Um dia depois…
Passei toda a manhã ajustando o material da reunião de apresentação que teríamos por videoconferência com o CMO, embora estivesse exausta e muito apreensiva, afinal, minha ideia seria a pauta principal da reunião. Um encontro com David, mesmo que por vídeo, inquietava o meu coração. O novo homem que se revelou — talvez ciumento, mas certamente insensível —, não me agradou. Não como aquele que apareceu de repente na porta do meu prédio e segurou a minha mão em meio ao meu desespero emocional.
— Orion, tudo pronto, quer que eu prepare a sala? — sugeri com o conteúdo em mãos.
— Aurora, então… — Ele meneou a cabeça. Oscilando. — A Valéria, assistente do David, já fez isso, não se preocupe.
— Então vam
Fazia exatamente uns quatro dias que não jantava com a minha mãe, nossos horários se desencontraram, então muitas vezes os bilhetinhos na geladeira eram o nosso meio de comunicação. Na noite de sexta, um cheiro de molho à bolonhesa atiçou meu paladar assim que abri a porta. Corri para a cozinha e esmaguei as bochechas coradas da mulher a quem devo a vida, ela sorriu e pediu para eu tomar um banho antes do jantar, fiz tudo bem rápido, pois uma lasanha estava à minha espera no forno.Conversamos muito, sobre as coisas boas que estavam acontecendo, tudo tão mágico, eu na universidade, ela com o salão repleto de clientes, cogitou até em antecipar as prestações do apartamento, pois o lucro nos negócios estava sendo exorbitante.— Mãe, talvez meu salário feche a conta e possamos completar o ano sem dívidas — falei enquanto lavava a louça. — O que acha?— Aurora, junte seu dinheiro e compre um carro, será muito útil para você. Eu, por enquanto, consigo dar conta, caso
Noite de sábado.Em quarenta e oito horas ultrapassei limites que até alguns dias atrás me afastaram de problemas, sempre simplifiquei tudo, tive liberdade desde a faculdade sobre a área na qual ia atuar. Depois, com as viagens a instabilidade trouxe em vários momentos, muita diversão, e quando queria me sentir de certa forma em casa, era a Ellen quem eu procurava. Portanto, ao embarcar para o Sul em mais uma viagem curta, nada demais, uma entre tantas que ainda faria, o sabor não foi o mesmo, foi ácido. Estava agitado e a concentração para resolver assuntos que exigia a minha presença não era muito latente.Todos os meus pensamentos e sentidos giravam como uma roleta russa. Cercado por dúvidas ou algo sufocante que apertou meu peito até eu largar tudo e voltar. Procurei uma resposta: o que a garota de boca provocante tinha para desencadear meus planos.Cogitei o fato de outro homem tocar nela e isso causou uma fúria, um desejo de posse
— Bem-vindos à UP — Théo exclamou durante o percurso que fazíamos nos guiando ao segundo andar.— Eu amo esse lugar.— Passei a amar também — Raica falou eufórica. — Nossa, que noite teremos.A UP realmente era sensacional, dois andares, três pistas e área vip aberta e privada, uma arquitetura de milhões, explicitamente destinada aos milionários. Meus olhos brilhavam como holofotes a cada detalhe que eu contemplava.— Meus amores, este é o espaço de vocês.O promoter parou na entrada de uma área vip e um “UAU” repercutiu em coro.— Meu Deus, Théo, incrível! — falei explorando o espaço. Puta merda! Estava me sentindo muito ricaaaaaa. — Isso vai custar alguma coisa pra você? Porque deve ser caro ficar aqui. — Preocupei-me, o espaço além de
Mas sabia dos riscos que corria sempre que me rendia.Meu corpo queimava conforme a boca que quase não permiti desgrudar da minha, explorava úmida minha carne, me afastei o suficiente para me arreganhar expondo seu banquete, a calcinha que ainda existia, pinicava minha intimidade que pingava de tesão, queria como o ar, ser fodida ali, ser comida de todas as formas existentes pelo homem que me levava ao delírio.— Por que faz assim, David, bate e depois quer fazer carinho?Ele soltou o mamilo sensível, lambendo a extensão do meu pescoço até encontrar o caminho dos meus olhos.— Sou um babaca!— Um babaca que faz merda, não é? Sugou a minha língua, meu queixo…— Mas você não vai ficar com aquele cara. — As íris queimando em contato.— Você está com a Ellen.— Estou com amig
Virei e David estava lá, olhos de navalha cravados no homem ao meu lado, voltei-me para Orion que não se afugentou e ainda por cima deu um passo, o que o deixou à frente e mais próximo do chefe.Meu coração parou.— Por que, David, o que faz aqui?— Não é da sua conta. — David avançou esbarrando em Orion e tocou meu rosto com delicadeza. — Tudo bem?— David, o Orion não…— Ele tocou em você sem a sua autorização, acho que entendeu o recado — falou ácido. — Vamos sair daqui.— Não, David, eu não entendi o recado, pode explicar?Não sei se era eu que estava atônita com a situação, mas a cabeça do David se moveu lentamente ao encontro do homem com olhos desafiadores, a pista estava quente, contudo, o fervor que planou entre eles n&atil
David, todo enigmático, conversou por alguns minutos com alguém pelo celular, em seguida, ainda sem mencionar seus planos, me colocou em seu carro como se eu fosse um presente. O caminho me era familiar, estávamos na direção da empresa, peguei meu celular e enviei uma mensagem para Raica explicando tudo, e outra para minha mãe. Não estava totalmente segura da decisão, mas segui meu coração, me permiti viver aquele momento ao lado dele, e depois…— Quis matar aquele filho da puta quando tocou em você na pista.— Ele rompeu o silêncio, sem desviar sua atenção da direção. — Idiota!— Você estava me vigiando?— Lógico, achou que a perderia de vista? — disse simplesmente. Joguei a cabeça para trás, perplexa.— Nunca tive nada com o Orion. Quis provocar você, quando
Esvaziei a caixa torácica com força, e não tão confiante assim dei um passo contra o medo, impressionante o quão bela era a natureza. Deus pensou em cada detalhe ao desenhar o universo, a paisagem abaixo — o oceano —, calmo, manso, negro, contrastava com a luz da lua. Lindo em todas as suas vertentes, era capaz de nos elevar como um grande tapete mágico. Inconsciente um sorriso frouxo escapou, e David logo prendeu-me em seu corpo quando notou o meu mais sereno. Seu coração batia forte, seu hálito quente vadiava minha orelha e como se não bastasse, ele sussurrou:— Assim que desembarcarmos vou pausar o tempo, pois cada minuto ao seu lado custarão eternos momentos — e assim um beijo doce afundou meu cabelo e nada mais parecia errado como antes.Era a primeira vez que me sentia segura e sem culpa.Era a primeira vez que sentia que tinha tomado a decisão certa
Outra vez, ele me jogou em seus ombros carregando-me até a escadaria para o primeiro andar. Não decorei o caminho que ele tomou pelos corredores, pois pousei o rosto no seu ombro me embriagando com seu perfume. David empurrou a porta com o pé e adentrou no cômodo escuro, iluminando-o assim que me pôs no chão. Corri a visão na enorme suíte em tons rústicos, cortinas e roupas de cama claras, um belíssimo quarto. Dali era possível apreciar a lua que não se resguardou através da porta-balcão que dava acesso à sacada.— Muito lindo aqui — murmurei, dando alguns passos na direção.— Que céu!A noite preenchida por pontos estrelados, refletia como uma grande pintura, inclusive, o clima de excitação também poderia ser rabiscado em uma tela de tão tátil que estava. As mãos quentes do homem