Subi as escadas correndo trancando a porta de meu quarto. Ouvi Benjamin me chamar, mas ignorei. Tudo que eu queria agora era ficar sozinha, novamente, em minha mochila, pego o bichinho de pelúcia de minha filha deitando na cama, pois só assim algo me fazia ficar perto dela e eu me acalmava. Eu precisava tanto dela naquele momento. Só queria saber onde estava Luna.
BENJAMIN:Como o mundo é pequeno. Da onde que eu ia pensar que aquela menina que eu conheci no trabalho é irmã de uns dos meus melhores amigos. Suspirei cansado depois da conversa que tive com Marya, confesso que algo me deixou curioso. Por que ela não falava nada do seu passado? Por que ela não me conta esse segredo importante? Resolvi ir até minha mãe, para esfriar a cabeça e ver minha bebê, pois estou morrendo de saudades. Batendo na porta da minha antiga casa, logo sou recebido por um abraço de minha irmã. Pois é, eu tenho uma caçula que tem 15 anos.- E aí, pirralha. – Digo bagunçando os cabAssim que Theodore foi embora de minha casa, fiz Marya sentar na cama.- Vou buscar Emma. – Falei meio rígido até demais.Quando peguei minha pequena no colo, ela me abraçou muito forte, mais do que o comum.- Está tudo bem agora, filha, papai está aqui com você.- Tia Marya.Levei Emma até o quarto e sentei ao lado de Mary que tinha as pernas cruzadas em cima da cama e com os braços em volta, escondendo o rosto, chorando. Emma se aproximou devagar colocando uma mãozinha na perna de Marya que a fez a olhar a pequena.- Tia Marya, não fica tisti. – Minha pequena fala começando a chorar.Marya apenas pega Emma no colo a abraçando, enquanto Emma a abraça, percebo que as duas tentam se acalmar ali, respiro fundo e também abraço Marya e Emma.- Eu estou aqui pra tudo ouviu bem, Mary? Eu e Emma somos sua família, não vamos deixar que nada de mal te aconteça.- Obrigada, Benjamin, por tudo, tudo mesmo, você é
Durante o voo, Emma não falou comigo, e tenho certeza que ela ainda está chateada, mas ela tem que entender que é para o bem dela e bem para o animal. Não seria bom ficar mudando de casa direito para essa profissão que estou seguindo com um animal, ia ser desgastante para ambos. Minha filha estava olhando para a janela quando a trago para mais perto de mim em um abraço, dou um beijo em seu rosto.- Ainda está brava com o pai? – Pergunto.- Estou. – Ela falou emburrada cruzando o braço fazendo bico e eu sorri.Fiquei tocando o dedo indicador na boca dela até ela desfazer o bico e sorrir, então começo a fazer cócegas, Emma se vira pra mim me dando um abraço apertado.- Te amo, papai.- Te amo mais, meu amor.Chegando à Vancouver, fui para a casa de meu melhor amigo, Jacob, que por sinal, era padrinho de Emma.- Papá – Emma não perdeu essa mania, mas sempre achei fofo ela me chamar de Papá em vez de papai. – Essa casa é de
Me aconchego na cama trazendo Emma mais pertinho de mim e coloco minha cabeça sobre a sua fechando os olhos. Essa semana será uma semana longa e cansativa. Estou prevendo isso.- Papá, acorda.Sinto Emma me balançar na cama, abro os olhos devagar, acordando com dor de cabeça, bendita ressaca. Pisco várias vezes até minha visão voltar ao normal e poder ver Emma nitidamente em minha frente sorrindo, o que me fez sorrir também.- Bom dia, meu furacãozinho. – Abraço Emma fazendo-a cair em meu colo rindo.- Bom dia, papá.- Porque acordou tão cedo? É domingo! – resmunguei coçando os olhos.- Quero ir passear no parque, vamos, pu favo. – Ela faz carinha de cachorro de quando caiu na mudança.- Tudo bem, você venceu.Emma comemora saindo correndo pelo quarto e eu a sigo, acordar com meu furacãozinho me chamando era a melhor coisa do mundo. Corro atrás dela e a pego pela cintura erguendo no chão, beijando a barriguinha
