Esvaziei a caixa torácica com força, e não tão confiante assim dei um passo contra o medo, impressionante o quão bela era a natureza. Deus pensou em cada detalhe ao desenhar o universo, a paisagem abaixo — o oceano —, calmo, manso, negro, contrastava com a luz da lua. Lindo em todas as suas vertentes, era capaz de nos elevar como um grande tapete mágico. Inconsciente um sorriso frouxo escapou, e David logo prendeu-me em seu corpo quando notou o meu mais sereno. Seu coração batia forte, seu hálito quente vadiava minha orelha e como se não bastasse, ele sussurrou:
— Assim que desembarcarmos vou pausar o tempo, pois cada minuto ao seu lado custarão eternos momentos — e assim um beijo doce afundou meu cabelo e nada mais parecia errado como antes.
Era a primeira vez que me sentia segura e sem culpa.
Era a primeira vez que sentia que tinha tomado a decisão certa
Outra vez, ele me jogou em seus ombros carregando-me até a escadaria para o primeiro andar. Não decorei o caminho que ele tomou pelos corredores, pois pousei o rosto no seu ombro me embriagando com seu perfume. David empurrou a porta com o pé e adentrou no cômodo escuro, iluminando-o assim que me pôs no chão. Corri a visão na enorme suíte em tons rústicos, cortinas e roupas de cama claras, um belíssimo quarto. Dali era possível apreciar a lua que não se resguardou através da porta-balcão que dava acesso à sacada.— Muito lindo aqui — murmurei, dando alguns passos na direção.— Que céu!A noite preenchida por pontos estrelados, refletia como uma grande pintura, inclusive, o clima de excitação também poderia ser rabiscado em uma tela de tão tátil que estava. As mãos quentes do homem
Era tarada por essas putarias cuspidas por ele, não nego. Elas atiçavam, incitavam, me capturavam para o ambiente indecente que construímos.— Puta que pariu! — Seus gemidos roucos me inebriaram. — Gostosa…Outra. E mais outra enterrada rápida. Porra!Sua pélvis chocando minha intimidade, atingindo pontos sensíveis.Peregrinei meus dedos ao encontro do meu clitóris e me toquei.David urrou com a visão que proporcionei a ele.— Minha putinha gostosa. Socou meu ventre.Surrou gostoso.Comeu minha boceta com força. Um fastígio violento devastou-me. Então, gozei gritando seu nome.— Caralho…O homem gostoso se deitou sobre mim, usando a boca para ir ao encontro de tudo que podia, soltei gritinhos quando ele mordeu meus mamilos e depois os sugou como se puxasse seu alimento, permaneceu me comendo dur
O sol da manhã começou a invadir o quarto e desde que Aurora adormeceu nos meus braços o sono não aconteceu para mim, estava confuso, angustiado, sem rumo. Havia algo diferente no meu peito que fez meus quereres frearem nessa garota. Aurora, um mistério embriagante, várias caixas dentro de uma só, queria abri-las devagar e aproveitar cada conteúdo intensamente, sem pressa.Pela primeira vez desejava isso com uma mulher. Era complexa essa conclusão.Ao longo dos meus trinta e três anos estive com diversas mulheres e nenhuma delas, nem mesmo a Ellen, me fez experimentar algo tão puro e louco. Engraçado afirmar, estava viciado nas emoções que ela me permitia sentir, ao mesmo tempo em que queria proporcionar a ela sensações inesquecíveis, marcar meu nome, ser único, pleno, insubstituível.O que me deixava ainda mais perturbado. Como poderia querer tanto? De todas as visões que a vida me proporcionou, aquela, sem dúvida, era a mais privilegiada; Aurora, dormindo solene, nua, sensual, marc
— Linda, tá gostoso… muito gostoso — esganicei e apanhei um punhado do seu cabelo, aquela boquinha macia engolindo meu pau, sua língua circulando minhas bolas, lambendo o comprimento com empenho, era a visão mais excitante. Não controlei o instinto animal e forcei um pouco mais, mesmo que Aurora tivesse demonstrado insegurança no início, havia desaparecido consideravelmente. A garota devorava meu pau e eu o metia profundamente ditando o ritmo. Rugi igual a um lobo quando, sem engasgar, ela autorizou uma enterrada mais brusca que atingiu sua garganta, foi o ápice para mim. — Aurora, que boca, amor… eu vou… — Meu limite estava próximo, fiz menção de me afastar, no entanto, surpreendentemente ela se manteve ali, disposta a engolir todo o gozo que jorrei segundos depois dentro da sua boca. — Caralho… assim você me mata, putinha gulosa. — Ela lan&cce
