45 dias depois…
— Marcos, não vou permitir que a Aurora adoeça naquele quarto, ela não come, só dorme a base de remédios, não… não com ela.
— Ana, as coisas não estão fáceis no salão e… — … o movimento voltará, cedo ou tarde, o que eu não posso permitir é que esse vínculo com o sequestro destrua a imagem da minha garotinha, você assistiu o programa sensacionalista de ontem, as barbaridades que falaram dela. O muro do prédio foi pichado, chamando minha filha de golpista. Tem condição? A única forma é tirá-la do país, e darei meu rim por isso.
— Mãe!
Eles giraram, encontrando-me estática no corredor.
— Filha, precisamos conversar.
Há algumas semanas recebi das mãos do advogado da família Queen u
Alguns dias depois…— Pronta?— Ahã! Fechamos a mala.— Vou sentir saudades, Aurora. — Raica me puxou para o abraço mais doloroso de todos, o da despedida. — O que farei sem a minha melhor amiga?— Como diria a Dory: “continue a nadar…” — Ri, mas o choro estava entalado na garganta. — Vou te ligar sempre que possível, viu? E quando tiver uma brecha nas aulas, volto para o Brasil para a gente almoçar e falar muita besteira no Chill, tá bem?— Sim. — Seus lábios tremeram. — Tudo aconteceu tão rápido, que nem acredito.— Nem eu — disse sem emoção. — O processo de admissão foi todo on-line, e os Estados Unidos é logo ali, né.Dei de ombros.— Aurora, sei que não está feliz, sei que não se recuperou totalment
O excesso de proteção havia passado dos limites, entendo o receio, o descontentamento, contudo ser tratado como criança não ia me salvar de nada. Resistiram, ao ponto de eu ser ríspido, dar as costas e bater a porta. Parecia que eu caminhava em direção à forca quando revelei meu destino. Naquele momento, questionei algumas atitudes — minha família estava obsessiva demais.Quando o investigador estacionou em frente ao prédio, um mar de recordações me recebeu. Aurora e eu vivemos momentos inesquecíveis que pareciam uma vida somados pela felicidade em cada detalhe. Recebi aquela sensação gostosa antes de chamar o porteiro, seu Beto, o homem me atendeu com gentileza liberando minha entrada já autorizada pelo convívio que tinha no local.— Aguardo você aqui — Athos avisou e escorou no carro.Da portaria até a descida no
— Algum problema? — Ela se preocupou em saber.— Ainda não estou 100%.— Acalme-se, menino. Ignorei a dor.— Não vou permitir que a Aurora seja prejudicada. Você tem a minha palavra, Ana.— Não precisamos mais de nada que seja relacionado à WUC, David — Ana declarou, sisuda. — Portanto, não será necessário que se preocupe com isso. A sua família protegeu você quando achou que devia, agora estou protegendo a Aurora.— Onde ela está? Precisamos conversar.— Não há nada para ser conversado.— Como assim? Eu amo a Aurora, jamais pensei em desistir dela por conta de tudo aquilo. Permita que eu fale com ela, sei que podemos…— Não! A Aurora não mora mais no Brasil, fiz o impossível para tirá-la desse inferno que quase a levou a uma depress&a
Los Angeles, Califórnia, EUAO táxi estacionou em frente ao alojamento da University Communication Training, girei o corpo capturando toda a paisagem ao redor, e mesmo moída da viagem desejei caminhar pelo campus e conhecer tudo. As aulas já estavam em andamento, com isso havia muitos estudantes circulando pelo gramado.Era contagiante o cenário. Igual a filmes que assistimos na Netflix: faculdade americana, quarterback, líderes de torcida, todo o embalo fantasioso.Caramba… as garotas eram gatas mesmo. Curvei os lábios quando três líderes passaram por mim.— PORRAAAAAAAAAAAAAAAA, ESTOU NOS ESTADOS UNIDOS DA AMERICAAAAAAAAAAAAAAAAA, CARALHOOOOOOOOO!!!Não resisti e gritei em português no meio da porra toda, e foda-se se me julgaram maluca.Eu estava na gringa e segundo o ditado:Os fins… eles… justifica