- Ficou linda essa foto, Sanchez.- Obrigado por tirar. – digo enquanto ela se aproxima de mim.- Não há de que. – Mary sorriu sem jeito. – Depois eu lhe envio a foto.- Sem problemas. – pisco pra ela e olho na direção de minha filha. – Gostou da tartaruga, meu amor?- Eu amei, papai, ela é linda. – Emma falava com os olhinhos brilhando.Voltamos a caminhar, dessa vez com Emma em meu colo e Mary ao meu lado, e eu a encaro enquanto a mesma olhava os animais ao seu lado, o que tinha acontecido com a Marya que eu conheci? Ela realmente mudou, parece mais feliz.POV MARYA:Quem diria que eu iria reencontrar com Benjamin justo aqui em Vancouver? Eu me mudei pra cá em busca de uma vida melhor depois da briga que tivemos. Benjamin me fez abrir os olhos e encarar a realidade, eu era um monstro, um monstro que não gostou de ser abandonada pela família, mas que abandonou sua própria filha.- Papai, papai. – Emma diz sorri
POV BENJAMIN:Já fazia um mês que eu estava em Vancouver e simplesmente estava amando a cidade, Emma também fez bastante amiguinhos na escola nova dela, Marya cuidava de Emma e as duas estão mais ligadas do que nunca. Minha amizade com Marya está indo bem, mas às vezes encontro Riley quando vou ver Marya na faculdade, e ela nos olha com um olhar de quem vai aprontar algo, estou sentindo que isso não vai demorar a acontecer.- Papá, vamos ver a tia Mary? – Emma diz interrompendo meus pensamentos.- Claro, meu amor.Seguro a mãozinha de Emma e fomos andando até a faculdade de Marya, que não era muito longe do meu apartamento, no caminho, encontro Riley andando com uma de suas amigas, assim que ela me vê, vem até mim sorrindo.- Oi, Benjamin.- Oi. – respondo seco.Emma me abraça com força na minha perna e eu pego ela no meu colo, então ela coloca as mãozinhas em volta do meu pescoço falando baixinho apenas para eu ouvir:
- Uau, Mary você está linda. – diz Keila, minha colega de quarto da faculdade.- Obrigada Kel. – sorri tímida, segurando minha bolsa.- Com certeza o rapaz vai ficar babando. – Ela brinca e nós gargalhamos.- Não sei não. – respiro fundo, tensa. – Bem já são oito horas, vou descer já.- Tudo bem, bom passeio.- Obrigada.Me despedi de Keila e sai do quarto indo até o portão da faculdade e lá estava ele, Benjamin Sanchez, de costas, meu coração estava acelerado sem motivo algum, pressiono minha bolsa com força tentando me passar segurança, quando chego perto do portão, observo que Benjamin estava falando com alguém no telefone e dando risada, até que ouço: “Vai dormir, furacãozinho.”Abro o portão silenciosamente e paro atrás de Sanchez fechando o portão até que ele vira pra mim sorrindo ao me ver acenando com a cabeça.- Filha, o papai tem que desligar, tudo bem? Obedeça ao tio Jacob, papai te ama.Enqu
- BENJAMIN! – Gritei assustada.Sai do carro e o segui. O que será que aconteceu? Procuro Benjamin por todo o canto da casa e não o acho, até que vou ao quartinho de Emma e o encontro ali, abraçado com uma cestinha de bebê na cama de Emma segurando alguma coisa, Benjamin baixou a cabeça derramando uma lágrima, fechando os olhos.- Benjamin, o que... – ele me interrompe.- Levaram ela, Leonez. – ele me olha furioso. – Levaram a Emma.POV BENJAMIN:- Benj, se acalma. – Diz Marya sentando ao meu lado na cama.Eu só consigo abraçar a cesta em que eu encontrei Emma, quem teria coragem de sequestrar a minha filha? E por quê?- Não tem como me acalmar, Leonez. – falei com raiva, olhando furioso para Marya. – É MINHA FILHA QUE SUMIU.Acabei gritando e empurrando Marya para longe de mim, respiro fundo fechando os olhos passando a mão pelo cabelo demonstrando o nervoso que estava.- Vamos achar ela, Benj, eu só p
- Do que está falando, Marya? – olhei a menina em minha frente sem entender nada.- Foi você que abriu a porta para um novo futuro à Luna, Benjamin. – Ela sorriu triste. – Eu tinha deixado na cestinha de Luna, um bilhete e uma pulseira com as inicias de meu nome e do dela para ela se sentir sempre perto de mim e é uma pulseira exatamente como essa.Eu ainda estava perplexo, porque Marya abandonaria a própria filha? Emma não merecia ser abandonada pela mãe. Nunca. Senti um sentimento estranho nascer em mim, era mais pra raiva, raiva de Marya ter sido tão egoísta a ponto de abandonar uma menina adorável como Emma.- Se isso for verdade... – faço uma pausa controlando minha raiva. – Como pode ser capaz de abandonar a Emma, Marya?- Você sabe que eu não fiz por querer, Benjamin e... – a interrompo.- Ah, sei? – Ri debochado me levantando da cama. – VOCÊ TINHA UM BILHÃO DE ESCOLHAS, MARYA LEONEZ, você tinha pessoas pra te ajudar a cuidar de Em