A vida é nossa, nós vivemos do nosso jeito
Todas essas palavras, eu não as digo à toaE nada mais importa!(Nothing Else Matters-Metallica) Cali. Colômbia 20h:36— Shiii, não grite, pois será em vão. A situação pode piorar para você se fizer isso. — Decretei friamente vendo-o chacoalhar seu corpo, tentando soltar seus pulsos.— O que você pensa que é? Seu sádico, doente de merda! — Esbraveja, em seguida cospe em meu rosto. Desejei em pensamentos que não fizesse isso. Sua sentença seria maior daquele momento em diante.Fecho meus olhos sorrindo e levo a mão ao rosto, limpando sua saliva. Levanto-me da cadeira e vou até o armário que fica em um dos quatro cantos da sala três. Arrasto uma pequena gaveta onde eu guardo alguns acessórios para meus cervos rebeldes e volto a me sentar de frente para ele.— Vamos esclarecer algumas regras por aqui — abro a pequena caixinha que está sobre meu colo. Ele arregalou os olhos ao me ver puxando minha forquilha do herege de dentro da caixa. Era um dos brinquedos que não costumava usar, mas sem outra opção a punição seria dada.A forquilha do herege é uma haste metálica com duas terminações pontiagudas, e pode ser comparada a um garfo. A prendo por um cinto que ela contém no pescoço do meu pecador, perfurando as regiões do maxilar e do peito. Não costuma levar à morte, mas serviria como um castigo antes de minha eventual punição final. Deste modo ele não voltaria a me cuspir novamente. Ele tenta se soltar e chora angustiado tentando dizer algo, mas eu não tenho compaixão alguma por ele. Ele teve pelos meus capatazes? Não.— Aprendeu a lição? Ou quer adquirir mais algum acessório?— Seu doente! — Suas palavras saem desconcertadas, mal consegue falar. Dou risadas do meu condenado.— Você está sob meu jugo, agora quer me confessar seus pecados? A gente pode fazer de uma forma mais fácil ou você prefere de forma dolorosa?— Pode me matar seu maldito, maluco de merda.— Optou pelo caminho mais difícil — digo, levando-me a ter certeza de que aquele condenado não iria querer da forma mais fácil. Abro a caixa novamente e escolho um pequeno alicate todo feito em aço.— Não! Não, por favor!Dou gargalhadas. Arrasto sem delicadeza unha por unha da sua mão direita, arrancando de sua garganta gritos de dor. Meu sangue corre mais rápido pelas minhas veias, a vermelhidão do seu sangue jorrando das pontas de seus dedos me fez ampliar um sorriso satisfatório.— Você entendeu que está sendo sentenciado, Entendeu?— Vá à merda! — retrucou entredentes.— Boca suja. Você tem que respeitar minha casa. — Sem cerimônia, arranco suas unhas da mão esquerda. — Oh, pobre cervo, chora, grita, mas não confessa seus pecados. Confesse seus pecados, cervo! — falo quase sem paciência.— Eu não sei de nada, eu juro! — Resmunga mais ainda, alimentando suas mentiras. — Mesmo se eu soubesse não iria te falar nada! — Acrescentou me desafiando.— Ok... Vamos ver o que mais tenho aqui — levanto tranquilamente, vou em direção a parede e abro a pequena porta metálica. O pequeno forno já me recebe com seu bafo quente, devido às brasas queimando. Pego o meu ferro fino e o coloco para esquentar ao máximo, até a ponta me dar a cor que preciso: laranja fogo.Passa alguns minutos até que a ponta do ferro esteja quente o suficiente e caminho sorridente até meu pobre cervo. Ele começa a gritar quando seus olhos captam a ponta do ferro fumaçar.— Última vez. Vai me dá o que eu quero?— Por favor, e... e... eu não sei de nada.Encosto o ferro com força até ter a certeza de que a parte quente tenha adentrado em sua barriga. Ele grita e a cada grito de dor me sinto vingado. Desta vez encosto o ferro com mais força, arrancando um pouco mais de dor. Ele tenta fugir desmaiando.— Hum hum. Acorde! — esbravejo e o infeliz abre os olhos, buscando os meus, que por ironia do destino se encontram bem próximos. O desperto com outro acessório, uma arma de choque. Ele se debate uma vez e na tentativa de baixar a cabeça ele fura o próprio queixo com as pontas da forquilha.De certa forma o pilantra estava sendo muito bem pago, pois até aquele momento não quis me confessar nada sobre meus submarinos roubados. Caminho até a mesa que ficava logo atrás dele, pego o envelope contendo minha cartada final, a que seria meu coringa.