Atropelada pelo bilionário
Atropelada pelo bilionário
Por: Marina ramos
Pesadelo

Capítulo 1 - Pesadelo

Meu nome é Helena, isso porque os meus pais amavam as novelas do Manoel Carlos, onde todas as Helena eram mulheres fortes e resilientes. 

Eu não conhecia essa força até ter perdido tudo, espero que ao conhecer minha história você não me julgue pelos assassinatos ao longo do caminho, mas pra ser sincera não me importa também!

Meus pais se divorciaram quando eu tinha apenas 4 anos de idade, minha mãe era muito jovem e vaidosa, e não quis assumir as responsabilidades de ter uma família. Meu pai ,Umberto, me criou, dividindo o tempo entre reuniões escolares, cuidados com a casa, e o seu trabalho como policial militar.

Ele era um homem incrível, nunca deixou faltar nada, e tínhamos uma ótima convivência. 

Raramente eu via a minha mãe, Jade, ela vivia por bares e trocando de namorado como quem troca de roupa, por isso meu pai nunca permitiu que eu dormisse na casa dela.

-Eu vou trabalhar hoje a noite, meninos, por favor não incendeiem a casa - disse o meu pai batendo o cacetete na mão de brincadeira.

-Pode deixar sogro, tudo sob controle - disse o meu namorado John.

-É mais fácil eu controlar esses dois! - respondeu a minha melhor amiga Vick fazendo cara de emburrada.

Meu pai saiu e ficamos nós três fumando narguilé, e ouvindo música enquanto tomávamos algumas garrafas de vinho barato.

Nós três nos conhecemos na escola, na terceira série, rapidamente nos tornamos amigos inseparáveis, eu o John e a Vick.

Quando completei 14 anos, o John me pediu em namoro, eu sempre gostei dele e fiquei empolgada. Mas meu pai demorou para aceitar dizendo que éramos muito novos para isso.

Com o passar do tempo, porém, ele não dificultou mais o nosso namoro, afinal o John era um bom garoto, como meu pai dizia, trabalhava, estudava, e tinha planos de se tornar personal trainer.

Meu namorado chamava a atenção por onde passava, tinha a pele morena, era forte e musculoso, seu sorriso era lindo, e fazia amizade por onde fosse.

A minha melhor amiga Vick estava sempre com a gente, era baixinha, loira e destemida, brigava desde criança feito um moleque o que não combinava com a sua aparência. A Vick era linda, tinha traços perfeitos, e vivia na academia, o seu corpo estava cada dia mais definido.

De nós três eu era sem dúvidas a mais reservada, sempre fui tímida e na escola não tinha muitos amigos até conhecer a Vick e o John. Eles conheciam todo mundo e aos poucos eu fui socializando mais e conhecendo novas pessoas.

Meu sonho era me tornar uma escritora de sucesso, por ser muito sozinha, sempre tive os livros como companheiros, tinha várias histórias na cabeça, prontas para serem colocadas no papel, o que nunca acontecia.

Mesmo sem ter a intenção, sempre chamei atenção dos garotos, meu corpo se desenvolveu muito cedo, então eu era o tipo conhecido como gostosa.

Meus cabelos compridos caiam em ondas até o final das minhas costas, minha pele morena clara contrastava com meus olhos verdes profundos, todos me achavam bonita.

-Chega gente, eu já não aguento mais beber, e você ainda vai dirigir John acho melhor pararmos por aqui - eu disse já tonta de bebida, pensando na prova da autoescola que teria no outro dia.

-A Helena tem razão, amanhã eu tenho planos logo cedo, melhor ir embora - disse a Vick se espreguiçando enquanto levantava - me dá uma carona John? - ela pediu.

O John fez um sinal afirmativo com a cabeça enquanto se levantava para me dar um beijo.

Meu namorado se tornou independente muito cedo, trabalhava desde os 12 anos e por não se dar bem com os pais, juntou dinheiro e aos 16 alugou uma casa. Um ano mais tarde, mesmo sem habilitação já tinha o seu primeiro carro.

-Tchau amor, sonha comigo - ele disse me abraçando com seus braços fortes.

Os dois foram embora, eu recolhi a bagunça e fui dormir, estava ansiosa para o dia seguinte. Eu não via a hora de tirar a minha habilitação, faltavam 3 meses para que eu completasse 18 anos.

Acordei com fortes batidas na porta, tentei ligar o celular para olhar a hora mas vi que estava sem bateria, eu havia esquecido de carregar na noite passada.

Levantei com uma dor de cabeça intensa, e fui até a sala sem nem me preocupar em olhar pelo olho mágico quem era que batia.

Dei de cara com dois policiais que trabalhavam com o meu pai.

-Podemos entrar Helena?- Disse o sargento Vieira com um semblante sério.

-Cadê o meu pai? - eu disse me afastando para que eles entrassem.

Eles entraram em silêncio, percebi que a tenente vitória havia chorado, seus olhos estavam muito vermelhos, minha cabeça começou a entrar em parafuso.

-Helena, não existe uma forma simples de dizer isso, seu pai, nosso grande amigo Umberto, faleceu essa madrugada em serviço. - disse o vieira de cabeça baixa.

Eu lembro que senti como se o chão escapasse por baixo dos meus pés, aquilo parecia um pesadelo, só podia ser um pesadelo. Senti minhas mãos suarem, minha garganta seca, e lembro de ver os policiais através de uma visão embaçada se aproximarem de mim:

-Helena, você está bem?

Acordei, com a Tenente passando água no meu rosto gentilmente, enquanto minha cabeça repousava em sua perna. 

Aquilo não era um pesadelo, era verdade, eu havia perdido o meu pai, meu herói, o melhor homem desse mundo!

Naquele momento as lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos, meu mundo caiu, eu soluçava e a tenente acariciava os meus cabelos

-Chora Helena, não tem como não doer, eu também perdi meu pai muito jovem, chorei chorei tanto, que uma hora a dor amenizou e virou saudade - dizia a tenente vitória com os olhos marejados.

Eles ficaram um bom tempo ali, até que precisaram voltar ao trabalho, pedi para que avisassem a minha mãe, eu não tinha condições de falar com ninguém naquele momento.

A casa sem o meu pai parecia vazia, sem vida, triste. Fui para o meu quarto,cobri a cabeça com o lençol, e comecei a gritar, gritei até que minha voz finalmente sumiu.

Do lado de fora, a chuva caia fina, era um dia frio, chorei até dormir exausta.

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