— O que ela faz aqui? — Sara esbravejou com elegância, esboçando um sorriso falso no rosto perfeitamente maquiado, aliás, a dama da noite estava belíssima num longo vestido de renda rosé.
O casal não direcionou o olhar para mim, somente o filho era o foco naquele primeiro momento.
— Aurora é a minha noiva, mãe. Sara rolou os olhos, desdenhando.
— Filho, estamos acompanhando as notícias, só não imaginávamos
que você seria capaz de nos afrontar dessa forma — Robert se pronunciou, voz dura. — Sabe o quanto esse evento é importante, o quanto reunimos pessoas influentes, ilustres. O que será notificado amanhã?— Não me interessa, pai. — David me olhou rápido e voltou para os pais. — Minha presença aqui tem um único motivo, afirmar que Aurora é inocente, n&atil
— Ele vai ser, nos amamos o suficiente para fazer dar certo.Interrompi o contato e escorei as costas na madeira do lado de fora, esvaziei o pulmão com uma lufada de ar forte, a sensação era muito similar a alívio, sei lá por quê. Travei no corredor para organizar os pensamentos antes de me juntar ao trio. O que foi aquilo? Esperei o momento em que podia cuspir umas verdades na cara de Ellen, no entanto, o que ocorreu naquele banheiro contradisse o tipo de mulher que odiei. Obviamente que a executiva não ia me pedir desculpa, ela não feriria a ponto seu ego. Creio que mesmo não justificando, Ellen fez o que estava ao seu alcance para não perder o seu amor, agiu de forma suja, de forma vil e pagou por isso. Se a perdoei? Talvez sim, talvez não. É difícil dizer, havia um emaranhado de sentimentos batucando meu peito, descompensando minha respiração. Sentia que a qualque
Girei na direção da entrada ao mesmo tempo, em que apertei a mão fria de David, um arrepio correu minha espinha logo que cruzei com os olhos do diabo. Ele sorria de canto, enquanto saudava os convidados, desfilando entre os corpos como o astro que sentia ser. Seus passos cravavam em linha reta, sem desvio, nós éramos seu destino.Impossível não se alterar, meu todo gritava por socorro e, mesmo se houvesse uma saída estratégica a qual pudesse escapar, David não permitiria, seus dedos esmagavam os meus, fundindo-se, álgidos. Houve três oportunidades para eu evitar tal confronto e como golpes no estômago elas feriam meu abdômen.Puta merda, queria vomitar. A ânsia torturou…Ele cada vez mais próximo... Minha garganta fechou.O ar trepidou purgante.Senti os olhares queimarem ao meu redor.Senti o homem ao meu lado respirar pesadame
— David… — Meus olhos temendo incertezas implorou por uma explicação. — O que há entre vocês?— Aurora, você não faz parte disso.— Ah, faz sim — o ardiloso murmurou dando dois passos em nossa vertente. — Bolsista e estagiária da WIS, posições até então abominadas para as namoradas dos herdeiros, isso a julgar de qual herdeiro estamos falando.— Não vou admitir que traga essa maldição para esse ambiente, Nicholas — esbravejou o pai.— Não? Por quê? — Havia um tom amargo no seu questionamento. — Talvez o filho prodígio não mereça ser condenado por seus atos pérfidos, é isso?Ergui o rosto e encarei David, silencioso, fisionomia nebulosa, estrutura afetada. Sim, esse conjunto delatava, ocorreu uma traição entre eles,
Ao mesmo tempo que a distância — era negada —, uma vez que me afastaria da verdade. Havia uma verdade e uma mentira.Claro que sim!Havia uma explicação lógica para que todo o dito desaparecesse como pó…, não?— Ele está ali. — A voz de Nicholas bateu nas minhas costas, assim como alguns passaram por mim à procura de quem importava. — O que você ainda faz aqui…? — o sussurro entoou severo ao pé do ouvido, violando o pouco de estrutura que ainda restava. Vi seguindo o rumo aos demais, o patrono era o foco de todos.Respirar… preciso de ar.Recuei a passos curtos, incertos, observando David em seu desespero culposo em salvar o pai. Meu tronco chocou o batente, então me guiei para longe, esbarrando em pessoas, evitando olhares, quando os meus sangravam em lágrimas. Nem sei como senti a brisa, nem sei como encontrei
