, pois tenho guardado dinheiro para entrar em uma faculdade que
- Não precisava ter feito isso, Benjamin. – Disse enquanto ele dirigia para a sua casa.A pequena Emma dormia no banco de trás enquanto no carro tocava uma música calma.- Claro que precisava, eu não iria deixar uma amiga na mão.- Mas se arriscar desse jeito, você não sabe como aquele cara é e... – Benj me interrompe, colocando a mão dele sobre a minha.Tremo com seu ato, pousando meu olhar sobre nossas mãos, a minha tremia de nervoso, Benj entrelaçou nossos dedos fazendo um carinho bom. Suspirei fechando os olhos.- Você não tem que se preocupar com nada, tudo bem? – Sanchez diz depois de uns bons minutos em silêncio.- É claro que tenho, mesmo com sua tentativa, ele não aceitou e... eu não quero abusar, mas eu posso muito bem procurar outro apartamento com o dinheiro da faculdade e...- E nada! – Benjamin falou sério. – Eu já disse que aquele dinheiro vai ser só pra sua faculdade e que eu posso muito bem te ajudar a c
- O jantar já vai esfriar.POV Benjamin:Acordo no meio da madrugada com um chorinho já conhecido por mim. Me levanto morrendo de sono tropeçando no chão do quarto, caminho até o quarto de minha bebê.- O que foi, meu amor? – Me aproximo da cama dela acendendo apenas a luz do abajur em cima do criado mudo.- Eu estou com medo, papai. – Ela diz manhosa com os olhos cheios de lágrimas.- Por que está com medo? – Seguro ela no colo, a abraçando para se tranquilizar.- Eu tive um pesadelo.- Oh, meu anjinho, não precisa ter medo. O papai está aqui com você, não está? – Emma concorda com a cabeça. – Quer contar o pesadelo pro papai?Me deitei na cama dela e coloquei Emma ao meu lado, a abraço de conchinha nos cobrindo e dou um beijo no seu pescoço, fazendo cócegas com o nariz e ela ri.- Papai, para. – Sorri junto com ela e dei um beijo em sua bochecha.- Quer contar para o papai como foi o pesadelo
Acordo na cama no dia seguinte de manhã com um serzinho invadindo minha cama antes do despertador tocar.- Bom dia, papá. – Emma me chama colocando a mãozinha no meu rosto.- Bom dia, pequena. – Pego sua mãozinha e dou um beijo, vendo-a sorrir e em seguida me abraçar.Coloco um cobertor por cima da gente e ligo a TV que tinha no quarto em um canal de desenho, já que de manhã, antes do café, Emma sempre fazia isso, vinha na minha cama querendo assistir comigo algum desenho.- Que desenho a princesa quer assistir hoje?- Bob Esponja. – Ela fala batendo as palminhas e eu sorri com isso.- Você assiste enquanto o papai vai tomar banho?- Sim. – Ela falou com voz muito fofa que deu vontade de amassar.Tomo meu banho rapidinho, colocando uma calça jeans e uma blusa de manga curta preta, logo em seguida meu moletom.- Acho que está na hora da princesa tomar banho, não? – Pergunto a Emma que faz bico.
Como posso responder isso? Eu não queria ter que me meter da vida do Benjamin dessa forma, se ele não gosta de falar desse assunto para a filha, por que eu vou contar? Não queria ter que fazer a filha de Benj pensar em coisas que a deixariam mais tristes.Por um momento penso em minha pequena. Quando ela fizer essa pergunta para o homem que a pegou, será que vai querer me procurar? Será que vai me amar quando me encontrar? Será que vamos ser amigas?- É claro que você tem uma mamã, meu amor. – Digo e ela me abraça com seus bracinhos.- Onde ela tá? – Pergunta com sua voz doce e eu fecho meus olhos.- Eu não sei, pequena, mas ela te ama muito. – Beijei seu ombrinho e me levantei. - Vamos? Se não a senhorita chega atrasada na escola.Emma apenas sorriu e segurou minha mão. A escola não era longe da casa de Benjamin, então íamos a pé mesmo. Peguei a chave de casa no balcão e fechei a porta. Enquanto caminhamos, Emma ia pulando os quadradinho
Me afasto surpresa. Benjamin percebeu que eu fiquei sem jeito, então coçou sua nuca e desviou o olhar para a filha.- Eu preciso colocar ela pra dormir.Sanchez se levantou e subiu ás escadas me deixando ali sozinha. O que diabos aconteceu?...- VOCÊS DOIS O QUÊ? – Vic pergunta no dia seguinte, assim que conto sobre o beijo que eu e Benjamin tivemos.- Cala boca, Vic, quer que todo mundo do café ouça? – Retruquei brava.- Me desculpe, mas... meu casal favorito está dando certo. – Vic bate palminhas feito uma criancinha. – Imagine no cardápio de casamento “Marya Leonez e Benjamin Sanchez“. – Vic falava com a maior cara de boba.- Deixa de ser idiota, garota.Começo a rir e bato no seu braço com cardápio.- Isso doeu. – Ela fez beiço de emburrada massageando o braço.- Eu ouvi meu nome nessa conversa aí?Benjamin aparece ao lado de Vic colocando seu braço em cima do ombro dela.
- Obrigada, Benjamin. – sorri sem jeito.Eu estava vestida com um vestido que chegava até a altura do joelho, preto com a parte de trás meio aberta, e a saia do vestido era com uma renda bem de leve. Usava salto alto preto, três pulseiras prata e um colar escrito “dream”. Meu cabelo estava solto com umas leves ondulações.- Quer beber algo? – Benjamin pergunta.- Uma cerveja, apenas. – Sorri sem jeito.Benjamin foi até o bar do lugar e eu fiquei na porta, pois estava muito cheio e eu não estava a fim de enfrentar fila.- Aí está você, Mary. – Vic aparece na minha frente me abraçando.- Você está linda. – Respondo.- Mary, aqui está sua cerveja.Benjamin se aproxima dando minha cerveja e logo nota que Vic estava ali.- E aí, pirralha.- E aí, peste.- Cadê o seu boy magia? – Benjamin pergunta e eu sorri.- Vic, até que enfim eu te achei. – um rapaz se aproxima.- Falan