Não consegui voltar a dormir, aquela mulher não poderia investigar o meu passado, isso seria o meu fim, na verdade eu não me importava muito…o que de pior poderia me acontecer? Ir para a cadeia? Isso faria alguma diferença? Eu já havia perdido tudo!Mas lá no fundo, eu ainda tinha vontade de recomeçar, de quem sabe, reconstruir o que foi destruído, talvez fosse um instinto natural de nós seres humanos, lutar até o fim…-Que horas são, pra você já estar aí acordada….? - disse ane bocejando e pegando o celular que estava no móvel ao seu lado - sete horas! Super cedo..vamos dormir mais um pouquinho…-Estou sem sono - eu disse disfarçando, não queria comentar sobre aquela briga com ane, pelo menos não agora - posso usar o seu celular? Hoje vou providenciar outro pra mim.-Claro - ela me estendeu o aparelho - a senha é um M, vou dormir mais um pouquinho - ela disse virando para o lado.Meus dedos tremeram quando comecei a digitar o meu nome no campo de pesquisa.Meu coração estava disparad
Capítulo 1 - PesadeloMeu nome é Helena, isso porque os meus pais amavam as novelas do Manoel Carlos, onde todas as Helena eram mulheres fortes e resilientes. Eu não conhecia essa força até ter perdido tudo, espero que ao conhecer minha história você não me julgue pelos assassinatos ao longo do caminho, mas pra ser sincera não me importa também!Meus pais se divorciaram quando eu tinha apenas 4 anos de idade, minha mãe era muito jovem e vaidosa, e não quis assumir as responsabilidades de ter uma família. Meu pai ,Umberto, me criou, dividindo o tempo entre reuniões escolares, cuidados com a casa, e o seu trabalho como policial militar.Ele era um homem incrível, nunca deixou faltar nada, e tínhamos uma ótima convivência. Raramente eu via a minha mãe, Jade, ela vivia por bares e trocando de namorado como quem troca de roupa, por isso meu pai nunca permitiu que eu dormisse na casa dela.-Eu vou trabalhar hoje a noite, meninos, por favor não incendeiem a casa - disse o meu pai batendo o
Acordei com o John e a Vick em casa, juntamente com a minha mãe que fumava descontroladamente.-Meu Deus menina, você não atende esse telefone, fiquei desesperada! Liguei pro seu namorado pra me trazer aqui! - dizia minha mãe alto demais.Eu não queria falar absolutamente nada, só queria voltar no tempo e impedir que meu pai saísse naquela noite para trabalhar. Eu fiquei bebendo a noite toda, enquanto o meu pai estava sendo morto por alguém, eu nunca me perdoaria por isso.Meu namorado e minha amiga simplesmente me abraçaram, eles realmente me amavam e sabiam que em momentos como aquele não existe o que falar.Capítulo 2 - O pior pesadelo Os dias seguintes à morte do meu pai foram um borrão pra mim, descobri depois que ele foi assassinado ao ajudar uma mulher que estava sendo espancada pelo marido em uma favela.Acontece que o tal marido era um traficante e ainda por cima usuário de drogas, ele atirou seis vezes no meu pai que morreu na hora.Nós morávamos em São Paulo, na Penha, um
Tentei gritar, mas ele tapou minha boca com violência.-Quietinha, escutou, vai ser rápido. Se você gritar eu corto o seu pescoço, te mato escutou? - ele disse enquanto abria o cinto.Eu tentava me desvencilhar mas ele era forte, e abusou de mim com violência, enquanto olhava nos meus olhos com o seu sorriso amarelo. Sentia o forte cheiro de álcool misturado com suor. Parecia um pesadelo.Quando terminou ele, me empurrou na cama, fechou as calças e disse:-Acho que vou fazer uma troca você é mais gostosa que a sua mãe - dando risada - vai ser muito muito gostoso ter você aqui. E se lembre se abrir o bico eu mato você, e sua mãe também.E saiu rindo acendendo mais um cigarro.Eu fiquei jogada na cama, sem reação, só lágrimas brotavam nos meus olhos.De manhã ouvi o barulho da porta e corri pra falar com a minha mãe, eu precisava contar tudo aquilo rápido pra ela mandar aquele homem horrível embora de casa.-Mãe, mãe - eu apareci chorandoEla me encarava séria, com os olhos bordados de