Desci do carro sentindo o gelado do asfalto trapejar meus pés, caminhamos na direção do mar, a brisa fresca elevando meu vestido, tal como alguns fios soltos do meu cabelo que desprenderam do coque. David com as mãos nos bolsos frontais, temeroso. Calado. Aturdido. Implorei para o grande oceano que levasse consigo meus receios conforme nos aproximávamos, não estava preparada para a conversa, não a queria. Mas teríamos. Paramos de frente para o mar, lado a lado, olhos seguindo longe, então resolvi falar:— Há quatro anos, um cara chamado Caio, o popular, astro da banda da escola, lindo, sexy, galante, me pediu em namoro. Eu, uma menina iludida com aquele fascínio, com a declaração no meio de um show, com a devoção que ele demonstrava em cada palavra… — Encarei os olhos nebulosos, escuros, dilatados.— Melissa, minha irmã, meu porto seguro depo
(...)7 anos exatos do passado.— O Nicholas não está — mencionei ao abrir a porta e me deparar com a Eduarda —, e eu estou de saída, isso significa que é melhor você ir embora.Ela colocou o pé na porta impedindo que eu a fechasse.— Nossa, que grosseria!— Eduarda, sem drama. — Desviou as íris azuis para o meu tórax descoberto. — Cadê a Maria? Você abrindo a porta é bem estranho!— Foi ao mercado.— Certo — disse e ergueu na altura dos olhos os livros que carregava. — Nick pediu para esperá-lo aqui, vamos estudar, preciso de ajuda em economia. Posso entrar?— Tudo bem, o espere na sala. — Abri passagem.— Pode continuar o que estava fazendo, não quero atrapalhar.
Caros leitores,Preparem-se para mergulhar em uma das minhas criações mais intensas e envolventes até hoje. Se você aprecia um romance ardente, de pegar fogo, linguajar improprio e um put@ desejo de querer se enfiar dentro dessa história, significa que chegou no lugar certo.Um beijo da sua autora, Darlla VI ♡XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXCom as vozes de Aurora Baker:— Chegamos! — disse minha mãe com empolgação, assim que estacionou em frente ao prédio azul.— Sim, chegamos — murmurei e virei para olhar através do vidro o prédio todo espelhado do lado de fora, calculei rapidamente quantos andares poderia ter o edifício luxuoso, talvez uns trinta, já que, mesmo me esforçando, ficou impossível ver seu topo.— Calma, bebê da mamãe, vai dar tudo certo.— Sim, vai. — Inspirei e joguei as costas para trás, ao encontro do banco. — Meu primeiro dia de estágio — lembrei num fio de voz o motivo célebre de eu estar ali.Dona Ana leu cada sinal que meu corpo transm
— Oi… — respondi confusa, tentando reconhecê-lo.— Você não se lembra de mim? Sou eu, Lucca! Estreitei os olhos, buscando seu rosto na memória. Não, não lembro!— Eu… — Tentei disfarçar a resposta que piscava na minha mente.— No dia da entrevista, no prédio da seleção, nos falamos brevemente na sala de espera — ele esclareceu. E eu quase gargalhei, pois realmente foi breve esse primeiro contato. Não lembro desse cara e sou péssima em memorizar fisionomia.Droga!— Claro! Como sou distraída. — Sorri, mentindo descaradamente.— Como vai?— Ansioso! Você não?Pude sentir sua empolgação, assim que ele colou as palmas das mãos e as esfregou freneticamente.— Sim, estou muito ansiosa.— Estou sentado bem ali. — Ele apontou para a primeira fileira. — Quer me fazer companhia?Condenei o lugar, primeira fileira não estava nos meus planos, geralmente quem se senta nos primeiros assentos é obrigado a expor suas opiniões, e francamente, pretendia me manter invisível tempo suficiente para não com