— Hmm... Vamos ver o que temos aqui? — Volto a sentar-me à sua frente, pego a foto que estava dentro do envelope e cruzo os braços, sorrindo para a imagem de uma linda jovem.Atrás da foto meu investigador deixou por escrito: Essa jovem se chama Maria, está noiva do prisioneiro. Dou risadas enquanto ele me observava. Pobrezinha, tão bela, a Maria, tão jovem e já seria viúva. Será que ela sabia que seu noivo era um assassino?— Maria, Maria... gostei dela, quem sabe não posso levá-la para um dos meus bordéis?— Tu...tudo bem... eu falo.— Até que enfim, inalar o cheiro de carne queimada estava me causando náuseas. Diga a verdade e a verdade vos libertará. — Apoio meus cotovelos em minhas pernas e cruzo as mãos abaixo do queixo para que eu me aproximasse um pouco mais e ouvisse melhor sua confissão.— Foi, foi... o Santiago González. Ele quem mandou matar seus homens e roubar seus submarinos. — Olho atentamente franzindo o cenho.— Dez, dez pescadores eu perdi. Eu fui roubado e tive um prejuízo enorme! — Repeti pausadamente, fechando os punhos com indignação.Levanto da cadeira me recompondo, em seguida saio da sala. Ele fica berrando igual um animal acuado. "Os cervos são animais de baixíssima qualidade em coragem."— Leve-o para sala um — ordenei ao carcereiro quando saí de lá. A sala um não tinha nada a não ser a fome, o frio e a penumbra. Ele iria pagar por todos meus prejuízos.— Sim senhor.Saio do purgatório satisfeito com as informações que acabo de arrancar, entro no meu carro e vou diretamente para minha casa.Certamente Santiago estava me desafiando, ele sabia que eu iria conseguir as informações até chegar a ele. Faria de tudo para comandar todos os cartéis da Colômbia, só faltava Medellín, o cartel de Santiago. Nem que para isto eu tivesse que ceifar mais algumas almas. "Santiago tenha certeza de que sua hora está mais do que próxima." Teria um prazer imenso de torturar aquele condenado até a hora de sua morte.Eche!O tão esperado dia em Nova Iorque chega, entro em meu carro e sigo direto para a pista, onde meu jatinho estava me aguardando. Ao entrar sou recebido de forma provocadora por minha comissária, mas eu não estava nem um pouco afim de foder a vadia.— Vai querer algo para beber? - A safada me pergunta, mordendo os lábios, na tentativa falha de me provocar. A observo olhando dos pés à cabeça e paro em seus olhos. Ela se assusta com meu olhar de reprovação.— Não precisa ter medo, só me traga um uísque. — Sinalizei com o dedo indicador e ela se retirou. Abro meu laptop para analisar meus trabalhos e tráfegos e verifico os radares, os outros dois submarinos estavam bem próximos a Chicago. Sorrio satisfeito.— Senhor, sua bebida.— Obrigado, Melanie! — Ainda assustada, ela coloca o copo de uísque na mesinha ao lado da minha poltrona. Dou uma palmada no seu bumbum firme e Melanie olha para trás, sorrindo. — Garota mal — estreito os olhos - você está precisando de umas boas palmadas nessa bundinha deliciosa. Agora vá para o seu aposento.Ela saiu caminhando lentamente e rebolando o quadril, olhando para trás vez ou outra. Eu apenas a analiso, mordendo meu polegar. Apostei que ela me aguardava ansiosa para acompanhá-la. Seu jeito descarado me fez pressupor que talvez a surra fodastica que dei nela da última vez não foi o suficiente."Será que ela é uma masoquista?" Que vadia, ainda me provocava! Na minha viagem para Chicago eu fiz sem dó e nem pudor, a comi somente por trás, ainda não a peguei pela frente, mas tudo tem a hora certa.Nova Iorque 20:37Nada melhor do que me recompensar pelo dia tedioso de reuniões e propostas na assembleia dos candidatos, na qual estava com o governador Howard. Estávamos com todo vigor para sua aprovação no segundo mandato.Eu não era nenhum santo, mas era vergonhoso a forma com que ele ludibriava sistematicamente a população carente. Contudo Nova Iorque não merecia um político tão corrupto como Howard, que ajudava nos contrabandos de drogas, tráfico humano e bordéis. Os bordéis eram seus pontos fracos, sempre que chegava uma virgem ele era o primeiro comprador. O homem adorava uma donzela pura assim como almejava a cocaína vindo diretamente da minha fábrica de Cali.Depois de fazer networking em meio a elite, saio direto para Marquee New, minha casa noturna favorita, onde não podia deixar de visitar quando ia a Nova Iorque. Entro com meus quatro capatazes e como era de costume, subo diretamente para meu posto principal, o camarote da chefia. Sempre que chegava, meu lugar tinha que estar reservado do jeito que eu gostava, é claro, com bebidas e mulheres ao meu dispor.Algumas horas mais tarde chegou Howard.— Boa noite, rapazes! — Recebemos o governador.