— David, foi perfeito, obrigada.— Almoçamos amanhã?— Eu… não sei…Ele desligou o carro e se ajeitou no assento para me encarar de um jeito efusivo.— Não começa a fugir de mim, vamos aproveitar.Quando resolvi ceder na boate, melhor dizendo, dar ouvidos ao meu coração que gritava, fiz duas promessas de dedinho. A primeira: ia curtir o momento intensamente, e a segunda: ia apagar tudo da memória logo que a distância sentenciasse a nós dois. Se seguisse o plano não teria erro, não é mesmo?Mas quem disse que havia espaço para o meu lado racional? Quem ditava as regras nessa parada era o meu coração sonhador, apaixonado e meramente corrompido por aquele homem.Um sonho, intitulei assim o que vivemos em Angra. Não queria acordar, mas tinha, inevitavelmente eu tinha. Por mais que me esforçasse a esquecer que David e eu éramos chefe e funcionária, por mais que tentasse submergir aquela realidade, ela sempre ressurgia como um aviso, ou até
Pisei no andar do marketing, cumprimentei a recepcionista e fui direto para minha mesa, Orion, e Raica não estavam nas suas, deixei minhas coisas ali e corri para a copa, café era a minha maior necessidade. Enchi uma xícara, sentei-me numa mesa escondida no canto e, antes de sorver o líquido fumegante, uma voz virou meu rosto rápido demais:— Bom dia!Meus olhos de trena, mensuraram descarados o homem perfeito que parecia ter saído de uma capa de revista. Como ele conseguia ser tão lindo pela manhã? Puta que pariu! Suspirei, engoli a baba e cobicei como uma cadela a composição escorada no armário a alguns passos de mim — terno azul escuro, camisa branca sem gravata, cabelos com seu penteado único, sorriso safado e o olhar devorando a minha alma —, bebi um gole do café, talvez assim tivesse força para respondê-lo.— Aurora?— Bom dia, David. Estou distraída e envergonhada… e… cheia de trabalho — gaguejei, ridícula, trêmula. — Melhor eu finalizar isso aqui
— O que faz aí parado? — Ellen perguntou assim que entrou.— Olhando um pouco para São Paulo, só isso. — A presença da Ellen não impediu que eu continuasse a apreciar a imagem.A vista era belíssima, uma visão geral da metrópole paulistana, além do fato das recordações, estreei essa sala com chave de ouro. Se a Aurora soubesse como aquela noite mudou minha direção — pelo sexo, pela pele, pelo perfume, pela garota — por um conjunto de fatores.Criei uma cultura própria, sempre fui fascinado por experimentar, explorar, simplesmente viver. Trabalhar com criação possibilitou conhecer o mundo, culturas, crenças, mulheres, por onde passei experimentei ao máximo. Talvez esse fosse o ponto, estava tentado, incessantemente vidrado em experimentar as sensações proporcionadas com a Aurora. Praticamente domado com cada descoberta.O chão se abriu quando Valéria anunciou minha agenda, melhor dizendo, proclamou minha partida. A linda garota não disfarçou o olhar triste
Antes de ocuparmos uma mesa, conversamos com a Duda, meu coração partiu em mil e um pedaços com a situação em que se encontrava seu filho, Enzo. Com apenas seis anos o garotinho tinha uma doença cruel, a situação era muito grave e a Duda se encontrava à beira do desespero. Como de costume, o Retrô-Chill estava lotado, então não foi possível ter conhecimento de mais detalhes, a garçonete logo atendeu o nosso pedido e correu atarefada com outros chamados. Raica comentou em relação à minha fuga da UP:— Orion foi embora após se sentir completamente deslocado, ele topou o rolê por sua causa e como a senhora montou no cavalo branco do chefe, não tinha mais porque ele permanecer ali, de mãos abanando.Por sorte, Raica garantiu que ele não mencionou o embate com David aos rapazes. Agradeci mentalmente por ter sido discreto