Cheguei na casa do meu namorado antes das sete da manhã, ele era o meu único refúgio, sabia que ali sim eu seria acolhida e amada.Procurei o meu celular na bolsa e dei um soco no volante quando notei que o havia esquecido naquela casa, droga!Corri para a porta da frente, que estava aberta, estranhei e entrei. Meu corpo tremia de toda a tensão das últimas horas, eu não via a hora de desabafar nos braços do meu namorado. Uma música vinha do quarto, estranhei que era cedo e o John só trabalhava na parte da tarde. Quando cheguei em frente a porta do quarto meu mundo caiu pela terceira vez naquela semana.Na cama estavam o John e a Vick, minha melhor amiga, nus, rodeados por garrafas de bebida.-Porque? - Só foi o que consegui pronunciar com a voz falhando.Eles olharam um para o outro, e aparentemente não sentiam culpa, nem remorso.-Bom, agora você já sabe, acabou Helena - disse o John vestindo uma bermuda.-Como assim? Vocês estão tendo um caso, vocês me traíram! - eu gritava-Pare d
Enquanto dirigia eu sentia o corpo inteiro anestesiado, em pouco tempo eu tinha perdido o meu pai, sido abusada, e me tornado uma assassina.Minha vida havia acabado, eu não sabia o que fazer, só precisava sair da cidade o quanto antes, pois além de ter passado por tudo isso, eu poderia ser presa.Ainda não tinha tido tempo de contar, mas sabia que na mochila tinha muito dinheiro, daria para me virar por um tempo, e conseguir uma nova identidade.Ao chegar no centro da cidade, busquei pelos tais homens com placas de "vende-se ouro", o John, o traidor do John, uma vez me disse que aquelas homens sabiam onde arrumar qualquer coisa legal ou ilegal.Andar em meio ao caos, foi terrível e extasiante, pessoas gritavam, pediam dinheiro, vendiam coisas, mal percebiam o meu péssimo aspecto.-Olá, como eu consigo um documento aqui? - perguntei a um homem velho, com a tal placa.Ele me olhou de cima a baixo, e me indicou o prédio do governo que emitia documentos.-Estou falando de identidade fals
Mas o que aconteceu aqui? - disse uma enfermeira magrinha, que parecia ter a minha idade.O tal James não respondeu, virou as costas e começou a mexer no celular, como se toda aquela situação não tivesse a menor importância para ele.- Meu nome é Ane, fico feliz que tenha acordado, sua boca deve estar seca, aposto! mas fica tranquila que vou trazer algo para você beber - disse a simpática enfermeira disse enquanto recolocava o soro com todo o cuidado e delicadeza.Ane tinha um perfume tão doce quanto a sua voz, me senti mais calma com a sua presença, ela tinha um rosto angelical, era sorridente, e muito bonita.O cabelo era um Chanel preto perfeito, as unhas curtas mas impecáveis, a pele era branca mas levemente bronzeada, e os dentes de um branco invejável.Ane parecia aquelas enfermeiras de filme, de tão perfeita.- Vou avisar o Dr Cesar que você acordou- ela disse enquanto ajeitava o travesseiro - ele já vem falar com você! Enquanto isso busco o seu suco - ela deu uma olhada tímida
-Você deve estar super empolgada com a alta! Ficar no hospital deve ser terrível, como paciente digo – diz Ane entrando no meu quarto pela manhã abrindo as cortinas com seu jeito agitado.Nós ficamos muito próximas nesse período em que estive internada, acabei descobrindo que Ane é filha do Dr Cesar, como ela diz, a medicina está no sangue da família, sua mãe que havia morrido em um acidente de carro foi uma médica tão reconhecida como o pai.Mas ela decidiu cursar enfermagem, a faculdade de medicina era muito longa e exigia uma dedicação que Ane definitivamente tão tinha. Ela gostava de ser livre, aproveitar o mar no fim de tarde, e viajar para praias distantes sempre que possível, era uma caiçara nata!Os pais haviam trabalhado por anos em um importante hospital de São Paulo, mas quando Ane nasceu decidiram abrir uma clínica na cidade do sol, assim poderiam dar uma melhor qualidade de vida para ela, longe da violência e do caos da cidade grande.O que me aproximou de Ane foram os