— Que a nossa noite comece! — Levanto meu copo de Uísque e bradamos nosso grito de guerra -"Aos traquetos!" — e brindamos coletivamente.Me aproximei da borda do camarote passando meus olhos lentamente pelo salão principal, à minha frente tenho a visão de toda área interna da Marquee. No entanto, cravei meus olhos em uma figura corpulenta me chamou atenção, desencadeando o que tem de bom e ruim dentro de mim.Cabelos negros levemente ondulados, perfeitamente lindos. Sem falar no vestido "me foda Max" que ela estava usando. Isso me trouxe ideias perversas, eu o arrancaria facilmente.Admirei aquele corpo em movimentos sensuais, foi como um convite para mim e eu precisava chegar perto, precisava tocá-la. Desci as escadas imediatamente para vê-la mais de perto, não contive meu anseio e acabei me aproximando dela mais do que deveria. Enquanto ela dançava de costas para mim, minhas mãos tomaram liberdade. Toquei em seu corpo indefeso, o tecido era uma seda, tão macio que me deixou ainda mais ansioso.Olhei para ela sentindo meu coração palpitar cada vez mais forte, a bela dama misteriosa mexeu comigo. Não era amor à primeira vista, nem paixão, era algo além, muito diferente, uma possessividade talvez. Senti vontade de tomá-la e fazê-la minha ali mesmo.Ao girar para me ver, sua presença enviou uma energia caliente para o meu corpo e algo lá embaixo pulsou por ela no mesmo instante. A observo, gravando cada milímetro de seu rosto doce, perfeitamente ruborizado, o que me fez ter pensamentos libidinosos. Captei uma tensão nela e quando nossos olhares se fundiram, seus lábios involuntariamente ficaram entreabertos, tornando-a mais sexy. Seus olhos eram azuis como o oceano se destacando em sua pele branca.Estiquei meus braços convidando-a para uma dança, torci para que aceitasse e ela aceitou. Tive alguns privilegiados minutos com seu majestoso corpo curvilíneo próximo ao meu. Quando um dos meus capatazes jogou um gringo no meio da pista de dança, em questão de segundos toda aquela lu
Aisha Johnson Cali Colômbia. 08h:20 AM— Eu. Eu... estou cansada e preciso ir, Max. — Os cantos de sua boca foram se curvando e aos poucos seu sorriso presunçoso foi crescendo. Eu não pude sustentar seu olhar por muito tempo.Depois de me preparar psicologicamente, saí do carro do Max praticamente em fuga. Suas palavras não saiam da minha cabeça e eu me xingo mentalmente por perceber o caminho que isso estava me levando. Que inferno! Maldita seja a hora que eu aceitei essa missão absurda, que eu aprenda a lição e que tudo isso me sirva de aprendizado.Por um lado, sua abordagem me deixou mais tranquila, sim, pois ele não desconfiava que eu era uma agente especial, mas por outro lado, a forma como ele falou, mesmo com toda sutileza, eu entendi como um aviso. A advertência foi bem implícita em suas últimas palavras. Todo o cuidado que eu já tinha seria redobrado, pois se tratava de Maximiliano Lopez! Jogo minha mala sobre a cama e retiro m
Cali Colômbia (09h) AM — Não tenho outra opção? — pergunto vendo-o sorrir vitorioso. — A outra opção você descartou minutos atrás. — suas palavras inundaram meus ouvidos! A todo momento, forço meu corpo a não ceder às suas investidas. “Puta que pariu!” Tudo aquilo era realmente assustador. O que me tranquilizava era ter a certeza de que aquele homem não fazia ideia do poder que tinha sobre mim.Retiro o cinto de segurança sem pressa alguma, ao contrário de Max, que mais parecia um lobo prestes a devorar seu pedaço de carne. Posso ouvir sua respiração ofegante ressoar no pouco espaço. Tenho certeza de ter ouvido um grunhido baixinho escapar por entre seus lábios assim que pus minhas mãos embaixo da saia. Sentindo uma onda de determinação e desafio, inicio meu cerimonial. Deslizei meu pequeno tecido rendado na cor preta lentamente por minhas pernas e por fim nos calcanhares. Com a calcinha na ponta do dedo, a entreguei na mão do seu novo e pervertido dono. O audacioso a pegou, levan
Cali Colômbia (12h) PM.Não sei quanto tempo havia se passado, mas percebi que os disparos estavam cessando e minutos depois finalmente não ouvi mais o som de armas de fogo. Respirei fundo aliviada, pois eu estava inquieta, ficar presa escondida em uma situação como esta era como me matar lentamente e a vontade de fumar estava me enlouquecendo.Maximiliano adentra batendo abruptamente a porta do carro, fechando-a do seu lado. Um misto de raiva e fascínio ameaçam tomar conta de mim, tento me concentrar e agir o mais natural possível. Quando novamente ele me encarou através do pequeno espelho à sua frente, que refletia nossa troca de olhares, desfaço a conexão, olho para meus pés enquanto estalava meus dedos na palma das mãos tentando acalmar meus nervos.O medo que me assombrava era o de ser descoberta e não dele. Falhar na missão não era uma opção para mim. Mesmo que Maximiliano parecesse a própria besta, não me assustava, pois, eu já vi situações piores. O que vivenciei no passado,