Um tempo depois...O tempo passou depressa, as burocracias da universidade, a interação com a turma, a nova localidade — meu inglês que pensava ser top, mas era uma merda —, me tornaram uma pessoa prática e ligada no 220w. Não tinha espaço para pensar, somente agia guiada em produzir, evitando lembranças que me fizessem chorar. Estava obstinada em preencher todo o meu tempo, com isso, entreguei alguns currículos nas lanchonetes locais, ganhar uma graninha para as principais necessidades ia aliviar as despesas de dona Ana. Falando nela, todos os dias sem descanso nos namorávamos por chamada de vídeo, ela chorava, eu também, e a saudade nunca bastava.A UCT tinha um nível excelente de ensino, e eu sofri na pele a mudança brusca de rotina. Desvincular do aprendizado no Brasil e começar do zero me custou muitas noites de sono. Meu plano de aula era pesado, ora manh&
Caros leitores,Preparem-se para mergulhar em uma das minhas criações mais intensas e envolventes até hoje. Se você aprecia um romance ardente, de pegar fogo, linguajar improprio e um put@ desejo de querer se enfiar dentro dessa história, significa que chegou no lugar certo.Um beijo da sua autora, Darlla VI ♡XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXCom as vozes de Aurora Baker:— Chegamos! — disse minha mãe com empolgação, assim que estacionou em frente ao prédio azul.— Sim, chegamos — murmurei e virei para olhar através do vidro o prédio todo espelhado do lado de fora, calculei rapidamente quantos andares poderia ter o edifício luxuoso, talvez uns trinta, já que, mesmo me esforçando, ficou impossível ver seu topo.— Calma, bebê da mamãe, vai dar tudo certo.— Sim, vai. — Inspirei e joguei as costas para trás, ao encontro do banco. — Meu primeiro dia de estágio — lembrei num fio de voz o motivo célebre de eu estar ali.Dona Ana leu cada sinal que meu corpo transm
— Oi… — respondi confusa, tentando reconhecê-lo.— Você não se lembra de mim? Sou eu, Lucca! Estreitei os olhos, buscando seu rosto na memória. Não, não lembro!— Eu… — Tentei disfarçar a resposta que piscava na minha mente.— No dia da entrevista, no prédio da seleção, nos falamos brevemente na sala de espera — ele esclareceu. E eu quase gargalhei, pois realmente foi breve esse primeiro contato. Não lembro desse cara e sou péssima em memorizar fisionomia.Droga!— Claro! Como sou distraída. — Sorri, mentindo descaradamente.— Como vai?— Ansioso! Você não?Pude sentir sua empolgação, assim que ele colou as palmas das mãos e as esfregou freneticamente.— Sim, estou muito ansiosa.— Estou sentado bem ali. — Ele apontou para a primeira fileira. — Quer me fazer companhia?Condenei o lugar, primeira fileira não estava nos meus planos, geralmente quem se senta nos primeiros assentos é obrigado a expor suas opiniões, e francamente, pretendia me manter invisível tempo suficiente para não com
Assim que entramos, inalei o cheiro divino de carne e a fome movimentou o meu estômago, seguimos em fila para o fundo da hamburgueria lotada, sendo difícil não apreciar cada detalhe, uma decoração retrô dos anos oitenta compunha cada pedacinho do lugar… SENSACIONAL!Como assim, morava em São Paulo, passeei diversas vezes pelo centro e nunca havia entrado ali? Aurora, sua distraída!Deixei a turma continuar e parei para olhar as fotos de um chinês abraçado a alguns artistas, o dono do lugar parecia ser importante.— Nossa, que lugar legal! — exclamei e me juntei ao grupo, admirada com tudo.Raica escolheu um cantinho bem ao fundo, onde não havia uma concentração muito grande de pessoas famintas.— Vocês já são muito bem-vindos! — sucateou um baixinho de olhos puxados e bandeja embaixo do braço. — Chill, Chill, vai rolar aquela porção de fritas grátis? — Raica esperta, tentou descaradamente.Chill fingiu se espantar, mas saquei que estava acostumado com o pedido.— Já querem falir o Chi