Capítulo 07

Olhei para ela sentindo meu coração palpitar cada vez mais forte, a bela dama misteriosa mexeu comigo. Não era amor à primeira vista, nem paixão, era algo além, muito diferente, uma possessividade talvez. Senti vontade de tomá-la e fazê-la minha ali mesmo.

Ao girar para me ver, sua presença enviou uma energia caliente para o meu corpo e algo lá embaixo pulsou por ela no mesmo instante. A observo, gravando cada milímetro de seu rosto doce, perfeitamente ruborizado, o que me fez ter pensamentos libidinosos. Captei uma tensão nela e quando nossos olhares se fundiram, seus lábios involuntariamente ficaram entreabertos, tornando-a mais sexy. Seus olhos eram azuis como o oceano se destacando em sua pele branca.

Estiquei meus braços convidando-a para uma dança, torci para que aceitasse e ela aceitou. Tive alguns privilegiados minutos com seu majestoso corpo curvilíneo próximo ao meu. Quando um dos meus capatazes jogou um gringo no meio da pista de dança, em questão de segundos toda aquela luxúria desapareceu, dando lugar ao ódio e trouxe o verdadeiro Maximiliano Lopez de volta a realidade. Subi o lance de escadas sentindo uma raiva profana se instalar em mim. A dama não hesita em subir comigo, o que me agradou muito.

Não era surpresa alguma um daqueles idiotas incompetentes provocarem uma briga com os branquelos babacas nova-iorquinos. Não contive minha ira e assim que pus meus pés no camarote, desferi um soco no rosto do responsável, mas não foi o suficiente. Se nós estivéssemos na Colômbia, seu lugar seria no purgatório, mais precisamente na sala um, por longos dias sofridos. No escuro, sem comida e sem água, terminantemente sem nada.

Não era a primeira vez que Guzmán causava brigas em nossas viagens de negócios. Se ele continuasse agindo assim, o filho da puta acabaria me metendo em problemas com a polícia. Eu, aos olhos da sociedade era um bom cidadão, empresário respeitado e bem sucedido, não podia de forma alguma me sujar com a justiça. Sabia bem como as leis dos Estados Unidos funcionavam.

Olho para a bela dama ao meu lado e depois de poucas palavras ditas a ela, me perco em meus pensamentos duvidosos. Mia, como ela disse ser o seu nome, aparentava ser uma mulher frágil e forte na mesma proporção. Quando encarava seus lindos olhos, o mundo parecia parar tudo ao meu redor. Sua inocência misturada a rebeldia que seus olhos refletem foram suficientes para me deixar desorientado. Aquela mulher disparava uma espécie de gatilho em mim. Não sabia exatamente o porquê, talvez eu mesmo precisasse descobrir.

Beijei seus lábios por impulso e com uma excessiva curiosidade de saber qual gosto sua boca tinha. A beijei com ganância, me deliciei nos seus lábios, como se eu estivesse devorando a melhor iguaria do mundo. Minha mão boba não perdeu tempo, tomou vontade própria, passeando por toda sua carne quente e desgraçadamente aveludada.

Há anos eu não beijava, não fazia mais ideia de qual sabor tinha a boca de uma mulher. Eu apenas as fodia, sem beijá-las. Não beijava putas e nem submissas.

Pressurosamente Mia decide ir embora. Como o bom cavalheiro que era, ofereci uma carona, mas ela recusou e o que me restou foi pegar seu número de telefone, pois eu não poderia deixá-la ir sem seu contato ou sem ao menos ter uma certeza de que ora ou outra iria encontrá-la.

Tempo depois ela se foi e eu mantive meus olhos focados nela estrategicamente durante sua caminhada, observando sua figura até que desaparecesse da Marquee.

Porém meus instintos estavam gritando e infelizmente eu sou o tipo de homem que desconfia de tudo, até da própria sombra. Mesmo que aquela mulher tivesse um jeito doce e meigo, eu tinha uma sensação de que ela poderia ser um grande problema para mim.

"E se Mia Clark foi mandada por Santiago González?"

Nada se passava sem ser notado aos olhos de Maximiliano Lopez. Estaria um passo à frente para cada um dos seus. Seria informado de tudo que ela fizesse enquanto estivesse na Colômbia. Suas falcatruas não seriam perdoadas e se eu tivesse a certeza de que ela estava com Santiago, mandaria sua cabeça numa bandeja de presente para ele.

Cali Colômbia 07h:40

Enviei meu motorista para pegar Mia Clark no aeroporto de Bogotá. Preferi não a avisar antes que chegasse na cidade, até então ainda não sabia muito a seu respeito e se ela fosse mesmo uma infiltrada do meu inimigo certamente não iria aceitar e ia acabar driblando Pierre no aeroporto.

"Eu preciso mantê-la por perto.”

As horas haviam se passado e eu estava esperando por apenas um toque e finalmente recebi uma mensagem do Pierre, avisando que o helicóptero havia acabado de pousar em Cali, perfeito! Eu estava quase chegando no heliponto com uma ansiedade antecipada para ver a bela dama de olhos enigmáticos bem à minha frente.