Cali Colômbia (13h) AM.Olho para Max surpresa, como se ele tivesse derrubado toda muralha de concreto que havia em volta do meu coração. O observo me exigindo explicações, toda aquela confusão estava a ponto de me desestruturar, contudo, começo a duvidar da minha própria sanidade mental. No fundo, eu sabia que tudo que vinha de bom da sua parte, havia um quê diabólico por trás, pois se tratava de Maximiliano Lopez. Amado por muitos e odiado por outros, o anjo demoníaco.— Vai querer comer a sobremesa antes do almoço? — minha voz sai praticamente inaudível.— Isso seria possível? Só preciso que diga sim.Diz calmo e continua a caminhar em minha direção com seu andar prepotente e um sorriso infernal nos lábios. Continuei em recusa e só parei quando senti minhas costas tocarem a parede fria. Meu corpo inteiro paralisou com sua proximidade. Ignorando a palpitação em meu peito, ergui meus olhos e o encarei firme dos pés à cabeça, absorvendo sua aparência. O maxilar estreito e saliente ac
Cali Colúmbia (18h) PM.— Que delícia, senhorita Clark...Sua voz gorjeou próximo a meu ouvido, enquanto dois de seus dedos entravam e saiam de dentro de mim. — Essa boceta pequena está muito encharcada! Vai me dizer que você não faz sexo com frequência?Perguntou-me sem cessar os beijos calorosos no lóbulo de minha orelha e em meu pescoço.— Oh... como eu te odeio, Max! — o xingo. Tombei minha cabeça para trás novamente. Meus olhos reviraram com o orgasmo crescente, se concentrando abaixo do meu umbigo. — Odeia é? — friccionou o dedo polegar em meu ponto vermelho e inchado — Odeia isso também? — me penetrou mais forte, mais rápido. Cravei minhas unhas em sua nuca. A culpa, a vergonha e o demérito, ameaçam me engolir por inteiro, mas o tesão, junto ao desejo prevaleceram e toma o controle de tudo, fazendo-me sentir miserável, confusa e sobretudo exausta demais para continuar em recusa. A única coisa que eu poderia dizer com exatidão naquele momento, era que, Maximiliano dominava
Cali Colômbia. (19h)Fiquei malditamente excitada, ao formar em meus pensamentos, cenas com Max fazendo comigo tudo aquilo que me prometeu. Eu deveria responder à mensagem, mas preferi encerrar o assunto, apenas me limitei ou eu iria acabar esquecendo o porquê estou aqui neste país. E acordar amanhã com Maximiliano Lopez em minha cama, seria minha ruína.Até quando eu conseguiria enrolar este homem? Bem, ainda é cedo para pensar sobre isso. Bebo o suco de uma só vez esvaziando o copo e volto a focar no que é importante no momento. Levanto-me e volto para a cama satisfeita com o que comi, coloco o portátil sobre minhas pernas e vou diretamente para os arquivos multimídias. Ativei o modo de detecção de voz automática, assim economizo a bateria do espião. A instalação não saiu como planejado e por conta da posição escondida, no momento vou conseguir apenas áudios. Eu poderia ter instalado no carro dele, porém meu chefe iria me ver em uma situação degradante.Assim que consigo, envio o a
Cali Colômbia (07h) AM.Faço uma careta quando um filete de claridade do sol alcança meus olhos, os apertei com força, completamente irritado por esquecer de fechar a droga da cortina que cobre a janela do meu quarto, mas, na verdade, eu teria mesmo que levantar da cama e ganhar meu dia. Mesmo sendo um grande empresário dono do próprio nariz, não estou impedido de ter que acordar cedo diariamente, para trabalhar.Hoje tenho que ir na "Couros'Lopez" sem falta, já que ontem eu passei o dia com Mia Clark e não consegui passar em minha empresa, para ver como estão indo os transportes dos meus produtos. Mesmo que Yolanda esteja no controle gerenciando enquanto estou fora, ainda assim, eu me sinto no dever de fazer meu trabalho, principalmente por ela ser minha irmã e como ela é a única pessoa com quem posso contar neste mundo, não quero jogar todo o peso em suas costas. Poucas pessoas sabem que tenho uma irmã, ela foi dada como morta a anos atrás quando meus pais também foram assassinado