Ao chegar em meu destino, paro meu carro e desço vendo-os caminhar até mim. Percebo uma hesitação nos passos de Mia Clark. Ela corre os olhos à sua volta, eu não sei se estava encantada com o local ou se estava assustada com a minha abordagem. Esperava que fosse a primeira opção.

— Boa noite, patron.— Pierre chegou na frente enquanto meu copiloto veio logo atrás com Mia.

— Boa noite, Pierre. Por hoje está liberado, daqui para frente eu assumo o controle.

— Sim senhor — responde e sai em seguida.

— Boa noite, Max — Mia me cumprimenta com um meio sorriso.

— Seja bem vinda a Cali — aproveito o aperto de mão e beijo o canto dos seus lábios. Ela sorri sem graça, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Deixa esse trabalho comigo — pego a mala de sua mão e a deposito no bagageiro do meu carro.

— Não sabia que o tão famoso Maximiliano Lopez é tão cavalheiro.

— Tenho outras qualidades melhores que essa, senhorita Clark — lanço um olhar predador, o qual ela sustentou firmemente. Aquela mulher era fascinante!

— Por hora só preciso de uma das suas qualidades, que me leve para a cidade, preciso de um hotel, rápido — rebateu minhas palavras ditas sem cerimônia, ampliando seu sorriso.

Nada mais disse a ela e por fim entramos no carro, indo para a minha cidade. Mesmo que Mia tentasse disfarçar, percebi o quanto estava nervosa pela inquietação de seus pés, ela os sacodia freneticamente e suas bochechas estavam ruborizadas. Isso me fez prender total atenção entre ela e a estrada enquanto dirigia.

Cada detalhe seu era tão afrodisíaco que sinto um misto de desejo e raiva se instalar em mim, tanto que meu pau chega a doer dentro das calças, louco para se enterrar dentro dela.

— Posso levá-la em um restaurante antes de deixá-la em um hotel?

— Max quer me levar para jantar? — brincou me fazendo rir dos meus próprios pensamentos. "Se ela soubesse que na verdade minha fome é outra, talvez nem ia sorrir dessa forma."

— Sim. Você será bem recepcionada enquanto estiver aqui em minha cidade.

"Estarei de olho em cada passo seu, senhorita Mia. Eche!" Acrescento.

— Hmm... obrigada Maximiliano, eu aceito.

 

Considero que o nosso jantar foi tranquilo, o que estava ficando chato eram todas aquelas perguntas que Mia estava fazendo sobre as comunidades carentes, o que mais eu fazia para ajudá-los, como eles viviam, essas baboseiras todas. Tudo aquilo já estava me deixando agoniado, além de ter que bancar um homem paciente e carinhoso, claro.

Até o momento a dama misteriosa não se mostrou ser uma infiltrada do meu inimigo. Porém ainda precisava colocá-la contra a parede, para ver qual seria sua reação e qualquer movimento fora do contexto, eu entraria no seu jogo como o verdadeiro eu, aquele que ela ainda não havia conhecido e que quando conhecesse, se isso acontecesse, pediria ao diabo para ir para o inferno, pois o que eu faria com ela seria bem pior.

Oh Mia, espero que não esteja envolvida com nada! Seria um desperdício, porque você pagará caro por tal faceta.

Saímos do restaurante e logo paramos em frente a Cali Marriott Hotel um dos melhores da cidade e era nele que Mia ficaria hospedada. Como prometi anteriormente, enquanto ela estivesse na cidade, seria muito bem recepcionada.

— Muito obrigada por tudo, Max — agradeceu desprendendo o cinto de segurança, mas assim que ela tocou na porta para sair do carro, segurei seu braço pelo punho.

— Mia... — ela arregalou os olhos e me encarou seria, seus lábios ligeiramente entreabiram, essa era uma característica demasiadamente excitante que ela tinha. Em silêncio, ela permaneceu esperando o que eu tinha a falar. — Eu vou ser direto com o que vou perguntar e espero que seja sincera comigo, pois eu não perdoo mentiras, fui claro?

— Sim, pergunte-me. — Tremendo as pálpebras, ela respondeu deixando um mistério pairando em suas palavras. Por dentro, meu peito doía na expectativa dela me revelar o que eu não queria ouvir.

— Você não veio aqui para escrever nenhuma matéria, não é? Você trabalha para Santiago González? Só vou perguntar uma vez. — Continua calada, porém pareceu confusa procurando uma resposta certa para me dar.

— Primeiro, eu vim pelo trabalho e segundo, quem é Santiago González? — Fez uma careta ao perguntar o nome do desgraçado que estava tentando me derrubar.

— Isso não importa agora. Eu aceito suas respostas, mas como falei, eu só perguntei uma vez e depois disso vou seguir normal lhe recepcionando durante sua estadia na cidade e também vou ajudar com seu trabalho. Você só não pode esquecer de uma coisa: Eu não aceito mentiras e nem traições.

— Uau! — Suspirou. — Você está me deixando nervosa, Max. Ok, mesmo assim, obrigada por tudo hoje e até breve.

— Eu te deixo nervosa, Mia? Diga-me que tipo de nervosismo eu causo em você? — Sua respiração estava desconcertada, seu peito subia e descia demonstrando o quanto eu a intimidava.

— Eu... Eu... estou cansada e preciso ir, Max.

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